segunda-feira, 6 de junho de 2016

Maria, mãe de Jesus


"Porei minhas leis em seus corações e as escreverei em seus entendimentos." -( Hebreus, 10: 16 )-




Amados irmãos, bom dia!
Quando nos criou o Pai Celestial  nos capacitou a caminharmos com nossas próprias pernas e para tanto, "gravou em nós" os seus sagrados ensinamentos. Portanto, quando nos sentirmos em dúvida basta que olhemos para dentro de nós mesmos e busquemos em nossa sagrada essência a orientação que, com o auxílio do nosso Mestre Jesus e com a ação dos bons Espíritos, jamais haveremos de ficar sem respostas. 








“Maria, segundo informações das fontes cristãs antigas, era filha de pais judeus, Joaquim e Ana. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento — ocorrido entre 18 ou 20 a.C. — , em Jerusalém ou em Séforis, na Galileia. Possivelmente, ela casou aos 14 anos, como era comum à época. Durante a sua infância viveu em Nazaré, onde ficou noiva do carpinteiro José, da tribo de Davi. Algumas fontes históricas indicam que Maria e José tiveram outros filhos, depois de Jesus. Não há, porém, provas ou evidências concretas. O Evangelho segundo Lucas é a principal fonte bíblica sobre Maria cuja referência é feita em momentos específicos: na aparição do anjo para anunciar a vinda de Jesus; na visita de Maria à sua prima Isabel; no nascimento de Jesus, em uma estrebaria da cidade de Belém; na chegada dos magos, logo após o nascimento do Cristo; na fuga para o Egito, em razão da perseguição de Herodes; no retorno à Galileia, após a morte de Herodes; na visita ao templo, durante o período da purificação, quando encontra Simeão e Ana, a profetiza; no diálogo de Jesus com os doutores; nas bodas de Caná; na crucificação de Jesus e no dia de Pentecostes. As tradições cristãs revelam que Maria ficou sob o amparo do apóstolo e evangelista João, em Jerusalém e em Éfeso, atendendo a orientação de Jesus. Acredita-se que ela tenha morrido em Jerusalém.

Há quem afirme, porém, que sua “ascenção aos céus” ocorreu em Éfeso. Esta questão deve ser analisada com cuidado. A ascensão de Maria, em termos espíritas, deve ser vista como num desdobramento seguido de materialização — à semelhança do que acontecia com Antônio de Pádua — , ou materialização do seu Espírito, após a desencarnação. Não se sabe ao certo quando ela morreu. Maria (ou Miriam) é um nome de origem hebraica, significando: Senhora da Luz. Sua figura no Novo Testamento é discreta, o que não diminui seu valor e a sua importância. Buscando [...] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida, preciosa do Embaixador divino, o supremo poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples... Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus. Vemos, também, que a sua figura é reverenciada com carinho e profunda gratidão, como a sublime mãe de Jesus ou, simplesmente, Maria de Nazaré.

No Espiritismo — doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido por Jesus — também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há (mais de) 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar “no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra”. Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do mundo espiritual, revelando-nos que ela continua até hoje zelando com muito carinho pela humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. Maria de Nazaré simboliza “[...] terras de virtudes fartas, o mesmo não sucede aos apóstolos que, a cada passo, necessitam recorrer à fonte das lágrimas que escorrem do monturo de remorsos e fraquezas [...]”.

Por ser um Espírito de grandes conquistas evolutivas e virtudes, consciente de sua tarefa, curva-se, humilde, diante do anjo que, em nome do Pai, lhe anuncia que será a mãe de Jesus, o Salvador, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas, 1:38). Maria profere um dos mais belos cânticos de louvor e agradecimento a Deus, após a visita do anjo que lhe informou sobre a vinda do Cristo. A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço, agiu valorosamente, dissipou os soberbos no pensamento de seu coração, depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os famintos, despediu vazios os ricos, e auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade, para sempre (Lucas, 1:46-55).

