sexta-feira, 31 de março de 2017

Ainda não tendes fé


“Acautelai-­vos, primeiramente, do fermento dos fariseus”  - Jesus - ( Lucas, 12:1 )  




Amados irmãos, bom dia!
"Fariseu  ainda é todo presunçoso, dogmático, exclusivo, pretenso  privilegiado das Forças Divinas. O orgulhoso descendente dos doutores de Jerusalém ainda vive. Atravessa todas as organizações humanas. Respira em todos os templos terrestres. Acredita-­se o herdeiro único da Divina Bondade. Urge auxiliar  o doente e extinguir a enfermidade. Todavia, não  conseguiremos a realização provocando tumultos e, sim, usando a cautela na antiga recomendação de vigilância." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








"A falta ou escassez de fé tem colocado muitos “barcos” humanos à deriva. Entretanto, ainda que pareça paradoxal, são muitas vezes as situações periclitantes que despertam as pessoas para as realidades do Evangelho, clamando por Jesus (“E, despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?”). E Ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4: 39-41). 

A trama existente no texto evangélico nos faz supor que Jesus conduziu os apóstolos para uma situação desafiante, tendo em vista a necessidade de conhecer-lhes a capacidade de resolução de problemas, numa situação difícil, e aferir-lhes a dimensão da fé que possuiam. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade. [...] A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. 

O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.

Destaca-se, nesta mensagem, existente em O evangelho segundo o espiritismo, que a fé, tendo como instrumento a vontade, pode ser aperfeiçoada pela aquisição de conhecimentos e pelo desenvolvimento de valores morais. A pessoa fortalecida pela fé imprime postura positiva no comportamento, servindo de exemplo a todos que lhe compartilham a existência. A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

A fé não deve, porém, ser entendida fora do seu verdadeiro sentido, alerta-nos, em boa hora, Allan Kardec. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.

Relata-nos o texto de Marcos que Jesus foi despertado pelos apóstolos e que o Mestre “repreendeu o vento e disse ao mar: cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou e houve grande bonança”. O primeiro ponto que se destaca nessa citação evangélica é a poderosa personalidade de Jesus que, agindo diretamente sobre os elementos da natureza, ou por intermédio dos Espíritos que os presidem, fez cessar a tempestade e a forte ventania. Subjetivamente, há outro ensinamento. Trata-se de buscar Jesus, em todas as ocasiões, sobretudo nos momentos mais desafiantes da vida, por ser ele o guia e modelo da humanidade.

É comum que o “barco” da nossa existência seja, em diferentes instantes, açoitado pelas provações, simbolizadas pelos ventos e tempestades que nos relata o evangelista. Em tais momentos é importante estejamos preparados, armando-nos da couraça da fé, cientes da proteção do Senhor, a fim de que possamos responder às indagações de Jesus: “Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?”.  Perante as provações previstas no nosso quadro existencial, devemos nos manter firmes na fé, alimentando as forças morais e intelectuais que possuímos, erguendo barreiras morais que concedam segurança à existência. Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada. A conscrição atinge a todos. O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia... E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente. Ignoramos as estações de contato na romagem enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus. Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? Quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? Quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda? Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento. Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão... Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo. Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros. Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






424. Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido? 

“Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.” 

A letargia e a catalepsia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia, fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética.




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 30 de março de 2017

Dormir na certeza da fé em Deus


“Porque  o que semeia na sua carne, da carne ceifará a  corrupção.”  - Paulo - ( Gálatas, 6:8 )




Amados irmãos, bom dia!
"Plantaremos todos os dias. É da lei. Até os inativos e ociosos estão cultivando o joio da imprevidência. É necessário reconhecer, porém, que diariamente colheremos.  Se desejas, pois, meu  amigo, plantar  na Lavoura Divina, foge ao velho  sistema de semeaduras na corrupção e ceifas na decadência. Cultiva o bem para a vida eterna. Repara as multidões, encarceradas no antigo processo de se levantarem para o erro e caírem para a corrigenda, e segue rumo ao Senhor, organizando as próprias aquisições de dons imortais." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






"O registro de Marcos assevera que “havia também com ele outros barquinhos.” Quer dizer que a travessia espiritual de uma pessoa afeta, necessariamente, os que se encontram em sua órbita. Revela, igualmente, que todos os Espíritos são convocados a participar da grande transição, mesmo aqueles que possuem reduzidos recursos morais ou intelectuais. 

