terça-feira, 31 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Bendito seja o Senhor eternamente! Amém! Amém!" -( Salmos, 88: 53 )-



Amados irmãos, bom dia!

Que nossa alegria seja no Senhor, assim como nossa gratidão.



65. A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida.180, 181 Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias da sua vida, revela os caracteres inequívocos da corporeidade. São acidentais os fenômenos de ordem psíquica que nele se produzem e nada têm de anômalos, pois que se explicam pelas propriedades do perispírito e se dão, em graus diferentes, noutros indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. É tão marcada a diferença entre os dois estados, que não podem ser assimilados. O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente das dos fluidos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Ao penetrar no corpo material, um instrumento cortante lhe divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, cessa-lhes o funcionamento e sobrevém a morte, isto é, a do corpo. Não existindo nos corpos fluídicos essa coesão, a vida aí já não repousa no jogo de órgãos especiais e não se podem produzir desordens análogas àquelas. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão. Tal a razão por que não podem morrer os corpos dessa espécie e por  que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres, não podem ser mortos. Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos o puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz; donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo. Por virtude das suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Quem sofre não é o corpo, é o Espírito recebendo o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo sem Espírito, absolutamente nula é a sensação. Pela mesma razão, o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos, visto que estes resultam da alteração da matéria, donde também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que Ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente.

180 Nota de Allan Kardec: Não falamos do mistério da encarnação, com o qual não temos que nos ocupar aqui e que será examinado ulteriormente. 

181 N.E.: Kardec, em vida, não pôde cumprir esta promessa, visto que, no ano seguinte, ao dar publicação a esta obra, foi chamado à pátria espiritual. 



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Eu, porém, Senhor, vos rogo. desde a aurora a vós se eleva a minha prece." -( Salmos, 88: 14 )-



Amados irmãos, bom dia!

Como é maravilhoso amanhecer na certeza dos cuidados do Senhor. A ele, todo o louvor, eternamente.




                                        Desaparecimento do corpo de Jesus 

64. O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma subtração clandestina. Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais do  que uma aparição tangível; numa palavra: uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas aparentes. Assim foi que, dizem, seu corpo, voltado ao estado fluídico, pôde desaparecer do sepulcro e com esse mesmo corpo é que Ele se teria mostrado depois de sua morte. É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluidos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres. (Cap. XIV, item 36.) Trata-se, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se os fatos a confirmam ou contradizem.



Que a graça e a paz sejam conosco!




domingo, 29 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Eu, porém, Senhor, vos rogo, desde a aurora a vós se eleva a minha prece." -( Salmos, 87: 14 )-



Amados irmãos, bom dia!

Como é maravilhoso viver a paz que nos advém da confiança no Senhor. Meu Senhor e meu Deus!



63. O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que seus ensinos produziram no mundo, malgrado a exiguidade dos seus meios de ação. Com efeito, Jesus, obscuro, pobre, nascido na mais humilde condição, no seio de um povo pequenino, quase ignorado e sem preponderância política, artística ou literária, apenas durante três anos prega a sua doutrina; em todo esse curto espaço de tempo é desatendido e perseguido pelos seus concidadãos; vê-se obrigado a fugir para não ser lapidado; é traído por um de seus apóstolos, renegado por outro, abandonado por todos no momento em que cai nas mãos de seus inimigos. Só fazia o bem e isso não o punha ao abrigo da malevolência, que dos próprios serviços que Ele prestava tirava motivos para o acusar. Condenado ao suplício que só aos criminosos era infligido, morre ignorado do mundo, visto que a História daquela época nada diz a seu respeito.179 Nada escreveu; entretanto, ajudado por alguns homens tão obscuros quanto Ele, sua palavra bastou para regenerar o mundo; sua doutrina matou o paganismo onipotente e se tornou o facho da civilização. Tinha contra si tudo o que causa o malogro das obras dos homens, razão por que dizemos que o triunfo alcançado pela sua doutrina foi o maior dos seus milagres, ao mesmo tempo que prova ser divina a sua missão. Se, em vez de princípios sociais e regeneradores, fundados sobre o futuro espiritual do homem, Ele apenas houvesse legado à posteridade alguns fatos maravilhosos, talvez hoje mal o conhecessem de nome.

179 Nota de Allan Kardec: Dele unicamente fala o historiador judeu Flávio Josefo, que, aliás, diz bem pouca coisa.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 28 de agosto de 2021

A Gênese

 

"E cantarão entre danças: Todas as minhas fonte se acham em ti." -( Salmos, 86: 7 )-



Amados irmãos, bom dia!

No Senhor se encontra a vida em sua plenitude. Busquemos nele a nossa razão.



62. Ao passo que a incredulidade rejeita todos os fatos que Jesus produziu, por terem uma aparência sobrenatural, e os considera, sem exceção, lendários, o Espiritismo dá explicação natural à maior parte desses fatos. Prova a possibilidade deles, não só pela teoria das leis fluídicas, como pela identidade que apresentam com análogos fatos produzidos por uma imensidade de pessoas nas mais vulgares condições. Por serem, de certo modo, tais fatos do domínio público, eles nada provam, em princípio, com relação à natureza excepcional de Jesus.178 

178 Nota de Allan Kardec: Os inúmeros fatos contemporâneos de curas, aparições, possessões, dupla vista e outros, que se encontram relatados na Revista espírita e lembrados nas observações acima, oferecem, até quanto aos pormenores, tão flagrante analogia com os que o Evangelho narra, que ressalta evidente a identidade dos efeitos e das causas. Não se compreende que o mesmo fato tivesse hoje uma causa natural e que essa causa fosse sobrenatural outrora; diabólica com uns e divina com outros. Se fora possível pô-los aqui em confronto uns com os outros, a comparação mais fácil se tornaria; não o permitem, porém, o número deles e os desenvolvimentos que a narrativa reclamaria.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Dai-me uma prova de vosso favor; a fim de que verifiquem meus inimigos, para sua confusão, que sois vós, Senhor, meu sustento e meu consolo." -( Salmos, 85: 17 )-



Amados irmãos, bom dia!

Minha confiança no Senhor se renova a cada amanhecer. Sua presença em minha vida é constante e seus cuidados são sobre mim, diariamente.



61. Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história,  antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o veem, outros não, sob aparências que não o tornam reconhecível nem sequer aos seus discípulos; mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem carece da vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas as suas atitudes, numa palavra, denotam alguma coisa que não é do mundo terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um homem. Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que Ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a causa originária do fenômeno das aparições, seus discípulos não se apercebiam dessas particularidades, a que, provavelmente, não davam atenção. Desde que viam o Senhor e o tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado. (Cap. XIV, itens 14 e 35 a 38.)



Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A Gênese

 

"A justiça caminhará diante dele e a felicidade lhe seguirá os passos." -( Salmos, 84: 14 )-



Amados irmãos, bom dia!

Como somos abençoados pelo nosso Criador. Ele jamais nos deixa faltar o que precisamos. Que a gratidão habite nossos corações, sempre!



61. Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história,  antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o veem, outros não, sob aparências que não o tornam reconhecível nem sequer aos seus discípulos; mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem carece da vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas as suas atitudes, numa palavra, denotam alguma coisa que não é do mundo terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um homem. Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que Ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a causa originária do fenômeno das aparições, seus discípulos não se apercebiam dessas particularidades, a que, provavelmente, não davam atenção. Desde que viam o Senhor e o tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado. (Cap. XIV, itens 14 e 35 a 38.)


Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Porque o Senhor Deus é nosso sol e nosso escudo, o Senhor dá a graça e a glória; Ele não recusa os seus bens àqueles que caminham na inocência." -( Salmos, 83: 12 )-



Amados irmãos, bom dia!

Busquemos a pureza de coração para dirigir nossas vidas.



                                        Aparição de Jesus após sua morte 

56. Mas Maria (Madalena) se conservou fora, perto do sepulcro, a derramar lágrimas. E, estando a chorar, como se abaixasse para olhar dentro do sepulcro — viu dois anjos vestidos de branco, assentados no lugar onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira, o outro do lado dos pés. — Disseram-lhe eles:  “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “É que levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.” Tendo dito isto, voltou-se e viu a Jesus de pé, sem saber, entretanto que fosse Jesus. — Este então lhe disse: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Ela, pensando fosse o jardineiro, lhe disse: “Senhor, se foste tu quem o tirou, dize-me onde o puseste e eu o levarei.” Disse-lhe Jesus: “Maria.” Logo ela se voltou e disse: “Rabboni”, isto é: “Meu Senhor.” — Jesus lhe respondeu: “Não me toques, porquanto ainda não subi para meu Pai; mas vai ter com meus irmãos e dize-lhes de minha parte: “Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus.” Maria Madalena foi então dizer aos discípulos que vira o Senhor e que este lhe dissera aquelas coisas. (João, 20:11 a 18.) 