Muitas obras espíritas enfocam a figura de Maria como de grande importância para os cristãos. No artigo “Notícias de Maria, a mãe de Jesus”, publicado no Anuário espírita de 1986, encontramos informações a respeito dessa figura ímpar da história do Cristianismo. No livro Boa nova, o Espírito Humberto de Campos destaca: Maria foi cognominada de “bendita” ou “bem-aventurada” porque foi a escolhida para ser a mãe de Jesus. Esta informação está em Lucas, em dois momentos diferentes:

» Quando o anjo anuncia a vinda de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contido; bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).

» Quando da visita à prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre” (Lucas, 1:42).

Além dos relatos evangélicos, Maria é também mencionada nos escritos de alguns pais da Igreja Católica Romana, entre os quais, Justino Inácio, Tertuliano e Atanásio. Em obras cristãs, não incluídas nos canônes da igreja de Roma, isto é, nas escrituras apócrifas, encontramos referências sempre respeitosas a Maria. No evangelho de Tiago e na deliberação do Concílio de Éfeso (431 E.C.), ela foi proclamada Theotokos, isto é, “Portadora de Deus”. Importa considerar, como referência histórica, a existência de uma escritura apócrifa denominada “O evangelho gnóstico de Maria”, e outra produzida na Idade Média, intitulada “Evangelho do nascimento de Maria.” Essas e outras obras serviram de base para o culto a Maria, existente, em especial, nas igrejas católica romana e ortodoxa. O autor de Boa nova, nos revela momentos pungentes da vida de Maria, como, por exemplo, durante a crucificação de Jesus. Humberto de Campos descreve a dor profunda e silenciosa de Maria, que comove e causa admiração, nos fazendo refletir a respeito da grandiosidade desse Espírito. Junto da cruz, o vulto agoniado de Maria produzia dolorosa e indelével impressão. Com o pensamento ansioso e torturado, olhos fixos no madeiro das perfídias humanas, a ternura materna regredia ao passado em amarguradas recordações. Ali estava, na hora extrema, o filho bem-amado. Maria deixava-se ir na corrente infinda das lembranças. Eram as circunstâncias maravilhosas em que o nascimento de Jesus lhe fora anunciado, a amizade de Izabel, as profecias do velho Simeão, reconhecendo que a assistência de Deus se tornara incontestável nos menores detalhes de sua vida. Naquele instante supremo revia, a manjedoura, na sua beleza agreste, sentindo que a Natureza parecia desejar redizer aos seus ouvidos o cântico de glória daquela noite inolvidável. Através do véu espesso das lágrimas, repassou, uma por uma, as cenas da infância do filho estremecido, observando o alarma interior das mais doces reminiscências. Nas menores coisas, reconhecia a intervenção da Providência celestial; entretanto, naquela hora, seu pensamento vagava também pelo vasto mar das mais aflitivas interrogações. [...] Que profundos desígnios haviam conduzido seu filho adorado à cruz do suplício? Uma voz amiga lhe falava ao espírito, dizendo das determinações insondáveis e justas de Deus, que precisam ser aceitas para a redenção divina das criaturas. Seu coração rebentava em tempestades de lágrimas irreprimíveis; contudo, no santuário da consciência, repetia a sua afirmação de sincera humildade: “Faça-se na escrava a vontade do Senhor!”

Resignada diante do maior testemunho da sua missão, Maria sente uma mão amiga tocar o seu ombro. Era o apóstolo João a lhe estender os braços amorosos e reconhecidos. Ambos, compungidos por tanta dor, buscam o olhar de Jesus como a suplicar entendimento. Fala, então, Maria a Jesus: “Meu filho! Meu amado filho!...” [...] O Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus, replicou com significativo movimento dos olhos vigilantes: “Mãe, eis aí teu filho!...” — E dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao apóstolo, disse: Filho, eis aí tua mãe! Tempos depois, relata o Espírito amigo, que João, recordando-se das observações feitas pelo Mestre, vai ao encontro de Maria e conta-lhe sobre sua nova vida entre almas devotadas e sinceras no exercício dos ensinamentos cristãos. Num misto de reconhecimento e ventura Maria se instala junto ao dedicado apóstolo, em Éfeso.