A humanidade inteira é convocada ao crescimento espiritual. O chamamento é destinado, indiscriminadamente a todos os habitantes do planeta, independentemente do plano de vida em que se situem, porque, esclarecem os Espíritos superiores, são “[...] chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para a regeneração da humanidade.”

Registra também o evangelista que durante a travessia, Jesus e os apóstolos foram surpreendidos por um “grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água.” Todos os navegantes estão sujeitos a esse tipo de risco, exigindo dos condutores conhecimento especializado. Da mesma forma, diante das mudanças previstas para a melhoria da humanidade, somos atingidos por convulsões sociais e por reações inferiores de muitos, provocadores de revoltas, vinganças, mágoas etc. São formas de resistência erguidas pelos Espíritos não sintonizados com a paz, por lhes serem escassos os conhecimentos espirituais. As reações violentas dos indivíduos, somadas às situações de calamidades ocorridas na natureza — simbolizadas na frase “e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água” — fazem parte do quadro de provações que assolam o nosso planeta. É importante compreender que a humanidade passa, atualmente, por significativo processo de transição moral, caracterizado por provas coletivas e individuais. 

O versículo 38 do texto em estudo, entretanto, informa que, a despeito do temporal e da forte ventania, Jesus dormia na popa do barco, sobre uma almofada. Para os desavisados, pode parecer desinteresse, ou alheamento total de Jesus às dificuldades vivenciadas pelos discípulos. Sendo inconcebível tal atitude no Cristo, o fato expressa algo de maior alcance. Na verdade, sendo o Senhor o Mestre por excelência,  não retirou dos apóstolos a oportunidade educativa de ensinar com acerto. O sono de Jesus é um exemplo de como devemos agir perante as situações calamitosas da vida: com calma, “dormindo” na certeza da fé em Deus, que nos agasalha, protegendo-nos das intempéries. Dormir, no significado expresso no texto, não deve ter a conotação de invigilância ou de descuido." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






423. Na letargia, pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar depois a habitá-lo? 

“Na letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida, porém não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe  acha ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro, integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 29 de março de 2017

Passemos para a outra margem


“E  disse-­lhes:  Acautelai-­vos  e  guardai-­vos  da  avareza,  porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas  que possui.” -( Lucas, 12:15 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-­a no espírito. A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo  aos desígnios do  Supremo Senhor." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Interpretação do texto evangélico: 

E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água. E Ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos? (Mc 4:35-38) 

"A pessoa que se engaja consciente no processo de melhoria atende ao chamamento de renovação espiritual dos Espíritos orientadores. Sabe também adequar-se com firmeza e perseverança às convocações do plano maior, pela correta utilização do livre-arbítrio. “Passemos para a outra banda” é uma expressão que, além de literalmente significar sair de um lado para outro, indica mudança de comportamento, sob o amparo do Cristo. Envolve a percepção de que soou a hora da necessária transformação espiritual. Independentemente dos desafios que a pessoa possa enfrentar, sente-se amparada por Jesus que lhe direciona a existência. 

A mudança de comportamento exige cuidados, assim como o processo de travessia implica riscos, ainda quando se navega em águas tranquilas. A vontade imprime, neste sentido, papel relevante, permitindo que a criatura opere os mecanismos de progresso de forma consciente. Dessa forma, é necessário deixar a “multidão” de erros e equívocos para trás e levar junto a si, no “barco” da vida, o próprio Jesus. Medida que lhe será útil sobretudo quando a travessia de um estado evolutivo para outro se revele mais difícil. 

O período atual por que passa a humanidade terrestre é marcado por uma época de significativa transição moral. Sendo assim, é de fundamental importância trazermos o Cristo na mente e no coração, a fim de que não venhamos a sucumbir sob o peso dos temporais e das ventanias morais que nos assaltam a existência. A alma humana, neste vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos. O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima. Animalidade versus espiritualidade. Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente. E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






LETARGIA, CATALEPSIA, MORTES APARENTES 

422. Os letárgicos e os catalépticos, em geral, vêem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir que estão vendo e ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvidos que têm essas percepções?

“Não; pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se.” 

a) — Por quê? 

