"Mas, que poderei retribui ao Senhor por tudo que ele me tem dado? -( Salmos, 115: 4 )-
Amados irmãos, bom dia!
Essa é uma questão que devemos nos arguir, todos os dias.
12. Para espíritos incultos, sem nenhuma ideia das leis gerais, incapazes de apreender o conjunto e de conceber o infinito, essa criação milagrosa e instantânea apresentava qualquer coisa de fantástico que feria a imaginação. O quadro do universo tirado do nada em alguns dias, por um só ato da vontade criadora, era, para tais espíritos, o sinal mais evidente do poder de Deus. Que configuração, com efeito, mais sublime e mais poética desse poder, do que a que estas palavras traçam: “Deus disse: ‘Faça-se a luz e a luz foi feita!’” Deus, a criar o universo pela ação lenta e gradual das leis da natureza, lhes houvera parecido menor e menos poderoso. Fazia-se-lhes indispensável qualquer coisa de maravilhoso, que saísse dos moldes comuns, do contrário teriam dito que Deus não era mais hábil do que os homens. Uma teoria científica e racional da Criação os deixaria frios e indiferentes. Não rejeitemos, pois, a Gênese bíblica; ao contrário, estudemo-la, como se estuda a história da infância dos povos. Trata-se de uma época rica de alegorias, e seu sentido oculto se deve pesquisar; que se devem comentar e explicar com o auxílio das luzes da razão e da Ciência. Fazendo, porém, ressaltar as suas belezas poéticas e os seus ensinamentos velados pela forma imaginosa, cumpre se lhe apontem expressamente os erros, no próprio interesse da religião. Esta será muito mais respeitada, quando esses erros deixarem de ser impostos à fé, como verdade, e Deus parecerá maior e mais poderoso, quando não lhe envolverem o nome em fatos de pura invenção.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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