A casa de João [...] ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes e sinceros. Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. [...] Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso. A notícia que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades. Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”. Os anos passaram sem que Maria deixasse, um dia, de amparar e transmitir ao coração do povo as mensagens da Boa Nova. Ao chegar à velhice não sente cansaço nem amarguras. E num dia, durante as suas orações, relata-nos, ainda, Humberto de Campos: Enlevada nas suas meditações, Maria viu aproximar-se o vulto de um pedinte. — Minha mãe — exclamou o recém-chegado, como tantos outros que recorriam ao seu carinho —, venho fazer-te companhia e receber tua bênção. Maternalmente, ela o convidou a entrar, impressionada com aquela voz que lhe inspirava profunda simpatia. O peregrino lhe falou do céu, confortando-a delicadamente. Comentou as bem-aventuranças divinas que aguardam a todos os devotados e sinceros filhos de Deus, [...]. Maria sentiu-se empolgada por tocante surpresa. Que mendigo seria aquele que lhe acalmava as dores secretas da alma saudosa, com bálsamos tão dulçorosos? Nenhum lhe surgira até então para dar; era sempre para pedir alguma coisa. [...] Seus olhos se umedeceram de ventura, sem que conseguisse explicar a razão de sua terna emotividade. Foi quando o hóspede anônimo lhe estendeu as mãos generosas e lhe falou com profundo acento de amor: — Minha mãe, vem aos meus braços! Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na cruz, e instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as úlceras causadas pelos cravos do suplício. Não pôde mais. Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria: — Meu filho! Meu filho! As úlceras que te fizeram!... [...] Num ímpeto de amor, fez um movimento para se ajoelhar. Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com ternura. Ele, porém, levantando-a, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou aos pés e beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte: — Sim, minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos anjos... Maria sempre dedicou assistência aos sofredores, como registrou Yvonne Pereira no livro Memórias de um suicida. A obra descreve a assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além pela Legião dos servos, “chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, aquele que foi o redentor dos homens!”.

Muitas são as histórias que envolvem a ação de Maria de Nazaré em benefício dos que sofrem. No livro Ação e reação, André Luiz relata o caso de uma senhora que orava fervorosamente, rogando a proteção de Maria de Nazaré pelos filhos transviados. O instrutor Silas, citado na referida obra explica a André Luiz: “[...] Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e ai são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaré, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.” Em diversas obras os Espíritos superiores fazem referência à dedicação de Maria aos sofredores. Lembramos, a propósito, a reverência que o Espírito Bittencourt Sampaio faz à mãe de Jesus em tocante oração:

Anjo dos bons e Mãe dos pecadores,
Enquanto ruge o mal,
Senhora, enquanto Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve à Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ó Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa...” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos







125. Os Espíritos que enveredaram pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros? 

“Sim; mas as eternidades lhes serão mais longas.” 

Por estas palavras — as eternidades — se deve entender a idéia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade de seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver, idéia que revive todas as vezes que sucumbem numa prova.




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 5 de junho de 2016

A infância de Jesus


"Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nessa parte." -( I Pedro, 4: 16 )-



Amados irmãos, bom dia!
Raros são os homens que aprendem a encontrar proveito em tribulações. Muitos padecem sem conseguir encontrar lições proveitosas nesses momentos de grandes oportunidades. Ante tais situações, busquemos o olhar compassivo do nosso Mestre Jesus e as boas orientações dos Espíritos amigos a fim de haurirmos ensinamentos para nossa reforma íntima.











“A infância de Jesus é marcada por percepções e revelações mediúnicas. Anteriormente, antes do seu nascimento, foram assinalados os sonhos de José e a aparição do anjo a Maria, anunciando-lhe a vinda do Senhor. Outros acontecimentos merecem destaque, como os que se seguem:

» E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido (Lucas, 2:21).

» E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E, pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos, luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel (Lucas, 2:22; 25-32).

» De modo semelhante, Ana, profetiza de idade avançada que vivia no Templo, deu graças a Deus quando viu Jesus, afirmando ser Ele o que todos esperavam para a redenção de Jerusalém (Lucas, 2:36-37).

