segunda-feira, 31 de outubro de 2016

As igrejas protestantes


“E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o  que  manqueja  se  não  desvie  inteiramente,  mas  antes  seja  sarado.”  - Paulo - ( Hebreus, 12:13 )




Amados irmãos, bom dia!
"Aplica sempre as tuas boas intenções, no plano das realidades práticas, para que as tuas boas obras se iluminem de amor e para que o teu amor não se faça órfão  de boas obras. Faze isso por ti, que necessitas de elevação, e por aqueles que ainda te procuram manquejando." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Igreja Luterana - Hoje, “[...] na Alemanha, a Igreja Luterana é a mais importante, ao lado do catolicismo romano. É apenas nos países escandinavos que predomina o luteranismo (mais de 90% da população)”.  
Os principais princípios do luteranismo são os seguintes: 

» Igreja é “a assembleia dos santos na qual o Evangelho é considerado de maneira pura e os sacramentos do batismo, administrados de maneira correta”. 

» A igreja do Cristo é invisível e pode facilmente aceitar pessoas de várias igrejas. 

» Um ministro luterano não ocupa posição especial em relação à sua congregação, porque, mediante a fé e o batismo, cada cristão se torna seu próprio sacerdote. 

» Algumas igrejas luteranas — da Alemanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, entre outras — aceitam pastores do sexo feminino. 

» Todas as igrejas luteranas são estatais, ou seja, a nomeação de seus funcionários é feita pelo governo. 

» Os fundamentos religiosos derivam apenas da Bíblia (‘‘A palavra de Deus”). As pessoas só podem justificar-se perante Deus somente pela sua fé em Cristo (princípio ‘‘sola fide’’). 

» Existem dois sacramentos na Igreja Luterana: o batismo — que conduz o indivíduo à comunhão com Deus —, e a eucaristia: ‘‘o corpo e o sangue do Cristo estão presentes na eucaristia, mas os elementos da eucaristia são apenas pão e vinho’’. 

» A vida é um dom de Deus, mas a vida é também um dever, isto é, valoriza-se a vida pelo trabalho e pela atividade social. 


Igreja Metodista - Trata-se de uma igreja oriunda do movimento moderno dos princípios da Reforma, denominado de ‘‘reavivamento’’ e de ‘‘conversão individual’’, surgidos a partir do século XVII. Os cultos e as reuniões caracterizam-se por uma maior liberdade, isto é, não existe uma liturgia fixa, e o interior da igreja e as vestes sacerdotais são simplificadas. A igreja Metodista foi fundada pelo pastor anglicano John Wesley (1703–1791). É um movimento religioso democrático e forte na Inglaterra, nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Existe uma organização sacerdotal formada de padres e bispos, definida e eleita pela congregação. A Bíblia, o credo apostólico e os 35 artigos religiosos, elaborados por John Wesley, representam o credo doutrinário. A Igreja Metodista tem como artigo de fé o fato de que o Cristo morreu por todos o homens e de que Deus oferece salvação a qualquer pessoa que a aceitar. Os metodistas dão ênfase à ‘‘consciência da graça’’, ou seja, a capacidade da pessoa perceber a salvação por meio de uma experiência espiritual. A ‘‘santificação’’ é igualmente destacada no metodismo, e acontece pelo batismo e pela conversão. Ensinam que as pessoas devem crescer em amor e justiça para conseguir amar a Deus e ao próximo. O metodismo revela uma tendência puritana ao impor a seus adeptos uma vida disciplinada, com rejeição dos prazeres mundanos. Por outro lado, desenvolvem significativos serviços sociais, tais como orfanatos, asilos de idosos, ajuda aos alcoólatras. Seguem a Bíblia. 


Igreja Batista - Trata-se de um movimento radical da reforma, originário dos anabatistas (grupo de religiosos protestantes, que surgiu no século XVI, durante a Reforma. Diziam que o batismo na infância não era válido, por isso rebatizavam os crentes que se juntavam a eles). Existem várias seitas batistas difundidas na Inglaterra e nos Estados Unidos, em especial entre os negros americanos. Formam congregações independentes com pastores empregados pelos membros da congregação. A Bíblia é interpretada literalmente.


Igreja Pentecostal - Surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, no século XIX, a partir de derivações das igrejas metodistas e batistas. O movimento pentecostal se difundiu pela Europa, mas é um movimento forte no Brasil, Chile e em vários paises da América latina. A organização religiosa é rígida, no estilo militar. Os pentecostais utilizam como princípios religiosos a Bíblia e o credo pentecostal, formado de ‘‘artigos de guerra’’. O primeiro passo para a pessoa ser salva é a conversão; o segundo é o batismo, de pessoas adultas, pela água (imersão total na água) e o último passo, definitivo e mais importante, é o batismo feito pelo Espírito Santo, que acontece apenas com a manifestação de um ou mais dons do espírito, tal como aconteceu com os apóstolos em Pentecostes (Atos, 2).


Igreja Adventista ou Adventista do Sétimo Dia - Foi fundada, nos Estados Unidos, pelo ex-sacerdote batista William Miller (1782–1849). O nome ‘‘adventista’’ está relacionado à crença na segunda vinda (ou ‘‘advento’’) de Jesus. O movimento difundiu-se pela Europa e há missionários em várias partes do mundo. A base da igreja está na congregação: ela elege representantes (delegados) para conferências distritais, regionais e mundiais. A Bíblia e o livro de Ellen White — Passos até o Cristo — constituem a fundamentação doutrinária dessa igreja. Os adventistas valorizam o ‘‘dom da profecia’’ graças ao qual certas pessoas preveem o futuro. Preocupam-se em provar que as profecias bíblicas aconteceram, e que a nossa época está prevista nas escrituras. Acreditam que estamos vivendo os ‘‘últimos dias’’ do julgamento final, antes do advento do Cristo. Os adventistas condenam bebidas alcoólicas, tabaco, chá, café etc. e indicam o vegetarianismo como alimentação. 


Existem outros movimentos protestantes, considerados por alguns estudiosos como igrejas ‘‘paralelas à reforma’’: 

a) Testemunhas de Jeová, cujo nome vem de Isaías, 43:10. Difundem a sua fé de porta em porta, fazendo circular a Bíblia e suas revistas. Acreditam que o reino de Deus é um governo do Cristo e de 114 mil indivíduos escolhidos e, 

b) Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ou  Mórmons: fundada pelo americano Joseph Smith (1805–1844), que, supostamente, teria recebido uma revelação de Jesus, por intermédio do anjo Moroni, cuja doutrina consta do Livro de mórmons.  

Os movimentos religiosos da reforma fazem parte do ‘‘Conselho Mundial de Igrejas’’, fundado em Amsterdam, na Holanda, em 1948. Trata-se de uma comunidade que reconhece Jesus Cristo, como Deus e Salvador, de acordo com a interpretação que fazem da Bíblia e das Escrituras Sagradas. Devemos sempre ter uma atitude de respeito pelo trabalho dos reformadores, ainda que tenhamos consciência da existência de desvios ou deturpações. Se os reformadores só exprimissem as suas ideias pessoais, não reformariam absolutamente nada, porque não encontrariam eco. Um homem só é impotente para agitar as massas se estas forem inertes e não sentirem em si vibrar alguma fibra. É de notar que as grandes renovações sociais jamais chegam bruscamente; como as erupções vulcânicas, são precedidas por sintomas precursores. As ideias novas germinam, então em efervescência numa porção de cabeças; a sociedade é agitada por uma espécie de estremecimento, que a põe à espera de alguma coisa. É nesses movimentos que surgem os verdadeiros reformadores, que assim se veem como representantes, não de uma ideia individual, mas de uma ideia coletiva, vaga, à qual o encontra espíritos prontos a recebê-la. Tal era a posição de Lutero, mas Lutero não foi o primeiro, nem o único promotor de reforma. Antes dele houve apóstolos como Wicklef, Jan Hus, Jerônimo de Praga [...]." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






273. Será possível que um homem de raça civilizada reencarne, por expiação, numa raça de selvagens? 

“É; mas depende do gênero da expiação. Um senhor, que tenha sido de grande crueldade para os seus escravos,  poderá, por sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus-tratos que infligiu a seus semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode, em nova existência, ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. Ser-lhe-á isso uma expiação, que Deus lhe imponha, se ele abusou do seu poder. Também um bom Espírito pode querer encarnar no seio daquelas raças, ocupando posição influente, para fazê-las progredir. Em tal caso, desempenha uma missão.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 30 de outubro de 2016

Os reformadores protestantes


“E, pondo-­a no meio, disseram-­lhe: Mestre, esta mulher  foi apanhada, no próprio ato, adulterando.” -( João, 8:4 )- 




Amados irmãos, bom dia!
"A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou­-se por infinita sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o  peso  da culpa na mulher  desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou  dos que se achavam sem pecado. Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do  errôneo  conceito de adultério unilateral." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








"Martinho Lutero Fundador da Igreja Luterana, nasceu em Eisleben a 10 de novembro de 1483, na Turíngia, desencarnando em 1546. Seus pais, Hans Luther e Margaret Ziegler [...] eram gente modesta do campo, embora livres, vindo de Möhra, na Turíngia. [...] Lutero nunca se envergonhou de seus antecedentes sociais; ao contrário, falava com orgulho de seus ancestrais camponeses. Gente sólida, física e moralmente, algo rude, de uma religiosidade firme, mas não especulativa.

Por ser de família católica, assim que nasceu foi batizado na igreja chamada “Peter-Paulkirche’’, Igreja de São Pedro e São Paulo.  Durante [...] 13 anos, Martim viveu com os seus em Mansfeld, onde iniciou seus estudos ainda bem jovem. [...] A disciplina era rigorosa, mais do que o currículo, pois os mestres jamais hesitaram em usar a vara para castigar as menores faltas [...]. Aos 14 anos [...] foi enviado a Magdeburg, pois já havia esgotado os recursos dos currículos disponíveis em Mansfeld, e seu pai queria fazer dele um sábio. As [...] dificuldades financeiras eram muitas e o menino frequentemente ia de porta em porta, cantando em companhia de seus colegas, para ganhar um pão aqui e ali. No ano seguinte, regressou a casa. Dias depois, seguia para Eisenach, onde se matriculou na escola de São Jorge. [...] Lutero era estudioso e teve ali bons mestres.

Concluídos os estudos e devido a inteligência que Lutero revelava, foi encaminhado à universidade. De Eisenach Lutero foi enviado à Universidade de Erfurt [...]. A faculdade era das mais importantes e bem reputadas da Alemanha. [...] Estudava sem parar e só deixava as salas de aula para dirigir-se à biblioteca. Leu os clássicos, meditou e absorveu tudo quanto podia reter sua memória fabulosa. Ao cabo de um ano, em 1502, recebeu o primeiro grau acadêmico, o bacharelado em filosofia. Tinha apenas 19 anos. [...] Era, no entanto, um espírito inquieto e especulativo, que buscava a companhia de homens sérios e instruídos, dos quais pudesse absorver sempre algum conhecimento. 

No terceiro ano de sua vida acadêmica, o jovem [...] Martim descobriu uma velha Bíblia latina na biblioteca. O livro foi uma revelação e um impacto emocional. Lutero havia chegado, afinal, aos textos em torno dos quais toda a sua vida haveria de girar. Só então descobriu que apenas trechos diminutos e escassos eram mencionados nos púlpitos e nas cátedras, enquanto um verdadeiro manancial de ensinamentos e de História permanecia ignorado. Decidiu que haveria de ter sua própria Bíblia para estudo e meditação.

Concluídos os estudos teológicos, Lutero torna-se padre, mas não exerce o ofício. Em 2 de maio de 1507, Lutero foi ordenado sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana (na ordem dos agostinianos). A primeira missa foi um momento de ternura e emoção [...]. No entanto, suas dúvidas estavam longe de serem resolvidas. O próprio ritual da missa deixa-o atônito, ante a facilidade, que raia pelo desrespeito, com que Deus Todo-Poderoso é tratado pelos sacerdotes, que recitam palavras cujo sentido parecem ignorar.

A mente inquiridora de Lutero não conseguia aceitar a forma como o Catolicismo era praticado. No auge dessa crise espiritual que ameaçava precipitá-lo no desespero total, surge o homem que lhe estenderia as mãos generosas: Johannes Von Staupitz, [...]. Ele presidiu a todas as novidades, a todos os primeiros combates da Reforma. Ele buscou Lutero na sua cela, conduziu-o passo a passo no conhecimento do Evangelho, abriu sua alma à verdade, armou-a para a luta, inspirou-lhe um espírito de resistência, contribuiu para fazer dele o homem dessa grande revolução. 

É importante destacar que a noção de purgatório, defendida pela Igreja Católica, somente foi admitida no ano de 593. “O purgatório originou um comércio escandaloso das indulgências, por intermédio das quais se vende a entrada no céu. Este abuso foi a causa primária da Reforma, levando Lutero a rejeitar o purgatório.”  [...] Alguns historiadores enxergavam na sua missão uma simples expressão de despeito dos seus companheiros da comunidade, em face da preferência de Leão X encarregando os dominicanos da pregação das indulgências. A verdade, contudo, é que o humilde filho de Eisleben tornara-se órgão da repulsa geral aos abusos da Igreja, no capítulo da imposição dogmática e da extorsão pecuniária. Os postulados de Lutero constituíram, antes de tudo, modalidade de combate aos absurdos romanos, sem representarem o caminho ideal para as verdades religiosas. Ao extremismo do abuso, respondia com o extremismo da intolerância, prejudicando a sua própria doutrina. Mas o seu esforço se coroou de notável importância para os caminhos do porvir.

A Reforma de Lutero foi um movimento de retorno às fontes primitivas do Cristianismo, cuja pureza se comprometera no cipoal da teologia meramente especulativa, perdendo-se na palavra fria e morta a luz e o calor do espírito vivo.


João Calvino Jurista e teólogo, um dos maiores vultos da Reforma, nasceu em Noyon, França, em 10 de julho de 1509, e morreu em Genebra em 27 de maio de 1564. Tendo ingressado na Universidade de Paris, estudou latim, filosofia e dialética, formando-se em Direito. Homem culto, portador de profundo sentimento moral, autor de livros, Calvino vivia cercado de humanistas e de reformadores, em Paris. 

A conversão de Calvino foi rápida, e se pode atribuir a três causas: o estudo das escrituras, a influência de amigos e os bons exemplos que muitos membros da reforma deram quando perseguidos. Por defender sua ideia, fugiu para Basileia, na Suíça, onde escreveu sua grande obra sobre a reforma: Os estatutos da religião cristã, obra que representa uma espécie de enciclopédia teológica. Passando a viver em Genebra, dedicou-se ao trabalho de explicar as escrituras, reformar o cerimonial do casamento, e de utilizar mais os Salmos nas prédicas. Dentre os reformadores do século XVI (inclusive Lutero), foi Calvino quem mais se destacou como argumentador e conhecedor da Bíblia. As ideias de Calvino fizeram surgir uma reforma na Reforma, denominada presbiterianismo. 


John Knox É conhecido como o reformador da Escócia. Nascido em Haddington, em 1505, cursou universidade em Glasgow. Em 1540 foi ordenado padre. Tomou contato com a Reforma em finais de 1545. O instrumento imediato da sua conversão foi, provavelmente, o erudito reformador George Wishart. Knox seguia-o incansavelmente, levando consigo, segundo dizem, uma espada que ele estaria disposto a usar para defender Wishart. John Knox morreu em 1570, em Edimburgo. 


John Wyclif ou Wycliffe Nasceu em Hipswell, Yorkshire, possivelmente em 1328 e morreu em 31 de dezembro de 1384, perto de Leicester. Foi um teólogo inglês, considerado o precursor da Reforma Protestante no século XIV. Ele iniciou a primeira tradução da Bíblia para o inglês numa edição completa (a Bíblia tinha sido traduzida para o inglês anteriormente, mas por partes). 


Jan Hus ou Huss O famoso reformador da Boêmia (República Tcheca), nasceu em Husinec, a 75 km de Praga, possivelmente a 6 de julho de 1369. Atraído pela profissão clerical, estudou em Praga. Nos seus escritos usava frequentemente citações de Wyclif. Em 1393 fez o bacharelato em letras; em 1394 tornou-se bacharel em Teologia e, em 1396, tornou-se mestre em Teologia. Ordenou-se padre em 1400 e, no ano seguinte, foi nomeado reitor da faculdade de Filosofia de Praga. Exercia também o ofício de pregador na igreja de Belém, em Praga, proferindo sermões em língua tcheca, contrariamente ao usual, em latim. Foi queimado vivo em Constança, a 6 de junho de 1415."  -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos








272. Poderá dar-se que Espíritos vindos de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, por exemplo, nasçam no seio de povos civilizados? 

“Pode. Alguns há que se extraviam, por quererem subir muito alto. Mas, nesse caso, ficam deslocados no meio em que nasceram, por estarem seus costumes e instintos em conflito com os dos outros homens.” 

