quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Como pode um homem nascer, sendo velho?


“Não extingais o Espírito.” - Paulo -  ( I Tessalonicenses, 5:19 )




Amados irmãos, bom dia!
"Não raro, observamos criaturas que agem contra a própria consciência, a fim de não se categorizarem entre os espirituais. Entretanto, as entidades encarnadas permanecem dentro de laborioso  aprendizado, para se erguerem do mundo na qualidade de espíritos gloriosos. Esta é a maior finalidade da escola humana. Irmãos nossos existem que regressam da Terra pela mesma porta da ignorância e da indiferença pela qual entraram. Eis por  que, no balanço das atividades de cada dia, os discípulos deverão interrogar a si mesmos: –  “Que fiz hoje? acentuei os traços da criatura inferior  que fui até ontem ou  desenvolvi as qualidades elevadas do espírito que desejo reter amanhã?” -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )








Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Por ventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? (Jo 3:4). 

A expressão: “Perguntou-lhe Nicodemos” evidencia a relação de respeito e de fraternidade que, usualmente, se estabelece entre orientador e orientado. Esta interação é mais verdadeira e harmônica quando existem respeito, confiança e humildade. Percebe-se que a conversação se desenvolvia entre duas autoridades, obviamente cada uma situada em planos evolutivos diferentes. Entre Jesus e Nicodemos há uma distância evolutiva inimaginável. Entretanto, Jesus chega até o representante da autoridade da Terra, envolve-o amorosamente, e lhe presta orientações seguras. Nicodemos, por sua vez, curva-se humilde e reverente à autoridade celestial, submetendo-se aos seus esclarecimentos. 

Na continuação do diálogo, vemos o “homem velho” surgir quando pergunta ao Mestre: “como pode um homem nascer, sendo velho?”. E o Filho do homem, com humildade e sabedoria, lhe esclarece devidamente. A pergunta de Nicodemos retrata o que acontece, na atualidade, quando o Espiritismo nos revela quem somos, donde viemos e para onde vamos. Ante essas informações queremos saber: “Como isso se dá?”, “Qual é o mecanismo?”, “Como pode?”. A resposta dada por Jesus à perplexa pergunta de Nicodemos suscita novas dúvidas, produzindo novos ensinamentos. Nicodemos, arraigado aos elementos restritivos da lei de Moisés, indaga a Jesus. O Filho do homem, reunindo componentes simples e eficientes, mas de natureza sublime, responde, afastando-o da horizontalidade simplista dos interesses imediatos e passageiros. 

A forma de indagação utilizada pelo doutor da lei reflete uma mente ainda presa às tradições religiosas. Jesus ouve com a paciência de quem sabe e prontifica-se a atendê-lo. Continua Nicodemos em seus argumentos: “Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?”. O texto evidencia que, ao mesmo tempo em que ele faz inquirições, também tira as próprias conclusões, sem medo do ridículo, nos mostrando que estamos diante de um discípulo, ávido por conhecimento, que encontrou o seu mestre. O registro feito pelo apóstolo João nos faz refletir sobre a imensa capacidade de ensinar, revelada por Jesus. Jesus não só esclareceu as dúvidas imediatas do doutor da lei, como estende o ensinamento para ângulos jamais imaginados pelo indagador; não enfoca apenas a ideia reencarnacionista, mas de forma sutil são apontadas elucidações sobre a natureza do Espírito, a formação do corpo físico, origem, existência e sobrevivência do Espírito etc." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






324. Os Espíritos das pessoas a quem se erigem estátuas ou monumentos assistem à inauguração de umas e outros e experimentam algum prazer nisso? 

“Muitos comparecem a tais solenidades, quando podem; porém, menos os sensibiliza a homenagem que lhes prestam, do que a lembrança que deles guardam os homens.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus



“Bom  é  que  o  coração se  fortifique  com  graça  e  não  com  manjares,  que  de  nada  aproveitaram  aos  que  a  eles  se  entregaram.”  - Paulo - ( Hebreus, 13:9 )
 





Amados irmãos, bom dia!
"Há vícios de nutrição da alma, tanto quanto existem na alimentação  do  corpo. Muitas pessoas trocam a água pura pelas bebidas excitantes, qual ocorre a muita gente que prefere lidar com a ilusão perniciosa, em se tratando dos problemas espirituais. O alimento do coração, para ser efetivo na vida eterna, há de basear-­se nas realidades simples do caminho evolutivo." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo 3:3). 