“Porque a isso se opõe o estado do corpo. E esse estado especial dos órgãos vos prova que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já não funciona e, no entanto, o Espírito se mostra ativo.” 




 
Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 28 de março de 2017

A tempestade acalmada


“Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se  envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem.”  - Jesus - ( Lucas, 9:26 )




Amados irmãos, bom dia!
"A vida de um homem é a sua própria confissão pública. A conduta de cada crente é a sua verdadeira profissão de fé.  Torna-­se indispensável não se envergonhar o aprendiz de Jesus, não em perlengas calorosas, das quais cada contendor regressa mais exasperado, mas sim perante as situações, aparentemente insignificantes ou  eminentemente expressivas, em que se pede ao crente o exemplo de amor, renúncia e sacrifício pessoal que o  Senhor demonstrou em sua trajetória sublime." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Texto evangélico: 

E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água. E Ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos? E Ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4:35-41). 

"O texto evangélico apresenta duas ordens de ideias: a tempestade que foi controlada pelo Cristo e a importância da fé. A tempestade acalmada é mais um dos prodígios existentes no Evangelho. Podemos interpretar o ocorrido de duas maneiras: ação direta de Jesus sobre o fenômeno atmosférico “repreendendo o vento” ou por intermédio dos Espíritos ligados à natureza que, ouvindo-o, atenderam à sua solicitação. De qualquer forma, porém, sabemos que não ocorreu um milagre, por mais insólito que o fato pareça. Deixa [...] de ser milagre um fato, desde que possa explicar-se e que se ache ligado a uma causa conhecida. Desse modo foi que as descobertas da Ciência colocaram no domínio do natural muitos efeitos que eram qualificados de prodígios, enquanto se lhes desconheciam as causas. 

Mais tarde, o conhecimento do princípio espiritual, da ação dos fluidos sobre a economia geral, do mundo invisível dentro do qual vivemos, das faculdades da alma, da existência e das propriedades do perispírito, facultou a explicação dos fenômenos de ordem psíquica, provando que esses fenômenos não constituem, mais do que os outros, derrogações das leis da natureza, que, ao contrário, decorrem quase sempre de aplicações destas leis. [...] 

A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como operados por Jesus se acha hoje completamente demonstrada pelo magnetismo e pelo Espiritismo, como fenômenos naturais. Pois que eles se produzem às nossas vistas, quer espontaneamente, quer quando provocados, nada há de anormal em que Jesus possuísse faculdades idênticas às dos nossos magnetizadores, curadores, sonâmbulos, videntes, médiuns etc. Do momento em que essas mesmas faculdades se encontram, em diferentes graus, numa multidão de indivíduos que nada têm de divino, até em heréticos e idólatras, elas não implicam, de maneira alguma, a existência de uma natureza sobre-humana.

A intervenção de Espíritos nos fenômenos da natureza acontece de forma intencional ou executando ordens superiores, como consta em O livro dos espíritos.  Falanges de Espíritos em evolução trabalham ativamente, zelando pela manutenção dos reinos da natureza: o mineral, o vegetal e o animal. Os fenômenos atmosféricos também são presididos por plêiades de Espíritos, sob orientação superior, encarregados de manterem o equilíbrio planetário. Nem sempre compreendemos o porquê dos fenômenos, que muitas vezes causam verdadeiras calamidades em determinadas regiões do mundo. Mas o Espiritismo nos ensina que não há efeito sem causa. Por conseguinte, os fenômenos tais como: tempestades, terremotos, maremotos, inundações, são orientados por entidades espirituais, em obediência a desígnios divinos, visando o apressamento da evolução não só do Planeta, como também nas populações atingidas. Jesus aqui não fez milagre ao apaziguar a tempestade. Usou apenas de seu conhecimento das forças que regem o universo e de sua superioridade moral para ordenar aos orientadores invisíveis da atmosfera, que fizessem cessar a tempestade." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






421. Como se explica que duas pessoas, perfeitamente acordadas, tenham instantaneamente a mesma idéia? 

“São dois Espíritos simpáticos que se comunicam e vêem reciprocamente seus pensamentos respectivos, embora sem estarem adormecidos os corpos.” 

Há, entre os Espíritos que se encontram, uma comunicação de pensamento, que dá causa a que duas pessoas se vejam e compreendam sem precisarem dos sinais ostensivos da linguagem. Poder-se-ia dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos.




