sexta-feira, 22 de março de 2019

O livro dos médiuns


"Desde o nascer ao por do sol, seja louvado o nome do Senhor". -( Salmos, 122: 3 )-




Amados irmãos, bom dia!
A gratidão é a chave para a felicidade e ao Senhor a devemos, pois, é ele quem por nós tudo faz.




290. SOBRE AS EXISTÊNCIAS PASSADAS E VINDOURAS 

15ª Podem os Espíritos dar-nos a conhecer as nossas existências passadas? 
“Deus algumas vezes permite que elas vos sejam reveladas, conforme o objetivo. Se for para vossa edificação e instrução, as revelações serão verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vã curiosidade.” 

a)Por que é que alguns Espíritos nunca se recusam a fazer esta espécie de revelações? 
“São Espíritos brincalhões, que se divertem à vossa custa. Em geral, deveis considerar falsas, ou, pelo menos, suspeitas, todas as revelações desta natureza que não tenham um fim eminentemente sério e útil. Aos Espíritos zombeteiros apraz lisonjear o amor-próprio, por meio de pretendidas origens. Há médiuns e crentes que aceitam como boa moeda o que lhes é dito a esse respeito e que não vêem que o estado atual de seus Espíritos em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado. Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para os homens. Fora mais lógico e mais consentâneo com a marcha progressiva dos seres que tais pessoas houvessem subido, em vez de terem descido, o que, sem dúvida, lhes seria mais honroso. Para que se pudesse dar crédito a essa espécie de revelações, necessário seria que fossem feitas espontaneamente, por diversos médiuns estranhos uns aos outros e ao que anteriormente já fora revelado. Então, sim, razão evidente haveria para crer-se.” 

b) Assim como não podemos conhecer a nossa individualidade anterior, segue-se que também nada podemos saber do gênero de existência que tivemos, da posição social que ocupamos, das virtudes e dos defeitos que em nós predominaram? 
“Não, isso pode ser revelado, porque dessas revelações podeis tirar proveito para vos melhorardes. Aliás, estudando o vosso presente, podeis vós mesmos deduzir o vosso passado.” (Veja-se: O Livro dos Espíritos, “Esquecimentodo passado”, nº 392.) 

16ª Alguma coisa nos pode ser revelada sobre as nossas existências futuras?
“Não; tudo o que a tal respeito vos disserem alguns Espíritos não passará de gracejo e isso se compreende: a vossa existência futura não pode ser de antemão determinada, pois que será conforme a preparardes pelo vosso proceder na Terra e pelas resoluções que tomardes quando fordes Espíritos. Quanto menos tiverdes que expiar tanto mais ditosa será ela. Saber, porém, onde e como transcorrerá essa existência, repetimo-lo, é impossível, salvo o caso especial e raro dos Espíritos que só estão na Terra para desempenhar uma missão importante, porque então o caminho se lhes acha, de certo modo, traçado previamente.”




Que a graça e a paz sejam conosco!




quinta-feira, 21 de março de 2019

O livro dos médiuns


"Feliz o homem que teme o Senhor e põe o seu prazer em observar os seus mandamentos". -( Salmos, 111: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
A nossa felicidade está relacionada à forma como encaramos a vida e, só através dos ensinamentos do Senhor poderemos vivê-la em plenitude.




289. PERGUNTAS SOBRE O FUTURO

7ª Podem os Espíritos dar-nos a conhecer o futuro?
“Se o homem conhecesse o futuro, descuidar-se-ia do presente.“É esse ainda um ponto sobre o qual insistis sempre, no desejo de obter uma resposta precisa. Grande erro há nisso, porquanto a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se fizerdes questão absoluta de uma resposta, recebê-la-eis de um Espírito doidivanas, temo-lo dito a todo momento.” (Veja-se O Livro dos Espíritos — “Conhecimento do futuro”, nº 868.) 