57. Naquele mesmo dia, indo dois deles para um burgo chamado Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios177 — falavam entre si de tudo o que se passara. — E aconteceu que, quando conversavam e discorriam sobre isso, Jesus se lhes juntou e se pôs a caminhar com eles; — seus olhos, porém, estavam tolhidos, a fim de que não o pudessem reconhecer. — Ele disse: “De que vínheis falando a caminhar e por que estais tão tristes?” Um deles, chamado Cleofas, tomando a palavra disse: “Serás em Jerusalém o único estrangeiro que não saiba do que aí se passou estes últimos dias?” — “Que foi?” perguntou Ele. Responderam-lhe: “A respeito de Jesus de Nazaré, que foi um poderoso profeta diante de Deus e diante de toda a gente, e acerca do modo por que os príncipes dos sacerdotes e os nossos senadores o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. — Ora, nós esperávamos fosse Ele quem resgatasse a Israel, no entanto, já estamos no terceiro dia depois que tais coisas se deram. — É certo que algumas mulheres das que estavam conosco nos espantaram, pois que, tendo ido ao seu sepulcro antes do romper do dia, nos vieram dizer que anjos mesmos lhes apareceram, dizendo-lhes que Ele está vivo. — E alguns dos nossos, tendo ido também ao sepulcro, encontraram todas as coisas conforme as mulheres haviam referido; mas, quanto a Ele, não o encontraram.” Disse-lhes então Jesus: “Ó insensatos, de coração tardo a crer em tudo o que os profetas hão dito! Não era preciso que o Cristo sofresse todas essas coisas e que entrasse assim na sua glória?” — E, a começar de Moisés, passando em seguida por todos os profetas, lhes explicava o que em todas as Escrituras fora dito dele. Ao aproximarem-se do burgo para onde se dirigiam, Ele deu mostras de que ia mais longe. — Os dois o obrigaram a deter-se, dizendo-lhe: “Fica conosco, que já é tarde e o dia está em declínio.” Ele entrou com os dois. — Estando com eles à mesa tomou do pão, abençoou-o e lhes deu. — Abriram-se-lhes ao mesmo tempo os olhos e ambos o reconheceram; Ele, porém, lhes desapareceu das vistas. Então, disseram um ao outro: “Não é verdade que o nosso coração ardia dentro de nós, quando Ele pelo caminho nos falava, explicando-nos as Escrituras?” — E, erguendo-se no mesmo instante, voltaram a Jerusalém e viram que os onze apóstolos e os que continuavam com eles estavam reunidos — e diziam: “O Senhor em verdade ressuscitou e apareceu a Simão.” — Então, também eles narraram o que lhes acontecera em caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Enquanto assim confabulavam, Jesus se apresentou no meio deles e lhes disse: “A paz seja convosco; sou eu, não vos assusteis.” — Mas, na perturbação e no medo de que foram tomados, eles imaginaram estar vendo um Espírito. E Jesus lhes disse: “Por que vos turbais? Por que se elevam tantos pensamentos nos vossos corações? — Olhai para as minhas mãos e para os meus pés e reconhecei que sou eu mesmo. Tocai-me e considerai que um Espírito não tem carne, nem osso, como vedes que eu tenho.” — Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas como eles ainda não acreditavam, tão transportados de alegria e de admiração se achavam, disse-lhes: “Tendes aqui alguma coisa que se coma?” — Eles lhe apresentaram um pedaço de peixe assado e um favo de mel. — Ele comeu diante deles e, tomando os restos, lhes deu, dizendo: “Eis que, estando ainda convosco, eu vos dizia que era necessário se cumprisse tudo o que de mim foi escrito na lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos.” Ao mesmo tempo lhes abriu o espírito, a fim de que entendessem as Escrituras — e lhes disse: “É assim que está escrito e assim era que se fazia necessário sofresse o Cristo e ressuscitasse dentre os mortos ao terceiro dia; — e que se pregasse em seu nome a penitência e a remissão dos pecados em todas as nações, a começar por Jerusalém. — Ora, vós sois testemunhas dessas coisas. — Vou enviar-vos o dom de meu Pai, o qual vos foi prometido; mas, por enquanto, permanecei na cidade, até que eu vos haja revestido da força do Alto.” (Lucas, 24:13 a 49.) 

58. Ora, Tomé, um dos doze apóstolos, chamado Dídimo, não se achava com eles quando veio Jesus. — Os outros discípulos então lhe disseram: “Vimos o Senhor.” Ele, porém, lhes disse: “Se eu não vir nas suas mãos as marcas dos  cravos que as atravessaram e não puser o dedo no buraco feito pelos cravos e minha mão no rasgão do seu lado, não acreditarei, absolutamente.” Oito dias depois, estando ainda os discípulos no mesmo lugar e com eles Tomé, Jesus se apresentou, achando-se fechadas as portas, e, colocando-se no meio deles, disse-lhes: “A paz seja convosco.” Disse em seguida a Tomé: “Põe aqui o teu dedo e olha minhas mãos; estende também a tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas fiel.” — Tomé lhe respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” — Jesus lhe disse: “Tu creste, Tomé, porque viste; ditosos os que creram sem ver.” (João, 20: 24 a 29.) 

59. Jesus também se mostrou depois aos seus discípulos à margem do mar de Tiberíades, mostrando-se desta forma: Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná, na Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos estavam juntos. — Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar.” Os outros disseram: “Também nós vamos contigo.” Foram-se e entraram numa barca; mas, naquela noite, nada apanharam. Ao amanhecer, Jesus apareceu à margem sem que seus discípulos conhecessem que era Ele. — Disse-lhes então: “Filhos, nada tendes que se coma?” Responderam-lhe: “Não.” Disse-lhes Ele: “Lançai a rede do lado direito da barca e achareis.” Eles a lançaram logo e quase não a puderam retirar, tão carregada estava de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor.” Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, vestiu-se (pois que estava nu) e se atirou ao mar. — Os outros discípulos vieram com a barca, e, como não estavam distantes da praia mais de duzentos côvados, puxaram daí a rede cheia de peixes. (João, 21:1 a 8.) 

60. Depois disso, Ele os conduziu para Betânia e, tendo levantado as mãos, os abençoou — e, tendo-os abençoado, se separou deles e foi arrebatado ao céu. Quanto a eles, depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém, cheios de alegria. — Estavam constantemente no Templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém. (Lucas, 24:50 a 53.)

 177 N.E.: Antiga unidade de medida itinerária igual a um oitavo de milha romana, ou 185 metros. Correspondiam 60 estádios a 11 quilômetros, aproximadamente. 



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 24 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Cobri-lhes a face de ignomínia, para que, vencidos, busquem Senhor, o vosso nome." -( Salmos, 82: 17 )-



Amados irmãos, bom dia!

Senhor, afunilai o caminho do ímpio, para que possa voltar ao caminho da vida, que vem de vós.



                               Prodígios por ocasião da morte de Jesus 

54. Ora, desde a sexta hora do dia até a nona, toda a Terra se cobriu de trevas. Ao mesmo tempo, o véu do Templo se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu; as pedras se fenderam; — os sepulcros se abriram e muitos corpos de santos, que estavam no sono da morte, ressuscitaram; — e, saindo de seus túmulos após a ressurreição, vieram à cidade santa e foram vistos por muitas pessoas. (Mateus, 27:45, 51 a 53.) 55. É singular que tais prodígios, operando-se no momento mesmo em que a atenção da cidade se fixava no suplício de Jesus, que era o acontecimento do dia, não tenham sido notados, pois que nenhum historiador os menciona. Parece impossível que um tremor de terra e o  ficar toda a Terra envolta em trevas durante três horas, numa região onde o céu é sempre de perfeita limpidez, hajam podido passar despercebidos. A duração de tal obscuridade teria sido quase a de um eclipse do Sol, mas os eclipses dessa espécie só se produzem na lua nova, e a morte de Jesus ocorreu em fase de lua cheia, a 14 de Nissan, dia da Páscoa dos judeus. O obscurecimento do Sol também pode ser produzido pelas manchas que se lhe notam na superfície. Em tal caso, o brilho da luz se enfraquece sensivelmente, porém, nunca ao ponto de determinar obscuridade e trevas. Admitido que um fenômeno desse gênero se houvesse dado, ele decorreria de uma causa perfeitamente natural.176 Quanto aos mortos que ressuscitaram, possivelmente algumas pessoas tiveram visões ou viram aparições, o que não é excepcional. Entretanto, como então não se conhecia a causa desse fenômeno, supuseram que as figuras vistas saíam dos sepulcros. Compungidos com a morte de seu Mestre, os discípulos de Jesus sem dúvida ligaram a essa morte alguns fatos particulares, aos quais noutra ocasião nenhuma atenção houveram prestado. Bastou, talvez, que um fragmento de rochedo se haja destacado naquele momento, para que pessoas inclinadas ao maravilhoso tenham visto nesse fato um prodígio e, ampliando-o, tenham dito que as pedras se fenderam. Jesus é grande pelas suas obras e não pelos quadros fantásticos de que um entusiasmo pouco ponderado entendeu de cercá-lo.

176 Nota de Allan Kardec: Há constantemente, na superfície do Sol, manchas físicas, que lhe acompanham o movimento de rotação e hão servido para determinar-se a duração desse movimento. Às vezes, porém, essas manchas aumentam em número, em extensão e em intensidade. É então que se produz uma diminuição da luz e do calor solares. O aumento do número das manchas parece coincidir com certos fenômenos astronômicos e com a posição relativa de alguns planetas, o que lhes determina o reaparecimento periódico. É muito variável a duração daquele obscurecimento; por vezes não vai além de duas ou três horas, mas, em 535, houve um que durou catorze meses.