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 27 de março de 2017

Saibamos santificar a nossa afeição


“Prossigo para o alvo.”  - Paulo - ( Filipenses, 3:14 )




Amados irmãos, bom dia!
"Quantos aprendizes estarão, atualmente, dispostos ao grande exemplo? Espalham-­se, em vão, os convites ao sublime banquete, debalde envia Jesus mensageiros aos estudantes novos, revelando a excelência da vida superior. A maioria deles, contudo, abrange operários fugitivos, plenamente distraídos da realização... Perdem de vista a obra por fazer, desinteressam-­se das lições necessárias e esquecem as finalidades da permanência na Terra. Comumente, nos primeiros obstáculos mais fortes da marcha, nas corrigendas iniciais do serviço, põem-­se em lágrimas de desespero, acabrunhados e tristes. Declaram-­se, incompreensivelmente, desalentados, vencidos, sem esperança... O convertido de Damasco, no entanto, jamais desanimou, prosseguindo, invariavelmente, para o alvo, que, ainda e sempre, é a união divina do discípulo com o Mestre." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






  

E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele (Jo 2:6-11). 

"Temos atualmente muitas informações a respeito da transmutação de elementos. Para a Física e a Química, transmutação é a conversão de um elemento químico em outro. Entretanto, desde os tempos imemoriais há relatos sobre o assunto. A alquimia acreditava ser possível a transmutação através de reações químicas, principalmente, a partir do momento que se percebeu que a densidade do ouro e do chumbo eram muito semelhantes. Os alquimistas tentaram transmutar os metais inferiores em ouro. A partir da descoberta do átomo — considerado a menor porção que existe e que pode ser reduzida a um único elemento químico, mantendo-se as suas propriedades físico-químicas elementares —, longo período de tempo foi necessário para que o homem tivesse domínio do processo. 

A transmutação tem como princípio a fissão nuclear dos átomos que se transformam em novos elementos de números atômicos inferiores, até que os seus núcleos se tornem estáveis (geralmente adquirindo a estabilidade do chumbo). Há produção de radioatividade durante a fissão atômica. A transmutação pode também ser entendida no sentido espiritual, ou seja, a mudança de um estado inferior para um estado espiritualmente superior. À luz do entendimento científico atual, podemos afirmar que a transformação da água em vinho foi um processo de transmutação. Percebemos que essa transformação ocorreu perante a circunstância de existir a água usada nas purificações dos rituais judaicos. Deveria ser uma água mais pura, livre de impurezas. O Mestre teria agido, atuando diretamente nas moléculas de água. 

O Espírito Humberto de Campos nos transmite preciosos ensinamentos a respeito do significado da transmutação realizada por Jesus, a qual teve um propósito maior, de natureza espiritual, tão natural que, além de ter sido captado apenas por João Evangelista, possivelmente não tenha causado impacto aos circunstantes. Acompanhemos atentamente o diálogo que se segue, ocorrido entre o Mestre e o apóstolo Pedro. O manto da noite caía de leve sobre a paisagem de Cafarnaum e Jesus, depois de uma das grandes assembleias populares do lago, se recolhia à casa de Pedro em companhia do apóstolo. [...] Simão, no entanto, ia pensativo como se guardasse uma dúvida no coração. Inquirido com bondade pelo Mestre, o apóstolo esclareceu: “Senhor, em face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula?” Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu. “Simão” disse Ele, “conheces a alegria de servir a um amigo?” Pedro não respondeu, pelo que o Mestre continuou: “As bodas de Caná foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do reino de Deus nos corações. Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos da alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo-lhes as satisfações íntimas.[...] E com o olhar absorto na paisagem crepuscular, onde vibravam sutis harmonias, Jesus ponderou, profeticamente: “O vinho de Caná poderá, um dia, transformar-se no vinagre da amargura; contudo, sentirei, mesmo assim, júbilo em sorvê-lo, por minha dedicação aos que vim buscar para o amor do Todo-Poderoso”. Simão Pedro, ante a argumentação consoladora e amiga do Mestre, dissipou as suas derradeiras dúvidas, enquanto a noite se apoderava do ambiente, ocultando o conjunto das coisas no seu leque imenso de sombras." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






420. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos? 

