"Na presença do Senhor continuarei o meu caminho na terra dos vivos." -( Salmos, 114: 9 )-
Amados irmãos, bom dia!
A presença do Senhor nos renova e nos faz acreditar na vida.
Parábola dos vinhateiros homicidas
29. Havia um pai de família que, tendo plantado uma vinha, a cercou com uma sebe e, cavando a terra, construiu uma torre. Arrendou-a depois a uns vinhateiros e partiu para um país distante. Ora, estando próximo o tempo dos frutos, enviou ele seus servos aos vinhateiros, para recolher o fruto da sua vinha. — Os vinhateiros, apoderando-se dos servos, deram num, mataram outro e a outro apedrejaram. Enviou-lhes ele outros servos em maior número do que os primeiros e eles os trataram da mesma maneira. — Por fim, enviou-lhes seu próprio filho, dizendo de si para si: “Ao meu filho eles terão algum respeito.” — Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: “Aqui está o herdeiro; vinde, matemo-lo e ficaremos donos da sua herança.” — E, com isso, pegaram dele, lançaram-no fora da vinha e o mataram. Quando o dono da vinha vier, como tratará esses vinhateiros? — Responderam-lhe: “Fará que pereçam miseravelmente esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos na estação própria.” (Mateus, 21:33 a 41.)
30. O pai de família é Deus; a vinha que Ele plantou é a lei que estabeleceu; os vinhateiros a quem arrendou a vinha são os homens que devem ensinar e praticar a lei; os servos que enviou aos arrendatários são os profetas que estes últimos massacraram; seu filho, enviado por último, é Jesus, a quem eles igualmente eliminaram. Como tratará o Senhor os seus mandatários prevaricadores da lei? Tratá-los-á como seus enviados foram por eles tratados e chamará outros arrendatários que lhe prestem melhores contas de sua propriedade e do proceder do seu rebanho. Assim aconteceu com os escribas, com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus; assim será, quando Ele vier de novo pedir a cada um contas do que fez da sua doutrina; retirará toda a autoridade ao que dela houver abusado, porquanto Ele quer que seu campo seja administrado de acordo com a sua vontade. Ao cabo de dezoito séculos, tendo chegado à idade viril, a humanidade está suficientemente madura para compreender o que o Cristo apenas esflorou, porque então, como Ele próprio o disse, não o teriam compreendido. Ora, a que resultado chegaram os que, durante esse longo período, tiveram a seu cargo a educação religiosa da mesma humanidade? Ao de verem que a indiferença sucedeu à fé e que a incredulidade se alçou em doutrina. Em nenhuma outra época, com efeito, o ceticismo e o espírito de negação estiveram mais espalhados em todas as classes da sociedade. Mas se algumas das palavras do Cristo se apresentam encobertas pelo véu da alegoria, pelo que concerne à regra de proceder, às relações de homem para homem, aos princípios morais a que Ele expressamente condicionou a salvação, seus ensinos são claros, explícitos, sem ambiguidade. (O evangelho segundo o espiritismo, cap. XV.) Que fizeram das suas máximas de caridade, de amor e de tolerância; das recomendações que fez a seus apóstolos para que convertessem os homens pela brandura e pela persuasão; da simplicidade, da humildade, do desinteresse e de todas as virtudes que Ele exemplificou? Em seu nome, os homens se anatematizaram mutuamente e reciprocamente se amaldiçoaram; estrangularam-se em nome daquele que disse: “Todos os homens são irmãos.” Do Deus infinitamente justo, bom e misericordioso que Ele revelou, fizeram um Deus cioso, cruel, vingativo e parcial; àquele Deus, de paz e de verdade, sacrificaram nas fogueiras, pelas torturas e perseguições, muito maior número de vítimas, do que as que em todos os tempos os pagãos sacrificaram aos seus falsos deuses; venderam-se as orações e as graças do céu em nome daquele que expulsou do Templo os vendedores e que disse a seus discípulos: “Dai de graça o que de graça recebestes.” Que diria o Cristo, se viesse hoje entre nós? Se visse os que se dizem seus representantes a ambicionar as honras, as riquezas, o poder e o fausto dos príncipes do mundo, ao passo que Ele, mais rei do que todos os reis da Terra, fez a sua entrada em Jerusalém montado num jumento? Não teria o direito de dizer-lhes: “Que fizestes dos meus ensinos, vós que incensais o bezerro de ouro, que dais a maior parte das vossas preces aos ricos, reservando uma parte insignificante aos pobres, sem embargo de haver eu dito: Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus?” Mas, se Ele não está carnalmente entre nós, está em Espírito e, como o senhor da parábola, virá pedir contas aos seus vinhateiros do produto da sua vinha, quando chegar o tempo da colheita.
Que a graça e a paz sejam conosco!