Jesus repete a expressão “na verdade” duas vezes. Trata-se de uma forma de mostrar firmeza ou convicção. De constatar a evidência de um fato. É forma de demonstrar também a autoridade moral de Jesus, guia e modelo da humanidade, é como se o Mestre dissesse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:31-32). 

Quando Jesus transmite a Nicodemos o ensinamento espiritual básico — “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” — causa perplexidade ao doutor da lei que, admitindo sua ignorância, não entende como é possível alguém nascer de novo. Nicodemos, como se vê no texto do Evangelho, embora não fosse mau homem, [...] estava tão impregnado dos ensinamentos da religião farisaica, consistentes quase que só de cultos e práticas exteriores, que vacilava a respeito da outra vida, duvidava que o homem, depois de morto o corpo, pudesse continuar a viver, e que houvesse, de fato, uma vida real além do túmulo. 

Não obstante o texto demonstrar, igualmente, o sentido renovador do nascimento espiritual, sob as luzes do Evangelho, o conteúdo explícito é, sem dúvida, relativo à ideia reencarnacionista, mecanismo de progresso espiritual e instrumento de manifestação da justiça de Deus. Sem a reencarnação não é possível atingir o aperfeiçoamento, segundo nos esclarece a questão 132 de O livro dos espíritos: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.”

Sem a reencarnação, o homem “Não pode ver o reino de Deus”, o que significa dizer: não alcançaremos a plenitude espiritual se nos mantivermos presos aos dogmas, aos cultos, aos falsos ensinamentos, às sensações da matéria. Com a reencarnação, abrem-se novas oportunidades de aprendizado e de renovação espirituais, propiciando impulsos evolutivos significativos. As reencarnações nos propiciam oportunidades para entender que o reino de Deus está em nós (Lc 17:21), não alhures." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa? 

“Aquele que visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Rabi, bem sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus


“Mas agora o meu reino não é daqui”  - Jesus - ( João, 18:36 )




Amados irmãos, bom dia!
"Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra. Ajoelham-­se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade. No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo insculpirá a própria vitória. Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Este, foi ter de noite com Jesus e lhe disse: Rabi, bem sabemos que és Mestre vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele (Jo 3:2). 

Preso aos interesses do mundo e encoberto pelo manto das sombras, oferecido pelas convenções sociais, Nicodemos apoia-se na esperança e vai até Jesus. O Mestre o acolhe sob o influxo de sua luz e sabedoria espirituais, a fim de esclarecê-lo. 

Do ponto de vista histórico, o fato se deu à noite. Entretanto, retirando da letra o sentido espiritual, entendemos que a palavra “noite” indica trevas, escuridão, em oposição a “dia”, indicativo de luz, claridade. No contexto da passagem evangélica, Nicodemos simboliza alguém que já identificou os pontos obscuros (de trevas) existentes em si mesmo, representados pela ignorância que ainda possuia. Procurar Jesus foi um ato de sabedoria, reconhecendo o Senhor como o mestre capaz de conceder-lhe as orientações seguras de que tanto necessitava. 

Se alguém é movido pelo impulso de aprender, sempre parte de um ponto de referência. Foi o que aconteceu a Nicodemos, ao afirmar: “Rabi, bem sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus”. Ora, “Rabi” é uma expressão cujo significado é “meu mestre”. Quer dizer que mesmo antes de conversar com Jesus, Nicodemos reconhecia a grandeza do Senhor. Ele acreditava na origem divina de Jesus, na sua superioridade espiritual, diferente do julgamento existente entre os seus irmãos de religião. É oportuno destacar também a postura humilde desse doutor da lei . Dizendo: “bem sabemos que és Mestre”, Nicodemos dá testemunho das limitações espirituais que possuía, embora fosse orientador em Israel; acreditava em Jesus, mas ainda não compreendia a sua mensagem. Por meio de reflexões íntimas consequentes da fé raciocinada, entendeu que as ações de Jesus tinham procedência divina. Não basta dizer que os fatos vêm de Deus. E para chegar ao conhecimento desses fatos, temos de estudar justamente o que Jesus fazia questão que fosse estudado, ou seja, a Vida eterna. 

A atitude de Nicodemos nos transmite outra lição, não menos valiosa: a de alguém que, tendo como base as noções espirituais que possuía, soube observar Jesus, refletir sobre os seus ensinamentos para, convicto, afirmar que o Senhor era um Espírito “vindo de Deus” porque “ninguém pode fazer estes sinais [...], se Deus não for com ele” -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






322. E os esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, também lá, não obstante, comparecem e sentem algum pesar por verem que nenhum amigo se lembra deles? 

