"Senhor, fostes nosso refúgio de geração em geração." -( Salmos, 89: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
Somos os filhos privilegiados da criação. Que o louvor e a gratidão sejam presentes, a todo instante, em nossos corações.
66. Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais. Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, Ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice de amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até o último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior. Numa palavra: Ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Tais as consequências lógicas desse sistema, consequências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem.182 Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.
67. Não é nova essa ideia sobre a natureza do corpo de Jesus. No quarto século, Apolinário, de Laodiceia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus não tomara um corpo como o nosso, mas um corpo impassível, que descera do céu ao seio da santa virgem e que não nascera dela; que, assim, Jesus não nascera, não sofrera e não morrera, senão em aparência. Os apolinaristas foram anatematizados no concílio de Alexandria, em 360; no de Roma, em 374; e no de Constantinopla, em 381. Tinham a mesma crença os docetas (do grego dokéō, aparecer), seita numerosa dos Gnósticos, que subsistiu durante os três primeiros séculos.183
182 N.E.: Diante das comunicações e dos fenômenos surgidos após a partida de Kardec, concluiu-se que não houve realmente vão simulacro, como igualmente não houve simulacro de Jesus, após a sua morte, ao pronunciar as palavras que foram registradas por Lucas, 24:39: — “Sou eu mesmo, apalpai-me e vede, porque um Espírito não tem carne nem osso, como vedes que eu tenho.”
183 N.E.: Não somente foram anatematizados os apolinaristas, mas também os reencarnacionistas e os que se põem em comunicação com os mortos.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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