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Livrai o oprimido e o necessitado, tirai-o das garras do ímpio." -( Salmos, 81: 4 )-



Amados irmãos, bom dia!

Busquemos estar ao lado dos necessitados, pois, é uma forma de demonstrarmos nosso desejo e disposição de evoluir.



                                                        Tentação de Jesus 

52. Jesus, transportado pelo diabo ao pináculo do Templo, depois ao cume de uma montanha e por ele tentado, constitui uma daquelas parábolas que lhe eram familiares e que a credulidade pública transformou em fatos materiais.175 

53. “Jesus não foi arrebatado. Ele apenas quis fazer que os homens compreendessem que a humanidade se acha sujeita a falir e que deve estar sempre em guarda contra as más inspirações a que, pela sua natureza fraca, é impelida a ceder. A tentação de Jesus é, pois, uma figura e fora preciso ser cego para tomá-la ao pé da letra. Como pretenderíeis que o Messias, o Verbo de Deus encarnado, tenha estado submetido, por algum tempo, embora muito curto fosse este, às sugestões do demônio e que, como o diz o Evangelho de Lucas, o demônio o houvesse deixado por algum tempo, o que daria a supor que o Cristo continuou submetido ao poder daquela entidade? Não; compreendei melhor os ensinos que vos foram dados. O Espírito do mal nada poderia sobre a essência do bem. Ninguém diz ter visto Jesus no cume da montanha, nem no pináculo do Templo. Certamente, tal fato teria sido de natureza a se espalhar por todos os povos. A tentação, portanto, não constituiu um ato material e físico. Quanto ao ato moral, admitiríeis que o Espírito das trevas pudesse dizer àquele que conhecia sua própria origem e o seu poder: “Adora-me, que te darei todos os remos da Terra?” Desconheceria então o demônio aquele a quem fazia tais oferecimentos? Não é provável. Ora, se o conhecia, suas propostas eram uma insensatez, pois ele não ignorava que seria repelido por aquele que viera destruir-lhe o império sobre os homens.   “Compreendei, portanto, o sentido dessa parábola, que outra coisa aí não tendes, do mesmo modo que nos casos do Filho Pródigo e do Bom Samaritano. Aquela mostra os perigos que correm os homens, se não resistem à voz íntima que lhes clama sem cessar: ‘Podes ser mais do que és; podes possuir mais do que possuis; podes engrandecer-te, adquirir muito; cede à voz da ambição e todos os teus desejos serão satisfeitos’. Ela vos mostra o perigo e o meio de o evitardes, dizendo às más inspirações: Retira-te, Satanás ou, por outras palavras: Vai-te, tentação! “As duas outras parábolas que lembrei mostram o que ainda pode esperar aquele que, por muito fraco para expulsar o demônio, lhe sucumbiu às tentações. Mostram a misericórdia do pai de família, pousando a mão sobre a fronte do filho arrependido e concedendo-lhe, com amor, o perdão implorado. Mostram o culpado, o cismático, o homem repelido por seus irmãos, valendo mais, aos olhos do Juiz supremo, do que os que o desprezam, por praticar ele as virtudes que a lei de amor ensina. “Pesai bem os ensinamentos que os Evangelhos contêm; sabei distinguir o que ali está em sentido próprio, ou em sentido figurado, e os erros que vos hão cegado durante tanto tempo se apagarão pouco a pouco, cedendo lugar à brilhante luz da Verdade.” — João Evangelista, Bordeaux, 1862.


175 Nota de Allan Kardec: A explicação que se segue é reprodução textual do ensino que a esse respeito deu um Espírito.


Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 22 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Aliviei os seus ombros de fardos, já não carregam cestos as suas mãos." -( Salmos, 80: 7 )-



Amados irmãos, bom dia!

Assim tem cuidado de nós o Senhor. Nossos problemas estão presentes para nos auxiliar o aprendizado e não para nos oprimir. Confiemos no Senhor, pois, só ele é Deus.



                                                          O pão do céu 

50. No dia seguinte, o povo, que permanecera do outro lado do mar, notou que lá não chegara outra barca e que Jesus não entrara na que seus discípulos tomaram, que os discípulos haviam partido sós — e como tinham chegado depois outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde o Senhor, após render graças, os alimentara com cinco pães; — e como verificassem por fim que Jesus não estava lá, tampouco seus discípulos, entraram naquelas barcas e foram para Cafarnaum, em busca de Jesus. — E, tendo-o encontrado além do mar, disseram-lhe: “Mestre, quando vieste para cá?” Jesus lhes respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que me procurais, não por causa dos milagres que vistes, mas por que eu vos dei pão a comer e ficastes saciados. — Trabalhai por ter, não o alimento que perece, mas o que dura para a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará, porque foi nele que Deus, o Pai, imprimiu seu selo e seu caráter.” Perguntaram-lhe eles: “Que devemos fazer para produzir obras de Deus?” — Respondeu-lhes Jesus: “A obra de Deus é que creiais no que Ele enviou.” Perguntaram-lhe então: Que milagre operarás que nos faça crer, vendo-o? Que farás de extraordinário? — Nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele lhes deu de comer o pão do céu. Jesus lhes respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu; meu Pai é quem dá o verdadeiro pão do céu — porquanto o pão de Deus é aquele que desceu do céu e que dá vida ao mundo.” Disseram eles então: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.”  Jesus lhes respondeu: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. — Mas eu já vos disse: vós me tendes visto e não credes. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim tem a vida eterna. — Eu sou o pão da vida. — Vossos pais comeram o maná do deserto e morreram. — Aqui está o pão que desceu do céu, a fim de que quem dele comer não morra.” (João, 6:22 a 36 e 47 a 50.)

51. Na primeira passagem, lembrando o fato precedentemente operado, Jesus dá claramente a entender que não se tratara de pães materiais, pois, a não ser assim, careceria de objeto a comparação por Ele estabelecida com o fermento dos fariseus: “Ainda não compreendeis, diz Ele, e não vos recordais de que cinco pães bastaram para cinco mil pessoas e que dois pães foram bastantes para quatro mil? Como não compreendestes que não era de pão que eu vos falava, quando vos dizia que vos preservásseis do fermento dos fariseus?” Esse confronto nenhuma razão de ser teria, na hipótese de uma multiplicação material. O fato fora de si mesmo muito extraordinário para ter impressionado fortemente a imaginação dos discípulos, que, entretanto, pareciam não mais lembrar-se dele. É também o que não menos claramente ressalta, do que Jesus expendeu sobre o pão do céu, empenhado em fazer que seus ouvintes compreendessem o verdadeiro sentido do alimento espiritual. “Trabalhai, diz Ele, não por conseguir o alimento que perece, mas pelo que se conserva para a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará.” Esse alimento é a sua palavra, pão que desceu do céu e dá vida ao mundo. “Eu sou, declara Ele, o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê nunca terá sede.” Tais distinções, porém, eram por demais sutis para aquelas naturezas rudes, que somente compreendiam as coisas tangíveis. Para eles, o maná, que alimentara o corpo de seus antepassados, era o verdadeiro pão do céu; aí é que estava o milagre. Se, portanto, houvesse ocorrido materialmente o fato da multiplicação dos pães, como teria Ele impressionado tão fracamente aqueles mesmos homens, a cujo benefício essa multiplicação se operara poucos dias antes, ao ponto de perguntarem a Jesus: “Que milagre farás para que, vendo-o, te creiamos? Que farás de extraordinário?” Eles entendiam por milagres os prodígios que os  fariseus pediam, isto é, sinais que aparecessem no céu por ordem de Jesus, como pela varinha de um mágico. Ora, o que Jesus fazia era extremamente simples e não se afastava das leis da natureza; as próprias curas não revelavam caráter muito singular, nem muito extraordinário. Para eles, os milagres espirituais não apresentavam grande vulto.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 21 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Restaurai-nos, ó Senhor; mostrai-nos serena a vossa face e seremos salvos." -( Salmos, 79: 4 )-



Amados irmãos, bom dia!

O Senhor nos oferece, a cada dia, nova oportunidade de avançar em nossa jornada evolutiva. A cada um, segundo sua necessidade. Estejamos dispostos a caminhar nessa direção.



                                                O fermento dos fariseus 

49. Ora, tendo seus discípulos passado para o outro lado do mar, esqueceram-se de levar pães. — Jesus lhes disse: “Tende o cuidado de precatar-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.” — Eles, porém, pensavam e diziam entre si: “É porque não trouxemos pães.”  Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: “Homens de pouca fé, por que haveis de estar cogitando de não terdes trazido pães? Ainda não compreendeis e não vos lembrais quantos cestos levastes? — Como não compreendereis que não é do pão que eu vos falava, quando disse que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?” Eles então compreenderam que Ele não lhes dissera que se preservassem do fermento que se põe no pão, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (Mateus, 16:5 a 12.)



Que a graça e a paz sejam conosco! 

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Quanto a nós, vosso povo e ovelhas de vosso rebanho, glorificaremos a vós perpétuamente; de geração em geração cantaremos os vossos louvores." -( Salmos, 78: 13 )-



Amados irmãos, bom dia!

Como é maravilhoso ter um coração grato ao Senhor, por tudo o que ele é para nós.



