"Eu, porém, cantarei vosso poder e desde o amanhecer celebrarei vossa bondade; porque vós sois o meu amparo, um refúgio no dia da tribulação." -( Salmos, 58: 17 )-
Amados irmãos, bom dia!
Meu coração exulta de alegria e minha vida caminha segura, pois, existo pela misericórdia e pelo amor do Senhor. A ele, toda honra, glória e gratidão.
14. Dessas divergências no tocante ao futuro do homem nasceram
a dúvida e a incredulidade. Entretanto, a incredulidade dá lugar a um
penoso vácuo. O homem encara com ansiedade o desconhecido em que
tem fatalmente de penetrar. Gela-o a ideia do nada. Diz-lhe a consciência
que alguma coisa lhe está reservada para além do presente. Que será? Sua
razão, com o desenvolvimento que alcançou, já lhe não permite admitir as
histórias com que o acalentaram na infância, nem aceitar como realidade
a alegoria. Qual o sentido dessa alegoria? A Ciência lhe rasgou um canto
do véu; não lhe revelou, porém, o que mais lhe importa saber. O homem
interroga em vão, nada lhe responde ela de maneira peremptória e apropriada a lhe acalmar as apreensões. Por toda parte depara com a afirmação
a se chocar com a negação, sem que de um lado ou de outro se apresentem
provas positivas. Daí a incerteza, e a incerteza sobre o que concerne à vida
futura faz que o homem se atire, tomado de uma espécie de frenesi, para as
coisas da vida material.
Esse o inevitável efeito das épocas de transição: rui o edifício do passado, sem que ainda o do futuro se ache construído. O homem se assemelha ao adolescente que, já não tendo a crença ingênua dos seus primeiros
anos, ainda não possui os conhecimentos próprios da maturidade. Apenas
sente vagas aspirações, que não sabe definir.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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