"Sereis o meu povo, e eu, o vosso Deus." -( Jeremias, 30: 22 )-
Amados irmãos, bom dia!
Nosso Deus amor nos quer sob sua proteção. Que a saibamos buscar e merecer.
56. Qual a utilidade da doutrina moral dos Espíritos, uma vez que
não difere da do Cristo? Precisa o homem de uma revelação? Não pode
achar em si próprio tudo o que lhe é necessário para conduzir-se?
Do ponto de vista moral, é fora de dúvida que Deus outorgou
ao homem um guia, dando-lhe a consciência, que lhe diz: “Não faças a
outrem o que não quererias te fizessem.” A moral natural está positivamente inscrita no coração dos homens; porém, sabem todos lê-la nesse
livro? Nunca lhe desprezaram os sábios preceitos? Que fizeram da moral
do Cristo? Como a praticam aqueles mesmos que a ensinam? Não se
tornou ela letra morta, ou bela teoria, boa para os outros, e não para si?
Reprovareis que um pai repita a seus filhos dez vezes, cem vezes as mesmas instruções, desde que eles não as sigam? Por que haveria Deus de
fazer menos do que um pai de família? Por que não enviaria, de tempos a
tempos, mensageiros especiais aos homens, para lhes lembrar os deveres
e reconduzi-los ao bom caminho, quando deste se afastam; para abrir os
olhos da inteligência aos que os trazem fechados, assim como os homens
mais adiantados enviam missionários aos selvagens e aos bárbaros?
A moral que os Espíritos ensinam é a do Cristo, pela razão de
que não há outra melhor. Mas, então, de que serve o ensino oferecido
por eles, se apenas repisam o que já sabemos? Outro tanto se poderia
dizer da moral do Cristo, que já era ensinada por Sócrates e Platão quinhentos anos antes e em termos quase idênticos. O mesmo se poderia
dizer também das de todos os moralistas, que nada mais fazem do que
repetir a mesma moral em todos os tons e sob todas as formas. Pois bem!
os Espíritos vêm, muito simplesmente, aumentar o número dos moralistas,
com a diferença de que, manifestando-se por toda parte, tanto se fazem ouvir na choupana, como no palácio, assim pelos ignorantes, como pelos
instruídos.
O que o ensino dos Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o
conhecimento dos princípios que regem as relações entre os mortos e os
vivos, princípios que completam as noções vagas que se tinham da alma,
de seu passado e de seu futuro, dando por sanção à doutrina cristã as próprias leis da natureza. Com o auxílio das novas luzes que o Espiritismo e
os Espíritos espargem, o homem compreende a solidariedade que o liga
a todos os seres; a caridade e a fraternidade se tornam uma necessidade
social; ele faz por convicção o que fazia unicamente por dever, e o faz
melhor.
Somente quando praticarem a moral do Cristo, poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados. Deus, então, não mais lhos enviará.
Que a graça e a paz sejam conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário