sábado, 20 de maio de 2017

Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho


“E  ele, respondendo, disse: O que mete  comigo  a mão  no prato, esse me há de trair.” -( Mateus, 26:23 )-




Amados irmãos, bom dia!
"O infrator mais temível, em todas as boas obras, é sempre o  amigo  transviado, o companheiro leviano e o irmão indiferente. De modo geral, a calúnia e o erro, a defecção e o fel não partem de nossos opositores declarados, mas, sim, daqueles que se alimentam conosco, nos mesmos pratos da vida. Conserve-­se cada discípulo plenamente informado, com respeito a semelhante verdade, a fim de que saibamos imitar o Senhor, nos grandes dias." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Interpretação do texto evangélico:

Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura (Mt 9: 16). 

"O significado literal desta imagem elaborada por Jesus é de fácil compreensão: é trabalho inglório remendar roupa velha, desgastada pelo tempo de uso, com remendo novo. Tal tentativa ampliará a rotura, isto é, o rasgão ou ruptura. Essa mensagem evangélica reflete profundas advertências para todos que querem afastar-se dos comportamentos infelizes e pretendem operar no bem, seguindo os ensinamentos do Cristo. Neste sentido, o Evangelho, para ser integralmente entendido e vivenciado, requer rompimento com os antigos padrões comportamentais, assimilados ao longo das experiências reencarnatórias, aqui representados pelos símbolos “veste velha” e “odres velhos”, (pronuncia-se “ôdres”).

Quem deseja implementar mudanças de comportamento, priorizando a própria melhoria espiritual, deve estar consciente que a transformação precisa ocorrer sob novas bases. É ilusão querer colocar remendo nas imperfeições, maquiando-as, ainda que existam predisposições favoráveis. Quem age assim, falseia a verdade e se colocará, cedo ou tarde, numa posição constrangedora, quando num momento de descontrole os maus comportamentos assomarem à superfície da personalidade. Faz-se, pois, necessário que se associe à vontade de mudança, uma ação persistente. Há indivíduos que se aferram à rotina, aos preconceitos sociais, às conveniências mundanas, ou por comodismo ou por orgulho. Quais odres velhos que não suportam vinho novo, tais pessoas são inacessíveis às idéias novas. 

Com pessoas dessa categoria, o trabalhador de boa vontade do Evangelho e do Espiritismo nada tem a fazer. É deixá-la entregues aos cuidados do Pai Celestial, que por meio das reencarnações em ambientes diversos, lhes modificará a atitude mental, transformando-as em odres novos, aptos a receberem o generoso vinho novo das idéias novas e progressista. 

Providências parciais, ou remendos na própria personalidade, sempre resultam frustrações, desilusões, que acabarão por trair e fazer sofrer o indivíduo quando este se vê frente a frente com a própria realidade. Assim, é importante fazer análise mais apurada destas incisivas exortações de Jesus: “ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho”. “Nem se deita vinho novo em odres velhos”. Esta recomendação não se aplica à simples costura de roupas ou à produção de vinhos, menos ainda aos processos de renovação espiritual." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






474. Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada? 

“Sem dúvida e são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.” 

O vocábulo possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, isto é, de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a alma de um indivíduo, no seu corpo. Pois que, nesse sentido, não há demônios e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos na conformidade da idéia a que esta palavra se acha associada. O termo possesso só se deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Impositivo da renovação


“E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.” -( Atos, 2:13 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Não hesites, porém, no espírito de serviço. Permaneces, como os primeiros apóstolos, nas grandes praças, onde se acotovelam homens e mulheres, ignorantes e sábios, velhos e crianças... Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Texto evangélico: 

Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam. Mateus, 9:16-17 

Está implícita nessa mensagem de Jesus uma proposta de renovação espiritual, relativa à aquisição de virtudes, base do processo de melhoria do ser humano. «A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.» 

