"Grande é o Senhor em Sião, elevado acima de todos os povos." -( Salmos, 98: 2 )-
Amados irmãos, bom dia!
Sejamos gratos e saibamos reconhecer as maravilhas que nos são dadas pelo Senhor.
25. As condições em que se efetuou a desagregação da Lua pouco lhe permitiram afastar-se da Terra e a constrangeram a conservar-se
perpetuamente suspensa no seu firmamento, como uma figura ovoide,
cujas partes mais pesadas formaram a face inferior voltada para a Terra
e as partes menos densas lhe constituíram o vértice, se com essa palavra se designar a face que, do lado oposto à Terra, se eleva para o céu.
É o que faz que esse astro nos apresente sempre a mesma face. Para
melhor compreender-se o seu estado geológico, pode ele ser comparado a um globo de cortiça, tendo formada de chumbo a face voltada
para a Terra.
Daí, duas naturezas essencialmente distintas na superfície do
mundo lunar: uma, sem qualquer analogia com o nosso, porquanto
lhe são desconhecidos os corpos fluidos e etéreos; a outra, leve, relativamente à Terra, pois que todas as substâncias menos densas se encaminharam para esse hemisfério. A primeira, perpetuamente voltada
para a Terra, sem águas e sem atmosfera, a não ser, aqui e ali, nos limites desse hemisfério terrestre; a outra, rica de fluidos, perpetuamente
oposta ao nosso mundo.38, 39
38 Nota de Allan Kardec: Esta teoria da Lua, nova inteiramente, explica, pela lei da gravitação, o motivo
por que esse astro apresenta sempre a mesma face para a Terra. Tendo o centro de gravidade num
dos pontos de sua superfície, em vez de estar no centro da esfera, e sendo, em consequência, atraído
para a Terra por uma força maior do que a que atrai as partes mais leves, a Lua pode ser tida como
uma dessas figuras chamadas vulgarmente joão-teimoso, que se levantam constantemente sobre a
sua base, ao passo que os planetas, cujo centro de gravidade está a distâncias iguais da superfície,
giram regularmente sobre o próprio eixo. Os fluidos vivificantes, gasosos ou líquidos, por virtude da
sua leveza específica, se encontrariam acumulados no hemisfério superior, perenemente oposto à
Terra. O hemisfério inferior, o único que vemos, seria desprovido de tais fluidos e, por isso, impróprio
à vida que, entretanto, reinaria no outro. Se, pois, o hemisfério superior é habitado, seus habitantes
jamais viram a Terra, a menos que excursionem pelo outro hemisfério, o que lhes seria impossível,
desde que este carece das condições indispensáveis à vitalidade.
Por muito racional e científica que seja essa teoria, como ainda não foi confirmada por nenhuma
observação direta, somente a título de hipótese pode ser aceita e como ideia capaz de servir de
baliza à Ciência. Não se pode, porém, deixar de convir em que é a única, até o presente, que dá uma
explicação satisfatória das particularidades que apresenta o globo lunar.
39 N.E.: A Lua é o único satélite natural da Terra. Atualmente, a teoria mais aceita para a origem da Lua
surgiu em 1975, a teoria do Grande Impacto, proposta pelo Instituto de Ciências Planetárias de
Tucson e pelo Instituto Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Após a análise de amostras de solo e
rochas lunares coletadas pelas missões Apollo, os cientistas chegaram à conclusão que há cerca de 4.5 bilhões de anos, durante a formação da Terra, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra,
essa violenta colisão lançou material, pedaços de rocha líquida, para a órbita da Terra; a Lua teria se
formado, então, a partir da condensação do material expelido por essa colisão, tendo ficado aprisionada pelo campo gravitacional da Terra.
A Lua leva o mesmo tempo (27,3 dias terrestres) para girar ao redor de seu eixo e para orbitar em
volta da Terra; assim, a mesma face (o lado visível) está sempre voltada para a Terra. A quantidade da
superfície que podemos ver — a fase da Lua — depende de que fração do lado visível está recebendo
a luz do Sol.
Allan Kardec em suas palavras já demonstrou a necessidade da observação direta da Lua para confirmação de seus dados. Em 1959, a sonda soviética Luna 3 esteve na órbita da Lua, enviando mensagens do lado oculto, encerrando as especulações de que o campo gravitacional lunar seria mais
intenso naquela face, tornando possível a existência de atmosfera e vida. Há uma dissimetria entre o
lado oculto e o lado visível, uma vez que a crosta na face oculta atinge 100 quilômetros de espessura,
enquanto na face visível só atinge um máximo de sessenta quilômetros.
Que a graça e a paz sejam conosco!