"Feliz o homem que teme o Senhor e põe o seu prazer em observar os seus mandamentos." -( Salmos, 111: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
Bem aventurados os que tem no Senhor a sua vida entregue.
8. Um dos pontos que mais criticados têm sido na gênese é o da criação do Sol depois da luz. Tentaram explicá-lo, com o auxílio mesmo dos dados fornecidos pela Geologia, dizendo que, nos primeiros tempos de sua formação, por se achar carregada de vapores densos e opacos, a atmosfera terrestre não permitia se visse o Sol que, assim, efetivamente não existia para a Terra. Semelhante explicação seria, porventura, admissível se, naquela época, já houvesse na Terra habitantes que verificassem a presença ou a ausência do Sol. Ora, segundo o próprio Moisés, então, somente plantas havia, as quais, contudo, não teriam podido crescer e multiplicar-se sem o calor solar. Há, pois, evidentemente, um anacronismo na ordem que Moisés estabeleceu para a criação do Sol; mas, involuntariamente ou não, ele não errou, dizendo que a luz precedeu o Sol. O Sol não é o princípio da luz universal; é uma concentração do elemento luminoso em um ponto, ou, por outra, do fluido que, em dadas circunstâncias, adquire as propriedades luminosas. Esse fluido, que é a causa, havia necessariamente de preceder ao Sol, que é apenas um efeito. O Sol é causa, relativamente à luz que dele se irradia; é efeito, com relação à que recebeu. Numa câmara escura, uma vela acesa é um pequeno sol. Que é que se fez para acender a vela? Desenvolveu-se a propriedade iluminante do fluido luminoso e concentrou-se num ponto esse fluido. A vela é a causa da luz que se difunde pela câmara; mas, se não existira o princípio luminoso antes da vela, esta não pudera ter sido acesa. O mesmo se dá com o Sol. O erro provém da ideia falsa, alimentada por longo tempo, de que o universo inteiro começou com a Terra. Daí o não compreenderem que o Sol pudesse ser criado depois da luz. Em princípio, pois, a asserção de Moisés é perfeitamente exata: é falsa no fazer crer que a Terra tenha sido criada antes do Sol. Estando, pelo seu movimento de translação, sujeita a esse último, a Terra houve de ser formada depois dele. É o que Moisés não podia saber, pois que ignorava a lei de gravitação.123 Com a mesma ideia se depara na Gênese dos antigos persas. No primeiro capítulo do Vendidad, 124 Ormuzd,125 narrando a origem do mundo, diz: “Eu criei a luz que foi iluminar o Sol, a Lua e as estrelas.” (Dicionário de mitologia universal) A forma, aqui, é sem dúvida mais clara e mais científica do que em Moisés e não reclama comentários.
123 N.E.: A lei da gravitação universal foi formulada pelo cientista inglês Isaac Newton (1642–1727), que concluiu: “Duas partículas se atraem com forças cuja intensidade é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.”
124 N.E.: Um dos livros do Avesta, que são os textos sagrados do Zoroastrismo. Código de leis civis e religiosas.
125 N.E.: Aúra-Masda, Ormasde — deus supremo da Criação; princípio do bem, da harmonia, da beleza e da luz, na religião zoroastriana (antiga religião persa, fundada no século VII a.C. por Zoroastro, caracterizada pelo dualismo ético, cósmico e teogônico, que implica a luta primordial entre dois deuses, representantes do bem e do mal. O zoroastrismo influenciou em diversos aspectos doutrinários a tradição judaico-cristã).
Que a graça e a paz sejam conosco!
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