8ª Não é certo, entretanto, que, às vezes, alguns acontecimentos futuros são anunciados espontaneamente e com verdade pelos Espíritos?
“Pode dar-se que o Espírito preveja coisas que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias permite se verifique o grau de confiança que elas merecem.” 

9ª De que gênero são as previsões de que mais se deve desconfiar? 
“Todas as que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoais podem quase sempre ser consideradas apócrifas.”

10ª Que fim visam os Espíritos que anunciam acontecimentos que se não realizam? 
“Fazem-no as mais das vezes para se divertirem com a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois, riem-se do desapontamento. Essas predições mentirosas trazem, no entanto, algumas vezes, um fim sério, qual o de pôr à prova aquele a quem são feitas, mediante uma apreciação da maneira por que toma o que lhe é dito e dos sentimentos bons ou maus que isso lhe desperta.” 

Nota. É o que se daria, por exemplo, com a predição do que possa lisonjear a vaidade, ou a ambição, como a morte de uma pessoa, a perspectiva de uma herança, etc. 

11ª Por que, quando fazem pressentir um acontecimento, os Espíritos sérios de ordinário não determinam a data? Será porque o não possam, ou porque não queiram? 
“Por uma e outra coisa. Eles podem, em certos casos, fazer que um acontecimento seja pressentido: nessa hipótese, é um aviso que vos dão. Quanto a precisar-lhe a época, é frequente não o deverem fazer. Também sucede com frequência não o poderem, por não o saberem eles próprios. Pode o Espírito prever que um fato se dará, mas o momento exato pode depender de acontecimentos que ainda se não verificaram e que só Deus conhece. Os Espíritos levianos, que não escrupulizam de vos enganar, esses determinam os dias e as horas, sem se preocuparem com que o fato predito ocorra ou não. Por isso é que toda predição circunstanciada vos deve ser suspeita. “Ainda uma vez: a nossa missão consiste em fazer-vos progredir; para isso vos auxiliamos tanto quanto podemos. Jamais será enganado aquele que aos Espíritos superiores pedir a sabedoria; não acrediteis, porém, que percamos o nosso tempo em ouvir as vossas futilidades e em vos predizer a boa fortuna. Deixamos esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem, como crianças travessas. “A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas ao homem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defeso revelarem. Aquele que insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritos inferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços à vossa credulidade.” 

Nota. Os Espíritos vêem, ou pressentem, por indução, os acontecimentos futuros; vêem-nos a se realizarem num tempo que eles não medem como nós. Para que lhes determinassem a época, seria mister que se identificassem com a nossa maneira de calcular a duração, o que nem sempre consideram necessário. Daí, não raro, uma causa de erros aparentes. 

12ª Não há homens dotados de uma faculdade especial, que os faz entrever o futuro? 
“Há, sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria. Então, é o Espírito que vê. E, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisas, para o bem. Todavia, mesmo entre esses, são em maior número os impostores e os charlatães. Nos tempos vindouros, essa faculdade se tornará mais comum.”

13ª Que pensar dos Espíritos que gostam de predizer a alguém o dia e hora certa em que morrerá? 
“São Espíritos de mau gosto, de muito mau gosto mesmo, que outro fim não têm, senão gozar com o medo que causam. Ninguém se deve preocupar com isso.” 

14ª Como é então que certas pessoas são avisadas, por pressentimento, da época em que morrerão? 
“As mais das vezes, é o próprio Espírito delas que vem a saber disso em seus momentos de liberdade e guardam, ao despertar, a intuição do que entrevia. Essas pessoas, por estarem preparadas para isso, não se amedrontam, nem se emocionam. Não vêem nessa separação da alma e do corpo mais do que uma mudança de situação, ou, se o preferirdes e para usarmos de uma linguagem mais vulgar, a troca de uma veste de pano grosseiro por uma de seda. O temor da morte irá diminuindo, à medida que as crenças espíritas se forem dilatando.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 20 de março de 2019

O livro dos médiuns


"O temor do Senhor é o começo da sabedoria; sábios são aqueles que o adoram. Sua glória subsiste eternamente". -( Salmos, 110: 10 )-




Amados irmãos, bom dia!
Que nossos corações sejam ofertados ao Senhor, como forma de reconhecimento por tudo o que nos tem feito. 