A despeito da indiferença ou das críticas ferinas que o Cristo e os seus auxiliares diretos têm recebido, ao longo dos séculos, sabemos que o amor do Senhor por todos nós está acima dessas pequenas questões. Cedo ou tarde a Humanidade reconhecerá a excelsitude do seu Espírito, o seu extremado amor e a sua orientação maior. A propósito esclarece Emmanuel: Debalde os escritores materialistas de todos os tempos vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável.

Aos 12 anos Jesus surpreende a todos, inclusive aos seus pais, quando dialoga com os doutores da Lei. “Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo Ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos. E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (Lucas, 2:41-47). “E sua mãe guardava no coração todas essas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lucas, 2:51-52). Permanece a incógnita, para os historiadores e para todos nós, os acontecimentos da vida de Jesus ocorridos entre os seus 13 e 30 anos. Existem muitas especulações, mas sem nenhuma comprovação efetiva. Há [...] quem o veja entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de amor e de redenção. As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas. O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas essênicas, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio. Em todos os momentos da vida do Cristo, um fato se evidencia: Ele sempre dá “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mateus, 22:21). Neste sentido, submete-se ao batismo proposto por João Batista. Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por Ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. [...]

Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia. E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus (Mateus, 3:13-17; 4:12-17).” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos








124. Pois que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos. Não? 

“Sim, certamente, e os que se acham nos graus intermédios constituem a maioria.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 4 de junho de 2016

O nascimento de Jesus


"Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado." -( Hebreus, 12: 4 )-



Amados irmãos, bom dia!
O bom combate a que somos chamados só nos conduz à verdadeira felicidade, portanto, resistamos a tudo que não nos convém e assim, tenhamos a certeza de que o Senhor se alegra por nós.








“A gestação de Maria aproximava-se do final quando o imperador César Augusto ordenou se realizasse o recenseamento do povo judeu. E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. (Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio governador da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem (Lucas, 2:1-7).

O momento do nascimento de Jesus foi percebido por pastores que se encontravam nas proximidades de Belém. Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita (Lucas, 2:8-17). Jesus nos fornece inestimável lição quando escolhe a manjedoura como local do seu nascimento. A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.

Começava a era definitiva da maioridade da humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações.
Os textos sagrados nos relatam como ocorreu o nascimento de Jesus e as primeiras implicações daí decorrentes. E, tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele. E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel (Mateus, 2:1-6)

A presença dos magos em Jerusalém, à procura do Messias aguardado, provocou temor ao rei Herodes, supondo que poderia ser despojado do cargo. “Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo” (Mateus, 2:7-8). Os magos seguiram, então, para Belém. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho (Mateus, 2:9-12).

Percebe-se claramente que os sábios do Oriente, ou magos, desconheciam as profecias no Velho Testamento sobre a vinda e local de nascimento de Jesus. A tradição da existência dos três magos baseia-se em seus três presentes: ouro, olíbano (espécie de incenso feito de resina aromática) e mirra (unguento usado como balsâmico e em perfumes). Como são guiados por uma estrela, os magos parecem ter sido astrólogos, possivelmente da Pérsia. Magos, como são chamados, é o plural de magus, palavra grega para feiticeiro ou mágico. Só muito tempo depois, foram os sábios chamados de reis e receberam os nomes de Gaspar, Melquior e Baltazar. Após a partida dos magos, José recebe em sonho a visita do anjo do Senhor, que lhe adverte: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. E esteve lá até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos (Mateus, 2:13-16). A matança das crianças foi uma entre muitas atitudes insanas de Herodes. Ávido pelo poder e pelos benefícios materiais, não vacilou em praticar ações criminosas, ignorando que, em consequência, enfrentaria nas futuras reencarnações dolorosos processos reparadores, assinalados pela lei de causa e efeito.