Tais seres nos oferecem o triste espetáculo da ferocidade dentro da civilização. Voltando para o meio dos canibais, não sofrem uma degradação; apenas volvem ao lugar que lhes é próprio e com isso talvez até ganhem.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 29 de outubro de 2016

A reforma protestante


“Quero,  pois,  que  os  homens  orem  em  todo  lugar,  levantando mãos santas, sem ira nem contenda.”  - Paulo - ( I Timóteo, 2:8 )




Amados irmãos, bom dia!
"Alguns aprendizes desejarão lobrigar no texto apenas uma exortação às atitudes de louvor; no entanto, o convertido de Damasco  esclarece que devemos levantar mãos santas em todo lugar, sem ira nem contenda.
Se desejas aplicar o raciocínio a ti próprio, repara, antes de tudo, se a tua realização vai prosseguindo sem cólera destrutiva e sem demandas inúteis." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-







"No século XVI uma grande revolução eclesiástica ocorreu na Europa Ocidental, levando a mudanças consideráveis na esfera religiosa que, durante todo o período medieval, estivera sob o domínio da Igreja Católica. Essa revolução nas mentalidades teve tanto causas políticas como religiosas. Muitos monarcas estavam insatisfeitos com o enorme poder que o papa exercia no mundo, ao mesmo tempo que muitos teólogos criticavam a doutrina e as práticas da Igreja, sua atitude para com a fé e seu feitio organizacional. 

Ideias e razões distintas deram origem a diversas comunidades eclesiais novas. 

» Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papa porque este se negou a lhe dar permissão para que se divorciasse. O rei se tornou, então, chefe da Igreja da Inglaterra (Igreja Anglicana). Não houve cisma, mas a Igreja da Inglaterra aos poucos foi adotando várias ideias da Reforma. Hoje, o anglicanismo é uma Igreja que engloba diferentes tendências e até mesmo seitas [...]. 

» Foi um monge alemão, Martinho Lutero, o maior responsável por esse conflito teológico. Ele deu forte destaque à fé e à palavra (a Bíblia), como elementos mais significativos. Diversos príncipes eleitores, nobres governantes alemães, insatisfeitos com o poder do papa, apoiaram Lutero e transformaram as igrejas de seus próprios domínios em igrejas estatais, partindo do princípio de que a religião do eleitor também era a de seus súditos. 

» Os reformadores suíços Calvino e Zuínglio defendiam um rompimento mais radical com o Catolicismo. Davam menos valor ao batismo e à eucaristia do que os católicos e os luteranos, mas julgavam vital mexer na organização da Igreja. Queriam seguir aquilo que consideravam os preceitos do Novo Testamento. A Igreja é dirigida por representantes eleitos que, juntamente com os ministros, constituem a Assembleia Geral. Esta é conhecida como presbitério (da palavra grega que significa “conselho dos anciãos’’), e por isso a Igreja reformada é chamada presbiteriana. Essa Igreja logo se tornou a principal seita protestante em países cujos soberanos não instituíram o Cristianismo como religião do Estado; por exemplo, Holanda, Suíça e Escócia.

O Espiritismo, por meio de informações apresentadas por Emmanuel, revela: A Reforma e os movimentos que se lhe seguiram vieram ao mundo com a missão especial de exumar a ‘‘letra’’ dos Evangelhos, enterrada até então nos arquivos da intolerância clerical, nos seminários e nos conventos, a fim de que, depois da sua tarefa, pudesse o Consolador prometido, pela voz do Espiritismo cristão, ensinar aos homens o ‘‘espírito divino’’ de todas as lições de Jesus.

A Reforma Protestante provocou profundos e irreversíveis impactos na Igreja Católica. Por ocasião dos primeiros protestos contra o fausto desmedido dos príncipes da Igreja, ocupava a cadeira pontifícia Leão X, cuja vida mundana impressionava desagradavelmente os espíritos sinceramente religiosos. Sob a sua direção criara-se, em 1518, o célebre ‘‘Livro das Taxas da Sagrada Chancelaria e da Sagrada Penitenciaria Apostólica’’, onde se encontrava estipulado o preço de absolvição para todos os pecados, para todos os adultérios, inclusive os crimes hediondos. Tais rebaixamentos da dignidade eclesiástica ambientaram as pregações de Lutero e seus companheiros de apostolado. De nada valeram as perseguições e as ameaças ao eminente frade agostiniano.

O protestantismo foi um movimento que surgiu, no século XVI, para conter os abusos do clero católico, sobretudo em relação às indulgências. Embora rompessem com a Igreja, os reformadores não pensaram estar criando uma nova Igreja. Em vez disso, sustentavam a necessidade de recolocar a igreja cristã em suas verdadeiras bases. Levados à ação quase sempre em virtude de abusos e distorções da vida eclesiástica no período medieval, logo compreenderam, no entanto, que a sua interpretação do Evangelho era radicalmente diferente da sustentada pela Igreja existente. Baldados seus esforços para renová-la, não tiveram outro recurso senão constituir instituição independente da que consideravam sob ‘‘o jugo romano’’. A história do protestantismo, portanto, deve começar com uma compreensão dessa tentativa da recuperação, segundo se entendia, da vida da Igreja à luz do Evangelho, dentro, contudo, do contexto sociocultural do período medieval.