                                                Multiplicação dos pães 

48. A multiplicação dos pães é um dos milagres que mais têm intrigado os comentadores e alimentado, ao mesmo tempo, as zombarias dos incrédulos. Sem se darem ao trabalho de lhe perscrutar o sentido alegórico, para estes últimos ele não passa de um conto pueril.  ­Entretanto, a maioria das pessoas sérias há visto na narrativa desse fato, embora sob forma diferente da ordinária, uma parábola, em que se compara o alimento espiritual da alma ao alimento do corpo. Pode-se, todavia, perceber nela mais do que uma simples figura e admitir, de certo ponto de vista, a realidade de um fato material, sem que, para isso, seja preciso se recorra ao prodígio. É sabido que uma grande preocupação de espírito, bem como a atenção fortemente presa a uma coisa fazem esquecer a fome. Ora, os que acompanhavam a Jesus eram criaturas ávidas de ouvi-lo; nada há, pois, de espantar em que, fascinadas pela sua palavra e também, talvez, pela poderosa ação magnética que Ele exercia sobre os que o cercavam, elas não tenham experimentado a necessidade material de comer. Prevendo esse resultado, Jesus nenhuma dificuldade teve para tranquilizar os discípulos, dizendo-lhes, na linguagem figurada que lhe era habitual e admitido que realmente houvessem trazido alguns pães, que estes bastariam para matar a fome à multidão. Simultaneamente, ministrava aos referidos discípulos um ensinamento, com o lhes dizer: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” Ensinava-lhes assim que também eles podiam alimentar por meio da palavra. Desse modo, a par do sentido moral alegórico, produziu-se um efeito fisiológico, natural e muito conhecido. O prodígio, no caso, está no ascendente da palavra de Jesus, poderosa bastante para cativar a atenção de uma multidão imensa, ao ponto de fazê-la esquecer-se de comer. Esse poder moral comprova a superioridade de Jesus, muito mais do que o fato puramente material da multiplicação dos pães, que tem de ser considerada como alegoria. Esta explicação, aliás, o próprio Jesus a confirmou nas duas passagens seguintes.



Que a graça e a paz sejam conosco! 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Escuta, ó meu  povo,  minha doutrina; às palavras de minha boca, presta atenção." -( Salmos, 77: 1 )-



Amados irmãos, bom dia!

O Senhor nos quer a todos bem e só espera de nós que tenhamos o coração puro. Que sejamos irmãos.



                                                          Bodas de Caná 

47. Este milagre, referido unicamente no Evangelho de João, é apresentado como o primeiro que Jesus operou e, nessas condições, devera ter sido um dos mais notados. Entretanto, bem fraca impressão parece haver produzido, pois que nenhum outro evangelista dele trata. Fato tão extraordinário era para deixar espantados, no mais alto grau, os convivas e, sobretudo, o dono da casa, os quais, todavia, parece que não o perceberam.  Considerado em si mesmo, pouca importância tem o fato, em comparação com os que, verdadeiramente, atestam as qualidades espirituais de Jesus. Admitido que as coisas hajam ocorrido, conforme foram narradas, é de notar-se seja esse, de tal gênero, o único fenômeno que se tenha produzido. Jesus era de natureza extremamente elevada, para se ater a efeitos puramente materiais, próprios apenas a aguçar a curiosidade da multidão que, então, o teria nivelado a um mágico. Ele sabia que as coisas úteis lhe conquistariam mais simpatias e lhe granjeariam mais adeptos, do que as que facilmente passariam por fruto de grande habilidade e destreza (Item 27). Se bem que, a rigor, o fato se possa explicar, até certo ponto, por uma ação fluídica que houvesse, como o magnetismo oferece muitos exemplos, mudado as propriedades da água, dando-lhe o sabor do vinho, pouco provável é se tenha verificado semelhante hipótese, dado que, em tal caso, a água, tendo do vinho unicamente o sabor, houvera conservado a sua coloração, o que não deixaria de ser notado. Mais racional é se reconheça aí uma daquelas parábolas tão frequentes nos ensinos de Jesus, como a do filho pródigo, a do festim de bodas, do mau rico, da figueira que secou e tantas outras que, todavia, se apresentam com caráter de fatos ocorridos. Provavelmente, durante o repasto, terá Ele aludido ao vinho e à água, tirando de ambos um ensinamento. Justificam esta opinião as palavras que a respeito lhe dirige o mordomo: “Toda gente serve em primeiro lugar o vinho bom e, depois que todos o têm bebido muito, serve o menos fino; tu, porém, guardas até agora o bom vinho.” Entre duas hipóteses, deve-se preferir a mais racional e os espíritas não são tão crédulos que por toda parte vejam manifestações, nem tão absolutos em suas opiniões, que pretendam explicar tudo por meio dos fluidos.



Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Penso nos dias passados." -( Salmos, 76: 6 )-



Amados irmãos, bom dia!

"Penso nos dias passados" e não há como deixar de agradecer as maravilhas que nos tem feito o Senhor, desde a criação do universo. Jamais nos faltou coisa alguma e em tudo tivemos oportunidade de aprender a direção que devíamos seguir. Que eles nos sejam presentes e não os esqueçamos jamais.



                                                    Tempestade aplacada 

45. Certo dia, tendo tomado uma barca com seus discípulos, disse-lhes Ele: “Passemos à outra margem do lago.” Partiram então. Durante a travessia, Ele adormeceu. — Então, um grande turbilhão de vento se abateu de súbito sobre o lago, de sorte que, enchendo-se de água a barca, eles se viam em perigo. Aproximaram-se, pois, dele e o despertaram, dizendo-lhe: “Mestre, perecemos.” Jesus, levantando-se, falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outras se aplacaram, sobrevindo grande calma. Ele então lhes disse: “Onde está a vossa fé?” Eles, porém, cheios de temor e admiração, perguntavam uns aos outros: “Quem é este que assim dá ordens ao vento e às ondas, e eles lhe obedecem?” (Lucas, 8:22 a 25.) 

46. Ainda não conhecemos bastante os segredos da natureza para dizer se há ou não inteligências ocultas presidindo à ação dos elementos. Na hipótese de haver, o fenômeno em questão poderia ter resultado de um ato de autoridade sobre essas inteligências e provaria um poder que a nenhum homem é dado exercer. Como quer que seja, o fato de estar Jesus a dormir tranquilamente, durante a tempestade, atesta de sua parte uma segurança que se pode explicar pela circunstância de que seu Espírito via não haver perigo nenhum e que a tempestade ia amainar.



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 17 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Fazei votos ao Senhor vosso Deus e cumpri-os, todos que o cercam trazei oferendas ao Deus temível." -( Salmos, 75: 13 )-



Amados irmãos, bom dia!

Que nossos votos sejam viver segundo os ensinamentos do Senhor, a fim de que cumpramos os objetivos pelos quais fomos criados.



                                                         Transfiguração 

43. Seis dias depois, tendo chamado de parte a Pedro, Tiago e João, Jesus os levou consigo a um alto monte afastado174 e se transfigurou diante deles. — Enquanto orava, seu rosto pareceu inteiramente outro; suas vestes se tornaram brilhantemente luminosas e brancas qual a neve, como não há pisoeiro na Terra que possa fazer alguma tão alva. — E eles viram aparecer Elias e Moisés, a entreter palestra com Jesus. Então, disse Pedro a Jesus: “Mestre, estamos bem aqui; façamos três tendas: uma para ti, outra para Moisés, outra para Elias.” — É que ele não sabia o que dizia, tão espantado estava. Ao mesmo tempo, apareceu uma nuvem que os cobriu; e, dessa nuvem, uma voz partiu, fazendo ouvir estas palavras: “Este é meu Filho bem-amado; escutai-o.” Logo, olhando para todos os lados, a ninguém mais viram, senão a Jesus, que ficara a sós com eles. Quando desciam do monte, ordenou-lhes Ele que a ninguém falassem do que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. — E eles conservaram em segredo o fato, inquirindo uns dos outros o que teria Ele querido dizer com estas palavras: “Até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dentre os mortos.” (Marcos, 9:1 a 9.) 44. É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno. A transfiguração, explicada no cap. XIV, item 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, itens 35 e seguintes.) De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas  faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o seu envoltório carnal, Ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.

174 Nota de Allan Kardec: O Monte Tabor, a sudoeste do lago de Tabarich e a 11 quilômetros a sudeste de Nazaré, com cerca de 1.000 metros de altura. 



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Nós vos louvamos, Senhor, nós vos louvamos; glorificamos vosso nome e anunciamos vossas maravilhas." -( Salmos, 74: 2 )-



Amados irmãos, bom dia!

Minha vida é o meu maior testemunho do amor de Deus. Ele tem cuidado de mim desde o ventre de minha mãe e jamais me faltou o seu amor. Gratidão eterna ao meu Senhor e meu Deus!