Em relação às origens familiares de Jesus, o evangelista Mateus elaborou uma genealogia que, partindo de Abraão, soma-se 42 gera- ções até José. Mateus começa afirmando que Jesus é o Messias, ou Cristo, um título que significa “o ungido”. Este refere-se à acalentada esperança dos judeus de que um dia enviaria um rei ungido, descendente do rei Davi, para restaurar Israel como nação e cumprir a promessa feita por Deus de que a dinastia de Davi “será firme para sempre” (2 Samuel, 7:16). A primeira afirmação do Evangelho de Mateus é que na verdade Jesus cumpre essa promessa feita há longa data: Ele é o Messias. Mateus teve que sacrificar um pouco a exatidão de sua genealogia, omitindo várias gerações e incluindo alguns nomes duas vezes. Mas para o autor a importância simbólica do padrão, expressando a verdade de que Deus se envolveu nos acontecimentos que levaram ao nascimento de Jesus, era mais significativa do que a lista exata de nomes, que, em sua maioria, qualquer pessoa poderia consultar nas genealogias do Primeiro Livro das Crônicas.

Fato curioso é que as genealogias da época eram elaboradas a partir de ancestrais do sexo masculino. Mateus, entretanto, introduz uma inovação quando inclui na sua lista nomes das mulheres Tamar, Raab, Rute e Betsabée, esposa de Urias. Tal fato se revela especialmente singular porque essas mulheres não eram israelitas. Lucas refere-se às particularidades que rodearam o seu nascimento [de Jesus] em Belém de Judá, num estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura. Marcos apresenta o Mestre já em contato com o Batista, iniciando a sua missão exemplificadora. João deixa de parte tudo o que se liga à parte material com que o Messias se apresenta no cenário do mundo, para considerar o seu Espírito, isto é, o “ser” propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades psíquicas, dizendo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João, 1:1) Verbo é a palavra por excelência, visto que anuncia ação. Jesus é Verbo, paradigma por onde todos os verbos serão conjugados. É o modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o destino de toda a infinita criação.  

A história da humanidade terrestre está dividida em dois grandes períodos: antes e depois do Cristo, indicativos de que, com Jesus, o ser humano inicia, efetivamente, a sua caminhada evolutiva em termos de aprendizado moral. Com o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia. Ao término do reinado de Herodes Antipas, Maria, José e Jesus retornam do Egito, onde se haviam refugiado. Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. E, ouvindo que Arquelau reinava na Judeia em lugar de Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas, avisado em sonhos por divina revelação, foi para as regiões da Galileia. E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno (Mateus, 2:19-23).” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos








123. Por que há Deus permitido que os Espíritos possam tomar o caminho do mal? 

“Como ousais pedir a Deus contas de seus atos? Supondes poder penetrar-lhe os desígnios? Podeis, todavia, dizer o seguinte: A sabedoria de Deus está na liberdade de escolher que ele deixa a cada um, porquanto, assim, cada um tem o mérito de suas obras.”





Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

O nascimento de Jesus está também previsto no Novo Testamento


"De sorte que, se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para a honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra." -( II Timóteo, 2: 21 )-



Amados irmãos, bom dia!
Observemos, pois, a que objetivos servimos em nossa lida diária. O que plantamos será sempre o que iremos colher. Que a mão do Senhor nos segure para que permaneçamos em seus caminhos.






“E, no sexto mês [de gravidez de Isabel, mãe de João Batista e prima de Maria santíssima], foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril. Porque para Deus nada é impossível. Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela (Lucas, 1:26-38).

Os textos evangélicos informam que confirmada a gravidez de Maria, ela resolve fazer uma visita à sua prima Isabel, que também estava grávida no segundo trimestre de gestação. E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo, e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém isso a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre (Lucas, 1:39-44).” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







122. Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer tendência que os encaminhe para uma senda de preferência a outra? 

“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.” 

a) — Donde vêm as influências que sobre ele se exercem? 

“Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.” 

b) — Tal influência só se exerce sobre o Espírito em sua origem? 




Que a graça e a paz sejam conosco!

“Acompanha-o na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsidiá-lo.”

