quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Esquecimento do passado

"Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade". (Allan Kardec)

Bom dia amados irmãos! Que a paz do Senhor seja conosco.
Hoje refletiremos sobre um tema muito interessante e que nos abrirá o entendimento sobre certos acontecimentos em nosso dia a dia.
Que saibamos aproveitar essa reflexão para melhorarmos nossa caminhada.




"É em vão que se objeta o esquecimento como um obstáculo no sentido de que se possa aproveitar a experiência das existências anteriores.
Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil. Com efeito, essa lembrança teria inconvenientes muito graves; poderia, em certos casos nos humilhar estranhamente, ou bem exaltar o nosso orgulho. e. por isso mesmo, entravar nosso livre arbítrio; em todos os casos, traria uma perturbação inevitável nas relações sociais.

O Espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu, e se acha em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos, seria humilhado diante dos que houvesse ofendido.

Deus nos deu, para nosso adiantamento, justamente o que nos é necessário e pode nos bastar: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que nos poderia prejudicar.

Ao nascer, o homem traz o que adquiriu; nasce como se fez; cada existência é para ele um novo ponto de partida; pouco lhe importa saber o que foi; ele é punido porque fez o mal e suas tendências más atuais são o indício do que resta nele a corrigir, sendo nisso que deve concentrar toda sua atenção, porque do que está completamente corrigido não lhe resta nenhum traço.  As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem ou mal, e lhe dá força para resistir às más tentações.

De resto, esse esquecimento não ocorre senão durante a vida corporal. Reentrando na vida espiritual, o Espírito retoma as lembranças do passado; isso não é, pois, senão uma interrupção momentânea, como a que tem lugar na vida terrestre durante o sono, e que não impede de lembrar, no dia seguinte, o que fez na véspera e nos dias precedentes.

Não é apenas depois da morte que o Espírito recobra as lembranças do passado; pode-se dizer que não as perde jamais, porque a experiência prova que na encarnação, durante o sono do corpo, quando goza de uma certa liberdade, o Espírito tem a consciência de seus atos anteriores; ele sabe porque sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, à falta de uma lembrança precisa que poderia lhe ser penosa e prejudicar suas relações sociais, ele haure novas forças nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar." ( O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. 5  )

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