Outros fatos históricos foram decisivos para a ocorrência da Reforma Protestante. A [...] derrocada do feudalismo e o surgimento de classes médias ocupadas com o comércio e a indústria criaram um novo setor na sociedade, independente da influência direta da Igreja. A imprensa foi inventada em meados do século XV e na última década do mesmo século Colombo descobria o Novo Mundo. Nos mesmos dias em que Magalhães circunavegava o globo (1519–1522). [...] Pequenos povoados se convertiam em centros urbanos onde os homens já não dependiam da agricultura para sua sobrevivência. Embora a Igreja ainda fosse poder dominador, muitas forças novas, além do trabalho dos reformadores, estavam operando para derrocar seu domínio sobre os homens." -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos






271. Estudando, na erraticidade, as diversas condições em que poderá progredir, como pensa o Espírito consegui-lo, nascendo, por exemplo, entre canibais? 

“Entre canibais não nascem Espíritos já adiantados, mas Espíritos da natureza dos canibais, ou ainda inferiores aos destes.” 

Sabemos que os nossos antropófagos não se acham no último degrau da escala espiritual e que mundos há onde a bruteza e a ferocidade não têm analogia na Terra. Os Espíritos que aí encarnam são, portanto, inferiores aos mais ínfimos que no nosso mundo encarnam. Para eles, pois, nascer entre os nossos selvagens representa um progresso, como progresso seria, para os antropófagos terrenos, exercerem entre nós uma profissão que os obrigasse a fazer correr sangue. Não podem pôr mais alto suas vistas, porque sua inferioridade moral não lhes permite compreender maior progresso. O Espírito só gradativamente avança. Não lhe é dado transpor de um salto a distância que da civilização separa a barbárie e é esta uma das razões que nos mostram ser necessária a reencarnação, que verdadeiramente corresponde à justiça de Deus. De outro modo, que seria desses milhões de criaturas que todos os dias morrem na maior degradação, se não tivessem meios de alcançar a superioridade? Por que os privaria Deus dos favores concedidos aos outros homens?




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A reforma protestante - O contexto histórico


“Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já  não  andas  conforme  o  amor.  Não  destruas  por  causa  da  tua  comida aquele por quem o Cristo morreu.” - Paulo - ( Romanos, 14:15 )




Amados irmãos, bom dia!
"Quando reparares algum amigo prisioneiro dessas ilusões, recorda que o Mestre foi igualmente à cruz por causa dele. Situa a bondade à frente da análise e a tua observação será construtiva e santificante. Toda vez que houver compreensão no  cântaro de tua alma, encontrarás infinitos recursos para auxiliar, amar e servir." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








"A Idade Média, em contraste com outros períodos da história, foi caracterizada por uma cultura religiosa que influenciava e impregnava todas atividades sociais. A política, a economia, as artes e a filosofia eram de competência direta da Igreja. O papado era, ao mesmo tempo, uma potência religiosa e política. Grande parte da vida econômica estava organizada ao redor das igrejas paroquiais e dominada por elas. As artes eram, por definição, religiosas: a pintura e a arquitetura refletiam a preocupação pelo transcendente, não havendo evidência mais clara disso que o impulso vertical das catedrais. Mesmo o redescobrimento e a aceitação de Aristóteles não alteraram o quadro geral. Por isso não é estranho que a civilização europeia fosse caracterizada como o Corpus Christianum. 

Nesse sentido, Emmanuel esclarece que: Essa renascença, iniciada do Alto, clareou a Terra em todas as direções. A invenção da imprensa facultava o mais alto progresso no mundo das ideias, criando as mais belas expressões da vida intelectual. A literatura apresenta uma vida nova e as artes atingem culminâncias que a posteridade não poderia alcançar. Numerosos artífices da Grécia antiga, reencarnados na Itália, deixam traços indeléveis da sua passagem, nos mármores preciosos. Há mesmo, em todos os departamentos das atividades artísticas, um pronunciado sabor da vida grega, anterior às disciplinas austeras do Catolicismo na idade medieval, cujas regras, aliás, atingiam rigorosamente apenas quem não fosse parte integrante do quadro das autoridades eclesiásticas.

A História, destaca grandes mudanças nesse período. O [...] século XV e o começo do XVI, em Roma, foram a idade do humanismo, uma grande era de renovado aprendizado clássico, de redescobrimento dos princípios da arte clássica, de florescimento da criatividade na pintura, na escultura e na arquitetura e de um prazer pela vida e pela beleza que representava não só uma sublime extravagância, mas um novo sentido da glória da criação. Tratava-se, em grande medida, de uma visão religiosa: para compreendê-la, precisamos levar em conta o primeiro e de certo modo o mais atraente dos papas humanistas, Nicolau V.

[...] O movimento conciliar vinha perdendo a força à medida que os monarcas europeus faziam seus próprios e vantajosos arranjos com o papado, a fim de controlar as igrejas nacionais, e cessavam de apoiar as rebeliões eclesiásticas. A capital do Império Romano foi totalmente em beleza. Nicolau inaugurou também a transformação física de Roma. Simbolizou a recuperação do controle papal da cidade ao restaurar o Castel Sant’Angelo e ao reformar o medieval palácio dos Senadores, no Capitólio. Mas as suas maiores obras estavam no Vaticano, que ele transformou na principal residência papal, abandonando o precário Latrão. [...] Porém, a sua iniciativa mais radical foi a de projetar a reconstrução da própria São Pedro.

As seguintes palavras do papa Nicolau justificam a sua incansável necessidade de reformas e de embelezamentos arquitetônicos. Para [...] criar convicções sólidas e estáveis na mente das massas incultas, deve haver um apelo aos olhos; uma fé popular baseada unicamente em doutrinas sempre há de ser débil e vacilante. Mas se a autoridade da Santa Sé estiver visualmente exposta em construções majestosas, em memoriais imperecíveis, em testemunhos como plantados pela própria mão de Deus, a fé há de crescer e fortalecer-se qual uma tradição que passa de uma geração a outra, e o mundo inteiro há de aceitá-la e reverenciá-la.