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Previsões sobre a vinda de Jesus


"E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." -( II Timóteo, 3: 12 )-



Amados irmãos, bom dia!
Parece até contraditória a passagem acima, mas, analisada à luz da razão, poderemos facilmente compreender. A população do nosso planeta não está aqui "por acaso"; somos espíritos devedores e aqui temos a oportunidade de nos melhorarmos a caminho da verdadeira vida. Por essa razão, ainda há em nós os frutos do egoísmo, do orgulho e tantos outros que viemos para reparar e, por isso, ainda agimos assim: injustiçando os que já estão melhores que nós em sua caminhada, por pura inveja. Procuremos observar nosso comportamento, buscando nossa reforma íntima, pois, é para isso que aqui estamos.








“O estudo dos fatos históricos, relacionados às previsões da vinda do Cristo, tem como base as afirmações de Jesus e a opinião dos apóstolos. Há, porém, “[...] um testemunho cujo valor os crentes mais ortodoxos não poderiam contestar, pois que o apontam constantemente como artigo de fé: é o do próprio Deus, isto é, o dos profetas falando por inspiração e anunciando a vinda do Messias”.
No Velho Testamento encontramos algumas profecias que anunciam o advento do Cristo. Citaremos algumas:

» Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta; [...] e Ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até às extremidades da terra (Zacarias, 9:9-10).

» Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete (Números, 24:17).

» Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel (Isaías, 7:14).

» Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem-fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos fará isto (Isaías, 9:6-7).

Dele asseveraram os profetas de Israel, muito tempo antes da manjedoura e do calvário: “levantar-se-á como arbusto verde, vivendo na ingratidão de um solo árido, onde não haverá graça nem beleza. Carregado de opróbrios e desprezado dos homens, todos lhe voltarão o rosto. Coberto de ignomínias, não merecerá consideração. É que Ele carregará o fardo pesado de nossas culpas e de nossos sofrimentos, tomando sobre si todas as nossas dores. Presumireis na sua figura um homem vergando ao peso da cólera de Deus, mas serão os nossos pecados que o cobrirão de chagas sanguinolentas e as suas feridas hão de ser a nossa redenção. Somos um imenso rebanho desgarrado, mas, para nos reunir no caminho de Deus, Ele sofrerá o peso das nossas iniquidades” [...].

Confirmando as profecias, Jesus nasceu na Terra, em um ambiente de lutas e conspirações. Viveu na Palestina durante o reinado de Herodes Antipas (4 a.C.–37 d.C.) — filho de Herodes, o Grande, e de Maltace —, era também irmão de Arquelau, nomeado tetrarca da Galileia e da Pereia, em 4 a.C. Depois que Arquelau foi deposto, “[...] Antipas recebeu o título dinástico Herodes, que tinha grande significação internamente e em Roma.”  -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos







121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal? 

“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Moisés: o mensageiro


"Porque nós éramos noutro tempo insensatos." -( Paulo a Tito, 3: 3 )-




Amados irmãos, bom dia!
Somos chamados à instrução para nosso crescimento e elevação. Como aprendizes dedicados, busquemos a presença do nosso Mestre Jesus e dos bons Espíritos, para que não sejamos confundidos.








Moisés: o mensageiro da primeira revelação divina

“Certo dia, andando pelo deserto com suas ovelhas, perto do monte Sinai, pertencente à cadeia montanhosa do Horeb, Moisés viu um anjo, que surgiu numa chama de fogo, dentro de uma sarça. Reparou que o fogo ardia, mas a sarça não se consumia. Então, o anjo disse:

Moisés, Moisés! Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó! Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor. Conheço-lhe o sofrimento. [...] Vem, agora, e eu te enviarei a faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.

Então disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir ao faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?
Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haver tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. (Êxodo, 3:1-22)

Conta a tradição judaica que, a partir daquele instante, Deus concedeu poderes a Moisés, permitindo, com o auxílio de seu irmão Aarão, o resgate dos judeus das terras egípcias. A retirada dos judeus ocorreu após árduas lutas, entremeadas com as manifestações da prodigiosa mediunidade de Moisés, que culminaram no surgimento das dez pragas, a saber: transformação das águas dos reservatórios naturais e dos utensílios em sangue; invasão de rãs; disseminação de piolhos; invasão de enxames de moscas; peste nos animais; úlceras e tumores nos homens e animais; chuva de pedras; invasão de gafanhotos; surgimento das trevas, transformando o dia em noite; condenação à morte de todos os filhos primogênitos dos egípcios, inclusive o filho de faraó (Êxodo, 4-14).