288. PERGUNTAS SIMPÁTICAS OU ANTIPÁTICAS AOS ESPÍRITOS

1ª Os Espíritos respondem de boa vontade às perguntas que lhes são dirigidas?
“Conforme as perguntas. Os Espíritos sérios sempre respondem com prazer às que têm por objetivo o bem e os meios de progredirdes. Não atendem às fúteis.” 

2ª Basta que uma pergunta seja séria para obter uma resposta séria?
“Não; isso depende do Espírito que responde.”

a)Mas, uma pergunta séria não afasta os Espíritos levianos?
“Não é a pergunta que afasta os Espíritos levianos, é o caráter daquele que a formula. 

3ª Quais as perguntas com que mais antipatizam os bons Espíritos?
“Todas as que sejam inúteis, ou feitas por pura curiosi- dade e para experimentá-los. Nesses casos, não respondem e se afastam.”

a) Haverá questões que sejam antipáticas aos Espíritos imperfeitos? 
“Unicamente as que possam pôr-lhes de manifesto a ignorância ou o embuste, quando procuram enganar; a não ser isso, respondem a tudo, sem se preocuparem com a verdade.”

4ª Que se deve pensar das pessoas que nas manifestações espíritas apenas vêem uma distração e um passatempo, ou um meio de obterem revelações sobre o que as interessa? 
“Essas pessoas agradam muito aos Espíritos inferiores que, do mesmo modo que elas, gostam de divertir-se e rejubilam quando as têm mistificado.”

5ª Quando os Espíritos não respondem a certas perguntas, será por que o não queiram, ou por que uma força superior se opõe a certas revelações? 
“Por ambas essas causas. Há coisas que não podem ser reveladas e outras que o próprio Espírito não conhece.” 

a) Insistindo-se fortemente, o Espírito acabaria respondendo?
“Não; o Espírito que não quer responder tem sempre a facilidade de se ir embora. Por isso é que se torna necessário espereis, quando se vos diz que o façais, e, sobretudo, não vos obstineis em querer forçar-nos a responder. Insistir, para obter uma resposta que se não quer dar, é um meio certo de ser enganado.” 

6ª Todos os Espíritos são aptos a compreender as questões que se lhes proponham?
“Muito ao contrário: os Espíritos inferiores são incapazes de compreender certas questões, o que não impede respondam bem ou mal, como sucede entre vós mesmos.” 

Nota. Nalguns casos e quando seja conveniente, sucede com frequência que um Espírito esclarecido vem em auxílio do Espírito ignorante e lhe sopra o que deva dizer. Isso se reconhece facilmente pelo contraste de certas respostas e além do mais, porque o próprio Espírito quase sempre o diz. O fato, entretanto, só ocorre com os Espíritos ignorantes, mas de boa-fé; nunca com os que fazem alarde de falso saber.




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 19 de março de 2019

O livro dos médiuns


"No dia do teu nascimento, já possuis a realeza no esplendor da santidade; semelhante ao orvalho, eu te gerei antes da aurora". -( Salmos, 109: 3 )-




Amados irmãos, bom dia!
Somos obra perfeita do Senhor e fomos criados para sermos seus colaboradores para a construção de seu reino. Precisamos evoluir em santidade e graça para que em nós o seu amor seja manifesto.