“Que lhes importa a Terra? Só pelo coração nos achamos a ela presos. Desde que aí ninguém mais lhe vota afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que tem para si o Universo inteiro.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 18 de dezembro de 2016

Interpretação do texto evangélico


“Tornando-­nos  recomendáveis  em  tudo:  na  muita  paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias.” - Paulo - ( II Coríntios, 6:4 )





Amados irmãos, bom dia!
"A maioria dos aprendizes do Evangelho não encara seriamente o fundo  religioso da vida, senão nas atividades do culto exterior. Na concepção de muitos bastará frequentar, assíduos, as assembléias da fé e todos os enigmas da alma estarão decifrados, no capítulo das relações com Deus. Entretanto, os ensinamentos do Cristo apelam para a renovação  e aprimoramento individual em todas as circunstâncias.  É indispensável que os aprendizes se tornem recomendáveis em tudo, revelando a excelência das idéias que os alimentam, tanto em casa, quanto nas igrejas, tanto nos serviços comuns, quanto nas vias públicas. Certo, ninguém precisará viver exclusivamente de mãos ­postas ou de olhar  fixo no firmamento; todavia, não nos esqueçamos de que a gentileza, a boa ­vontade, a cooperação e a polidez são aspectos divinos da oração viva no apostolado do  Cristo." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-










Interpretação do texto evangélico


E havia entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um príncipe dos judeus (Jo 3:1). 

Nicodemos pertencia à casta dos fariseus, ordem religiosa e política, caracterizada pela intolerância, pelo apego às leis moisaicas e pelas manifestações de culto externo. Os fariseus apresentavam as seguintes características: Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por uma e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém.

Encontramos, ainda hoje, pessoas que, à semelhança dos fariseus, têm conhecimento das coisas espirituais, mas as mantêm ocultas sob o símbolo das práticas exteriores ou se deixam conduzir pelos meandros da política religiosa. A expressão “um homem” imprime, no ensino, uma característica universal representativa do ser humano imperfeito. Este, em processo de evolução, transita por diferentes ambientes, ao longo das reencarnações. Usa, em cada uma delas, um tipo de vestimenta, mas o processo evolutivo é lento, porque, se de um lado acumula considerável bagagem de conhecimento, revela dificuldades para aplicá-la. Esta dicotomia entre o que se sabe e o que se faz, produz profundos conflitos à consciência humana. Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação

O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição. Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz a sua natureza divina.

Importa considerar que a despeito de ser Nicodemos chamado “príncipe dos judeus”, em razão de ser alguém bem situado no campo social, politicamente influente e membro do sinédrio, percebia que algo profundo e verdadeiro lhe faltava. Vemos nesse personagem do Evangelho uma pessoa que, por contingências reencarnatórias, estava presa às tradições religiosas vigentes, mas que procura superar as barreiras das convenções e procura o Mestre, ainda que “tarde da noite”. Nicodemos era, pois, um homem bom, e, por esse motivo, desejava imensamente encontrar-se com Jesus, para conversar com o Mestre sobre assunto religioso, porque tivera notícias das pregações do Nazareno e das curas que ele fazia.

A história se repete, semelhantemente, conosco. Convocados à aproximação da mensagem do Amor, depois das desilusões e da constatação da ineficiência dos títulos e valores do mundo, procuramos outros padrões que possam nos colocar na rota segura da existência. Investindo em novos conhecimentos espirituais, aprendemos que qualquer vinculação a novas propostas implica desvinculação das velhas, como bem nos esclarece o orientador espiritual: Cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços. O berço de todo homem é o princípio de um labirinto de tentações e de dores, inerentes à própria vida na esfera terrestre, labirinto por ele mesmo traçado e que necessita palmilhar com intrepidez moral. Portanto, qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser vencido; todo Espírito labora para dominar a matéria e triunfar dos seus impulsos inferiores. Busquemos, pois, nos guiar por esta lição do Evangelho, ilustrada no diálogo ocorrido entre Jesus e Nicodemos, uma vez que é sempre útil vencer os obstáculos e procurar Jesus." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene do que os outros dias? Apraz-lhes ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos? 

“Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.” 

a) — Mas o de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? 

“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.” 

b) — Sob que forma aí comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis? 

