sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O que é o Espiritismo


"Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti procuro segurança! Na sombra das tuas asas eu encontro proteção até que passe o perigo." -( Salmos, 57: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
Bendito aquele que coloca sua vida nas mãos do Senhor.








155. Que diferença há, depois da morte, entre a alma do sábio e a do ignorante, entre a do selvagem e a do homem civilizado?

A mesma, pouco mais ou menos, que existia entre elas durante a vida; porque a entrada no mundo dos Espíritos não dá à alma todos os conhecimentos que lhe faltavam na Terra.

156. Progridem as almas, intelectualmente, depois da morte?

Progridem mais ou menos, segundo sua vontade, e algumas se adiantam muito; porém, têm necessidade de pôr em prática, durante a vida corporal, o que adquiriram em ciência e moralidade. As que ficaram estacionárias, recomeçam uma existência análoga à que deixaram; as que progrediram, alcançam uma encarnação de ordem mais elevada. Sendo o progresso proporcionado à vontade do Espírito, há muitos que, por longo tempo, conservam os gostos e as inclinações que tinham durante a vida, e prosseguem nas mesmas ideias. (Ver Revista espírita, março de 1858, A rainha de Oude; Idem, maio de 1858; O Espírito e os herdeiros; Idem, julho de 1858, O tambor de Beresina; Idem, dezembro de 1859, Um antigo carreteiro; Idem, outubro de 1860; Progresso dos Espíritos; Idem, abril de 1861, Progresso de um Espírito perverso.)

157. A sorte do homem, na vida futura, está irrevogavelmente fixada depois da morte?

A fixação irrevogável da sorte do homem, depois da morte, seria a negação absoluta da justiça e da bondade de Deus, porque há muitos que não puderam esclarecer-se suficientemente na existência terrena, sem falar dos idiotas, imbecis, selvagens e de elevado número de crianças que morrem sem ter entrevisto a vida. Mesmo entre os homens esclarecidos, há muitos que, julgando-se assaz perfeitos, creem-se dispensados de estudar e trabalhar mais, e não é isto prova que Deus nos dá de sua bondade, o permitir que o homem faça amanhã o que não pode fazer hoje?
Se a sorte é irrevogavelmente fixada, por que morrem os homens em idades diferentes, e por que, em sua justiça, não concede Deus a todos o tempo de produzir a maior soma de bem e reparar o mal que fizeram?
Quem sabe se o criminoso que morre aos 30 anos, não se teria tornado um homem de bem, se vivesse até os 60? Por que Deus lhe tira assim os meios que concede a outros? Só o fato da diversidade das durações da vida e do estado moral da grande maioria dos homens prova a impossibilidade, admitida a Justiça divina, de ser a sorte da alma irrevogavelmente fixada depois da morte.

158. Qual, na vida futura, a sorte das crianças que morrem em tenra idade?

Esta questão é uma das que melhor provam a justiça e a necessidade da pluralidade das existências. Uma alma que só tiver vivido alguns instantes, sem fazer nem bem nem mal, não pode merecer prêmio nem castigo, pois, segundo a máxima do Cristo — cada um é punido ou recompensado conforme suas obras — é tão ilógico como contrário à Justiça de Deus admitir-se que, sem trabalho, essa alma seja chamada a gozar da bem-aventurança dos anjos, ou que desta se veja privada; entretanto, ela deve ter um destino qualquer. Um estado misto, por toda a eternidade, seria igualmente uma injustiça. Uma existência logo em começo interrompida, não podendo, pois, ter consequência alguma para a alma, tem por sorte atual o que mereceu da existência anterior, e futuramente o que vier a merecer em suas existências ulteriores.

159. Têm as almas ocupações na outra vida? Pensam elas em outra coisa, a não ser em suas alegrias e sofrimentos?

Se as almas não fizessem mais que tratar de si durante a eternidade, seria egoísmo, e Deus, que condena essa falta na vida corporal, não poderia aprová-la na espiritual. As almas, ou Espíritos, têm ocupações em relação com o seu grau de adiantamento, ao mesmo tempo que procuram instruir-se e melhorar-se. (Ver O livro dos espíritos, questão 558.)

