"As obras de suas mãos são verdade e justiça; imutáveis os seus preceitos." -( Salmos, 110: 7 )-
Amados irmãos, bom dia!
O Senhor é justo e bom o tempo todo.
Ruína do Templo e de Jerusalém
15. Quando Jesus saiu do Templo para ir embora, seus discípulos se acercaram dele para lhe fazerem notar a estrutura e a grandeza daquele edifício. — Ele, porém, lhes disse: “Vedes todas estas construções? Digo-vos, em verdade, que serão de tal maneira destruídas, que não ficará pedra sobre pedra.” (Mateus, 24:1 e 2.)
16. Em seguida, tendo chegado perto de Jerusalém, contemplando a cidade, Ele chorou por ela, dizendo: — “Ah! se, ao menos neste dia que ainda te é concedido, reconhecesses aquele que te pode proporcionar paz! Mas, agora, tudo isto se acha oculto aos teus olhos. — Tempo virá, pois, para ti, desgraçada, em que teus inimigos te cercarão de trincheiras, te encerrarão e apertarão de todos os lados; — em que te deitarão por terra, a ti e aos teus filhos que estão dentro de ti, e não te deixarão pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que Deus te visitou.” (Lucas, 19:41 a 44.)
17. “Entretanto, é preciso que eu continue a andar hoje e amanhã e o dia seguinte, porquanto necessário é que nenhum profeta sofra morte noutra parte, que não em Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém! que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes hei querido reunir teus filhos, como uma galinha reúne sob as asas seus pintinhos, e não o quiseste! — Aproxima-se o tempo em que vossa casa ficará deserta. Ora, eu, em verdade, vos digo que doravante não me tornareis a ver, até que digais: Bendito seja o que vem em nome do Senhor.” (Lucas, 13:33 a 35.)
18. “Quando virdes um exército cercando Jerusalém, sabei que está próxima a sua destruição. — Fujam para as montanhas os que estiverem na Judeia, retirem-se os que estiverem dentro dela e nela não entrem os que estiverem na região circunvizinha. — Porquanto, esses dias serão os da vingança, a fim de que se cumpra tudo o que está na Escritura. — Ai das que estiverem grávidas nesses dias, visto que este país será acabrunhado de males e a cólera do céu cairá sobre este povo. — Serão passados a fio de espada; serão levados em cativeiro para todas as nações e Jerusalém será calcada aos pés pelos gentios, até que se haja preenchido o tempo das nações.” (Lucas, 21:20 a 24.)
19. (Jesus avançando para o suplício) — Ora, acompanhava-o grande multidão de povo e de mulheres a bater nos peitos e a chorar. — Jesus, então, voltando-se, disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos — porquanto virá tempo em que se dirá: ‘Ditosas as estéreis, as entranhas que não geraram filhos e os seios que não amamentaram.’ — Todos se porão a dizer às montanhas: ‘Caí sobre nós!’ e às colinas: ‘Cobri-nos!’ — Pois, se tratam deste modo o lenho verde, como será tratado o lenho seco?” (Lucas, 23:27 a 31.)
20. A faculdade de pressentir as coisas porvindouras é um dos atributos da alma e se explica pela teoria da presciência. Jesus a possuía, como todos os outros, em grau eminente. Pôde, portanto, prever os acontecimentos que se seguiriam à sua morte, sem que nesse fato algo haja de sobrenatural, pois que o vemos reproduzir-se aos nossos olhos, nas mais vulgares condições. Não é raro que indivíduos anunciem com precisão o instante em que morrerão; é que a alma deles, no estado de desprendimento, está como o homem da montanha (cap. XVI, item 1): abarca a estrada a ser percorrida e lhe vê o termo.
21. Tanto mais assim havia de dar-se com Jesus, quanto, tendo consciência da missão que viera desempenhar, sabia que a morte no suplício forçosamente lhe seria a consequência. A visão espiritual, permanente nele, assim como a penetração do pensamento, haviam de mostrar-lhe as circunstâncias e a época fatal. Pela mesma razão podia prever a ruína do Templo, a de Jerusalém, as desgraças que se iam abater sobre seus habitantes e a dispersão dos judeus.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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