287. Pensam algumas pessoas ser preferível que todos se abstenham de formular perguntas e que convém esperar o ensino dos Espíritos, sem o provocar. É um erro. Os Espíritos dão, não há dúvida, instruções espontâneas de alto alcance e que errôneo seria desprezar-se. Mas, explicações há que frequentemente se teriam de esperar longo tempo, se não fossem solicitadas. Sem as questões que propusemos, O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns ainda estariam por fazer-se, ou, pelo menos, muito incompletos e sem solução uma imensidade de problemas de grande importância. As questões, longe de terem qualquer inconveniente, são de grandíssima utilidade, do ponto de vista da instrução, quando quem as propõe sabe encerrá-las nos devidos limites.Têm ainda outra vantagem: a de concorrerem para o desmascaramento dos Espíritos mistificadores que, mais pretensiosos do que sábios, raramente suportam a prova das perguntas feitas com cerrada lógica, por meio das quais o interrogante os leva aos seus últimos redutos. Os Espíritos superiores, como nada têm que temer de semelhante questionário, são os primeiros a provocar explicações, sobre os pontos obscuros. Os outros, ao contrário, receando ter que se haver com antagonistas mais fortes, cuidadosamente as evitam. Por isso mesmo, em geral, recomendam aos médiuns, que eles desejam dominar, e aos quais querem impor suas utopias, se abstenham de toda controvérsia a propósito de seus ensinos. Quem haja compreendido bem o que até aqui temos dito nesta obra, já pode fazer idéia do círculo em que convém se encerrem as perguntas a serem dirigidas aos Espíritos. Todavia, para maior segurança, inserimos nos próximos textos  as respostas que eles nos deram acerca dos assuntos principais sobre que as pessoas pouco experientes se mostram em geral dispostas a interrogá-los.




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 18 de março de 2019

O livro dos médiuns


"Celebrarei altamente o Senhor e o louvarei em meio a multidão". -( Salmos, 108: 30 )-




Amados irmãos, bom dia!
Quem é digno de louvor e de toda a glória a não ser o nosso Deus amor.




OBSERVAÇÕES PRELIMINARES 

286. Nunca será excessiva a importância que se dê à maneira de formular as perguntas e, ainda mais, à natureza das perguntas. Duas coisas se devem considerar nas que se dirigem aos Espíritos: a forma e o fundo. Pelo que toca à forma, devem ser redigidas com clareza e precisão, evitando as questões complexas. Mas, outro ponto há não menos importante: a ordem que deve presidir à disposição das perguntas. Quando um assunto reclama uma série delas ,é essencial que se encadeiem com método, de modo a decorrerem naturalmente umas das outras. Os Espíritos, nesse caso, respondem muito mais facilmente e mais claramente, do que quando elas se sucedem ao acaso, passando, sem transição, de um assunto para outro. Esta a razão por que é sempre muito conveniente prepará-las de antemão, salvo o direito de, durante a sessão, intercalar as que as circunstâncias tornem necessárias. Além de que a redação será melhor, quando feita prévia e descansadamente, esse trabalho preparatório constitui, como já o dissemos,uma espécie de evocação antecipada, a que pode o Espírito ter assistido e que o dispõe a responder. É de notar-se que muito frequentemente o Espírito responde por antecipação a algumas perguntas, o que prova que já as conhecia. O fundo da questão exige atenção ainda mais séria, porquanto é, muitas vezes, a natureza da pergunta que provoca uma resposta exata ou falsa. Algumas há a que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. Será, pois, inútil insistir. Porém, o que sobretudo se deve evitar são as perguntas feitas com o fim de lhes pôr à prova a perspicácia. Quando uma coisa existe, dizem, eles a devem saber. Ora, precisamente porque conheceis a coisa, ou porque tendes os meios de verificá-la, é que eles não se dão ao trabalho de responder. Essa suspeita os agasta e nada se obtém de satisfatório. Não temos todos os dias exemplos disso entre nós, criaturas humanas? 
Homens superiores, conscientes do seu valor, gostariam de responder a todas as perguntas tolas, que objetivassem submetê-los a um exame, como se foram estudantes? O desejo de fazer-se de tal ou tal pessoa um adepto não constitui, para os Espíritos, motivo de atenderem a uma vã curiosidade. Eles sabem que a convicção virá, cedo ou tarde, e os meios que empregam para produzi-la nem sempre são os que supomos melhores. Imaginai um homem grave, ocupado em coisas úteis e sérias, incessantemente importunado pelas perguntas pueris de uma criança e tereis idéia do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as futilidades que se lhes perguntam. Não se segue daí que dos Espíritos não se possam obter úteis esclarecimentos e, sobretudo, bons conselhos; eles, porém, respondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que possuem, o interesse que nos têm, a afeição que nos dedicam e, finalmente, o fim a que nos propomos e a utilidade que vejam no que lhes pedimos. Se, entretanto, os inquirimos unicamente porque os julgamos mais capazes do que outros de nos esclarecerem melhor sobre as coisas deste mundo, claro é que não nos poderão dispensar grande simpatia. Nesse caso, curtas serão suas aparições e, muitas vezes, conforme o grau da imperfeição de que ainda se ressintam, manifestarão mau humor, por terem sido inutilmente incomodados.