                                             Jesus caminha sobre a água 

41. Logo, fez Jesus que seus discípulos tomassem a barca e passassem para a outra margem antes dele, que ficava a despedir o povo. — Depois de o ter despedido, subiu a um monte para orar e, tendo caído a noite, achou-se Ele sozinho naquele lugar. Entrementes, a barca era fortemente açoitada pelas ondas, em meio do mar, por ser contrário o vento. — Mas na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando por sobre o mar.173 — Quando eles o viram andando sobre o mar, turbaram-se e diziam: “É um fantasma e se puseram a gritar amedrontados.” Jesus então lhes falou, dizendo: “Tranquilizai-vos, sou eu, não tenhais medo.” Pedro lhe respondeu: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro, caminhando sobre as águas.” Disse-lhe Jesus: “Vem.” Pedro, descendo da barca, caminhava sobre a água ao encontro de Jesus. Mas vindo um grande vento ele teve medo; e como começasse a submergir, clamou: “Senhor, salva-me.” Logo, Jesus, estendendo-lhe a mão, disse: “Homem de pouca fé! por que duvidaste?” — E, tendo subido para a barca, cessou o vento. — Então, os que estavam na barca, aproximando-se dele, o adoraram, dizendo: “És verdadeiramente filho de Deus.” (Mateus, 14:22 a 33.) 

42. Este fenômeno encontra explicação natural nos princípios acima expostos, cap. XIV, item 43. Exemplos análogos provam que ele nada tem de impossível, nem de miraculoso, pois que se produz sob a ação das leis da natureza. Pode operar-se de duas maneiras. Jesus, embora estivesse vivo, pôde aparecer sobre a água, com uma forma tangível, estando alhures o seu corpo. É a hipótese mais provável. Fácil é mesmo descobrir-se na narrativa alguns sinais característicos das aparições tangíveis. (Cap. XIV, itens 35 a 37.) Por outro lado, também pode ter sucedido que seu corpo fosse sustentado e neutralizada a sua gravidade pela mesma força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio. Idêntico efeito se produz muitas vezes com os corpos humanos. 

173 Nota de Allan Kardec: O lago de Genesaré ou de Tiberíades



Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 15 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Não olvideis os insultos de vossos adversários e o tumulto crescente dos que se insurgem contra vós." -( Salmos, 73: 23 )-



Amados irmãos, bom dia!

Os falsos profetas estão por todos lados, mas, seus filhos fiéis esperam em vós. Que esses lobos travestidos de ovelhas sejam envergonhados e que somente o Senhor seja conhecido. Senhor, seus filhos esperam em vós, unicamente.



40. A ressurreição de Lázaro, digam o que disserem, de nenhum modo infirma este princípio. Ele estava, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se, porém, que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já cheirava mal, o que é sinal de decomposição. Esta alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão. A morte só se verifica quando são atacados os órgãos essenciais à vida. E quem podia saber que Lázaro já cheirava mal? Foi sua irmã Maria quem o disse. Mas como o sabia ela? Por haver já quatro dias que Lázaro fora enterrado, ela o supunha; nenhuma certeza, entretanto, podia ter. (Cap. XIV, item 29.)172 

172 Nota de Allan Kardec: O fato seguinte prova que a decomposição precede algumas vezes a morte. No Convento do Bom Pastor, fundado em Toulon, pelo padre Marin, capelão dos cárceres, e destinado às decaídas que se arrependem, encontrava-se uma rapariga que suportara os mais terríveis sofrimentos com a calma e a impassibilidade de uma vítima expiatória. Em meio de suas dores parecia sorrir para uma visão celestial. Como Santa Teresa, pedia lhe fosse dado sofrer mais, embora suas carnes já se achassem em frangalhos, com a gangrena a lhe devastar todos os membros. Por sábia previdência, os médicos tinham recomendado que fizessem a inumação do corpo, logo após o trespasse. Coisa singular! Mal a doente exalou o último suspiro, cessou todo o trabalho de decomposição; desapareceram as exalações cadaverosas, de sorte que durante 36 horas pôde o corpo ficar exposto às preces e à veneração da comunidade.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 14 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Oh! como Deus é bom para os corações retos e o Senhor para aqueles que tem o coração puro." -( Salmos, 72: 1 )-



Amados irmãos, bom dia!

Busquemos caminhar nos caminhos do Senhor. Sejamos os filhos que ele criou.



                                               O filho da viúva de Naim 

38. No dia seguinte, dirigiu-se Jesus para uma cidade chamada Naim; acompanhavam-no seus discípulos e grande multidão. — Quando estava perto da porta da cidade, aconteceu que levavam a sepultar um morto, que era filho único de sua mãe e essa mulher era viúva; estava com ela grande número de pessoas da cidade. — Tendo-a visto, o Senhor se tomou de compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores.” — Depois, aproximando-se, tocou o esquife e os que o conduziam pararam. Então, disse Ele: “Mancebo, levanta-te, Eu o ordeno.” — Imediatamente, o moço se sentou e começou a falar. E Jesus o restituiu à sua mãe. Todos os que estavam presentes ficaram tomados de espanto e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo.” — O rumor desse milagre que Ele fizera se espalhou por toda a Judeia e por todas as regiões circunvizinhas. (Lucas, 7:11 a 17.) 39. Contrário seria às leis da natureza e, portanto, milagroso, o fato de voltar à vida corpórea um indivíduo que se achasse realmente morto. Ora, não há mister se recorra a essa ordem de fatos, para ter-se a explicação das ressurreições que Jesus operou. Se, mesmo na atualidade, as aparências enganam por vezes os profissionais, quão mais frequentes não haviam de ser os acidentes daquela natureza, num país onde nenhuma precaução se tomava contra eles e  onde o sepultamento era imediato.171 É, pois, de todo ponto provável que, nos dois casos acima, apenas síncope ou letargia houvesse. O próprio Jesus declara positivamente, com relação à filha de Jairo: “Esta menina,” disse Ele, “não está morta, está apenas adormecida.” Dado o poder fluídico que Ele possuía, nada de espantoso há em que esse fluido vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos em torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o Espírito, prestes a abandoná-lo, uma vez que o laço perispirítico ainda se não rompera definitivamente. Para os homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixara de respirar, havia ressurreição em casos tais; mas, o que na realidade havia era cura e não ressurreição, na acepção legítima do termo.

171 Nota de Allan Kardec: Uma prova desse costume se nos depara nos Atos dos Apóstolos, 5:5 e seguintes. “Ananias, tendo ouvido aquelas palavras, caiu e rendeu o Espírito e todos os que ouviram falar disso foram presas de grande temor. — Logo, alguns rapazes lhe vieram buscar o corpo e, tendo-o levado, o enterraram. — Passadas umas três horas, sua mulher (Safira), que nada sabia do que se dera, entrou. — E Pedro lhe disse... etc. — No mesmo instante, ela lhe caiu aos pés e rendeu o Espírito. Aqueles rapazes, voltando, a encontraram morta e, levando-a, enterraram-na junto do marido.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

A Gênese


"Ele protegerá os humildes do povo, salvará os filhos do pobre e abaterá o opressor." -( Salmos, 71: 4 )-



Amados irmãos, bom dia!

Quando buscamos o Senhor, ele sempre se deixa achar. Seu infinito amor derrama sobre nós bençãos incontáveis, pois, somos seus filhos, obras de suas mãos.


                                                       

                                                           Ressurreições 

                                                                   A filha de Jairo 

37. Tendo Jesus passado novamente, de barca, para a outra margem, logo que desembarcou, grande multidão se lhe apinhou ao derredor. Então, um chefe de sinagoga, chamado Jairo veio ao seu encontro e, ao aproximar-se dele, se lhe lançou aos pés, — a suplicar com grande instância, dizendo: “Tenho uma filha que está no momento extremo; vem impor-lhe as mãos para a curar e lhe salvar a vida.” Jesus foi com ele, acompanhado de grande multidão, que o comprimia. Quando Jairo ainda falava, vieram pessoas que lhe eram subordinadas e lhe disseram: “Tua filha está morta; por que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais  longe?” — Jesus, porém, ouvindo isso, disse ao chefe da sinagoga: “Não te aflijas, crê apenas.” — E a ninguém permitiu que o acompanhasse, senão a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Ele uma aglomeração confusa de pessoas que choravam e soltavam grandes gritos. — Entrando, disse-lhes Ele: “Por que fazeis tanto alarido e por que chorais? Esta menina não está morta, está apenas adormecida.” — Zombavam dele. Tendo feito que toda a gente saísse, chamou o pai e mãe da menina e os que tinham vindo em sua companhia e entrou no lugar onde a menina se achava deitada. — Tomou-lhe a mão e disse: “Talitha cumi”, isto é: “Minha filha, levanta-te, Eu to ordeno.” — No mesmo instante a menina se levantou e se pôs a andar, pois contava doze anos, e ficaram todos maravilhados e espantados. (Marcos, 5:21 a 43.)



Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Os portentos de Deus narrarei, só a vossa justiça hei de proclamar, Senhor." -( Salmos, 70: 16 )-



Amados irmãos, bom dia!

Como é maravilhoso ter os cuidados de Deus para conosco!