“Sob a que tinham quando encarnados.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 17 de dezembro de 2016

Nicodemus


“O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que  o vejamos e acreditemos.” -( Marcos, 15:32 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A mentalidade milagreira sempre nadou  na superfície dos sentidos, sem atingir a zona do espírito eterno, e, se não alcança os fins menos dignos aos quais se dirige, descamba para os desafios mordazes. Une­-te ao Senhor, dá quanto puderes em nome d’Ele e prossegue servindo  na extensão do bem, convicto de que o vasto mundo  inferior apenas te pedirá maliciosamente distrações e sinais." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Texto evangélico 


"E havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (João 3:1-6).

Registra Humberto de Campos, no livro Boa nova, como ocorreu o encontro e o elucidativo diálogo entre Jesus e Nicodemos, registrado pelo apóstolo João. Todavia, sem embargo das dissensões naturais que precedem o estabelecimento definitivo da ideias novas, alguns Espíritos acompanhavam o Messias, tomados de vivo interesse pelos seus elevados princípios. Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular, seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos seus discípulos e recebeu a visita com a sua bondade costumeira. Após a saudação habitual e revelando as suas ânsias de conhecimento, depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se-lhe respeitoso: “Mestre, bem sabemos que vindes de Deus, pois somente com a luz da assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal do céu em vossas mãos. Tenho empregado a minha existência em interpretar a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei lançar mão para conhecer o reino de Deus!”. O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu: “Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições, deverias ter-lhe sentido os textos”.

É importante destacar as últimas palavras do diálogo: “deverias ter-lhe sentido os textos”. Trata-se, naturalmente, de valiosa observação feita por Jesus, uma vez que é muito difícil o êxito, em qualquer empreendimento, se os sentimentos não estão envolvidos. Da mesma forma, devemos agir perante os ensinamentos do Cristo: é preciso se deixar envolver por um sentimento puro para que possamos compreender, de acordo com as nossas possibilidades, o significado das narrativas evangélicas." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






COMEMORAÇÃO DOS MORTOS. FUNERAIS 

320. Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra? 

“Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Os inimigos do homem serão os da sua própria casa


“Tomai sobre vós o meu jugo, e  aprendei de mim, que  sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para  as vossas almas.”  - Jesus - ( Mateus, 11:29 )




Amados irmãos, bom dia!
"Seu  apelo amoroso vibra no mundo, através de todos os séculos do  Cristianismo. É que o Mestre no “Vinde a mim!” espera naturalmente que as almas inquietas e tristes o  procurem para a aquisição do ensinamento  divino. Mas nem todos os aflitos pretendem renunciar ao objeto de suas desesperações e nem todos os tristes querem fugir à sombra para o encontro com a luz. Quando os sofredores se dirigirem sinceramente ao Cristo, hão  de ouvi-­lo, no silêncio do santuário interior, concitando-­lhes o espírito a desprezar as disputas reprováveis do campo inferior. Onde estão os aflitos da Terra que pretendem trocar o cativeiro das próprias paixões pelo jugo suave de Jesus Cristo? Para esses foram pronunciadas as santas palavras “Vinde a mim!”, reservando­-lhes o Evangelho poderosa luz para a renovação indispensável." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa (Mt 10:36). 

"O registro deve ser examinado sob dois aspectos: o da família consanguínea e o da própria pessoa. A Doutrina Espírita nos ensina que as pessoas que se desentenderam em outras reencarnações estão hoje, em geral, congregadas dentro de uma mesma família, buscando o resgate e a harmonização indispensáveis. No âmbito familiar, os inimigos ou adversários agem e reagem uns sobre os outros, criando obstáculos à união e ao respeito mútuos, ainda que disto não se deem conta. 

Por acréscimo da misericórdia divina, os envolvidos nos processos de reajuste espiritual dificilmente recordam os acontecimentos do passado, ocorridos em outras existências. Entretanto, as antipatias, os ódios, os ciúmes, as desconfianças etc., são impulsivamente manifestadas, a ponto de ocorrerem separações, perseguições e outros problemas. É comum constatar que, ao contrário, muitos parentes desenvolvem convivência harmoniosa com estranhos ao ninho familiar: são os amigos e benfeitores de outras existências. A pessoa esclarecida sobre as causas dessas inimizades aprende a administrar as desarmonias com humildade e, aos poucos, percebe que as dificuldades podem ser reduzidas ou eliminadas. 

Tal entendimento conduz à ação cristã que, tendo como base o perdão, a renúncia e a bondade, auxilia na superação de obstáculos e o polimento de arestas, úteis à manutenção do equilíbrio nas relações familiares. Por outro lado, há de se considerar a presença dos “inimigos” que cada um traz dentro de si, representados pelas próprias imperfeições, más tendências e outras deficiências que conspiram contra a saúde, obliterando a manifestação da felicidade integral: física, emocional e espiritual. Os pontos negativos que imperam em nosso psiquismo são elementos complexos que precisam ser desativados, pois conspiram, continuamente, contra a nossa paz de espírito, nos atormentando a existência. Certos tormentos íntimos nos fazem sofrer mais que outros, conforme o nosso estágio evolutivo. 