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 17 de março de 2019

O livro dos médiuns


"Meu coração está firme, ó Deus, meu coração está firme; vou cantar e salmodiar. Desperta-te, ó minha alma". -( Salmos, 107: 2 )-




Amados irmãos, bom dia!
Meu coração descansa no Senhor e minha alegria de viver se renova a cada amanhecer.




285. TELEGRAFIA HUMANA

58ª Evocando-se reciprocamente, poderiam duas pessoas transmitir de uma a outra seus pensamentos e corresponder-se? 

“Certamente, e essa telegrafia humana será um dia um meio universal de correspondência.” 

a) Por que não será praticada desde já? 
“É praticável para certas pessoas, mas não para toda gente. Preciso é que os homens se depurem, a fim de que seus Espíritos se desprendam da matéria e isso constitui uma razão a mais para que a evocação se faça em nome de Deus. Até lá, continuará circunscrita às almas de escol e desmaterializadas, o que raramente se encontra nesse mundo, dado o estado dos habitantes da Terra.”




Que a graça e a paz sejam conosco!





sábado, 16 de março de 2019

O livro dos médiuns


"Em sua angústia clamaram então para o Senhor, ele os livrou de suas tribulações". -( Salmos, 106: 19 )-




Amados irmãos, bom dia!
Nosso Deus, em amor infinito, não nos quer infelizes. Seu amor nos transforma e dirige para o caminho da vida plena.




284. EVOCAÇÕES DAS PESSOAS VIVAS

37ª A encarnação do Espírito constitui obstáculo à sua evocação?
“Não, mas é necessário que o estado do corpo permita que no momento da evocação o Espírito se desprenda. Com tanto mais facilidade vem o Espírito encarnado, quanto mais elevado for em categoria o mundo onde ele está, porque menos materiais são lá os corpos.”

38ª Pode evocar-se o Espírito de uma pessoa viva?
“Pode-se, visto que se pode evocar um Espírito encarnado. O Espírito de um vivo também pode, em seus momentos de liberdade, se apresentar sem ser evocado; isto depende da simpatia que tenha pelas pessoas com quem se comunica.” (Veja-se, em nº 116, a História do homem da tabaqueira.)

39ª Em que estado se acha o corpo da pessoa cujo Espírito é evocado? “Dorme, ou cochila; é quando o Espírito está livre.”

a) Poderia o corpo despertar enquanto o Espírito está ausente?
“Não; o Espírito é forçado a reentrar na sua habitação; se, no momento, ele estiver confabulando convosco, deixa-vos e às vezes diz por que motivo.” 

40ª Como, estando ausente do corpo, o Espírito é avisado da necessidade da sua presença?
“O Espírito jamais está completamente separado do corpo vivo em que habita; qualquer que seja a distância a que se transporte, a ele se conserva ligado por um laço fluídico que serve para chamá-lo, quando se torne preciso. Esse laço só a morte o rompe.”