36. Os fariseus diziam que por influência dos demônios é que Jesus expulsava os demônios; segundo eles, o bem que Jesus fazia era obra de Satanás; não refletiam que, se Satanás expulsasse a si mesmo, praticaria rematada insensatez. É de notar-se que os fariseus daquele tempo já pretendessem que toda faculdade transcendente e, por esse motivo, reputada sobrenatural, era obra do demônio, pois que, na opinião deles, era do demônio que Jesus recebia o poder de que dispunha. É esse mais um ponto de semelhança daquela com a época atual e tal doutrina é ainda a que a Igreja procura fazer que prevaleça hoje, contra as manifestações espíritas.170

170 Nota de Allan Kardec: Nem todos os teólogos, porém, adotam opiniões tão absolutas sobre a doutrina demoníaca. Aqui está uma cujo valor o clero não pode contestar, emitida por um eclesiástico, Monsenhor Freyssinous, bispo de Hermópolis, na seguinte passagem das suas Conferências sobre a religião, tomo 2o , p. 341 (Paris, 1825): “Se Jesus operasse seus milagres pelo poder do demônio, este houvera trabalhado pela destruição do seu império e teria empregado contra si próprio o seu poder. Certamente, um demônio que procurasse destruir o reinado do vício para implantar o da virtude, seria um demônio muito singular. Eis por que Jesus, para repelir a absurda acusação dos judeus, lhes dizia: “Se opero prodígios em nome do demônio, o demônio está dividido consigo mesmo, trabalha, conseguintemente, por se destruir a si próprio!” Resposta que não admite réplica. É precisamente o argumento que os espíritas opõem aos que atribuem ao demônio os bons conselhos que os Espíritos lhes dão. O demônio agiria então como um ladrão profissional que restituísse tudo o que houvesse roubado e exortasse os outros ladrões a se tornarem pessoas honestas.



Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A Gênese

 

"É em vós, Senhor, que procuro o meu refúgio; que minha esperança não seja para sempre confundida." -( Salmos, 70: 1 )-



Amados irmãos, bom dia!

Minha confiança está, unicamente, no Senhor, pois, só ele é digno.



35. Parece que, ao tempo de Jesus, eram em grande número, na Judeia, os obsidiados e os possessos, donde a oportunidade que Ele teve de curar a muitos. Sem dúvida, os Espíritos maus haviam invadido aquele país e causado uma epidemia de possessões. (Cap. XIV, item 49.) Sem apresentarem caráter epidêmico, as obsessões individuais são muitíssimo frequentes e se apresentam sob os mais variados aspectos que, entretanto, por um conhecimento amplo do Espiritismo, facilmente se descobrem. Podem, não raro, trazer consequências danosas à saúde, seja agravando afecções orgânicas já existentes, seja ocasionando-as. Um dia, virão a ser, incontestavelmente, arroladas entre as causas patológicas que requerem, pela sua natureza especial, especiais meios de tratamento. Revelando a causa do mal, o Espiritismo rasga nova senda à arte de curar e  fornece à Ciência meio de alcançar êxito onde até hoje quase sempre vê malogrados seus esforços, pela razão de não atender à primordial causa do mal. (O livro dos médiuns, 2a Parte, cap. XXIII.)



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 10 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Quanto a mim, sou pobre e desvalido, socorrei-me, ó Deus. Sois meu protetor e libertador, Senhor, não tardeis mais." -( Salmos, 69: 6 )-



Amados irmãos, bom dia!

Saibamos esperar o tempo do Senhor. Ele é perfeito em tudo e sabe o que necessitamos. Jamais nos deixa faltar nada, pois, em tudo há ensinamentos imprescindíveis à nossa evolução.



34. O fato de serem alguns maus Espíritos mandados meter-se em corpos de porcos é o que pode haver de menos provável. Aliás, seria difícil explicar a existência de tão numeroso rebanho de porcos num país onde esse animal era tido em horror e nenhuma utilidade oferecia para a alimentação. Um Espírito, porque mau, não deixa de ser um Espírito humano, embora tão imperfeito que continue a fazer mal, depois de desencarnar, como o fazia antes, e é contra todas as leis da natureza que lhe seja possível fazer morada no corpo de um animal. No fato, pois, a que nos referimos, temos que reconhecer a existência de uma dessas ampliações tão comuns nos tempos de ignorância e de superstição; ou, então, será uma alegoria destinada a caracterizar os pendores imundos de certos Espíritos.



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Louvem-no o céu e a terra, os mares e tudo que neles se move." -( Salmos, 68: 35 )-



Amados irmãos, bom dia!

O louvor é um carinho para o coração do Senhor, pois, nos coloca como os filhos que ele criou.



                                                          Possessos 

29. Vieram em seguida a Cafarnaum e Jesus, entrando primeiramente, em dia de sábado, na sinagoga, os instruía. — Admiravam-se da sua doutrina, porque Ele os instruía como tendo autoridade e não como os escribas. Ora, achava-se na sinagoga um homem possesso de um Espírito impuro, que exclamou: — “Que há entre ti e nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus.” — Jesus, porém, falando-lhe ameaçadoramente, disse: “Cala-te e sai desse homem.” — Então, o Espírito impuro, agitando o homem em violentas convulsões, saiu dele. Ficaram todos tão surpreendidos que uns aos outros perguntavam: “Que é isto? Que nova doutrina é esta? Ele dá ordem com império, até os Espíritos impuros, e estes lhe obedecem.” (Marcos, 1:21 a 27.) 30. Tendo eles saído, apresentaram-lhe um homem mudo, possesso do demônio. — Expulso o demônio, o mudo falou, e o povo tomado de admiração, dizia: “Jamais se viu coisa semelhante em Israel.” Mas os fariseus, ao contrário, diziam: “É pelo príncipe dos demônios que Ele expele os demônios.” (Mateus, 9:32 a 34.) 

31. Quando Ele foi vindo ao lugar onde estavam os outros discípulos, viu em torno destes uma grande multidão e muitos escribas que com eles disputavam. — Logo que deu com Jesus, todo o povo se tomou de espanto e temor e correram todos a saudá-lo. Perguntou Ele então: “Sobre que disputáveis em assembleia?” — Um homem, do meio do povo, tomando a palavra, disse: “Mestre, trouxe-te meu filho, que está possesso de um Espírito mudo; — em todo lugar onde dele se apossa, atira-o por terra e o menino espuma, rilha os dentes e se torna todo seco. Pedi a teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.” Disse-lhes Jesus: “Ó gente incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-mo.” — Trouxeram-lho e ainda não havia ele posto os olhos em Jesus, e o Espírito entrou a agitá-lo violentamente; ele caiu no chão e se pôs a rolar espumando.  Jesus perguntou ao pai do menino: “Desde quando isto lhe sucede?” — “Desde pequenino, diz o pai. — E o Espírito o tem lançado, muitas vezes, ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer; se alguma coisa puderes, tem compaixão de nós e socorre-nos.” Respondeu-lhe Jesus: “Se puderes crer, tudo é possível àquele que crê.” — Logo exclamou o pai do menino, banhado em lágrimas: “Senhor, creio, ajuda-me na minha incredulidade.” Jesus, vendo que o povo acorria em multidão, falou em tom de ameaça ao Espírito impuro, dizendo-lhe: “Espírito surdo e mudo sai desse menino e não entres mais nele.” — Então, o Espírito, soltando grande grito e agitando o menino em violentas convulsões, saiu, ficando como morto o menino, de sorte que muitos diziam que ele morrera. — Mas Jesus, tomando-lhe as mãos e amparando-o, fê-lo levantar-se. Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: “Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?” — Ele respondeu: “Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.” (Marcos, 9:13 a 28.) 32. Apresentaram-lhe então um possesso cego e mudo e Ele o curou, de modo que o possesso começou a falar e a ver: — Todo o povo ficou presa de admiração e dizia: “Não é esse o filho de Davi?” Mas os fariseus, isso ouvindo, diziam: “Este homem expulsa os demônios com o auxílio de Belzebu, príncipe dos demônios.” Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: “Todo reino que se dividir contra si mesmo será arruinado e toda cidade ou casa que se divide contra si mesma não pode subsistir. — Se Satanás expulsa a Satanás, ele está dividido contra si mesmo, como, pois, o seu reino poderá subsistir? — E, se é por ­Belzebu que eu expulso os demônios, por quem os expulsarão vossos filhos? Por isso, eles próprios serão os vossos juízes. — Se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é que o reino de Deus veio até vós.” (Mateus, 12:22 a 28.) 

33. Com as curas, as libertações de possessos figuram entre os mais numerosos atos de Jesus. Alguns há, entre os fatos dessa natureza, como os acima narrados, no item 30, em que a possessão não é evidente. Provavelmente, naquela época, como ainda hoje acontece, atribuía-se à  influência dos demônios todas as enfermidades cuja causa se não conhecia, principalmente a mudez, a epilepsia e a catalepsia. Outros há, todavia, em que nada tem de duvidosa a ação dos maus Espíritos, casos esses que guardam com os de que somos testemunhas tão frisante analogia, que neles se reconhecem todos os sintomas de tal gênero de afecção. A prova da participação de uma inteligência oculta, em tal caso, ressalta de um fato material: são as múltiplas curas radicais obtidas, nalguns centros espíritas, pela só evocação e doutrinação dos Espíritos obsessores, sem magnetização, nem medicamentos e, muitas vezes, na ausência do paciente e a grande distância deste. A imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os Espíritos imperfeitos, chamados então demônios, que lhe bastava ordenar se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção. (Cap. XIV, item 46.)



Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 8 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Reinos da terra, cantai a glória de Deus, cantai um cântico ao Senhor." -( Salmos, 67: 33 )-



Amados irmãos, bom dia!