Ao sair do Egito, transportando uma multidão de judeus, os exércitos de faraó fazem a última tentativa de mantê-los prisioneiros, mas Moisés consegue, pela sua mediunidade, o prodígio de abrir caminho nas águas do Mar Vermelho (Êxodo, 14: 1-31). Contam, ainda, as tradições do Judaísmo que Moisés conduziu os israelitas pelo deserto, durante 40 anos, antes de localizarem a Canaã, a terra prometida por Deus a Abraão (Êxodo, 17 a 40).
A vida dos judeus no deserto foi dura, repleta de grandes e pequenos obstáculos, antes de se organizarem como nação e de se unirem em torno de uma única religião, fundada com o recebimento do Decálogo ou Dez Mandamentos, no monte Sinai (Êxodo, 20: 1-26). Consta que, para suprir a fome de milhares de judeus (cerca de 600 mil), Deus teria concedido o manah, alimento que caía do céu em forma de chuva (Êxodo, 16:4-5).
Estando Moisés com o povo num lugar sem água, viu-se em extrema dificuldade, já que as pessoas ameaçavam apedrejá-lo. Ele, então, recorre a Deus no sentido de solucionar o problema. O Senhor orienta Moisés a ir até a pedra de Horeb e feri-la com a mesma vara com a qual ele tocara o rio. Moisés segue as orientações dadas pelo Senhor, e a água surge para saciar a sede do povo (Êxodo, 15: 23-27; 17). No terceiro mês após a saída do Egito, diz a tradição, que os israelitas chegaram ao pé do Sinai, armaram suas tendas e Moisés subiu até o cimo, onde o Senhor lhe disse: “Manda que lavem as vestes e estejam prontos para o terceiro dia. Nesse dia, quando soar a trombeta, que todos se aproximem do monte”. Moisés obedeceu ao Senhor e, na madrugada do terceiro dia, houve trovões e relâmpagos, e uma espessa nuvem envolveu o Sinai. Ouviu-se o som estridente de trombetas. Todos se atemorizaram (Êxodo, 19). Moisés levou os israelitas para perto da montanha, e o Senhor promulgou, então, o Decálogo, pelas mãos de Moisés, em duas tábuas de pedra (Êxodo, 20: 1-21; Deuteronômio, 5:6-21). Na lei moisaica há duas partes distintas: a Lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.
A Lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
. Não mateis.
. Não cometais adultério.
. Não roubeis.
. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

Esclarecem, ainda, os Espíritos da Codificação: É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas só a ideia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, nas quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta.

Com o Decálogo inicia-se verdadeiramente a religião judaica, organizada por Moisés, ficando estabelecidas as bases da teocracia do Judaísmo.

Além de médium, Moisés era legislador e homem como os demais. A grande lei, diz ele, foi transmitida diretamente por Deus. Mas conhecidos como hoje se conhecem, os fenômenos psíquicos, logo se percebe que um Espírito elevado foi o mensageiro daqueles mandamentos, que o profeta transmitiu à posteridade com as falhas infalíveis do crivo humano e os acréscimos que a época impunha. Devemos considerar que, devido ao nível evolutivo de Moisés, é improvável que ele conversasse diretamente com Deus. A [...] Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus, porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio.

É importante destacar também o seguinte: As [...] seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação dos seus sacerdotes, procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre. Moisés possuía uma mediunidade prodigiosa, desenvolvida na intimidade do templo egípcio. Todavia, o seu Espírito ainda tinha muito o que evoluir. Por esse motivo há discrepâncias entre o que ensinava, tendo como base o Decálogo, e o que exemplificava. A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis com a época, mas, escoimada de todos os comentários fabulosos a seu respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem extraordinário, revestido dos mais elevados poderes espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis às massas populares os ensinamentos somente conseguidos à custa de longa e penosa iniciação, com a síntese luminosa de grandes verdades.