A respeito desses tipos de tormentos, o Espírito Fénelon comenta:  Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais [...]. Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida?

A renovação espiritual representa, nesse aspecto, uma espécie de caridade essencial que devemos ter para conosco. Neste particular, o conhecimento espírita amplia de modo considerável a nossa visão do mundo e da vida, indicando quais são as nossas reais necessidades, de forma que possamos redirecionar a existência, com discernimento e convicção, eliminando dificuldades que minam o bom relacionamento pessoal e o nosso bem-estar. Faz sentido, então, recordar a recomendação de Jesus: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt 10:28). 

Podemos afirmar, como conclusão desse estudo: O Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, constituindo, em si mesmo, a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor. Esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, nele, a serenidade inalterável. É que Jesus começou o combate de salvação para a humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






319. Já tendo o Espírito vivido a vida espírita antes da sua encarnação, como se explica o seu espanto ao reingressar no mundo dos Espíritos? 

“Isso só se dá no primeiro momento e é efeito da perturbação que se segue ao despertar do Espírito. Mais tarde, ele se vai inteirando da sua condição, à medida que lhe volta a lembrança do passado e que a impressão da vida terrena se lhe apaga.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Porque eu vim pôr em dissensão o homem


“E  eles  lhes  contaram  o  que  lhes  acontecera  no  caminho, e como deles foi conhecido ao partir do pão.” -( Lucas, 24:35 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Grande parte do caminho foi atravessada em companhia daquele homem, amoroso e sábio, que ambos interpretaram por generoso e simpático desconhecido e, somente ao partir do pão, reconhecem o Mestre muito amado.  Não será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios? Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por  não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no  imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não  comungam na crença renovadora, respeitável e fiel. É necessário combater semelhante miopia da alma." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra (Mt 10:35). 

"Jesus veio à terra para abrir novas perspectivas ao ser humano, estabelecendo um novo sistema de vida e melhoria no relacionamento entre as pessoas. Enfatiza o perdão e o amor aos inimigos, o auxílio aos semelhantes, a perseverança, sem desfalecimento. Destaca o papel das reencarnações, que aproximam as pessoas, mostrando que no plano familiar se encontra, na maioria das vezes, não somente afetos, mas também desafetos. 

A “dissensão” passa a ser compreendida como divergência entre pessoas que pensam de forma diferente, ainda que unidas pelos laços do parentesco. A família consanguínea, entre os homens, pode ser apreciada como o centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis que o pretérito nos devolve.

A dissensão que o texto assinala pode, também, ser vista como mudança de atitudes e de hábitos, demonstrados pelos comportamentos renovados para o bem. Tais mudanças produzem num primeiro momento conflitos, desavenças ou incompreensões nas relações interpessoais. É dessa forma que os descendentes se levantam contra os seus ascendentes: “o homem contra seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.” 

Quando a orientação espiritual elevada penetra a intimidade do indivíduo instaura-se, de imediato, uma luta íntima. Os novos conceitos chocam-se com as concepções caducas, ali existentes, filhas de uma mentalidade que não produz paz nem ameniza a cota de sofrimento da criatura. O homem terá, assim, que lutar contra o homem velho cujas ideias e ações traz albergadas no íntimo. Os conflitos gerados por esta batalha interior produzem transformações significativas no ser, tornando-o criatura melhor, pouco a pouco. As transformações individuais, sob o impacto da dor ou do aprendizado, costumam seguir esta regra: ensinos apreendidos conduzem a novo aprendizado. Novo aprendizado produz conflitos íntimos. Conflitos íntimos geram dissensões. Dissensões fazem surgir o homem novo, transformado pela força do bem. Este processo é, em geral, paulatino, pois o homem que adquire entendimento superior  terá de lutar, continuamente, contra o homem velho, portador de viciações e equívocos." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






318. As idéias dos Espíritos se modificam quando na erraticidade? 

“Muito; sofrem grandes modificações, à proporção que o Espírito se desmaterializa. Pode este, algumas vezes, permanecer longo tempo imbuído das idéias que tinha na Terra; mas, pouco a pouco, a influência da matéria diminui e ele vê as coisas com maior clareza. É então que procura os meios de se tornar melhor.”




Que a graça e a paz sejam conosco!