"Cantai ao Senhor um cântico novo, ressoe o seu louvor na assembleia dos fiéis." -( Salmos, 149: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
Seja o nosso coração grato e apaixonado pelo nosso Criador.
NOTA EXPLICATIVA193
Hoje creem e sua fé é inabalável, porque assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz à razão. [...]. Tal é a fé dos espíritas, e a prova de sua força
é que se esforçam por se tornarem melhores, domarem suas inclinações más e
porem em prática as máximas do Cristo, olhando todos os homens como irmãos,
sem acepção de raças, de castas, nem de seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do divino modelo. (KARDEC, Allan. Revista
Espírita de 1868. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. p. 28, janeiro de 1868.)
A investigação rigorosamente racional e científica de fatos que revelavam a comunicação dos homens com os Espíritos, realizada por Allan
Kardec, resultou na estruturação da Doutrina Espírita, sistematizada sob
os aspectos científico, filosófico e religioso.
A partir de 1854 até seu falecimento, em 1869, seu trabalho foi
constituído de cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro
dos Médiuns (1861), O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), O Céu e
o Inferno (1865), A Gênese (1868), além da obra O Que é o Espiritismo
(1859), de uma série de opúsculos e 136 edições da Revista Espírita (de
janeiro de 1858 a abril de 1869).
Após sua morte, foi editado o livro Obras
Póstumas (1890).
O estudo meticuloso e isento dessas obras permite-nos extrair conclusões básicas:
a) todos os seres humanos são Espíritos imortais criados por
Deus em igualdade de condições, sujeitos às mesmas leis naturais de progresso que levam todos, gradativamente, à perfeição;
b) o progresso ocorre através de sucessivas experiências, em inúmeras reencarnações, vivenciando necessariamente todos os segmentos sociais, única forma de o Espírito
acumular o aprendizado necessário ao seu desenvolvimento;
c) no período
entre as reencarnações o Espírito permanece no mundo espiritual, podendo
comunicar-se com os homens;
d) o progresso obedece às leis morais ensinadas e vivenciadas por Jesus, nosso guia e modelo, referência para todos os
homens que desejam desenvolver-se de forma consciente e voluntária.
Em diversos pontos de sua obra, o Codificador se refere aos Espíritos
encarnados em tribos incultas e selvagens, então existentes em algumas
regiões do Planeta, e que, em contato com outros polos de civilização,
vinham sofrendo inúmeras transformações, muitas com evidente benefício
para os seus membros, decorrentes do progresso geral ao qual estão sujeitas
todas as etnias, independentemente da coloração de sua pele.
Na época de Allan Kardec, as ideias frenológicas de Gall, e as da
fisiognomonia de Lavater, eram aceitas por eminentes homens de Ciência,
assim como provocou enorme agitação nos meios de comunicação e junto
à intelectualidade e à população em geral, a publicação, em 1859 — dois
anos depois do lançamento de O Livro dos Espíritos — do livro sobre a
Evolução das Espécies, de Charles Darwin, com as naturais incorreções e
incompreensões que toda ciência nova apresenta. Ademais, a crença de
que os traços da fisionomia revelam o caráter da pessoa é muito antiga,
pretendendo-se haver aparentes relações entre o físico e o aspecto moral.
O Codificador não concordava com diversos aspectos apresentados
por essas assim chamadas ciências. Desse modo, procurou avaliar as conclusões desses eminentes pesquisadores à luz da revelação dos Espíritos,
trazendo ao debate o elemento espiritual como fator decisivo no equacionamento das questões da diversidade e desigualdade humanas.
Allan Kardec encontrou, nos princípios da Doutrina Espírita, explicações que apontam para leis sábias e supremas, razão pela qual afirmou
que o Espiritismo permite “resolver os milhares de problemas históricos,
arqueológicos, antropológicos, teológicos, psicológicos, morais, sociais
etc.” (Revista Espírita, 1862, p. 401). De fato, as leis universais do amor,
da caridade, da imortalidade da alma, da reencarnação, da evolução constituem novos parâmetros para a compreensão do desenvolvimento dos grupos humanos, nas diversas regiões do Orbe.
193 N.E.: Esta Nota Explicativa, publicada em face de acordo com o Ministério Público Federal, tem por objetivo demonstrar a ausência de qualquer discriminação ou preconceito em alguns trechos das obras de Allan Kardec, caracterizadas, todas, pela sustentação dos princípios de fraternidade e solidariedade cristãs, contidos na Doutrina Espírita.
Que a graça e a paz sejam conosco!