quarta-feira, 31 de maio de 2017

E quem é o meu próximo?


“Portanto  tomai  toda  a  armadura  de  Deus,  para  que  possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.”  - Paulo - ( Efésios, 6:13 )




Amados irmãos, bom dia!
"Em todos os templos do pensamento religioso elevado, o Pai está oferecendo armaduras aos seus filhos. Os crentes, num impulso louvável, podem entregar-­se naturalmente às melhores expansões afetivas, mas não se esqueçam de que o Senhor lhes oferece instrumentos espirituais para a fortaleza de que necessitam, dentro da luta redentora; somente de posse de semelhantes armaduras pode a alma resistir, nos maus dias da experiência terrestre, sustentando a serenidade própria, nos instantes dolorosos e guardando-­se na couraça da firmeza de Deus." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-







Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? (Lc 10: 29). 

"Esta é, em geral, a posição mental do religioso que desperta do sono das práticas ritualísticas, por julgá-las estéreis e sem sentido, e que se abre para as verdades espirituais. Assim, se nos depararmos com tais companheiros em nosso caminho, devemos exercitar a tolerância, uma vez que o despertamento espiritual nem sempre se realiza abrupto, mas aos poucos. Vive a tolerância na base de todo o progresso efetivo. As peças de qualquer máquina suportam-se umas às outras para que surja essa ou aquela produção de benefícios determinados.

Todas as bênçãos da Natureza constituem larga sequência de manifestações da abençoada virtude que inspira a verdadeira fraternidade. Tolerância, porém, não é conceito de superfície. É reflexo vivo da compreensão que nasce, límpida, na fonte da alma, plasmando a esperança, a paciência e o perdão com esquecimento de todo o mal. Pedir que os outros pensem com a nossa cabeça seria exigir que o mundo se adaptasse aos nossos caprichos, quando é nossa obrigação adaptar-nos, com dignidade, ao mundo, dentro da firme disposição de ajudá-lo. 

A Providência Divina reflete, em toda parte, a tolerância sábia e ativa. Deus não reclama da semente a produção imediata da espécie a que corresponde. Dá-lhe tempo para germinar, crescer, florir e frutificar. Não solicita do regato improvisada integração com o mar que o espera. Dá-lhe caminhos no solo, ofertando-lhe o tempo necessário à superação da marcha. Assim também, de alma para alma, é imperioso não tenhamos qualquer atitude de violência." -( FEB -- EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






485. É exclusivamente moral a afeição que os Espíritos votam a certas pessoas? 

“A verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões humanas.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 30 de maio de 2017

Faze isso e viverás.


“Mas tenho-­vos dito isto, a fim de que, quando chegar  aquela hora, vos lembreis de que já vo-­lo tinha dito.”  - Jesus - ( João, 16:4 )




Amados irmãos, bom dia!
"Oh! Vós, que ides ao quadro ­negro das atividades terrestres, abandonai o  giz escuro da desesperação!  Escrevei em caracteres de luz o que aprendestes do  Mestre Divino! Revela o próprio valor! Lembrai­-vos que instrutores benevolentes e sábios vos inspiram as mãos! Abençoai o quadro ­negro que vos pede o giz de suor e lágrimas, porque junto dele podereis conquistar o curso maior!..." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






E disse-lhe: Respondeste bem: faze isso e viverás. (Lc 10: 28). 

"Jesus elogia o doutor da lei, o conhecimento que ele tinha da Torah, mas exorta-o a vivenciá-lo quando afirma: “faze isso, e viverás.” O Mestre demonstra de maneira fraterna que ter conhecimento dos preceitos divinos não é suficiente para ganhar a vida eterna. É preciso vivenciá-los. Este deve ser também o nosso esforço cotidiano. 

