quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O Céu e o Inferno


"Invocaram o Senhor misericordioso, levantando para o céu as suas mãos estendidas e o Santo, o Senhor Deus, ouviu logo a sua voz". -( Eclesiástico, 48: 22 )-




Amados irmãos, bom dia!
Quando buscamos o Senhor, ele sempre nos atende. Contudo é importante saber que, se não nos dá o que pedimos é, exclusivamente, porque ele sabe o que nos convém. Isso precisamos compreender.




                            EXPROBRAÇÕES DE UM BOÊMIO 
                                      (Bordéus, 19 de abril de 1862)

Homens, meus irmãos, eu vivi só para mim e agora expio e sofro! Conceda-vos Deus a graça de evitardes os espinhos que ora me laceram. Prossegui na senda larga do Senhor e orai por mim, pois abusei dos favores que Deus faculta às suas criaturas!“Quem sacrifica aos instintos brutos a inteligência e os bons sentimentos que Deus lhe dá, assemelha-se ao animal que muitas vezes se maltrata. O homem deve utilizar-se sobriamente dos bens de que é depositário, habituando-se a visar a eternidade que o espera, abrindo mão, por consequência, dos gozos materiais. A sua alimentação deve ter por exclusivo fim a vitalidade; o luxo deve apenas restringir-se às necessidades da sua posição; os gostos, os pendores, mesmo os mais naturais, devem obedecer ao mais são raciocínio; sem o que, ele se materializa em vez de se purificar. As paixões humanas são estreitos grilhões que se enroscam na carne e, assim, não lhes deis abrigo. Vós não sabeis o seu preço, quando regressamos à pátria! As paixões humanas vos despem antes mesmo de vos deixarem, de modo a chegardes nus, completamente nus, ante o Senhor. Ah! cobri-vos de boas obras que vos ajudem a franquear o Espaço entre vós e a eternidade. Manto brilhante, elas escondem as vossas torpezas humanas. Envolvei-vos na caridade e no amor — vestes divinas que duram eternamente.”

Instruções do guia do médium. — Este Espírito está num bom caminho, porquanto, além do arrependimento, aduz conselhos tendentes a evitar os perigos da senda por ele trilhada. Reconhecer os erros é já um mérito e um passo efetivo para o bem: também por isso, a sua situação, sem ser venturosa, deixa de ser a de um Espírito infeliz. Arrependendo-se, resta-lhe a reparação de uma outra existência. Mas, antes de lá chegar, sabeis qual a existência desses homens de vida sensual que não deram ao Espírito outra atividade além da invenção de novos prazeres? A influência da matéria segue-os além-túmulo, sem que a morte lhes ponha termo aos apetites que a sua vista, tão limitada como quando na Terra, procura em vão os meios de os saciar. Por não terem nunca procurado alimento espiritual, a alma erra no vácuo, sem norte, sem esperança, presa dessa ansiedade de quem não tem diante de si mais que um deserto sem limites. A inexistência das lucubrações espirituais acarreta naturalmente a nulidade do trabalho espiritual depois da morte; e porque não lhe restem meios de saciar o corpo, nada restará para satisfazer o Espírito. Daí, um tédio mortal cujo termo não prevêem e ao qual prefeririam o nada. Mas o nada não existe... Puderam matar o corpo, mas não podem aniquilar o Espírito. Importa pois que vivam nessas torturas morais, até que, vencidos pelo cansaço, se decidam a volver os olhos para Deus.





Que a graça e a paz sejam conosco!

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