“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 26 de março de 2017

Fazei tudo quanto Ele vos disser


“Amados,  procurando  eu  escrever-­vos  com  toda  a  diligência  acerca  da  salvação  comum,  tive  por  necessidade  dirigir­-vos esta carta, exortando-­vos a batalhar pela fé que uma  vez foi dada aos santos.” -( Judas, 3 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Não se equivoquem, pois, os que buscam o Mestre dos mestres... Receberão, certamente, a esperada iluminação, o consolo  edificante e o  ensinamento eficaz, mas penetrarão a linha de batalha, em que lhes constitui obrigação o combate permanente pela vitória do amor e da verdade, na Terra, através de ásperos testemunhos, porque todos nós, encarnados e desencarnados, oscilantes ainda entre a animalidade e a espiritualidade, entre o vale do homem e a culminância do Cristo, estamos constrangidos a batalhar  até o definitivo triunfo  sobre nós mesmos pela posse da Vida Imortal." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






"A frase de Maria: “E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: não têm vinho”, revela os cuidados que as almas gentis têm para com as pessoas. Maria simboliza também a abençoada representante do sentimento reto, a mãe e inspiradora da mensagem do Cristo, no mundo. Representa o berço geratriz das mais belas iniciativas, do sentimento enobrecido, destituído de interesses pessoais, que age em sintonia com o pensamento superior. 

Maria de Nazaré, uma mulher simples e da mais humílima condição social, foi uma das figuras mais salientes no processo de revelação do Cristianismo. (É inegável que a sua missão teve um cunho relevante, alcançando a magnitude que, ainda agora), [...] a sua figura excelsa se impõe à veneração de toda a humanidade, motivo pelo qual muitas religiões da Terra passaram denominá-la “Rainha do Céu”, “Mãe Santíssima”, “Virgem Maria”, “Nossa Senhora”, além de toda uma gama de qualificativos. Servindo de dócil instrumento da vontade de Deus, ela contribuiu, como Espírito, para o grandioso quadro de revelação do Cristianismo à humanidade sofredora, fato que representou uma das mais sublimes dádivas vinda dos Céus.

O vinho era uma bebida que fazia parte da cultura judaica e da maioria dos povos da Antiguidade, assim como nos tempos contemporâneos. O que causa espanto na narrativa evangélica, porém, não foi o anúncio de Maria de que o vinho acabara, mas a forma como Jesus lhe respondeu, segundo os registros de João: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”. Analisada esta citação, exclusivamente na letra, entendem muitos (inclusive alguns espíritas) que Jesus teria destratado a sua mãe. Cairbar Schutel emite a seguinte opinião: Entretanto, não cremos que a troca de palavras entre Jesus e sua extremosa mãe fosse tal como se acha registrada na versão evangélica. Sabemos perfeitamente quanto as traduções deformam e desnaturam as narrativas. E, quando pensamos que os Evangelhos passaram por várias traduções, a juízo dos tradutores, inscientes às mais das vezes do pensamento íntimo dos seus autores, mais nos convencemos de que as Escrituras não podem mesmo ser estudadas de relance, nem tomadas ao pé da letra. 

Quantas vezes deixamos de encontrar, num idioma, uma palavra que exprima exatamente o que outra exprime em outro idioma! Jesus não usou de aspereza com sua mãe; pelo contrário, a troca de ideias entre ambos não podia realizar-se sem a máxima cordialidade e respeito. 