O discípulo de Jesus, porém — aquele homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória —, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre..." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






AFEIÇÃO QUE OS ESPÍRITOS VOTAM A CERTAS PESSOAS 

484. Os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas? 

“Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como consequência da conformidade dos sentimentos.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Amar o próximo como a si mesmo


E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno,  nem no sábado.”  - Jesus - ( Mateus, 24:20 )




Amados irmãos, bom dia!
"Razoável se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade, o  verão das forças físicas e o outono da reflexão, para a grande viagem do inferior  para o superior; entretanto, a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento  irremediável na Terra, quando o ensejo de trabalho está findo. As possibilidades para determinada experiência jazem esgotadas. Não é o fim da vida, mas o termo de preciosa concessão. E, naturalmente, o  servidor descuidado, que deixou  para sábado o  trabalho que deveria executar na segunda ­feira, será obrigado a recapitular a tarefa, sabe Deus quando!" -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  






E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo (Lc 10: 27). 

O Mandamento Maior ensinado por Jesus é constituído de dois preceitos: Amar a Deus e amar ao próximo. Significa dizer «[...] que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus.

O entendimento espírita de Deus — «[...] a inteligência suprema, causa primária [primeira] de todas as coisas», dos seus atributos e da providência divina segue a orientação de Jesus que, ao apresentá-lo como Pai, justo e misericordioso, ensina que não se deve temê-lo, tal como acontecia na orientação moisaica. Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim? Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas. Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho. Ele é o Todo em que nos movemos e existimos. 

Por este motivo é que a assertiva “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento” tem caráter direto e incisivo. Reflete, porém, o sentido verdadeiro da lei de adoração, realizada em espírito e verdade, não mais por simples manifestações de culto externo, idólatra e ritualista. Implica, igualmente, profundo entendimento da solicitude do Pai para com todas as criaturas criadas. Esse entendimento abrange o conhecimento de si mesmo. Conhecer implica a pesquisa das causas.

A Causa Primária de tudo o que existe é Deus, o Criador. Conhecer-nos significa a busca de todos os potenciais de nosso ser, compreendendo o uso da razão e a conquista das virtudes, realizando o destino na luta permanente pelo auto-aperfeiçoamento. Para bem dirigir esse esforço incessante de cada criatura, o Pai Celestial enviou à Humanidade seu Filho, o Mestre por excelência de cada um, o Cristo de Deus, que nos mostra como encontrar “o caminho, a verdade e a vida”. 

Amar a Deus revela, pois, compreensão de que o «[...] amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas. Brilha em tudo e em tudo palpita  na mesma vibração de sabedoria e beleza. É fundamento da vida e justiça de toda a Lei.» 

O segundo preceito, “amar ao próximo como a si mesmo” resume a Lei de Amor, fundamentada na prática da caridade. É a regra áurea da vida. Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores. Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.” Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.” Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.” Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.” Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.” Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”[...] 

Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.  Mas, o que significa amar ao próximo como a si mesmo? “Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. [...] A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






483. Qual a causa da insensibilidade física que se observa em alguns convulsionários, assim como em outros indivíduos submetidos às mais atrozes torturas? 

“Em alguns é, exclusivamente, efeito do magnetismo, que atua sobre o sistema nervoso, do mesmo modo que certas substâncias. Em outros, a exaltação do pensamento embota a sensibilidade. Dir-se-ia que nestes a vida se retirou do corpo, para se concentrar toda no Espírito. Não sabeis que, quando o Espírito está vivamente preocupado com uma coisa, o corpo nada sente, nada vê e nada ouve?” 

A exaltação fanática e o entusiasmo hão proporcionado, em casos de suplícios, múltiplos exemplos de uma calma e de um sangue frio que não seriam capazes de triunfar de uma dor aguda, senão admitindo-se que a sensibilidade se acha neutralizada, como por efeito de um anestésico. Sabe-se que, no ardor da batalha, combatentes há que não se apercebem de que estão gravemente feridos, ao passo que, em circunstâncias ordinárias, uma simples arranhadura os poria trêmulos. Visto que esses fenômenos dependem de uma causa física e da ação de certos Espíritos, lícito se torna perguntar como há podido uma autoridade pública fazê-los cessar em alguns casos. Simples a razão. Meramente secundária é aqui a ação dos Espíritos, que nada mais fazem do que aproveitar-se de uma disposição natural. A autoridade não suprimiu essa disposição, mas a causa que a entretinha e exaltava. De ativa que era, passou esta a ser latente. E a autoridade teve razão para assim proceder, porque do fato resultava abuso e escândalo. Sabe-se, demais, que semelhante intervenção nenhum poder absolutamente tem, quando a ação dos Espíritos é direta e espontânea.