A superioridade moral caracteriza o homem de bem, elemento da sociedade justa e pacífica do futuro. As principais qualidades do homem de bem são as seguintes: O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. [...] Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. [...]Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma [...]. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas  lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. [...] O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. [...] Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade [...]. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas [...]. É indulgente para as fraquezas alheias [...]. Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. [...] Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. [...] Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem [...]. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais [...]. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus [...]. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






473. Pode um Espírito tomar temporariamente o invólucro corporal de uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em lugar do outro que se acha encarnado neste corpo? 

“O Espírito não entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas, o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que está encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu corpo até ao termo fixado para sua existência material.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Preparar o lugar


“Em  tudo  somos  atribulados,  mas  não  angustiados;  perplexos, mas não desanimados.”  - Paulo - ( II Coríntios, 4:8 )




Amados irmãos, bom dia!
"Todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo de Tarso, que “em tudo  serão atribulados e perplexos”, todavia, jamais se entregarão  à angústia e ao  desânimo. Sabem que o Mestre Divino foi o Grande Atribulado e aprenderam com Ele que da perplexidade, da aflição, do martírio e da morte, transfere-se a alma para a Ressurreição Eterna." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  







E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho (Jo 14:3-4). 

Identificamos nesse texto mais uma promessa do Cristo, entre tantas com que nos abençoou a existência. “Preparar o lugar” revela a diligência do seu amor, a assistência contínua, manifestada diretamente por ele ou pelos seus mensageiros celestiais. De acordo com o interesse, disposição e esforço dos  aprendizes são organizados caminhos e planos de trabalho. Na categoria de nosso Guia e Orientador maior, Jesus segue à frente, oferecendo meios e recursos para que se concretize a nossa melhoria espiritual, de sorte que, quando estivermos livres das imperfeições, estaremos definitivamente unidos ao seu coração. Assim, as frases: “se eu for e vos preparar o lugar”; “virei outra vez”; “vos levarei para mim mesmo” e “onde eu estiver, estejais vós também” indicam as felizes possibilidades que nos reservam o futuro, junto ao Cristo, na situação de Espíritos redimidos. 

Então, nossos sentimentos, pensamentos, palavras e ações serão semelhantes aos d’Ele, na consolidação da sábia afirmativa contida no Evangelho: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós...” (Jo 17:21). 

A afirmativa: “Para onde eu estiver estejais vós também” indica perfeita sintonia do discípulo com o mestre. Trata-se do cumprimento do ideal de ser feliz, nossa herança ancestral, a qual deve ser perseguida intensamente ao longo dos tempos. Destacamos, ainda, os dois modos de conjugação do verbo estar (“estiver” e “estejais”), presentes na frase ora citada. Refletem, na verdade, o instante em que o discípulo se integra, definitivamente, ao Evangelho de Jesus. Nesse momento, acontece entre Jesus e o seu fiel servidor um nível de compreensão mútua, indicativa de que a criatura alcançou o estágio de Espírito puro. Toda essa caminhada, contudo, só acontece após um árduo trabalho de ascensão. Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, “sem lugar” adequado aos sublimes ideais que entesouram. Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido: Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos. [...] Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta. 

O versículo 4 do registro de João contém essa afirmativa: “mesmo vós sabeis para onde vou e conhecereis o caminho”. A palavra “caminho” é de ocorrência comum nos registros do Evangelho, cuja idéia tem origem no fato de alguém seguir uma estrada pública onde se tornava conhecido pelos desejos e alvo que pretendia alcançar. Como metáfora religiosa, expressa a vontade e os propósitos de Deus para cada pessoa. No Novo Testamento, porém, há três  significados específicos: 

“Caminho” como sinônimo de igreja cristã primitiva: Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e separou os discípulos [...]. Naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. (Atos dos Apóstolos, 19:9 e 23). - 

“Caminho” no sentido de rota, meio ou via da salvação: E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. (Mateus, 7:14). - 

“Caminho” aplicado ao Cristo, referido a si mesmo, como meio de o Espírito chegar a Deus: Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João, 14:6). 

Obviamente, a orientação de Jesus, sob análise (“mesmo vós sabeis para onde vou e conhecereis o caminho”), abrange os dois últimos conceitos: Jesus é o caminho da salvação, e, por ele, iremos ao Pai e Criador." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






472. Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las? 

“Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a trouxeram para ali. Mas, eles podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela direção e sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada, enquanto outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se dá com relação a todas as demais tentações.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 17 de maio de 2017

As muitas moradas na casa do Pai


“Jesus,  porém,  não  lho  permitiu,  mas  disse­-lhe:  Vai  para tua casa, para os teus e anuncia-­lhes quão grandes coisas o  Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.” -( Marcos, 5:19 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Se recebeste a luz do Senhor, meu  amigo, vai servir  ao Mestre junto dos teus, dos que se prendem à tua caminhada. Se não possuis a família direta, possuis a indireta. Se não contas parentela, tens vizinhos e companheiros. Anuncia os benefícios do Salvador, exibindo a própria cura. Quem demonstra a renovação de si mesmo, em Cristo, habilita­-se a cooperar na renovação espiritual dos outros. Quanto  ao bem­ estar próprio, serás chamado a ele, no momento oportuno." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar (Jo 14:2). 

"Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual. 

Por força da lei do progresso, à medida que o Espírito completa seu aprendizado num mundo, passa a habitar outro, e assim sucessivamente, evoluindo sem cessar. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. 

Os Espíritos Superiores relatam, por meio de médiuns confiáveis, que inúmeros são os mundos habitados no Universo, criados por Deus para atender a diferentes finalidades. Sabemos hoje que moramos na Via-Láctea — a galáxia comparável a imensa cidade nos domínios universais. Essa cidade possui mais de duzentos milhões de sóis, transportando consigo planetas, asteróides, cometas, meteoros, aluviões de poeira e toda uma infinidade de turbilhões energéticos. Entre esses sóis está o nosso, modestíssimo foco de luz, considerando-se que Sírius, um de seus vizinhos, apresenta brilho quarenta vezes maior. E, acompanhando-o, a nossa Terra, com todo o cortejo de suas orgulhosas nações, tem a importância de uma “casa nos fundos”, visto que, se a Lua é satélite nosso, o Globo que nos asila é satélite pequenino desse mesmo Sol que nos sustenta.[...] Nesse critério, vamos facilmente encontrar, em todos os círculos cósmicos, os seres vivos da asserção de Kardec, embora a instrumentação do homem não os divise a todos. Eles se desenvolvem através de inimagináveis graus evolutivos, cabendo-nos reconhecer que, em aludindo à pluralidade dos mundos habitados, não se deverá olvidar a gama infinita das vibrações e os estados múltiplos da matéria. Temos, assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões. 

A propósito, é oportuno informar sobre um planeta recém-descoberto, com características semelhantes à Terra. «O achado resultou em algo significativo para o astrônomo francês Xavier Bonfils, da Universidade de Lisboa, e para os seus colegas de estudo que, junto com ele esperam descobrir outros.»  O planeta recebeu o nome de Gliese 581 c. 

“As moradas na Casa do meu Pai” também se aplica às diferentes dimensões espirituais existentes no além-túmulo, nitidamente caracterizadas na série André Luiz. Sabemos que após a desencarnação o Espírito passa pela fase de reintegração no outro plano vibratório, onde dá continuidade a sua existência. Liberto do corpo físico, o seu perispírito revela propriedades e funções próprias que, sob o comando da mente, oferecem condições de adaptação na nova moradia. Na moradia de continuidade para a qual se transfere, encontra, pois, o homem as mesmas leis de gravitação que controlam a Terra, com os dias e as noites marcando a conta do tempo, embora os rigores das estações estejam suprimidos pelos fatores de ambiente que asseguram a harmonia da Natureza, estabelecendo clima quase constante e quase uniforme. [...] Plantas e animais domesticados pela inteligência humana, durante milênios, podem ser aí aclimatados e aprimorados, por determinados períodos de existência, ao fim dos quais regressam aos seus núcleos de origem no solo terrestre. [...] Ao longo dessas vastíssimas regiões de matéria sutil que circundam o corpo ciclópico do Planeta, com extensas zonas cavitárias, sob linhas que lhes demarcam o início de aproveitamento, qual se observa na crosta da própria Terra, a estender-se da superfície continental até o leito dos oceanos, começam as povoações felizes e menos felizes, tanto quanto as aglomerações infernais de criaturas desencarnadas que, por temerem as formações dos próprios pensamentos, se refugiam nas sombras, receando ou detestando a presença da luz. 