O Senhor é o nosso pai. O pai da criação. A ele nosso louvor e gratidão. Feliz dia dos pais, Senhor e a todos os pais que criastes!



28. O Espiritismo, igualmente, pelo bem que faz é que prova a sua missão providencial. Ele cura os males físicos, mas cura, sobretudo, as doenças morais e são esses os maiores prodígios que lhe atestam a procedência. Seus mais sinceros adeptos não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os que dele recebem a consolação para suas almas; os a quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição, que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé inabalável, porque sentem e compreendem. Os que no Espiritismo unicamente procuram efeitos materiais, não lhe podem compreender a força moral. Daí vem que os incrédulos, que apenas o conhecem pelos fenômenos cuja causa primária não admitem, consideram os espíritas meros prestidigitadores e charlatães. Não será, pois, por meio de prodígios que o Espiritismo triunfará da incredulidade será pela multiplicação dos seus benefícios morais, porquanto, se é certo que os incrédulos não admitem os prodígios, não menos certo é que conhecem, como toda gente, o sofrimento e as aflições e ninguém recusa alívio e consolação.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 7 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Tenha piedade de nós e nos abençoe, faça resplandecer sobre nós a luz da vossa face." -( Salmos, 66: 2 )-



Amados irmãos, bom dia!

Seja o Senhor a nossa direção e que seus ensinamentos conduzam o nosso proceder. Buscar o amor, eis a razão de termos sido criados, pois, Deus é amor!



                                     Numerosas curas operadas por Jesus 

26. Jesus ia por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todos os langores e todas as enfermidades no meio do povo. — Tendo-se a sua reputação espalhado por toda a Síria; traziam-lhe os que estavam doentes e afligidos por dores e males diversos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos e Ele a todos curava. — Acompanhava-o grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e de além Jordão. (Mateus, 4:23 a 25.) 27. De todos os fatos que dão testemunho do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria Ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem; que o seu  objetivo era ser útil e não satisfazer à curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias. Aliviando os sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que se se limitasse a produzir surpreendentes fatos materiais, conforme os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não teria visto nele senão um feiticeiro, ou um mágico hábil, que os desocupados iriam apreciar para se distraírem. Assim, quando João Batista manda, por seus discípulos, perguntar-lhe se Ele era o Cristo, a sua resposta não foi: “Eu o sou”, como qualquer impostor houvera podido dizer. Tampouco lhes fala de prodígios, nem de coisas maravilhosas; responde-lhes simplesmente: “Ide dizer a João: os cegos veem, os doentes são curados, os surdos ouvem, o Evangelho é anunciado aos pobres.” O mesmo era que dizer: “Reconhecei-me pelas minhas obras; julgai da árvore pelo fruto”, porquanto era esse o verdadeiro caráter da sua missão divina.



Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Tenha Deus piedade de nós e nos abençoe, faça resplandecer sobre nós a luz da vossa face." -( Salmos, 66: 2 )-



Amados irmãos, bom dia!

Não deixemos, jamais, de buscar o Senhor e de caminhar em seus caminhos. Só os tolos assim procedem.



                                                  Cego de nascença 

24. Ao passar, viu Jesus um homem que era cego desde que nascera; — e seus discípulos lhe fizeram esta pergunta: “Mestre, foi pecado desse homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele nascesse cego?” — Jesus lhes respondeu: “Não é por pecado dele, nem dos que o puseram no mundo; mas, para que nele se patenteiem as obras do poder de Deus. É preciso que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem depois a noite, na qual ninguém pode fazer obras. — Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” Tendo dito isso, cuspiu no chão e, havendo feito lama com a sua saliva, ungiu com essa lama os olhos do cego — e lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”, que significa Enviado. Ele foi, lavou-se e voltou vendo claro.  Seus vizinhos e os que o viam antes a pedir esmolas diziam: “Não é este o que estava assentado e pedia esmola?” Uns respondiam: “É ele”; outros diziam: “Não, é um que se parece com ele.” O homem, porém, lhes dizia: “Sou eu mesmo.” — Perguntaram-lhe então: “Como se te abriram os olhos?” — Ele respondeu: “Aquele homem que se chama Jesus fez um pouco de lama e passou nos meus olhos, dizendo: ‘Vai à piscina de Siloé e lava-te.’ Fui, lavei-me e vejo.” — Disseram-lhe: “Onde está Ele?” Respondeu o homem: “Não sei.” Levaram então aos fariseus o homem que estivera cego. — Ora, fora num dia de sábado que Jesus fizera aquela lama e lhe abrira os olhos. Também os fariseus o interrogaram para saber como recobrara a vista. Ele lhes disse: “Ele me pôs lama nos olhos, eu me lavei e vejo.” — Ao que alguns fariseus retrucaram: “Esse homem não é enviado de Deus, pois que não guarda o sábado.” Outros, porém, diziam: “Como poderia um homem mau fazer prodígios tais?” Havia, a propósito, dissensão entre eles. Disseram de novo ao que fora cego: “E tu, que dizes desse homem que te abriu os olhos?” Ele respondeu: “Digo que é um profeta.” — Mas os judeus não acreditaram que aquele homem houvesse estado cego e que houvesse recobrado a vista, enquanto não fizeram vir o pai e a mãe dele — e os interrogaram assim: “É este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora vê?” — O pai e a mãe responderam: “Sabemos que esse é nosso filho e que nasceu cego; — não sabemos, porém, como agora vê e tampouco sabemos quem lhe abriu os olhos. Interrogai-o; ele já tem idade, que responda por si mesmo.” Seu pai e sua mãe falavam desse modo, porque temiam os judeus, visto que estes já haviam resolvido em comum que quem quer que reconhecesse a Jesus como o Cristo seria expulso da sinagoga. — Foi o que obrigou o pai e a mãe do rapaz a responderem: “Ele já tem idade; interrogai-o.” Chamaram segunda vez o homem que estivera cego e lhe disseram: “Glorifica a Deus; sabemos que esse homem é um pecador.” Ele lhes respondeu: “Se é um pecador, não sei, tudo o que sei é que estava cego e agora vejo.” — Tornaram a perguntar-lhe: “Que te fez Ele e como te abriu os olhos?” — Respondeu o homem: “Já vo-lo disse e bem o ouvistes; por que quereis ouvi-lo segunda vez? Será que queirais tornar-vos seus discípulos?” — Ao que eles o carregaram de injúrias e lhe disseram: “Sê tu seu discípulo; quanto a nós, somos discípulos de Moisés. — Sabemos que Deus falou a Moisés, ao passo que este não sabemos donde saiu.”  O homem lhes respondeu: “É de espantar que não saibais donde Ele é e que me tenha aberto os olhos. — Ora, sabemos que Deus não exalça os pecadores; mas, àquele que o honre e faça a sua vontade, a esse Deus exalça. — Desde que o mundo existe, jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. — Se esse homem não fosse um enviado de Deus, nada poderia fazer de tudo o que tem feito.” Disseram-lhe os fariseus: “Tu és todo pecado, desde o ventre de tua mãe, e queres ensinar-nos a nós?” E o expulsaram. (João, 9:1 a 34.) 

25. Esta narrativa, tão simples e singela, traz em si evidente o cunho da veracidade. Nada aí há de fantasista, nem de maravilhoso. É uma cena da vida real apanhada em flagrante. A linguagem do cego é exatamente a desses homens simples, nos quais o bom senso supre a falta de saber e que retrucam com bonomia aos argumentos de seus adversários, expendendo razões a que não faltam justeza, nem oportunidade. O tom dos fariseus, por outro lado, é o dos orgulhosos que nada admitem acima de suas inteligências e que se enchem de indignação à só ideia de que um homem do povo lhes possa fazer observações. Afora a cor local dos nomes, dir-se-ia ser do nosso tempo o fato. Ser expulso da sinagoga equivalia a ser posto fora da Igreja. Era uma espécie de excomunhão. Os espíritas, cuja doutrina é a do Cristo de acordo com o progresso das luzes atuais, são tratados como os judeus que reconheciam em Jesus o Messias. Excomungando-os, a Igreja os põe fora de seu seio, como fizeram os escribas e os fariseus com os seguidores do Cristo. Assim, aí está um homem que é expulso porque não pode admitir seja um possesso do demônio aquele que o curara e porque rende graças a Deus pela sua cura! Não é o que fazem com os espíritas? Obter dos Espíritos salutares conselhos, a reconciliação com Deus e com o bem, curas, tudo isso é obra do diabo e sobre os que isso conseguem lança-se anátema. Não se têm visto padres declararem, do alto do púlpito, que é melhor uma pessoa conservar-se incrédula do que recobrar a fé por meio do Espiritismo? Não há os que dizem a doentes que estes não deviam ter procurado curar-se com os espíritas que possuem esse dom, porque esse dom é satânico? Não há os que pregam que os necessitados não devem aceitar o pão que os espíritas distribuem, por ser do diabo esse pão? Que outra coisa  diziam ou faziam os padres judeus e os fariseus? Aliás, fomos avisados de que tudo hoje tem que se passar como ao tempo do Cristo. A pergunta dos discípulos: “Foi algum pecado deste homem que deu causa a que ele nascesse cego?” revela que eles tinham a intuição de uma existência anterior, pois, do contrário, ela careceria de sentido, visto que um pecado somente pode ser causa de uma enfermidade de nascença, se cometido antes do nascimento, portanto, numa existência anterior. Se Jesus considerasse falsa semelhante ideia, ter-lhes-ia dito: “Como houvera este homem podido pecar antes de ter nascido?” Em vez disso, porém, diz que aquele homem estava cego, não por ter pecado, mas para que nele se patenteasse o poder de Deus, isto é, para que servisse de instrumento a uma manifestação do poder de Deus. Se não era uma expiação do passado, era uma provação apropriada ao progresso daquele Espírito, porquanto Deus, que é justo, não lhe imporia um sofrimento sem utilidade. Quanto ao meio empregado para a sua cura, evidentemente aquela espécie de lama feita de saliva e terra nenhuma virtude podia encerrar, a não ser pela ação do fluido curativo de que fora impregnada. É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.



Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Bendito seja Deus que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua misericórdia." -( Salmos, 65: 20 )-



Amados irmãos, bom dia!

O Senhor é muito mais que um amigo, pois, nos conhece a fundo e, não obstante, nos quer bem. Isso é amor vivo.



                                                 O paralítico da piscina 

21. Depois disso, tendo chegado a festa dos judeus, Jesus foi a Jerusalém. — Ora, havia em Jerusalém a piscina das ovelhas, que se chama em hebreu Betesda, a qual tinha cinco galerias — onde, em grande número, se achavam deitados doentes, cegos, coxos e os que tinham ressecados os membros, todos à espera de que as águas  fossem agitadas — porque, o anjo do Senhor, em certa época, descia àquela piscina e lhe movimentava a água e aquele que fosse o primeiro a entrar nela, depois de ter sido movimentada a água, ficava curado, qualquer que fosse a sua doença. Ora, estava lá um homem que se achava doente havia trinta e oito anos. — Jesus, tendo-o visto deitado e sabendo-o doente desde longo tempo, perguntou-lhe: “Queres ficar curado?” — O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina depois que a água for movimentada; e, durante o tempo que levo para chegar lá, outro desce antes de mim.” — Disse-lhe Jesus: “Levanta-te, toma o teu leito e vai-te.” — No mesmo instante o homem se achou curado e, tomando de seu leito, pôs-se a andar. Ora, aquele dia era um sábado. Disseram então os judeus ao que fora curado: “Não te é permitido levares o teu leito.” — Respondeu o homem: “Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda.” — Perguntaram-lhe eles então: “Quem foi esse que te disse: ‘Toma o teu leito e anda?’” — Mas nem mesmo o que fora curado sabia quem o curara, porquanto Jesus se retirara do meio da multidão que lá estava. Depois, encontrando aquele homem no templo, Jesus lhe disse: “Vês que foste curado; não tornes de futuro a pecar, para que te não aconteça coisa pior.” O homem foi ter com os judeus e lhes disse que fora Jesus quem o curara. — Era por isso que os judeus perseguiam a Jesus, porque Ele fazia essas coisas em dia de sábado. — Então, Jesus lhes disse: “Meu Pai não cessa de trabalhar até ao presente e eu também trabalho incessantemente.” (João, 5:1 a 17.) 

22. “Piscina” (da palavra latina piscis, peixe), entre os romanos, eram chamados os reservatórios ou viveiros onde se criavam peixes. Mais tarde, o termo se tornou extensivo aos tanques destinados a banhos em comum. A piscina de Betesda, em Jerusalém, era uma cisterna, próxima ao Templo, alimentada por uma fonte natural, cuja água parece ter tido propriedades curativas. Era, sem dúvida, uma fonte intermitente que, em certas épocas, jorrava com força, agitando a água. Segundo a crença vulgar, esse era o momento mais propício às curas. Talvez que, na realidade, ao brotar da fonte a água, mais ativas fossem as suas propriedades, ou que a agitação que o jorro produzia na água fizesse vir à tona a vasa169  Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos hoje; mas, então, as ciências estavam pouco adiantadas e à maioria dos fenômenos incompreendidos se atribuíam uma causa sobrenatural. Os judeus, pois, tinham a agitação da água como devida à presença de um anjo e tanto mais fundadas lhes pareciam essas crenças, quanto viam que, naquelas ocasiões, mais curativa se mostrava a água. Depois de haver curado aquele paralítico, disse-lhe Jesus: “Para o futuro não tornes a pecar, a fim de que não te aconteça coisa pior.” Por essas palavras, deu-lhe a entender que a sua doença era uma punição e que, se ele não se melhorasse, poderia vir a ser de novo punido e com mais rigor, doutrina essa inteiramente conforme à do Espiritismo. 

23. Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante à guarda desse dia. Queria mostrar-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância das práticas exteriores e das formalidades; que a piedade está nos sentimentos do coração. Justificava-se, declarando: “Meu Pai não cessa de trabalhar até ao presente e eu também trabalho incessantemente.” Quer dizer: Deus não interrompe suas obras, nem sua ação sobre as coisas da natureza, em dia de sábado. Ele não deixa de fazer que se produza tudo quanto é necessário à vossa alimentação e à vossa saúde; eu lhe sigo o exemplo.


169 N.E.: Espécie de lama, fina e inconsistente, característica de certos fundos oceânicos, constituída por carapaças microscópicas de animais ou elementos minerais.  salutar para algumas moléstias.



Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Vós que atendeis as preces, todo homem acorre a vós." -( Salmos, 64: 3 )-



Amados irmãos, bom dia!

Quão maravilhoso é acorrer ao Senhor na certeza de seu amparo. Seja louvado o nosso Deus, eternamente.



                                                       A mulher curvada 

19. Todos os dias de sábado Jesus ensinava numa sinagoga. — Um dia, viu ali uma mulher possuída de um Espírito que a punha doente, havia dezoito anos; era tão curvada, que não podia olhar para cima. — Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua enfermidade.” — Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e ela, endireitando-se, rendeu graças a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: “Há seis dias destinados ao trabalho; vinde nesses dias para serdes curados e não nos dias de sábado.” O Senhor, tomando a palavra, disse-lhe: “Hipócrita, qual de vós não solta da carga o seu boi ou seu jumento em dia de sábado e não o leva a beber? — Por que então não se deveria libertar, em dia de sábado, dos laços que a prendiam, esta filha de Abraão, que Satanás conservara atada durante dezoito anos?” A estas palavras, todos os seus adversários ficaram confusos e todo o povo encantado de vê-lo praticar tantas ações gloriosas. (Lucas, 13:10 a 17.)

20. Este fato prova que naquela época a maior parte das enfermidades era atribuída ao demônio e que todos confundiam, como ainda hoje, os possessos com os doentes, mas em sentido inverso, isto é, hoje, os que não acreditam nos maus Espíritos confundem as obsessões com as moléstias patológicas.



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 3 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Alegra-se o justo no Senhor e nele confia; e triunfam todos os retos de coração." -( Salmos, 63: 11 )-



Amados irmãos, bom dia!

Viver na luz é a vida que nos oferece o Senhor. Não há maior felicidade.



                                                          Mão seca 

18. De outra vez entrou Jesus no templo e aí encontrou um homem que tinha seca uma das mãos. — E eles o observavam para ver se Ele o curaria em dia de sábado, para terem um motivo de o acusar. — Então, disse Ele ao homem que tinha a mão seca: “Levanta-te e coloca-te ali no meio.” — Depois, disse-lhes: “É permitido em dia de sábado fazer o bem ou mal, salvar a vida ou tirá-la?” Eles permaneceram em silêncio. — Ele, porém, encarando-os com indignação, tanto o afligia a dureza de seus corações, disse ao homem: “Estende a tua mão.” Ele a estendeu e ela se tornou sã.   Logo os fariseus saíram e se reuniram contra Ele em conciliábulo com os herodianos, sobre o meio de o prenderem. — Mas Jesus se retirou com seus discípulos para o mar, acompanhando-o grande multidão de povo da Galileia e da Judeia — de Jerusalém, da Idumeia e de além Jordão; e os das cercanias de Tiro e de Sídon, tendo ouvido falar das coisas que Ele fazia, vieram em grande número ao seu encontro. (Marcos, 3:1 a 8.)



Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A Gênese

 

"Alegra-se o justo no Senhor nele confia e triunfam todos os retos de coração." -( Salmos, 63: 11 )-



Amados irmãos, bom dia!

Não confiemos em nós mesmos. Estejamos atentos para que não nos enganemos. Coloqemos toda a nossa confiança no Senhor e busquemos sua direção em tudo.



17. Os samaritanos eram cismáticos, mais ou menos como os protestantes com relação aos católicos, e os judeus os tinham em desprezo, como heréticos. Curando indistintamente os judeus e os samaritanos, dava Jesus, ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de tolerância; e fazendo ressaltar que só o samaritano voltara a glorificar a Deus, mostrava que havia nele maior soma de verdadeira fé e de reconhecimento, do que nos que se diziam ortodoxos. Acrescentando: “Tua fé te salvou”, fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a forma exterior da adoração. Entretanto, também os outros tinham sido curados. Fora mister que tal se verificasse, para que Ele pudesse dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão. Quem sabe, porém, o que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida? Dizendo ao samaritano: “Tua fé te salvou”, dá Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros.



Que a graça e apaz sejam conosco!