"Então, eu vos confessei o meu pecado e não mais dissimulei a minha culpa. Disse: Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniquidade e vós perdoastes a pena do meu pecado." -( Salmos, 31: 5 )-
Amados irmãos, bom dia!
Não há nada melhor que caminhar sob a proteção do Senhor e ter em paz nosso coração.
10. Estudando-se todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se
que as raízes de umas e outros se acham no instinto de conservação, instinto que se encontra em toda a pujança nos animais e nos seres primitivos
mais próximos da animalidade, nos quais ele exclusivamente domina,
sem o contrapeso do senso moral, por não ter ainda o ser nascido para a
vida intelectual. O instinto se enfraquece, à medida que a inteligência se
desenvolve, porque esta domina a matéria. O Espírito tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras
fases da sua existência corpórea, somente às exigências materiais lhe cumpre
satisfazer e, para tal, o exercício das paixões constitui uma necessidade para
a conservação da espécie e dos indivíduos, materialmente falando. Mas, uma
vez saído desse período, outras necessidades se lhe apresentam, a princípio
semimorais e semimateriais, depois exclusivamente morais. É então que o
Espírito exerce domínio sobre a matéria, sacode-lhe o jugo, avança pela senda providencial que se lhe acha traçada e se aproxima do seu destino final.
Se, ao contrário, ele se deixa dominar pela matéria, atrasa-se e se identifica
com o bruto. Nessa situação, o que era outrora um bem, porque era uma
necessidade da sua natureza, transforma-se num mal, não só porque já não
constitui uma necessidade, como porque se torna prejudicial à espiritualização
do ser. Muita coisa, que é qualidade na criança, torna-se defeito no adulto.
O mal é, pois, relativo e a responsabilidade é proporcionada ao grau de
adiantamento.
Todas as paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, pois, se
assim não fosse, Deus teria feito coisas inúteis e até nocivas. No abuso é
que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu livre-arbítrio. Mais
tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse, livremente escolhe entre o
bem e o mal.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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