Emmanuel nos esclarece, porém, que no plano espiritual medidas são tomadas para conter os desregramentos perpetratos pelos condutores do Catolicismo.  A essas atividades reformadoras não poderia escapar a Igreja, desviada do caminho cristão. O plano invisível determina, assim, a vinda ao mundo de numerosos missionários com o objetivo de levar a efeito a renascença da religião, de maneira a regenerar os seus relaxados centros de força. Assim, no século XVI, aparecem as figuras veneráveis de Lutero, Calvino, Erasmo, Melanchton e outros vultos notáveis da reforma, na Europa Central e nos Paises Baixos." -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos






270. A que se devem atribuir as vocações de certas pessoas e a vontade que sentem de seguir uma carreira de preferência a outra? 

“Parece-me que vós mesmos podeis responder a esta pergunta. Pois não é isso a consequência de tudo o que acabamos de dizer sobre a escolha das provas e sobre o progresso efetuado em existência anterior?”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A doutrina Islã e o Espiritismo


“Mas, se pelo espírito mortificardes as obras da carne, vivereis.” - Paulo - ( Romanos, 8:13 )




Amados irmãos, bom dia!
"Bem­ aventurado o homem que segue vida a fora em espírito!  Para ele, a morte aflitiva não é mais que alvorada de novo dia, sublime transformação e alegre despertar!" -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






"Antes da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo entre as falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços do Cristo, conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso trabalho de arquivar experiências para gerações vindouras. 

Numerosos Espíritos reencarnam com as mais altas delegações do plano invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomé, ao nascer em Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho do Cristo, em oposição aos abusos romanos, no ambiente da Europa. 

Maomé, contudo, pobre e humilde no começo de sua vida, que deveria ser de sacrifício e exemplificação, torna-se rico após o casamento com Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos da sombra, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas. Dotado de grandes faculdades mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances de sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por essa razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão se evola de muitas das suas lições, há um espírito belicoso, de violência e de imposição; junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do verdadeiro caminho. Por essa razão o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz e cujas raízes era necessário extirpar.

Certas práticas, impostas por Maomé, não encontraram apoio na revelação islâmica. Maomé, nas recordações do dever que o trazia à Terra, lembrando os trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a Igreja para Jesus, vulgarizou a palavra infiel, entre as várias famílias do seu povo, designando assim os árabes que lhe eram insubmissos, quando a expressão se aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do Cristianismo. 

Com o seu regresso ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina, pela força da espada; e, todavia os seus continuadores não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas. Iniciaram no exterior as “guerras santas’’, subjugando toda a África setentrional, no fim do século VII. Nos primeiros anos do século atravessaram o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram o além dos Pirineus porque o plano espiritual assinalara um limite às suas operações, encaminhando Carlos Martel para as vitórias de 732.

Importa considerar que Ismael, guia espiritual do Brasil, filho de Hagar e Abraão, deu origem à descendência árabe, assim como Isaque, filho de Abraão com a judia Sara, formou a raça judaica. Ambos, Ismael e Isaque são aparentados, portanto, de Maomé. Narra Humberto de Campos que Jesus, dirigindo-se a Ismael, um dos seus mais elevados mensageiros do Orbe, teria dito: Ismael, manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe-a nos teus braços de trabalhador devotado da minha seara, como a recebi no coração, obedecendo a sagradas inspirações do nosso Pai. Reúne as incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais sacrossantos de minha doutrina, e inicia, desde já, a construção da pátria do meu ensinamento. Para aí transplantei a árvore da minha misericórdia e espero que a cultives com a tua abnegação e com o teu sublimado heroísmo. Ela será a doce paisagem dilatada do Tiberíades, que os homens aniquilaram na sua voracidade de carnificina. Guarda este símbolo da paz e inscreve na sua imaculada pureza o lema da tua coragem e do teu propósito de bem servir à causa de Deus e, sobretudo, lembra-te sempre de que estarei contigo no cumprimento dos teus deveres, com os quais abrirás para a humanidade dos séculos futuros um caminho novo, mediante a sagrada revivescência do Cristianismo. Ismael recebe o lábaro bendito das mãos compassivas do Senhor, banhado em lágrimas de reconhecimento, e, como se entrara em ação o impulso secreto da sua vontade, eis que a nívea bandeira tem agora uma insígnia. Na sua branca substância, uma tinta celeste inscrevera o lema imortal: “Deus, Cristo e Caridade’’. Todas as almas ali reunidas entoam um hosana melodioso e intraduzível à sabedoria do Senhor do Universo. São vibrações gloriosas da espiritualidade, que se elevam pelos espaços ilimitados, louvando o artista inimitável e o matemático supremo de todos os sóis e de todos os mundos.

Todas as suas realizações e todos os seus feitos, forros dos miseráveis troféus de glorias sanguinolentas, tiveram suas origens profundas no plano espiritual, de onde Jesus, pelas mãos carinhosas de Ismael, acompanha desveladamente a evolução da pátria extraordinária, em cujos céus fulguram as estrelas da cruz. São elas, ainda um grito de fé e de esperança aos que estacionam no meio do caminho." -( FEB - EADE )-






Estudo do Livro dos Espíritos






269. Pode o Espírito enganar-se quanto à eficiência da prova que escolheu? 

“Pode escolher uma que esteja acima de suas forças e sucumbir. Pode também escolher alguma que nada lhe aproveite, como sucederá se buscar vida ociosa e inútil. Mas, então, voltando ao mundo dos Espíritos, verifica que nada ganhou e pede outra que lhe faculte recuperar o tempo perdido.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

As relações pessoais no islamismo


“E respondeu-­lhe Jesus: Em  verdade te  digo  que  hoje  estarás comigo no Paraíso.”  -( Lucas, 23:43 )- 