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 28 de maio de 2017

Que está escrito na lei? Como lês?


“E à ciência, a temperança; à temperança, a paciência;  à paciência, a piedade.” -( II Pedro, 1:6 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Se algo sabes na vida, não te precipites a ensinar como quem tiraniza, menosprezando conquistas alheias. Examina as situações características de cada um e procura, primeiramente, entender o irmão de luta. Saber não é tudo. É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? (Lc 10: 26). 

"A sabedoria se revela inequívoca nesta pergunta. Ignorando a armadilha do doutor da lei, inicia o trabalho de atendimento espiritual, pelo diálogo, fazendo o religioso recordar e expressar o que já possuía de bom e verdadeiro. É a habilidade ou a psicologia do Amor, que jamais fere nem agride, mas educa. 

Com a primeira pergunta (“Que está escrito na Lei?”) Jesus faz o interlocutor recordar o ensinamento aprendido. Na outra indagação (“Como lês?”), porém, o Mestre identifica a interpretação pessoal do religioso, o nível de entendimento que ele tem sobre o assunto. Agindo dessa forma percebe as carências e necessidades daquele que o interroga, e, a partir deste piso, auxilia-o com proveito. 

O diálogo que se segue fez o religioso esquecer o teste, inicialmente proposto, deixando-se mergulhar nas águas profundas das verdades superiores, para onde o Mestre habilmente o conduziu." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






482. Como é que sucede estender-se subitamente a toda uma população o estado anormal dos convulsionários e dos que sofrem de crises nervosas? 

“Efeito de simpatia. As disposições morais se comunicam mui facilmente, em certos casos. Não és tão alheio aos efeitos magnéticos que não compreendas isto e a parte que alguns Espíritos naturalmente tomam no fato, por simpatia com os que os provocam.” 

Entre as singulares faculdades que se notam nos convulsionários, algumas facilmente se reconhecem, de que numerosos exemplos oferecem o sonambulismo e o magnetismo, tais como, além de outras, a insensibilidade física, a leitura do pensamento, a transmissão das dores, por simpatia, etc. Não há, pois, duvidar de que aqueles em quem tais crises se manifestam estejam numa espécie de sonambulismo desperto, provocado pela influência que exercem uns sobre os outros. Eles são ao mesmo tempo magnetizadores e magnetizados, inconscientemente.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 27 de maio de 2017

Mestre, que farei para herdar a vida eterna


“Jesus,  porém,  não  lho  permitiu,  mas  disse­-lhe:  Vai  para tua casa, para os teus e anuncia-­lhes quão grandes coisas o  Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.” -( Marcos, 5:19 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Se recebeste a luz do Senhor, meu  amigo, vai servir  ao Mestre junto dos teus, dos que se prendem à tua caminhada. Se não possuis a família direta, possuis a indireta. Se não contas parentela, tens vizinhos e companheiros. Anuncia os benefícios do Salvador, exibindo a própria cura. Quem demonstra a renovação de si mesmo, em Cristo, habilita­-se a cooperar na renovação espiritual dos outros. Quanto  ao bem ­estar próprio, serás chamado a ele, no momento oportuno." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Interpretação do texto evangélico:

E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? (Lc 10:25). 

"Vemos aqui um conhecedor da lei de Moisés procurando o Cristo para testá-lo. Não foram poucos os momentos em que o Mestre foi assediado pelas forças contrárias à sua Mensagem, sobretudo porque o Evangelho renovava e ampliava os ensinos da Torah. Jesus, porém, não se afasta e estabelece significativo diálogo com o religioso, aproveitando a feliz oportunidade de esclarecê-lo. 

Este versículo registra o encontro da Lei antiga com o Amor. 