160. Em que consistem os sofrimentos da alma depois da morte? Irão as almas criminosas ser torturadas em chamas materiais? A Igreja reconhece perfeitamente, hoje, que o fogo do inferno é todo moral, e não material; porém, não define a natureza dos sofrimentos. As comunicações espíritas colocam os sofrimentos sob os nossos olhos, e, por esse meio, podemos apreciá-los e convencer-nos de que, apesar de não serem o resultado de um fogo material, que efetivamente não poderia queimar almas imateriais, eles, nem por isso, deixam de ser mais terríveis, em certos casos.
Essas penas não são uniformes: variam infinitamente, segundo a natureza e o grau das faltas cometidas, sendo quase sempre essas mesmas faltas o instrumento do seu castigo; é assim que certos assassinos são obrigados a conservarem-se no próprio lugar do crime e a contemplar suas vítimas incessantemente; que o homem de gostos sensuais e materiais conserva esses pendores juntamente com a impossibilidade de satisfazê-los, o que lhe é uma tortura; que certos avarentos julgam sofrer o frio e as privações que suportaram na vida por sua avareza; outros se conservam junto aos tesouros que enterraram, em transes perpétuos, com medo que os roubem; em uma palavra, não há um defeito, uma imperfeição moral, um ato mau, que não tenha, no mundo espiritual, seu reverso e suas consequências naturais; e, para isso, não há necessidade de um lugar determinado e circunscrito. Onde quer que se ache o Espírito perverso, o inferno estará com ele.
Além dos sofrimentos espirituais, há as penas e provas materiais que o Espírito, se não está depurado, experimenta numa nova encarnação, na qual é colocado em condições de sofrer o que fez a outrem sofrer; de ser humilhado, se foi orgulhoso; miserável, se avarento; infeliz com seus filhos, se foi mau filho etc.
Como dissemos, a Terra é um dos lugares de exílio e de expiação, um purgatório, para os Espíritos dessa natureza, do qual cada um se pode libertar, melhorando-se suficientemente para merecer habitação em mundo melhor. (Ver O livro dos espíritos, questão 237: “Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos”; Idem, Parte Quarta; Das esperanças e consolações, cap. I, Das penas e gozos futuros; Revista espírita, março de 1858, O assassino Lemaire; Idem, junho de 1858, O suicida da Samaritana; Idem, dezembro de 1858, Sensações dos Espíritos; Idem, outubro de 1859, O pai Crépin; Idem, fevereiro de 1860, Estelle Riquier; Idem, agosto de 1860, O suicida da rua Quincampoix; Idem, outubro de 1860, O castigo; Idem, dezembro de 1860, Entrada de um culpado no mundo dos Espíritos, Castigo do egoísta; Idem, fevereiro de 1861, O suicídio de um ateu; Idem, setembro de 1861, A pena de talião.)

161. A prece será útil às almas sofredoras?

Todos os bons Espíritos a recomendam e os imperfeitos a pedem como meio de aliviar os seus sofrimentos. A alma, por quem se pede, experimenta um consolo, porque vê na prece um testemunho de interesse, e o infeliz é sempre consolado, quando encontra pessoas que compartilhem de suas dores. De outro lado, pela prece o exortamos ao arrependimento e ao desejo de fazer o necessário para ser feliz; é neste sentido que se pode abreviar-lhe as penas, quando ele, de seu lado, o favorece com a sua boa vontade. (Ver O livro dos espíritos, questão 664. Revista espírita, dezembro de 1859, Efeitos da prece.)

162. Em que consistem os gozos das almas felizes? Passam elas a eternidade em contemplação?

A justiça quer que a recompensa seja proporcional ao mérito, como a punição à gravidade da falta; há, pois, graus infinitos nos gozos da alma, desde o instante em que ela entra no caminho do bem, até aquele em que atinge a perfeição. A felicidade dos bons Espíritos consiste em conhecer todas as coisas, não sentir ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que desgraçam os homens. O amor que os une é, para os bons Espíritos, a fonte de suprema felicidade, pois não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material.
O estado de contemplação perpétua seria uma felicidade estúpida e monótona; seria a ventura do egoísta, uma existência interminavelmente inútil.
A vida espiritual é, ao contrário, de uma atividade incessante pelas missões que os Espíritos recebem do Ser supremo, de serem seus agentes no governo do universo — missões essas proporcionadas ao seu adiantamento, e cujo desempenho os torna felizes, porque lhes fornece ocasiões de serem úteis e de fazerem o bem. (Ver O livro dos espíritos, questão 558: Das ocupações e missões dos Espíritos. Revista espírita, outubro de 1860, Os Espíritos puros, Morada dos bem-aventurados; Idem, junho de 1861, Sra. Anaïs Gourdon.)

Observação – Convidamos os adversários do Espiritismo e os que não admitem a reencarnação a darem, dos problemas acima apresentados, uma solução mais lógica, por outro princípio qualquer que não seja o da pluralidade das existências.




Estudo do Livro dos Espíritos







632. Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?

“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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