Nota. Esse laço fluídico há sido muitas vezes percebido por médiuns videntes. É uma espécie de cauda fosforescente que se perde no Espaço e na direção do corpo. Alguns Espíritos hão dito que por aí é que reconhecem os que ainda se acham presos ao mundo corporal. 

41ª Que sucederia se, durante o sono e na ausência do Espírito, o corpo fosse mortalmente ferido? 
“O Espírito seria avisado e voltaria antes que a morte se consumasse.”

a) Assim, não poderá dar-se que o corpo morra na ausência do Espírito e que este, ao voltar, não possa entrar? 
“Não; seria contrário à lei que rege a união da alma e do corpo.” 

b) Mas, se o golpe for dado subitamente e de improviso?
“O Espírito será prevenido antes que o golpe mortal seja vibrado.”

Nota. Interrogado sobre este fato, respondeu o Espírito de um vivo: 
“Se o corpo pudesse morrer na ausência do Espírito, este seria um meio muito cômodo de se cometerem suicídios hipócritas.” 

42ª O Espírito de uma pessoa evocada durante o sono é tão livre de se comunicar como o de uma pessoa morta? 
“Não; a matéria sempre o influencia mais ou menos.”

Nota. Uma pessoa, que se achava nesse estado e a quem foi feita essa pergunta, respondeu: Estou sempre ligada à grilheta que arrasto comigo.

a) Nesse estado, poderia o Espírito ser impedido de vir, por se achar em outra parte? 
“Sim, pode acontecer que o Espírito esteja num lugar onde lhe apraza permanecer e então não acode à evocação, sobretudo quando feita por quem não o interesse.” 

43ª É absolutamente impossível evocar-se o Espírito de uma pessoa acordada? 
“Ainda que difícil, não é absolutamente impossível, porquanto, se a evocação produz efeito, pode dar-se que a pessoa adormeça; mas, o Espírito não pode comunicar-se, como Espírito, senão nos momentos em que a sua presença não é necessária à atividade inteligente do corpo.”

Nota. A experiência prova que a evocação feita durante o estado de vigília pode provocar o sono, ou, pelo menos, um torpor aproximado do sono, mas semelhante efeito não se pode produzir senão por ato de uma vontade muito enérgica e se existirem laços de simpatia entre as duas pessoas; de outro modo, a evocação nenhum resultado dá. Mesmo no caso de a evocação poder provocar o sono, se o momento é inoportuno, a pessoa, não querendo dormir, oporá resistência e, se sucumbir, seu Espírito ficará perturbado e dificilmente responderá. Segue-se daí que o momento mais favorável para a evocação de uma pessoa viva é o do sono natural, porque, estando livre, seu Espírito pode vir ter com aquele que o chama, do mesmo modo que poderá ir algures. Quando a evocação é feita com consentimento da pessoa e esta procura dormir para esse efeito, pode acontecer que essa preocupação retarde o sono e perturbe o Espírito. Por isso, o sono não forçado é sempre preferível.

44ª Evocada, uma pessoa viva conserva a lembrança da evocação, depois de despertar? 
“Não; vós mesmos o sois mais frequentemente do que pensais. Só o Espírito o sabe, podendo às vezes deixar do fato uma impressão vaga, qual a de um sonho.” 

a) Quem pode evocar-nos, sendo nós, como somos, seres obscuros?
“Pode suceder que em outras existências tenhais sido pessoas conhecidas nesse mundo, ou em outros. Podem fazê-lo igualmente vossos parentes e amigos nesse mundo, ou em outros. Suponhamos que teu Espírito tenha animado o corpo do pai de outra pessoa. Pois bem, quando essa pessoa evocar seu pai, é teu Espírito que será evocado e quem responderá.” 