A segunda resposta de Jesus a Maria, “ainda não é chegada a minha hora”, pode ser uma alusão que Jesus fez à hora de transformação espiritual que iria ocorrer-lhe. Hora que seria marcada por testemunhos sacrificiais, em razão do processo de total doação à humanidade que tutelava e tutela. Atestamos que no breve diálogo ocorrido entre Jesus e a sua mãe estabeleceu-se perfeita sintonia entre ambos: a mãe intercede junto ao filho que tem poder superior, o filho argumenta e esclarece, mas, ao influxo de sentimentos elevados e sublimes, na esteira do amor legítimo, acontece perfeito entendimento. Maria então, dirige-se aos empregados e diz: “Fazei tudo quanto Ele vos disser”. O Evangelho é roteiro iluminado do qual Jesus é o centro divino. Nessa Carta da Redenção, rodeando-lhe a figura celeste, existem palavras, lembranças, dádivas e indicações muito amadas dos que lhe foram legítimos colaboradores no mundo. [...] temos igualmente, no Documento Sagrado, reminiscências de Maria. Examinemos suas preciosas palavras em Caná, cheias de sabedoria e amor materno. [...] Em verdade, o versículo do apóstolo João não se refere a paisagens dolorosas. O episódio ocorre numa festa de bodas, mas podemos aproveitar-lhe a sublime expressão simbólica. Também nós estamos na festa de noivado do Evangelho com a Terra. Apesar dos quase vinte séculos decorridos, o júbilo ainda é de noivado, porquanto não se verificou até agora a perfeita união... Nesse grande concerto da ideia renovadora, somos serventes humildes. Em muitas ocasiões, esgota-se o vinho da esperança. Sentimo-nos extenuados, desiludidos... Imploramos ternura maternal e eis que Maria nos responde: Fazei tudo quanto Ele vos disser. O conselho é sábio e profundo e foi colocado no princípio dos trabalhos de salvação. Escutando semelhante advertência de Mãe, meditemos se realmente estaremos fazendo tudo quanto o Mestre nos disse." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO 

419. Que é o que dá causa a que uma idéia, a de uma descoberta, por exemplo, surja em muitos pontos ao mesmo tempo? 

“Já dissemos que durante o sono os Espíritos se comunicam entre si. Ora bem! Quando se dá o despertar, o Espírito se lembra do que aprendeu e o homem julga ser isso um invento de sua autoria. Assim é que muitos podem simultaneamente descobrir a mesma coisa. Quando dizeis que uma idéia paira no ar, usais de uma figura de linguagem mais exata do que supondes. Todos, sem o suspeitarem, contribuem para propagá-la.” 

Desse modo, o nosso próprio Espírito revela muitas vezes, a outros Espíritos, mau grado nosso, o que constituía objeto de nossas preocupações no estado de vigília.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 25 de março de 2017

Cooperadores de Deus


“Pois somos cooperadores de Deus.”  - Paulo - ( I Coríntios, 3:9 )




Amados irmãos, bom dia!
"O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador  d’Ele. As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão  pode identificar a chamada para o serviço divino. Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por  “acréscimo de misericórdia”, já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no  desempenho de nossa tarefa humilde." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






Interpretação do texto evangélico: 

E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto Ele vos disser (Jo 2:1-5). 

"Admitido [...] que as coisas hajam ocorrido, conforme foram narradas, é de notar-se seja esse, de tal gênero, o único fenômeno que se tenha produzido. Jesus era de natureza extremamente elevada, para se ater a efeitos puramente materiais, próprios apenas a aguçar a curiosidade da multidão que, então, o teria nivelado a um mágico. Ele sabia que as coisas úteis lhe conquistariam mais simpatias e lhe granjeariam mais adeptos, do que as que facilmente passariam por fruto de grande habilidade e destreza. Se bem que, a rigor, o fato se possa explicar, até certo ponto, por uma ação fluídica que houvesse, como o magnetismo oferece muitos exemplos, mudado as propriedades da água, dando-lhe o sabor do vinho, pouco provável é se tenha verificado semelhante hipótese, dado que, em tal caso, a água, tendo do vinho unicamente o sabor, houvera conservado a sua coloração, o que não deixaria de ser notado. [...] 

Provavelmente, durante o repasto, terá ele aludido ao vinho e à água, tirando de ambos um ensinamento. Justificam esta opinião as palavras que a respeito lhe dirige o mordomo: “Toda gente serve em primeiro lugar o vinho bom e, depois que todos o têm bebido muito, serve o menos fino; tu, porém, guardas até agora o bom vinho”.1

Os fenômenos psíquicos são, em geral considerados milagrosos ou sobrenaturais, por não se conhecerem as causas que os produzem. Incluem-se nesse grupo os prodígios realizados por Jesus. Efetivamente, são fenômenos inusitados que despertam a atenção das pessoas. Entretanto, um estudo minucioso consegue explicá-los, subtraindo, assim, o aspecto de derrogação das leis naturais. O progresso científico vem contribuindo para elucidar muitos fatos que foram considerados milagres. Ninguém nega que fenômenos servem para acordar a mente, contudo, é imperioso reconhecer que as criaturas humanas, na experiência diária, comunicam-se umas com as outras, através de montanhas deles sem a mínima comoção. Eis os motivos pelos quais os Espíritos superiores, conscientes da responsabilidade que abraçam colocarão  sempre os fenômenos em última plano no esquema das manifestações com que nos visitam. Assim procedem porque a curiosidade inerte ou deslumbrada não substitui o serviço e o serviço é a única via que nos faculta crescimento e elevação, compelindo-nos a estudar para progredir e a evoluir para sublimar.