No mundo espiritual, os Espíritos formam grupos ou famílias de acordo com as mútuas manifestações de simpatia, afeição ou afinidade.  Esses grupos se organizam em comunidades, mais ou menos extensas, genericamente denominadas colônias espirituais, que apresentam todas as características de uma sociedade organizada, de acordo com a moralidade e conhecimento dos seus habitantes. Há nessas comunidades níveis ou regiões de sombra e de dor, de  ventura e alegria, cuja gradação evolutiva forma uma escala que se desdobra ao infinito, conforme o progresso alcançado pelos Espíritos que aí vivem. Antes mesmo da Codificação do Espiritismo, o vidente sueco Emmanuel Swedenborg nos informava que «[...] o outro mundo, para onde vamos após a morte, consiste de várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e de felicidade; cada um de nós irá para aquela a que se adapta a nossa condição espiritual.» 

As “muitas moradas da casa do Pai” estão relacionadas, igualmente, aos degraus evolutivos que caracterizam a longa caminhada ascensional do Espírito, iniciada quando ele foi criado por Deus, ainda no estágio de “simples e ignorante” até o nível de Espírito puro, ou angélico. Recebemos, assim, inúmeras concessões do Criador, em razão da Sua misericórdia, necessárias ao nosso aprimoramento espiritual. Tudo isso indica que o «[...] Pai forneceu ao filho homem a casa planetária, onde cada objeto se encontra em lugar próprio, aguardando somente o esforço digno e a palavra de ordem, para ensinar à criatura a arte de servir.»  

As moradas podem também ser representadas por planos, que se expressam por vibrações e não propriamente por lugar. Assim sendo, consoante o estado ou a província mental em que situamos as ações e as aspirações interiores, é que moldaremos o ambiente ou a “morada” evolutiva a que nos ligaremos no plano exterior. Sob este prisma a “Casa do Pai” é o íntimo de cada qual, e as “moradas”, os estados de alma que alimentamos consoante os nossos desejos e aspirações pessoais.  De posse dessas informações, compreendemos a extensão que o símbolo “Casa do Pai” representa: os diferentes mundos do Universo, as moradias do plano espiritual ou níveis de progresso moral-intelectual. Dessa forma, entendemos que tudo «[...] é belo, tudo é grande, tudo é santo na casa de Deus.»" -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






471. Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição física? 

“É quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os Espíritos, ou da que com eles tivestes durante o sono.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 16 de maio de 2017

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim


“E  a  caridade  é  esta:  que  andemos  segundo  os  seus  mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o principio  ouvistes; que andeis nele.”  - João -  ( II João, 6 )




Amados irmãos, bom dia!
"Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao  ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.   Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar  a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata­-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo  os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente n’Ele para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar  a efeito grandes serviços externos, alcançar  intercessões valiosas em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Interpretação do texto evangélico:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim (Jo 14:1). 

"Tais palavras foram proferidas durante a última ceia de Jesus, antes do seu martírio e crucificação. Fazem parte do conjunto das derradeiras instruções que o Mestre prestou aos discípulos, cuja tônica é despedir-se dos irmãos e irmãs que lhe compartilharam a existência durante os três anos em que pregou o seu Evangelho, e também firmar, mais uma vez, seu amor e compaixão por toda a Humanidade. 

