terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Causas anteriores das aflições

"Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade". (Allan Kardec)


Amados irmãos, bom dia! Que a paz do Divino Mestre esteja conosco.
Hoje refletiremos sobre nossas vidas anteriores, um tema que nos leva a enxergar as aflições dentro de uma justiça divina. Boa leitura.



                                             


                "...Se há males dos quais o homem é a causa primeira nesta vida, há outros, pelo menos na aparência, a atingi-lo como por fatalidade...por exemplo, a perda de seres queridos e de arrimos de família...acidentes...reveses de fortuna...flagelos naturais e enfermidades de nascimento (deformidades, idiotia, cretinismo, etc...).
                 Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que ao seu lado, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos sob todos os aspectos?
                Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e não conheceram da vida senão o sofrimento? Problemas que nenhuma filosofia pode ainda resolver, anomalias que nenhuma religião pode justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, na hipótese de ser a alma criada ao mesmo tempo que o corpo, e sua sorte estar irrevogavelmente fixada após uma estada de alguns instantes na terra.
                 Entretanto, em  virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa e desde que se admita um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa precedendo sempre o  efeito, uma vez que não está na vida atual, deve ser anterior a ela...é uma alternativa da qual é impossível escapar e na qual a lógica diz de que lado está a justiça de Deus.
                 Assim se explicam, pela  pluralidade das existências e   pela destinação da terra como o mundo expiatório, as anomalias que apresenta a repartição da felicidade e da infelicidade entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia...abrange uma série de existências, ver-se-á que cada um recebe a parte  que merece, sem prejuízo da que lhe é dada no mundo dos espíritos e que a justiça de Deus jamais é interrompida.
                 O homem não deve jamais perder de vista que  está sobre um  mundo inferior...      e que depende dele não mais retornar a este mundo, trabalhando pelo seu aperfeiçoamento.
                 As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos ou muito ignorantes para fazerem uma escolha com conhecimento de causa, mas são livremente escolhidas e aceitas pelos espíritos arrependidos que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor...depende dele, pela sua resignação, tornar esse sofrimento proveitoso e de não perder-lhe os frutos pelas lamentações, sem o que estaria por recomeçar. 
                 O homem pois, não é sempre punido ou completamente punido na sua existência presente, mas não escapa jamais às consequências de suas faltas. A prosperidade do mal, não é senão momentânea e se ele não expia hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando seu passado...
                 Os  sofrimentos  por  causas anteriores  são, frequentemente como  os das  faltas atuais, a consequência natural da falta cometida; quer dizer, por uma  justiça distributiva rigorosa, o homem suporta o que fez aos outros suportarem...
                 Rendamos  graças  a  Deus  que,  na  sua  bondade, concede  ao  homem  a faculdade  da reparação e não o  condena irrevogavelmente pela primeira falta. ( O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. V).


Que a bondade e o amor do Mestre continue nos abençoando.

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