Vemos, ainda hoje, que as pessoas que mais resistem aos propósitos do Bem são os letrados, as autoridades ou sábios do mundo, altamente intelectualizados, mas, quase sempre, são baldos de entendimento espiritual. Grande número revela interesse pelo processo de renovação espiritual, mas exigem “sinais do céu” na forma de acontecimentos extraordinários. A pergunta do doutor da lei (“Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”) se enquadra nesse contexto, mas também revela intenção de testificar possível contradição doutrinária entre a Lei de Moisés e o Cristianismo. Sob certo aspecto, não deixa de ser uma atitude pueril, comum nos que se julgam superiores porque possuem titulações acadêmicas ou religiosas." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






CONVULSIONÁRIOS 

481. Desempenham os Espíritos algum papel nos fenômenos que se dão com os indivíduos chamados convulsionários? 

“Sim e muito importante, bem como o magnetismo, que é a causa originária de tais fenômenos. O charlatanismo, porém, os tem amiúde explorado e exagerado, de sorte a lançá-los ao ridículo.” 

a) — De que natureza são, em geral, os Espíritos que concorrem para a produção desta espécie de fenômenos? 

“Pouco elevada. Supondes que Espíritos superiores se deleitem com tais coisas?”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 26 de maio de 2017

O mandamento maior


“E  a  caridade  é  esta:  que  andemos  segundo  os  seus  mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o principio  ouvistes; que andeis nele.”  - João - ( II João, 6 )




Amados irmãos, bom dia!
"Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar  a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata­-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo  os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente n’Ele para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar  a efeito grandes serviços externos, alcançar  intercessões valiosas em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  








Texto evangélico: 

E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? Lucas, 10:25-29 

"O Cristianismo é uma doutrina que se assenta em dois fundamentos: amor a Deus e ao próximo. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas; não existe outra lei. Sobre esta crença, assentou o princípio da igualdade dos homens perante Deus e o da fraternidade universal.

Esses dois mandamentos retratam uma síntese dos Dez Mandamentos, recebidos por Moisés. Amar a Deus sobre todas as coisas é reconhecer que, Ele, é o Pai e Criador de todos os seres e de todas as coisas existentes no Universo. Que devemos adorá-Lo em espírito e verdade, não por manifestações de culto externo. Amar o próximo como a si mesmo define as normas de relações humanas, cujo fundamento é a Lei de Amor." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






480. Que se deve pensar da expulsão dos demônios, mencionada no Evangelho? 

“Depende da interpretação que se lhe dê. Se chamais demônio ao mau Espírito que subjugue um indivíduo, desde que se lhe destrua a influência, ele terá sido verdadeiramente expulso. Se ao demônio atribuirdes a causa de uma enfermidade, quando a houverdes curado direis com acerto que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa, conforme o sentido que empresteis às palavras. As maiores verdades estão sujeitas a parecer absurdos, uma vez que se atenda apenas à forma, ou que se considere como realidade a alegoria. Compreendei bem isto e não o esqueçais nunca, pois que se presta a uma aplicação geral.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Quereis vós também retirar-vos


“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo  em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus e Pai.”  - Paulo - ( Colossenses, 3:17 )




Amados irmãos, bom dia!
"Ampara­-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício  de todos. Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando  invariavelmente em nome de Jesus. Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 








Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? (Jo, 6: 67-68). 

Estas palavras de Jesus: “Quereis vós também retirar-vos?” devem ser meditadas com mais profundidade. Elas nos fazem ver que perante as grandes decisões que repercutem em nossa existência, somos convocados a agir como espíritas. A despeito da pergunta ser dirigida aos apóstolos, que possuíam melhor entendimento e maior capacidade de servir, aplica-se a nós, também, já esclarecidos à luz dos princípios espíritas. 

Independentemente dos desafios que iremos deparar, dos testemunhos ou renúncias que exemplificaremos, não devemos sucumbir ao desespero e fugir aos deveres. Não é por acaso que o Espiritismo está presente na nossa vida. É por esta razão que Jesus afirmou, em outra oportunidade: “E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lc 12: 48). 

Diante do sofrimento, sobretudo, jamais devemos nos afastar do Cristo, mas estreitar mais os laços afetivos com ele. À medida que o Mestre revelava novas características de sua doutrina de amor, os seguidores, então numerosos, penetravam mais vastos círculos no domínio da responsabilidade. Muitos deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia, afastaram-se, discretos, do cenáculo acolhedor de Cafarnaum. O Cristo, entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe de violar os princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e interrogou aos discípulos: - Também vós quereis retirar-vos? Foi nessa circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre gravada no edifício cristão. 