Amados irmãos, bom dia!
"Podemos apresentar-­nos com volumosa bagagem de débitos do passado  escuro, ante a verdade; mas desde o instante em que nos rendemos aos desígnios do  Senhor, aceitando sinceramente o  dever da própria regeneração, avançamos para região espiritual diferente, onde todo jugo é suave e todo fardo é leve. Chegado a essa altura, o espírito endividado não permanecerá em falsa atitude beatífica, reconhecendo, acima de tudo, que, com Jesus, o sofrimento é retificação e as cruzes são claridades imortais. Eis o motivo pelo qual o bom ladrão, naquela mesma hora, ingressou nas excelsitudes do paraíso." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-









"São normas relativas à convivência social, ética e política. Tradicionalmente, não há no Islã distinção entre religião e política, entre fé e moral. Todas as obrigações religiosas, morais e sociais estão estabelecidas na sagrada lei muçulmana, a xariá. Trata-se de um conjunto de leis que se fundamentam no Corão, e também no Suna e no haddif. No Corão há instruções fixas e rígidas sobre o governo, a política, a sociedade, a economia, o casamento, a moral, o status da mulher etc. 

Se o Corão não fornecer instruções precisas sobre assuntos específicos, os muçulmanos as pesquisam no Suna (muito usado pelos sunitas, uma das divisões islâmicas). Suna são relatos de ações, palavras e reflexões definidas por Maomé e pelos califas. A outra fonte legalista de consulta é o haddit, coletâneas que tratam da vida e das pregações de Maomé. Essas fontes, inclusive o Corão, se reportam a uma vida em sociedade que não mais existe, surgindo, pois, a necessidade de se fazer adaptações no presente. As adaptações seguem dois princípios: o da similaridade, ou analogia, e o do consenso. 

O princípio da similaridade ou analogia, procura solucionar um problema atual, a partir de um exemplo análogo existente no Corão ou nas demais fontes. 

O princípio do consenso parte da afirmação de Maomé de que os fiéis nunca podem concordar, coletivamente, sobre algo errado. Assim, as decisões estabelecidas pelos fiéis, em assembleias específicas, são automaticamente aceitas pelos líderes religiosos (especialistas legais). Por exemplo: certa ocasião alguns líderes religiosos quiseram proibir a ingestão do café, proibição que foi totalmente rejeitada pelos fiéis numa assembleia convocada para resolver esse assunto (solução foi dada pelo princípio da similaridade). Uma das subdivisões do movimento Islã, os xiitas, aceitam, além dessa três fontes citadas (Corão, Suna e Haddit), a interpretação dos imans. Já os sunitas não aceitam qualquer interpretação islâmica ocorrida após Maomé. O Corão não questiona o direito à propriedade privada, mas impõe certas limitações ao acúmulo de riquezas e bens, porque “sendo a riqueza uma tentação, afasta os homens de Deus’’. 

As mulheres representam um capítulo à parte nas relações pessoais. Na verdade, no Corão há duas afirmações que se contradizem: a da sura 4:31 e a da sura 2:228, respectivamente expressas assim: “os homens têm autoridade sobre as mulheres, porque Deus os fez superiores a elas’’; “as mulheres devem, por justiça, ter direitos semelhantes àqueles exercidos contra elas’’. Esta última citação dificilmente é utilizada. É notória a diferença de tratamento que é dado aos homens daquele que as mulheres recebem, sobretudo dentro do casamento. A poligamia é permitida na maioria dos estados muçulmanos, não existindo na Turquia nem na Tunísia. O divórcio é possível, desde que iniciado pelo homem, mas, em geral, é dificultado, pois, segundo  Maomé “é a atividade legal menos preferida por Deus’’. Devemos lembrar que o índice de divórcio nos países árabes é o mais alto do mundo. 

A circuncisão é obrigatória. A mutilação sexual das mulheres não encontra qualquer referência no Corão. No entanto, é praticada em algums países muçulmanos, notadamente nos do norte da África. A tradição de usar o véu, ou chador, não encontra apoio no Corão, foi uma tradição iniciada pelas mulheres pertencentes a famílias ricas. Entretanto, o Corão orienta os maridos no sentido surrarem as esposas: “Quanto àquelas de quem temes desobediências, deves admoestá-las, enviá-las a uma cama separada e bater nelas”19 (sura 4)." -( FEB - EADE )-






Estudo do Livro dos Espíritos






268. Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas? 

“Sim, mas que não são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais. Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda  perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Os deveres religiosos


“Mas seja o vosso falar: sim, sim; não, não.” - Jesus - ( Mateus, 5:37 ) 





Amados irmãos, bom dia!
"Ama, de acordo com as lições do Evangelho, mas não permitas que o teu  amor se converta em grilhão, impedindo-­te a marcha para a vida superior.
As maneiras, na maior parte das ocasiões, dizem mais que as palavras. 
“Seja o vosso falar: sim, sim; não, não”, recomenda o Evangelho. Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel. Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor  não só  pelo  que faz, mas também pelo que deixa de fazer." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-









"São práticas, resumidas em cinco pilares que se complementam e devem ser aceitas integralmente pelo mulçumano. Significa dizer que aquele que nega parcial ou totalmente um pilar, não é considerado muçulmano. Tais práticas podem ser assim resumidas: 

Credo ou Shahada: também chamado de testemunho, está resumido na expressão: “Não há Deus senão Alá e Maomé é seu profeta’’. Este testemunho deve ser repetido pelos fiéis, várias vezes durante o dia, e também deve ser proclamado do alto dos minaretes na hora de cada oração. Este ato de fé encontra-se registrado nas paredes das mesquitas. O Shahada é porta de entrada para o Islam, considerado a chave do paraíso. É o primeiro testemunho que deve ser sussurrado aos ouvidos do recém-nascido e o último que o moribundo ouve. A crença islâmica é clara, simples, indo ao encontro do filtra (conhecimento inato do ser humano). Não aceita acréscimos nem que se retire algo dela.