45ª Evocado o Espírito de uma pessoa viva, responde ele como Espírito, ou com as idéias que tem no estado de vigília?
“Isso depende da sua elevação; porém, sempre julga com mais ponderação e tem menos prejuízos, exatamente como os sonâmbulos; é um estado quase semelhante.” 

46ª Se fosse evocado no estado de sono magnético, o Espírito de um sonâmbulo seria mais lúcido do que o de qualquer outra pessoa? 
“Responderia sem dúvida mais facilmente, por estar mais desprendido; tudo decorre do grau de independência do Espírito com relação ao corpo.” 

a) Poderia o Espírito de um sonâmbulo responder a uma pessoa que o evocasse a distância, ao mesmo tem poque respondesse verbalmente a outra pessoa?
“A faculdade de se comunicar simultaneamente em dois pontos diferentes só a têm os Espíritos completamente desprendidos da matéria.”

47ª Poder-se-iam modificar as idéias de uma pessoa em estado de vigília, atuando-se sobre o seu Espírito durante o sono?
“Algumas vezes, será possível. Não estando o Espírito então preso à matéria por laços tão estreitos, mais acessível se acha às impressões morais e essas impressões podem influir sobre a sua maneira de ver no estado ordinário. Infelizmente, acontece com frequência que, ao despertar ele, a natureza corpórea predomina e lhe faz esquecer as boas resoluções que haja tomado.” 

48ª É livre, o Espírito de uma pessoa viva, de dizer o que queira? 
“Ele tem suas faculdades de Espírito e, por conseguinte, seu livre-arbítrio; e, como então dispõe de mais perspicácia, se mostra mais circunspecto do que no estado de vigília.”

49ª Poder-se-ia, evocando-a, constranger uma pessoa a dizer o que quisesse calar? 
“Eu disse que o Espírito tem o seu livre-arbítrio; pode, porém, dar-se que, como Espírito, a pessoa ligue menos importância a certas coisas do que no estado ordinário, podendo então sua consciência falar mais livremente. Demais, se ela não quiser falar, poderá sempre fugir às importunações, indo-se o seu Espírito embora, porquanto ninguém pode reter um Espírito, como se lhe retém o corpo.”

50ª Poderia o Espírito de uma pessoa viva ser constrangido, por outro Espírito, a vir e falar, como se dá com os Espíritos errantes?
“Entre os Espíritos, sejam de mortos, ou de vivos, não há supremacia senão por efeito da superioridade moral e bem deves compreender que um Espírito superior jamais prestaria apoio a uma covarde indiscrição.”

Nota. Este abuso de confiança seria, efetivamente, uma ação má, mas que nenhum resultado poderia produzir, pois que não há meio de arrancar-se um segredo ao Espírito que o queira guardar, a menos que, dominado por um sentimento de justiça, confessasse o que em outras circunstâncias calaria. Uma pessoa quis saber, por esse modo, de um de seus parentes, se o testamento que por este fora feito era a seu favor. O Espírito respondeu: “Sim, minha cara sobrinha, e terás em breve a prova.” A coisa era, de fato, real; mas, poucos dias depois, o parente destruiu seu testamento e teve a malícia de fazer disso ciente a pessoa, sem que, entretanto, haja sabido que esta o evocara. Um sentimento instintivo o levou sem dúvida a executar a resolução que seu Espírito tomara, de acordo com a pergunta que lhe fora feita. Há covardia em perguntar-se ao Espírito de um morto ou de um vivo o que se não ousaria perguntar à sua pessoa, covardia essa que nem mesmo tem, por compensação, o resultado que se pretende.

51ª Pode evocar-se um Espírito cujo corpo ainda se ache no seio materno? 
“Não; bem sabes que nesse momento o Espírito está em completa perturbação.” 

Nota. A encarnação não se torna definitiva senão no momento em que a criança respira; porém, desde a concepção do corpo, o Espírito designado para animá-lo é presa de uma perturbação que aumenta à medida que o nascimento se aproxima e lhe tira a consciência de si mesmo e, por conseguinte, a faculdade de responder. (Veja-se: O Livro dos Espíritos: “Da volta do Espírito à vida corporal. — União da alma e do corpo”, nº 344.)