A saída do Egito é comemorada como a Páscoa judaica. É uma das tradições primitivas mais festejadas, mas sem o cerimonial e a concepção extremista do passado. A tradição transmitida às gerações futuras diz que essa festa foi, até a morte de Moisés, comandada por Miriam, sua irmã (a que ficou vigiando-o quando, em criança, foi colocado numa cesta no Nilo), e se caracterizava por danças e cânticos alegres, animados pelos sons de tamborins. Moisés era possuidor de uma personalidade magnética, dominadora, hábil manipulador das massas e grande líder. Sabia incutir nas almas supersticiosas e ignorantes os temores animistas de um Deus vingador e zeloso. A sua prodigiosa mediunidade de efeitos físicos, associada à de outros auxiliares diretos, sobretudo a do seu irmão Aarão, que tinha o dom da fala e do convencimento, foram fatores que contribuíram para organizar a nação e a religião judaicas. Contudo, Moisés era um produto do meio onde fora criado em que o conhecimento espiritual era usado para obter domínio junto às mentes vacilantes. Outro costume herdado da sua educação egípcia está relacionado à infidelidade conjugal, incomum entre os judeus, mas difundida entre os não hebreus. Acredita-se que Moisés desentendeu vezes sem conta com a sua irmã Miriam a este respeito, pois, é sabido que o missionário teve outras esposas, além de Zipporah [Zípora] (Números, 12:1-16; Juízes, 4:11).

Acredita-se que Moisés, educado na cultura egípcia, teria sido um sacerdote de Osíris. Ele julgava o ritual da religião faraônica muito complicado e que merecia ser simplificado. Para ele os rituais mais significativos estavam diretamente relacionados aos números, fazendo surgir, assim, as bases da Cabala judaica. Este foi o ponto inicial da cisão ocorrida entre Moisés e os egípcios. Dessa forma, rompe com a tradição dos chamados iniciados. Ele ensinou, a todos, os mistérios da Cabala, mas sob o véu do simbolismo, de forma que somente os Espíritos mais adiantados ou argutos conseguiram entendê-la. Por essa razão é que muitos livros de Moisés podem parecer infantis aos que desconhecem o lado oculto dos ensinamentos, transmitidos de forma oral.

A tradição oral da Cabala não é repassada a qualquer adepto do Judaismo. É, antes, confiada a 70 discípulos escolhidos segundo as ideias existentes em Números, 11:16-17 e 25. A esotérica iniciação judaica acontece com a compreensão do Livro da criação, ou Sepher Jersirah, e do Livro dos princípios, ou Zohah. São obras de leitura e entendimento difíceis, uma vez que a linguagem abstrata é incompreensível para quem não tem a chave da iniciação (transmitida oralmente). Um dos mestres do pensamento esotérico moderno, Eduardo Schuré, não tem dúvidas de que Moisés teria escrito o livro Gênesis em hieróglifos, em três sentidos diferentes, confiando a chave da interpretação e a explicação dos mesmos, oralmente, aos seus sucessores. A chave e as explicações estariam relacionadas não apenas aos números, mas à sonoridade da pronúncia das palavras que, parece, induziriam a um estado de transe e ligação com Espíritos. Ainda segundo este estudioso, na época de Salomão o livro Gênesis teria sido traduzido em caracteres fenícios e, quando em cativeiro na Babilônia, Esdras o teria redigido em caracteres arianos caldaicos. Os tradutores gregos da Bíblia tinham uma informação superficial da chave e explicações de Moisés. São Jerônimo, que fez a versão da Bíblia para o latim, nada sabia das tradições. Foi assim que se perdeu, pelo menos para os religiosos não-judeus, o entendimento esotérico dos ensinamentos de Moisés.

Até agora, a Humanidade da Era Cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais:

Moisés trouxe a missão de Justiça;

o Evangelho, a revelação de insuperável Amor, e

o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo Redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade.

No centro das três revelações encontra-se Jesus Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos [...].” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos







120. Todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem? 

“Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!