No discurso de despedida, suas palavras estão saturadas de compaixão por todos os discípulos, do presente e do futuro, que em seu nome deveriam submeter-se aos mais ásperos testemunhos. O inequívoco sentimento de esperança, presente na exortação de Jesus, segundo o registro de João, manifesta-se na forma de um apelo que solicita aos seus seguidores manterem a fé na assistência do Criador Supremo e, também, nele, o Messias celestial. A confiança em Deus se torna dinâmica, atuante, renovadora, no momento em que depositamos fé no Cristo, pela aplicação em nossa vida prática dos postulados que nos legou, capazes de nos aproximar da Divindade; consoante a Sua afirmativa: “ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João, 14:6) 

Os verbos turbar — que significa “causar ou sofrer perturbação, desequilíbrio, alteração da ordem”  e crer são empregados de forma incisiva, no texto, porque há intenção de atingir diretamente os sentimentos dos ouvintes, não apenas o raciocínio, tendo em vista a necessidade de levantar-lhes o bom ânimo. Refletindo sobre esse ensinamento de Jesus (“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”) e trazendo-o para os dias atuais, fazemos nossas as seguintes palavras do Espírito André Luiz: A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nos-á a resistência, se soubermos recebê- la. A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la. A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender. A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso. O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade. O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor. A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora. O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação. A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem. O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






470. Os Espíritos, que ao mal procuram induzir-nos e que põem assim em prova a nossa firmeza no bem, procedem desse modo cumprindo missão? E, se assim é, cabe-lhes alguma responsabilidade? 

“A nenhum Espírito é dada a missão de praticar o mal. Aquele que o faz fá-lo por conta própria, sujeitando-se, portanto, às consequências. Pode Deus permitir-lhe que assim proceda, para vos experimentar; nunca, porém, lhe determina tal procedimento. Compete-vos, pois, repeli-lo.” 



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

As moradas da casa do Pai


“Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.” -( I João, 4:6 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas?  Compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação  de sermos entendidos e ajudados e amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando­-nos a estrada para a redenção divina." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Texto evangélico: 

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho. João, 14:1-4 

“As moradas da casa do Pai”, expressão cunhada por Jesus, é muito conhecida dos espíritas por representar um dos princípios da Doutrina Espírita. Tal ensinamento evangélico abrange, a rigor, três ordens de idéias. 

A primeira refere-se à pluralidade dos mundos habitados no Universo. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos. 

A segunda indica as regiões ou esferas vibracionais existentes no mundo espiritual para onde iremos após a desencarnação. Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. 

A terceira tem relação com os níveis ou graus evolutivos (“moradas”) de cada Espírito, independentemente do plano de vida em que se situe. Esta é a razão de ser a Humanidade constituída por Espíritos de «[...] diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado. -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? 

“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 14 de maio de 2017

O dia das mães


“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo  em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus e Pai.”  - Paulo - ( Colossenses, 3:17 )




Amados irmãos, bom dia!
Comemoramos hoje o dia das mães. É um dia muito especial, pois, mãe é tão sublime e indispensável, que até nosso Mestre Jesus teve. Embora não precisasse talvez, quis o Senhor nos mostrar quão importante é sua presença em nossas vidas.
Gostaríamos de deixar aqui nossa homenagem à essa "fonte da vida" e sabedoria e para tanto sugerimos a reflexão do texto abaixo que diz muito sobre a essência de um coração de mãe.



 



                                                    Operemos em Cristo


A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz. Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou  melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigações, desviando-­nos para o  terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado. Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao  Cristo, divino doador dos benefícios terrestres. É perigoso estabelecer padrões de reconhecimento para corações alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas jóias do nosso escrínio espiritual. 

Em nossa expectação ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer  egoístas, ingratos e maldizentes. Copiemos o pomicultor sensato. Preparemos a terra, auxiliando-­a e adubando-­a. Em seguida, lancemos ao  solo sementes e mudas valiosas. O serviço mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espaço e no tempo, desenvolvendo-­nos a sementeira, ou  anular­-nos­-á o serviço, através de processos naturais, adiando a realização de nossos desejos, em virtude de razões que desconhecemos. 

O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confiança no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro  do imediatismo humano. Ampara­-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício  de todos.Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando  invariavelmente em nome de Jesus. Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir. -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-





Estudo do Livro dos Espíritos






468. Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele? 

“Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!