quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A Gênese

 

"Realizastes os anseios do seu coração, não rejeitastes a prece de seus lábios." -( Salmos, 20: 3 )-



Amados irmãos, bom dia!

Os coração e os ouvidos do Senhor estão sempre prontos a nos escutar. Confiemos.



                             Aumento ou diminuição do volume da Terra 

15. O volume da Terra aumenta, diminui ou permanece estacionário? Alguns, para sustentar que o volume da Terra aumenta, se fundam em que as plantas dão ao solo mais do que dele tiram, o que, se num sentido é exato, noutro não o é. As plantas se nutrem tanto, e até mais, das substâncias gasosas que haurem na atmosfera, quanto das que sugam pelas raízes. Ora, a atmosfera faz parte integrante do globo; os gases que a constituem provêm da decomposição dos corpos sólidos e estes, recompondo-se, retomam o que lhe haviam dado. É uma troca, ou, antes, uma perpétua transformação, de tal sorte que, operando-se o crescimento deles com o auxílio dos elementos constitutivos do globo, os despojos dos vegetais e dos animais, por muito consideráveis que sejam, não lhe aumentam de um átomo a massa. Se, por essa causa, a parte sólida do globo aumentasse de modo permanente, isso se daria à custa da atmosfera, que  diminuiria de outro tanto e acabaria por se tornar imprópria à vida, se não recuperasse, pela decomposição dos corpos sólidos, o que perde pela composição deles. Na origem da Terra, as primeiras camadas geológicas se formaram das matérias sólidas momentaneamente volatilizadas, por efeito da alta temperatura, e que, condensadas mais tarde pelo resfriamento, se precipitaram. Incontestavelmente, elas elevaram um pouco a superfície do solo, mas sem acrescentarem coisa alguma à massa total, pois que ali apenas havia um deslocamento de matéria. Quando, expurgada dos elementos que continha em suspensão, a atmosfera se encontrou no estado normal, as coisas tomaram o curso regular em que depois seguiram. Hoje, a menor modificação na constituição da atmosfera acarretaria, forçosamente, a destruição dos atuais habitantes da Terra, mas também é provável que novas raças se formassem noutras condições. Considerada desse ponto de vista, a massa do globo, isto é, a soma das moléculas que compõem o conjunto de suas partes sólidas, líquidas e gasosas, é incontestavelmente a mesma, desde a sua origem. Se o globo experimentasse uma dilatação ou uma condensação, seu volume aumentaria ou diminuiria, sem que a massa sofresse qualquer alteração. Portanto, se a Terra aumentasse de massa, o fato seria efeito de uma causa estranha, pois que ela não poderia tirar de si mesma os elementos necessários ao seu aumento. Há uma opinião segundo a qual o globo aumentaria de massa e de volume pelo afluxo da matéria cósmica interplanetária. Esta ideia nada tem de irracional, mas é por demais hipotética para ser admitida em princípio. Não passa de um sistema combatido por sistemas contrários, sobre os quais a Ciência ainda nada estabeleceu. Eis aqui, a tal respeito, a opinião do eminente Espírito que ditou os sábios estudos uranográficos insertos acima, no capítulo VI: “Os mundos se esgotam pelo envelhecimento e tendem a dissolver- -se para servir de elementos de formação a outros universos. Restituem pouco a pouco ao fluido cósmico universal do espaço o que dele tiraram para formar-se. Além disso, todos os corpos se gastam pelo atrito; o movimento rápido e incessante do globo através do fluido cósmico dá em Revoluções do globo 165 resultado diminuir-se-lhe constantemente a massa, se bem que de quantidade inapreciável em determinado tempo.101 “A existência dos mundos pode, a meu ver, dividir-se em três períodos. — Primeiro período: condensação da matéria, período esse em que o volume do globo diminui consideravelmente, conservando-se a mesma massa. É o período da infância. — Segundo período: contração, solidificação da crosta; eclosão dos germens, desenvolvimento da vida até a aparição do tipo mais aperfeiçoado. Nesse momento, o globo está em toda a sua plenitude, é a época da virilidade; ele perde, mas muito pouco, os seus elementos constitutivos. À medida que seus habitantes progridem espiritualmente, passa ele ao período de decrescimento material; sofre perdas, não só em consequência do atrito, mas também pela desagregação das moléculas, como uma pedra dura que, corroída pelo tempo, acaba reduzida à poeira. Em seu duplo movimento de rotação e translação, ele entrega ao espaço parcelas fluidificadas da sua substância, até o momento em que se completa a sua dissolução. “Mas, então, como o poder de atração está na razão direta da massa, não digo do volume, diminuída a massa do globo, modificam-se as suas condições de equilíbrio no espaço. Dominado por planetas mais poderosos, aos quais ele não pode fazer contrapeso, resultam daí desvios nos seus movimentos e, portanto, também profundas mudanças nas condições da vida em sua superfície. Assim, nascimento, vida e morte; ou infância, virilidade, decrepitude são as três fases por que passa toda aglomeração de matéria orgânica ou inorgânica. Indestrutível, só o Espírito, que não é matéria.” (Galileu, Sociedade de Paris, 1868.)102 

101 Nota de Allan Kardec: No seu movimento de translação em torno do Sol, a velocidade da Terra é de 400 léguas por minuto. Sendo de 9.000 léguas a sua circunferência, em seu movimento de rotação ao redor do seu eixo, cada ponto do Equador percorre 9.000 léguas em 24 horas, ou 6,3 léguas por minuto. 

102 N.E.: Ver Nota Explicativa, p. 375.



Que a graça e a paz sejam conosco!

Nenhum comentário:

Postar um comentário