52ª Poderia um Espírito mistificador tomar o lugar de uma pessoa viva que se evocasse? 
“É fora de dúvida que sim e isso acontece frequentemente, sobretudo quando não é pura a intenção do evocador. Em suma, a evocação das pessoas vivas só tem interesse como estudo psicológico. Convém que dela vos abstenhais sempre que não possa ter um resultado instrutivo.” 

Nota. Se a evocação dos Espíritos errantes nem sempre resultado, conforme expressão usada por eles, muito mais frequente é que assim aconteça com a dos que estão encarnados. Então, sobretudo, é que os Espíritos mistificadores se apresentam, em lugar dos evocados.

53ª Tem inconvenientes a evocação de uma pessoa viva?
“Nem sempre é sem perigo, dependendo isso das condições em que se ache a pessoa, porquanto, se estiver doente, poderá aumentar-lhe os sofrimentos.” 

54ª Em que caso será mais inconveniente a evocação de uma pessoa viva? 
“Não devem evocar-se as crianças de tenra idade, nem as pessoas gravemente doentes, nem, ainda, os velhos enfermos. Numa palavra, ela pode ter inconvenientes todas as vezes que o corpo esteja muito enfraquecido.”

Nota. A brusca suspensão das qualidades intelectuais, durante o estado de vigília, também poderia oferecer perigo, se a pessoa nesse momento precisasse de toda a sua presença de espírito. 

55ª Durante a evocação de uma pessoa viva, seu corpo, embora ausente, experimenta fadiga por efeito do trabalho a que se entrega seu Espírito? Uma pessoa, que se encontrava nesse estado e que pretendia que seu corpo se fatigava, respondeu assim a essa pergunta:
“Meu Espírito é como um balão cativo preso a um poste; meu corpo é o poste, que as oscilações do balão acodem.”

56ª Pois que a evocação das pessoas vivas pode ter inconvenientes, quando feitas sem precaução, deixa de existir perigo quando se evoca um Espírito que não se sabe se está encarnado e que poderia não se encontrar em condições favoráveis? 
“Não, as circunstâncias não são as mesmas. Ele só virá, se estiver em condições de fazê-lo. Aliás, eu já não vos disse que perguntásseis, antes de fazer uma evocação, se ela é possível?”

57ª Quando, nos momentos mais inoportunos, experimentamos irresistível vontade de dormir, provirá isso de estarmos sendo evocados nalguma parte? 
“Pode, sem dúvida, acontecer que assim seja; porém, as mais das vezes, não há nisso senão um efeito físico, quer porque o corpo tenha necessidade de repouso, quer porque o Espírito precise da sua liberdade.”

Nota. Uma senhora de nosso conhecimento, médium, teve um dia a idéia de evocar o Espírito de seu neto, que dormia no mesmo quarto. A identidade foi comprovada pela linguagem, pelas expressões habituais da criança e pela narração exatíssima de muitas coisas que lhe tinham sucedido no colégio; mas, ainda uma circunstância a veio confirmar. De repente, a mão da médium pára em meio de uma frase, sem que seja possível obter-se mais coisa alguma. Nesse momento, a criança, meio despertada, fez diversos movimentos na sua cama. Alguns instantes depois, tendo novamente adormecido, a mão da médium começou a mover-se outra vez, continuando a conversa interrompida. A evocação das pessoas vivas, feita em boas condições, prova, da maneira menos contestável, a ação do Espírito distinta da do corpo e, por conseguinte, a existência de um princípio inteligente independente da matéria. (Veja-se, na Revue Spirite de 1860, páginas11 e 81, muitos exemplos notáveis de evocação de pessoas vivas.)





Que a graça e a paz sejam conosco!