“Mas agora o meu reino não é daqui” - Jesus - ( João, 18:36 )
Amados irmãos, bom dia!
"Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se
retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à
Terra. Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam
efetuar na fuga a realização da santidade. No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é
que o discípulo insculpirá a própria vitória. Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar,
confiantemente, para o grande futuro." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-
Este, foi ter de noite com Jesus e lhe disse: Rabi, bem sabemos que és
Mestre vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu
fazes, se Deus não for com ele (Jo 3:2).
Preso aos interesses do mundo e encoberto pelo manto das
sombras, oferecido pelas convenções sociais, Nicodemos apoia-se na
esperança e vai até Jesus. O Mestre o acolhe sob o influxo de sua luz e
sabedoria espirituais, a fim de esclarecê-lo.
Do ponto de vista histórico, o fato se deu à noite. Entretanto,
retirando da letra o sentido espiritual, entendemos que a palavra
“noite” indica trevas, escuridão, em oposição a “dia”, indicativo de luz,
claridade. No contexto da passagem evangélica, Nicodemos simboliza
alguém que já identificou os pontos obscuros (de trevas) existentes em
si mesmo, representados pela ignorância que ainda possuia.
Procurar Jesus foi um ato de sabedoria, reconhecendo o Senhor
como o mestre capaz de conceder-lhe as orientações seguras de que
tanto necessitava.
Se alguém é movido pelo impulso de aprender, sempre parte
de um ponto de referência. Foi o que aconteceu a Nicodemos, ao
afirmar: “Rabi, bem sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus”.
Ora, “Rabi” é uma expressão cujo significado é “meu mestre”. Quer
dizer que mesmo antes de conversar com Jesus, Nicodemos reconhecia
a grandeza do Senhor. Ele acreditava na origem divina de Jesus, na sua superioridade espiritual, diferente do julgamento existente entre
os seus irmãos de religião. É oportuno destacar também a postura
humilde desse doutor da lei .
Dizendo: “bem sabemos que és Mestre”, Nicodemos dá testemunho
das limitações espirituais que possuía, embora fosse orientador
em Israel; acreditava em Jesus, mas ainda não compreendia a sua mensagem.
Por meio de reflexões íntimas consequentes da fé raciocinada,
entendeu que as ações de Jesus tinham procedência divina.
Não basta dizer que os fatos vêm de Deus. E para chegar ao conhecimento
desses fatos, temos de estudar justamente o que Jesus fazia
questão que fosse estudado, ou seja, a Vida eterna.
A atitude de Nicodemos nos transmite outra lição, não menos
valiosa: a de alguém que, tendo como base as noções espirituais que
possuía, soube observar Jesus, refletir sobre os seus ensinamentos
para, convicto, afirmar que o Senhor era um Espírito “vindo de Deus”
porque “ninguém pode fazer estes sinais [...], se Deus não for com ele” -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
322. E os esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, também
lá, não obstante, comparecem e sentem algum
pesar por verem que nenhum amigo se lembra deles?
“Que lhes importa a Terra? Só pelo coração nos
achamos a ela presos. Desde que aí ninguém mais lhe vota
afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que
tem para si o Universo inteiro.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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