Realmente, quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus jamais sentirá emoções idênticas, a distância d’Ele. [...] Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite. Por este motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade: Senhor, para quem iremos nós?  Partindo do princípio de que a Doutrina Espírita é o Consolador prometido, o Cristianismo redivivo, não podemos alegar ignorância a respeito dos seus princípios quando as dificuldades da caminhada evolutiva se revelam mais ásperas. Ao contrário, esse é o momento exato para revelarmos a firmeza da nossa fé, sem temer os obstáculos que atracam no porto da nossa existência sob a forma de provações. Armados do escudo da coragem, da perseverança e da confiança irrestrita no Cristo, sairemos vitoriosos." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






478. Pessoas há, animadas de boas intenções e que, nada obstante, não deixam de ser obsidiadas. Qual, então, o melhor meio de nos livrarmos dos Espíritos obsessores? 

“Cansar-lhes a paciência, nenhum valor lhes dar às sugestões, mostrar-lhes que perdem o tempo. Em vendo que nada conseguem, afastam-se.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 23 de maio de 2017

Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde


“Deixai crescer ambos juntos até à ceifa e, por ocasião  da  ceifa, direi aos  ceifeiros: Colhei primeiro o joio  e  atai­o  em  molhos para o queimar.”  - Jesus - ( Mateus, 13:30 )




Amados irmãos, bom dia!
"O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar  a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas ou  estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou  responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo  de expectativa e observação, faz­se então necessária a eliminação  do joio em molhos. A colheita não é igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem o  seu dia, a sua estação.  E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 








Interpretação do texto evangélico:

Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele (Jo 6:66). 

"Durante a sua missão, o Cristo enfrentou muitos obstáculos, sendo duramente criticado e perseguido, sobretudo por representantes do clero. Nunca se abateu ou se revelou desiludido. Entretanto, abençoou e perdoou a todos, sem restrições. A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha. [...] Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos. Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores. Crêem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas. A preocupação da posse lhes absorve a existência. 

Como acontecia a alguns discípulos, à época do Cristo, nem sempre revelamos disposição para renunciar às infindáveis requisições do mundo e seguir Jesus. O apego a bens e a posições ainda exerce poderoso efeito sobre o nosso Espírito. A propósito, elucida o Espírito Lacordaire: «O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais.» 

A natureza humana se revela contraditória quando, frente a frente com o conhecimento verdadeiro, o qual eleva e engrandece o Espírito, deixa-se consumir por dúvidas, enredando-se nas malhas de conflitos existenciais. De um lado fica evidente o desejo de seguir o bem, de envolver-se com ele, mas, em razão da escassez de fortaleza moral, a pessoa não consegue pôr em prática os ditames da vontade. Esta é causa da maioria dos processos de fuga, os que produzem recuos perante os desafios da vida. As pessoas ficam, então, desorientadas e se deixam levar por temores infrutíferos, agindo da forma assinalada pelo registro do apóstolo João: “e tornam para trás”. Outros indivíduos são até corajosos, mas preferem manter-se no nível do conhecimento teórico, sem maiores implicações ou compromissos com a mudança de comportamento.  Faz-se necessário perseverar no desenvolvimento do senso moral a fim de que o desejo de melhoria espiritual se transforme em ações efetivas, porque, neste contexto, o conhecimento nem sempre é suficiente. 

“Já não andavam com Ele” retrata, em alguns Espíritos, o efeito do entusiasmo passageiro, das decisões apressadas, não filtradas pelo bom senso, e que é o oposto da fé raciocinada. Não andar com Jesus significa também abandonar o trabalho digno, forjado na luta redentora. Vemos, assim, que no cotidiano somos sempre defrontados com desafios que nos apontam para o valor de aprimorar a capacidade de andar com o Cristo, até para demonstrar a nossa fidelidade ao Pai Celestial. Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filho e o pai que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca? Nós não podemos duvidar da fidelidade do Nosso Pai para conosco. Sua dedicação nos cerca os Espíritos, desde o primeiro dia. Ainda não o conhecíamos e já ele nos amava. E, acaso, poderemos desdenhar a possibilidade da retribuição? Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos, o fato de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação? [...] Tudo na vida tem o preço que lhe corresponde. Se vacilais receosos ante as bênçãos do sacrifício e as alegrias do trabalho, meditai nos tributos que a fidelidade ao mundo exige. O prazer não costuma cobrar do homem um imposto alto e doloroso? Quanto pagarão, em flagelações íntimas, o vaidoso e o avarento? Qual o preço que o mundo reclama ao gozador e ao mentiroso? 

