segunda-feira, 6 de junho de 2016

Maria, mãe de Jesus


"Porei minhas leis em seus corações e as escreverei em seus entendimentos." -( Hebreus, 10: 16 )-




Amados irmãos, bom dia!
Quando nos criou o Pai Celestial  nos capacitou a caminharmos com nossas próprias pernas e para tanto, "gravou em nós" os seus sagrados ensinamentos. Portanto, quando nos sentirmos em dúvida basta que olhemos para dentro de nós mesmos e busquemos em nossa sagrada essência a orientação que, com o auxílio do nosso Mestre Jesus e com a ação dos bons Espíritos, jamais haveremos de ficar sem respostas. 








“Maria, segundo informações das fontes cristãs antigas, era filha de pais judeus, Joaquim e Ana. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento — ocorrido entre 18 ou 20 a.C. — , em Jerusalém ou em Séforis, na Galileia. Possivelmente, ela casou aos 14 anos, como era comum à época. Durante a sua infância viveu em Nazaré, onde ficou noiva do carpinteiro José, da tribo de Davi. Algumas fontes históricas indicam que Maria e José tiveram outros filhos, depois de Jesus. Não há, porém, provas ou evidências concretas. O Evangelho segundo Lucas é a principal fonte bíblica sobre Maria cuja referência é feita em momentos específicos: na aparição do anjo para anunciar a vinda de Jesus; na visita de Maria à sua prima Isabel; no nascimento de Jesus, em uma estrebaria da cidade de Belém; na chegada dos magos, logo após o nascimento do Cristo; na fuga para o Egito, em razão da perseguição de Herodes; no retorno à Galileia, após a morte de Herodes; na visita ao templo, durante o período da purificação, quando encontra Simeão e Ana, a profetiza; no diálogo de Jesus com os doutores; nas bodas de Caná; na crucificação de Jesus e no dia de Pentecostes. As tradições cristãs revelam que Maria ficou sob o amparo do apóstolo e evangelista João, em Jerusalém e em Éfeso, atendendo a orientação de Jesus. Acredita-se que ela tenha morrido em Jerusalém.

Há quem afirme, porém, que sua “ascenção aos céus” ocorreu em Éfeso. Esta questão deve ser analisada com cuidado. A ascensão de Maria, em termos espíritas, deve ser vista como num desdobramento seguido de materialização — à semelhança do que acontecia com Antônio de Pádua — , ou materialização do seu Espírito, após a desencarnação. Não se sabe ao certo quando ela morreu. Maria (ou Miriam) é um nome de origem hebraica, significando: Senhora da Luz. Sua figura no Novo Testamento é discreta, o que não diminui seu valor e a sua importância. Buscando [...] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida, preciosa do Embaixador divino, o supremo poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples... Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus. Vemos, também, que a sua figura é reverenciada com carinho e profunda gratidão, como a sublime mãe de Jesus ou, simplesmente, Maria de Nazaré.

No Espiritismo — doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido por Jesus — também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há (mais de) 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar “no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra”. Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do mundo espiritual, revelando-nos que ela continua até hoje zelando com muito carinho pela humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. Maria de Nazaré simboliza “[...] terras de virtudes fartas, o mesmo não sucede aos apóstolos que, a cada passo, necessitam recorrer à fonte das lágrimas que escorrem do monturo de remorsos e fraquezas [...]”.

Por ser um Espírito de grandes conquistas evolutivas e virtudes, consciente de sua tarefa, curva-se, humilde, diante do anjo que, em nome do Pai, lhe anuncia que será a mãe de Jesus, o Salvador, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas, 1:38). Maria profere um dos mais belos cânticos de louvor e agradecimento a Deus, após a visita do anjo que lhe informou sobre a vinda do Cristo. A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço, agiu valorosamente, dissipou os soberbos no pensamento de seu coração, depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os famintos, despediu vazios os ricos, e auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade, para sempre (Lucas, 1:46-55).

Muitas obras espíritas enfocam a figura de Maria como de grande importância para os cristãos. No artigo “Notícias de Maria, a mãe de Jesus”, publicado no Anuário espírita de 1986, encontramos informações a respeito dessa figura ímpar da história do Cristianismo. No livro Boa nova, o Espírito Humberto de Campos destaca: Maria foi cognominada de “bendita” ou “bem-aventurada” porque foi a escolhida para ser a mãe de Jesus. Esta informação está em Lucas, em dois momentos diferentes:

» Quando o anjo anuncia a vinda de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contido; bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).

» Quando da visita à prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre” (Lucas, 1:42).