Oração ou Salat: representa a comunicação direta dos homens com Alá, sem intermediários. A oração é proferida por meio de um ritual que envolve movimentos, recitações do Corão e louvores a Alá. Para o muçulmano, quando ele se posiciona para orar e diz Allahu Akbar (Alá é o Maior) ele sai, então, da esfera mundana para o plano superior. As orações são pronunciadas cinco vezes ao dia. Antes de cada oração, propriamente dita, ouve-se o chamado vindo dos minaretes, dando tempo ao crente para, ritualmente, se tornar limpo. Os muçulmanos acreditam que as atividades biológicas tornam as pessoas naturalmente impuras. A purificação consiste em lavar o corpo inteiro em água corrente. Às vezes é permitido lavar apenas o rosto e as mãos. É comum a existência de casas de banhos próximas às mesquitas. A maioria das orações islâmicas são fórmulas fixas, embora haja também a oração espontânea, na qual o fiel diz a Deus algo pessoal. As preces são acompanhadas de gestos específicos. Os gestos têm mais valor do que as palavras. As cinco orações diárias podem ser ditas em qualquer lugar, desde que a pessoa se ajoelhe e ore voltada para Meca. É recomendável que o fiel faça uma das preces diárias na mesquita, ou que aí ore, pelo menos, uma vez por semana. É especialmente relevante a oração de sexta-feira, ao meio-dia, porque nesta prática religiosa está incluído um sermão. Os que comparecem às mesquitas devem estar respeitosamente vestidos, tirar os sapatos antes de entrar e acompanhar os gestos de quem dirige as orações, de forma ordenada e disciplinada. O líder das orações posiciona-se à frente do grupo, direcionado para Meca, de costas para a congregação. Somente os homens oram no salão principal da mesquita, reservando-se as galerias para as mulheres, as quais podem, também, ficar escondidas atrás de uma cortina, existente no fundo do templo. Qualquer homem adulto muçulmano pode ser um imã, ou dirigente das preces.

Caridade ou Zakat: trata-se de uma taxa, ou imposto formal, obrigatório, fixado em 2,5%, sobre a riqueza e a propriedade do muçulmano, que este deve doar à mesquita. 

O Jejum ou Siám: é o quarto dever islâmico. O Corão proíbe aos muçulmanos de comerem carne de porco, de cachorro, raposa, asno — alimentos de uso comum em certa culturas orientais —, por considerarem estes animais impuros. Proíbe também a ingestão de sangue sob qualquer forma. Assim, o abate de animais utilizados na alimentação segue normas ritualísticas, para que não sobre qualquer resíduo de sangue. O vinho e outras bebidas alcoólicas são também proibidas. No nono mês do ano muçulmano — o Ramadã —, mês sagrado do jejum, há um dia de jejum especial. Entre o nascer e o pôr do sol desse dia é proibido desenvolver qualquer tipo de atividade. Após o poente, o jejum é suspenso com boa comida e bebida em todas as residências. Em geral, é costume os homens ficarem na mesquita durante a noite especial do Ramadã, ouvindo o Corão, alimentando-se e bebendo festivamente. O Ramadã foi o mês em que Maomé teve a sua primeira revelação. O jejum simboliza o retiro que todo muçulmano deveria fazer, como Maomé fez.

Peregrinação a Meca ou Hajj: é o quinto dever religioso. Cabe a todo muçulmano adulto, que tenha condições, realizar peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida. Para os muçulmanos, Meca e Caaba são o centro do mundo. Não só os fiéis se voltam para Meca quando oram: também as mesquitas são construídas com o eixo mais longo apontando para lá. Os mortos igualmente são enterrados voltados para Meca. Esta cidade é visitada anualmente por cerca de 1,5 milhão de peregrinos, metade dos quais vem de fora da Arábia. A grande mesquita foi reconstruída para receber, atualmente, 600 mil peregrinos. Somente as pessoas que conseguem provar que são muçulmanas entram na cidade santa. Em Meca, o primeiro rito é caminhar em torno da Caaba sete vezes. Nessa ocasião muitos peregrinos tentam beijar a pedra negra. Outro rito importante acontece entre o meio-dia e o pôr do sol, quando os peregrinos se postam no monte Arafat, sem permissão de proteger a cabeça do sol intenso, renovando, assim, o seu pacto com Deus. Segundo a tradição, foi no monte Arafat que Adão e Eva se encontraram de novo, depois de expulsos do jardim do Éden. O ponto máximo dos rituais são os sacrifícios. Em geral, os peregrinos matam um animal (carneiro, boi, bode, camelo) com o propósito de lembrar como Abraão foi obediente a Deus, quando se dispôs a sacrificar seu próprio filho." -( FEB - EADE )-






Estudo do Livro dos Espíritos






267. Pode o Espírito proceder à escolha de suas provas, enquanto encarnado?  

“O desejo que então alimenta pode influir na escolha que venha a fazer, dependendo isso da intenção que o anime. Dá-se, porém, que, como Espírito livre, quase sempre vê as coisas de modo diferente. O Espírito por si só é quem faz a escolha; entretanto, ainda uma vez o dizemos, possível lhe é fazê-la, mesmo na vida material, por isso que há sempre momentos em que o Espírito se torna independente da matéria que lhe serve de habitação.” 

a) — Não é decerto como expiação, ou como prova, que muita gente deseja as grandezas e as riquezas. Será? 

“Indubitavelmente, não. A matéria deseja essa grandeza para gozá-la e o Espírito para conhecer-lhe as vicissitudes.”




Que a graça e a paz sejam conosco!