“Andar com Jesus” é, portanto, decisão séria, pessoal, intransferível. Se erguida sobre o alicerce do discernimento, aprendemos a conciliar as expectativas da vida no plano físico com as necessidades de melhoria espiritual." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






477. As fórmulas de exorcismo têm qualquer eficácia sobre os maus Espíritos? 

“Não. Estes últimos riem e se obstinam, quando vêem alguém tomar isso a sério.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Palavras de vida eterna


“Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o  espírito que provém de Deus.”  - Paulo - ( I Coríntios, 2:12 )




Amados irmãos, bom dia!
"O “espírito do mundo” é o acervo de todas as nossas ações delituosas, em séculos de experiências incessantes; o “espírito que provém de Deus” é o constante apelo das Forças do Bem, que nos renovam a oportunidade de progredir cada dia, a fim de descobrirmos a glória eterna a que a Infinita Bondade nos destinou. Lembremo­nos de que há serviço divino dentro de nós e fora de nós. A favor de nossa própria redenção, é justo indagar se estamos cooperando com o  espírito inferior que nos dominava até ontem ou se já nos afeiçoamos ao espírito  renovador do Eterno Pai. Deus é o Pai da Criação." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Texto evangélico:

Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com Ele. Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus. (João, 6: 66-69.) 

"As palavras do Cristo são de vida eterna porque são verdadeiras. Atendem às necessidades e aos anseios de todos, os felizes e os infelizes, que viveram, vivem e viverão ao longo das eras. “Será eterno o seu código de moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno.”

É importante ficarmos atentos às palavras da vida eterna, tão úteis quanto necessárias ao nosso aprimoramento moral. 

Neste aspecto, aconselha Emmanuel: Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho. Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres. Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam. Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito. Sugestões de variadas origens. Preleções valiosas. Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento. Palavras faladas... palavras escritas... [...] “Palavras, palavras, palavras...” Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o divino Amigo das criaturas. Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






476. Mas, não pode acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja de tal ordem que o subjugado não a perceba? Sendo assim, poderá uma terceira pessoa fazer que cesse a sujeição da outra? E, nesse caso, qual deve ser a condição dessa terceira pessoa? 

“Sendo ela um homem de bem, a sua vontade poderá ter eficácia, desde que apele para o concurso dos bons Espíritos, porque, quanto mais digna for a pessoa, tanto maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para os atrair. Todavia, nada poderá, se o que estiver subjugado não lhe prestar o seu concurso. Há pessoas a quem agrada uma dependência que lhes lisonjeia os gostos e os desejos. Qualquer, porém, que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração nenhuma influência exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os maus não o temem.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 21 de maio de 2017

Foi em busca da cura


“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-­la dou  como o mundo a dá.”  - Jesus - ( João, 14:27 )




Amados irmãos, bom dia!
"Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem­-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão  que seguem muito bem. Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o  sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








"Um bom exemplo de transformação definitiva no bem, livre de autopiedade ou autocondescendência, encontra-se em Marcos,10:42, que registra a seguinte cura de um cego: Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. 

A citação demonstra, em linhas gerais, o seguinte: Bartimeu não se limitou apenas ao desejo da própria cura, mas fez alarde de forma enfática, no momento em que identificou aquele que o curaria (“E, ouvindo que era Jesus de Nazaré”). Encontrando Jesus, ouviu o que ele pregava e partiu para a ação: foi em busca da cura (“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus”). Ao suplicar auxílio de forma insistente foi notado tanto pelos que se sentiram constrangidos com a mudança revelada pelo mendigo, daí repreendê-lo, quanto pelo próprio Cristo que, acalmando-o, fez o cego testemunhar a vontade de curar-se. Por este motivo pergunta ao mendigo: “Que queres que te faça?”. 

Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam (Mt, 9:17). A análise espírita dos dois versículos, tanto o dezesseis, estudado no item anterior, quanto este, o dezessete, extrapola o sentido simbólico claramente expresso, pois, obviamente, Jesus estava dando muito mais do que lições de costura ou indicação sobre preferíveis processos de preparação de vinho. O vinho foi amplamente trabalhado por Jesus em suas mensagens. Assim, importa considerar que o vinho novo indica fermentação recente da uva, devendo ser colocado em recipientes adequados porque, durante o processo, há produção e expansão de gases que multiplicam o volume do líquido fermentado. Antigamente a fermentação e o transporte de vinho eram feitos em recipientes denominados odres, espécie de saco feito de pele de animais. A expansão dos gases, decorrentes da fermentação, exigia que os odres fossem novos para não se romperem. Por outro lado, a fabricação cuidadosa do vinho evita a deterioração provocada por certos micróbios, em geral presentes nos vinhos velhos, quando muito manuseados. Tais vinhos, assim como as vestes velhas, indicam que a Humanidade se defronta com uma ciência materialista, uma filosofia obscura que discute os efeitos não as causas dos atos humanos, e, também, uma religião distanciada da vida, dogmática e inacessível. 

O resultado aí temos nesta ebulição de ódios, de lutas e reivindicações, que dão ao nosso mundo na hora atual o aspecto de campo de batalhas sem prólogos nem epílogos. Os sistemas políticos, impotentes para sintonizar aspirações e anseios coletivos, oscilam entre anarquia e despotismo; as legislações se ressentem do exclusivismo de interesses emergentes e flutuantes, sem balisas de equidade e justiça na consciência das massas. Todas as medidas e alvitres postos em equação, redundam improfícuos e ruem fragorosamente na prática, porque de fato não têm a vivê-los e justificá-los mais que uma finalidade unilateral, por só decalcadas nas conveniências fortuitas de uma existência falaz e transitória. 

A produção de vinho, de forma correta, indica na mensagem um simbolismo que pode ser assim esclarecido: a maceração da uva é necessária para que surja o substrato ou essência do vinho. Da mesma forma, é preciso que o Espírito se entregue à “maceração” das provas existenciais através dos inevitáveis sacrifícios, afim de que surja a essência do homem de bem, liberto das imperfeições.  É necessário que se dê o renascimento do Espírito pela modificação das idéias, e do corpo, sem o que não se verá o Reino de Deus. A esta operação Paulo chamou “a substituição do homem novo pelo despojamento do homem velho”; e acrescentou: “os que são de Cristo se tornam novas criaturas.” 

Os ensinamentos espíritas além de oferecerem a chave para o entendimento da mensagem cristã, em sua pureza e sentido originais, esclarecem a criatura humana a respeito das consequências dos seus atos impensados e, também, como corrigi-los. O espírita deve estar consciente de que não é suficiente aceitar a doutrina que lhe ensina de onde vem, o que faz aqui e para onde vai. A essa noção precisa ele acrescentar a de uma ética superior, a de uma lei moral absoluta — divina diremos — que legitime as vicissitudes e incertezas da própria vida, de modo a poder harmonizá-la com a dos semelhantes em justificados lances de justiça e liberdade. Assim e só assim ele compreenderá que o benefício próprio está no alheio benefício; que a postergação dos direitos de outrem vale pela postergação dos seus direitos e que, se na luta pela vida corpórea e no ambiente psíquico, em suma, a reação é sempre igual à ação, o mesmo se dá para o ambiente espiritual, no plano universal. 

A aceitação do Evangelho de Jesus sem dogmas, sem interpretação literal, representa o vinho novo, livre de impurezas, que é colocado em odres novos, não contaminados, é proposta do Espiritismo, na sua feição de Cristianismo redivivo. Essa mentalidade assim formada poderá, então e só então resistir aos embates e seduções do mundo e, onde quer que no mundo lhe seja dado irradiar influências estas serão benéficas por colimarem princípios e não pessoas, idéias e não interesses efêmeros, visando não já uma família restrita, uma classe, uma sociedade, um povo, mas a Humanidade no que esta tem de mais grandioso e se não afere não por um ciclo de gerações, mas de Eternidade." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






475. Pode alguém por si mesmo afastar os maus Espíritos e libertar-se da dominação deles? 

“Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo, desde que com vontade firme o queira.”




Que a graça e a paz sejam conosco!