Além dos relatos evangélicos, Maria é também mencionada nos escritos de alguns pais da Igreja Católica Romana, entre os quais, Justino Inácio, Tertuliano e Atanásio. Em obras cristãs, não incluídas nos canônes da igreja de Roma, isto é, nas escrituras apócrifas, encontramos referências sempre respeitosas a Maria. No evangelho de Tiago e na deliberação do Concílio de Éfeso (431 E.C.), ela foi proclamada Theotokos, isto é, “Portadora de Deus”. Importa considerar, como referência histórica, a existência de uma escritura apócrifa denominada “O evangelho gnóstico de Maria”, e outra produzida na Idade Média, intitulada “Evangelho do nascimento de Maria.” Essas e outras obras serviram de base para o culto a Maria, existente, em especial, nas igrejas católica romana e ortodoxa. O autor de Boa nova, nos revela momentos pungentes da vida de Maria, como, por exemplo, durante a crucificação de Jesus. Humberto de Campos descreve a dor profunda e silenciosa de Maria, que comove e causa admiração, nos fazendo refletir a respeito da grandiosidade desse Espírito. Junto da cruz, o vulto agoniado de Maria produzia dolorosa e indelével impressão. Com o pensamento ansioso e torturado, olhos fixos no madeiro das perfídias humanas, a ternura materna regredia ao passado em amarguradas recordações. Ali estava, na hora extrema, o filho bem-amado. Maria deixava-se ir na corrente infinda das lembranças. Eram as circunstâncias maravilhosas em que o nascimento de Jesus lhe fora anunciado, a amizade de Izabel, as profecias do velho Simeão, reconhecendo que a assistência de Deus se tornara incontestável nos menores detalhes de sua vida. Naquele instante supremo revia, a manjedoura, na sua beleza agreste, sentindo que a Natureza parecia desejar redizer aos seus ouvidos o cântico de glória daquela noite inolvidável. Através do véu espesso das lágrimas, repassou, uma por uma, as cenas da infância do filho estremecido, observando o alarma interior das mais doces reminiscências. Nas menores coisas, reconhecia a intervenção da Providência celestial; entretanto, naquela hora, seu pensamento vagava também pelo vasto mar das mais aflitivas interrogações. [...] Que profundos desígnios haviam conduzido seu filho adorado à cruz do suplício? Uma voz amiga lhe falava ao espírito, dizendo das determinações insondáveis e justas de Deus, que precisam ser aceitas para a redenção divina das criaturas. Seu coração rebentava em tempestades de lágrimas irreprimíveis; contudo, no santuário da consciência, repetia a sua afirmação de sincera humildade: “Faça-se na escrava a vontade do Senhor!”

Resignada diante do maior testemunho da sua missão, Maria sente uma mão amiga tocar o seu ombro. Era o apóstolo João a lhe estender os braços amorosos e reconhecidos. Ambos, compungidos por tanta dor, buscam o olhar de Jesus como a suplicar entendimento. Fala, então, Maria a Jesus: “Meu filho! Meu amado filho!...” [...] O Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus, replicou com significativo movimento dos olhos vigilantes: “Mãe, eis aí teu filho!...” — E dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao apóstolo, disse: Filho, eis aí tua mãe! Tempos depois, relata o Espírito amigo, que João, recordando-se das observações feitas pelo Mestre, vai ao encontro de Maria e conta-lhe sobre sua nova vida entre almas devotadas e sinceras no exercício dos ensinamentos cristãos. Num misto de reconhecimento e ventura Maria se instala junto ao dedicado apóstolo, em Éfeso.

A casa de João [...] ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes e sinceros. Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. [...] Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso. A notícia que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades. Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”. Os anos passaram sem que Maria deixasse, um dia, de amparar e transmitir ao coração do povo as mensagens da Boa Nova. Ao chegar à velhice não sente cansaço nem amarguras. E num dia, durante as suas orações, relata-nos, ainda, Humberto de Campos: Enlevada nas suas meditações, Maria viu aproximar-se o vulto de um pedinte. — Minha mãe — exclamou o recém-chegado, como tantos outros que recorriam ao seu carinho —, venho fazer-te companhia e receber tua bênção. Maternalmente, ela o convidou a entrar, impressionada com aquela voz que lhe inspirava profunda simpatia. O peregrino lhe falou do céu, confortando-a delicadamente. Comentou as bem-aventuranças divinas que aguardam a todos os devotados e sinceros filhos de Deus, [...]. Maria sentiu-se empolgada por tocante surpresa. Que mendigo seria aquele que lhe acalmava as dores secretas da alma saudosa, com bálsamos tão dulçorosos? Nenhum lhe surgira até então para dar; era sempre para pedir alguma coisa. [...] Seus olhos se umedeceram de ventura, sem que conseguisse explicar a razão de sua terna emotividade. Foi quando o hóspede anônimo lhe estendeu as mãos generosas e lhe falou com profundo acento de amor: — Minha mãe, vem aos meus braços! Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na cruz, e instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as úlceras causadas pelos cravos do suplício. Não pôde mais. Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria: — Meu filho! Meu filho! As úlceras que te fizeram!... [...] Num ímpeto de amor, fez um movimento para se ajoelhar. Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com ternura. Ele, porém, levantando-a, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou aos pés e beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte: — Sim, minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos anjos... Maria sempre dedicou assistência aos sofredores, como registrou Yvonne Pereira no livro Memórias de um suicida. A obra descreve a assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além pela Legião dos servos, “chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, aquele que foi o redentor dos homens!”.

Muitas são as histórias que envolvem a ação de Maria de Nazaré em benefício dos que sofrem. No livro Ação e reação, André Luiz relata o caso de uma senhora que orava fervorosamente, rogando a proteção de Maria de Nazaré pelos filhos transviados. O instrutor Silas, citado na referida obra explica a André Luiz: “[...] Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e ai são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaré, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.” Em diversas obras os Espíritos superiores fazem referência à dedicação de Maria aos sofredores. Lembramos, a propósito, a reverência que o Espírito Bittencourt Sampaio faz à mãe de Jesus em tocante oração:

Anjo dos bons e Mãe dos pecadores,
Enquanto ruge o mal,
Senhora, enquanto Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve à Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ó Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa...” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos







125. Os Espíritos que enveredaram pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros? 

“Sim; mas as eternidades lhes serão mais longas.” 

Por estas palavras — as eternidades — se deve entender a idéia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade de seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver, idéia que revive todas as vezes que sucumbem numa prova.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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