“Tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias.” - Paulo - ( II Coríntios, 6:4 )
Amados irmãos, bom dia!
"A maioria dos aprendizes do Evangelho não encara seriamente o fundo
religioso da vida, senão nas atividades do culto exterior. Na concepção de muitos bastará frequentar, assíduos, as assembléias da fé e
todos os enigmas da alma estarão decifrados, no capítulo das relações com Deus. Entretanto, os ensinamentos do Cristo apelam para a renovação e
aprimoramento individual em todas as circunstâncias. É indispensável que os aprendizes se tornem recomendáveis em tudo,
revelando a excelência das idéias que os alimentam, tanto em casa, quanto nas
igrejas, tanto nos serviços comuns, quanto nas vias públicas. Certo, ninguém precisará viver exclusivamente de mãos postas ou de olhar
fixo no firmamento; todavia, não nos esqueçamos de que a gentileza, a boa vontade, a cooperação e a polidez são aspectos divinos da oração viva no apostolado do
Cristo." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-
Interpretação do texto evangélico
E havia entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um príncipe
dos judeus (Jo 3:1).
Nicodemos pertencia à casta dos fariseus, ordem religiosa e
política, caracterizada pela intolerância, pelo apego às leis moisaicas
e pelas manifestações de culto externo. Os fariseus apresentavam as
seguintes características:
Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores
das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo
ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande
severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo,
excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de
chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude
nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto,
por uma e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos
olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos
em Jerusalém.
Encontramos, ainda hoje, pessoas que, à semelhança dos fariseus,
têm conhecimento das coisas espirituais, mas as mantêm ocultas
sob o símbolo das práticas exteriores ou se deixam conduzir pelos
meandros da política religiosa. A expressão “um homem” imprime, no ensino, uma característica
universal representativa do ser humano imperfeito. Este, em
processo de evolução, transita por diferentes ambientes, ao longo das
reencarnações. Usa, em cada uma delas, um tipo de vestimenta, mas
o processo evolutivo é lento, porque, se de um lado acumula considerável
bagagem de conhecimento, revela dificuldades para aplicá-la. Esta dicotomia entre o que se sabe e o que se faz, produz profundos
conflitos à consciência humana.
Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com
a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da
Criação.
O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o
conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons
sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.
Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação
e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e
heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas
as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo para o
bem e para a luz a sua natureza divina.
Importa considerar que a despeito de ser Nicodemos chamado
“príncipe dos judeus”, em razão de ser alguém bem situado no campo
social, politicamente influente e membro do sinédrio, percebia que
algo profundo e verdadeiro lhe faltava.
Vemos nesse personagem do Evangelho uma pessoa que, por
contingências reencarnatórias, estava presa às tradições religiosas vigentes,
mas que procura superar as barreiras das convenções e procura
o Mestre, ainda que “tarde da noite”.
Nicodemos era, pois, um homem bom, e, por esse motivo, desejava
imensamente encontrar-se com Jesus, para conversar com o Mestre
sobre assunto religioso, porque tivera notícias das pregações do
Nazareno e das curas que ele fazia.
A história se repete, semelhantemente, conosco. Convocados
à aproximação da mensagem do Amor, depois das desilusões e da
constatação da ineficiência dos títulos e valores do mundo, procuramos
outros padrões que possam nos colocar na rota segura da existência.
Investindo em novos conhecimentos espirituais, aprendemos que qualquer vinculação a novas propostas implica desvinculação das
velhas, como bem nos esclarece o orientador espiritual:
Cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços.
O berço de todo homem é o princípio de um labirinto de tentações
e de dores, inerentes à própria vida na esfera terrestre, labirinto por
ele mesmo traçado e que necessita palmilhar com intrepidez moral.
Portanto, qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de
vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater
com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser
vencido; todo Espírito labora para dominar a matéria e triunfar dos
seus impulsos inferiores. Busquemos, pois, nos guiar por esta lição do Evangelho, ilustrada
no diálogo ocorrido entre Jesus e Nicodemos, uma vez que é sempre
útil vencer os obstáculos e procurar Jesus." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos,
mais solene do que os outros dias? Apraz-lhes ir
ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus
túmulos?
“Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que
da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem
noutro dia qualquer.”
a) — Mas o de finados é, para eles, um dia especial de
reunião junto de suas sepulturas?
“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles,
porque então também é maior, em tais lugares, o das
pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito
vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão
dos indiferentes.”
b) — Sob que forma aí comparecem e como os veríamos,
se pudessem tornar-se visíveis?
“Sob a que tinham quando encarnados.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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