A Doutrina Espírita, aliada aos avanços da Ciência, apresenta explicações lógicas a respeito dos prodígios operados por Jesus. Importa considerar que os “[...] fenômenos podem ajudar na elaboração da fé, porque ensejam a observação da vida espiritual, constatando a sua realidade, permitindo adquirir conhecimentos sobre ela.” 

Retratando alguns aspectos ocorridos nas bodas de Caná, vemos que o início da pregação do Senhor foi marcada por um momento de expressiva alegria. Acreditamos que Jesus escolheu de forma proposital o momento. É como se o Mestre quisesse nos dizer que o aprendizado evangélico deva ocorrer num clima de união, de júbilos fraternos. É digno de nota o [...] comparecimento do Mestre com sua família e seus discípulos numa festa de bodas. Com esse ato de presença, quis Ele exemplificar aos seus discípulos o caráter social da sua Doutrina, que deveria ser ensinada em toda a parte e não, somente, em templos especializados para tal fim.

A presença de familiares e de amigos próximos nas bodas, como assinalam as frases “estava ali a mãe de Jesus” e “foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas”, indicam que os acontecimentos e a mensagem que o Cristo trazia marcariam a reunião com um sentido muito especial, capaz de tanger os meandros sutis do sentimento puro. Vemos, de um lado, Jesus, o Mestre por excelência, modelo e guia da humanidade e, de outro, seus familiares e discípulos, vinculados ao seu coração, mas prontos para recolher informações que redundariam em experiências e testemunhos futuros. 

Devemos considerar a maneira humilde de Jesus, a despeito da excelsitude do seu Espírito. Sim, o Cristo não passou entre os homens como quem impõe. Nem como quem determina. Nem como quem governa. Nem como quem manda. Caminhou na Terra à feição de servidor. Legou-nos o Evangelho da vida, escrevendo-lhe a epopeia no coração das criaturas." -( FEB - EADE )





Estudo do Livro dos Espíritos






418. Uma pessoa que julgasse morto um de seus amigos, sem que tal fosse a realidade, poderia encontrar-se com ele, em Espírito, e verificar que continuava vivo? E, dado o fato, poderia, ao despertar, ter dele a intuição?  

“Como Espírito, a pessoa que figuras pode ver o seu amigo e conhecer-lhe a sorte. Se lhe não houver sido imposto, por prova, crer na morte desse amigo, poderá ter um pressentimento da sua existência, como poderá tê-lo de sua morte.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 24 de março de 2017

As bodas de Caná


“E não achavam meio de lhe fazerem mal, porque todo  o povo pendia para ele, escutando-­o.” -( Lucas, 19:48 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A perseguição aos postulados do Cristianismo é de todos os tempos. Nos próprios dias do Mestre Divino, nos círculos carnais, já se exteriorizavam hostilidades de todos os matizes contra os movimentos da iluminação cristã. Os políticos do mundo formulam mil promessas ao espírito das massas; raras pessoas, entretanto, se interessam por semelhantes plataformas. Os enunciados do Senhor, todavia, em cada século se renovam, sempre mais altos para a mente popular, traduzindo consolações e apelos imortais."  -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






Texto evangélico: 

E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto Ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre- -sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. (Jo 2:1-11.) 

"As bodas de Caná, ocorridas numa cidade da Galileia, apresentam características especiais. Uma delas é a transformação da água em vinho, realizada por Jesus, outra foi o início da pregação evangélica do Mestre nessa festa. Kardec destaca também que, a despeito de Jesus ter modificado a estrutura química da água, ser tal fato considerado milagroso, não foi citado pelos demais evangelistas, mas apenas por João. Este milagre [...] é apresentado como o primeiro que Jesus operou e, nessas condições devera ter sido um dos mais notados. Entretanto, bem fraca impressão parece haver produzido, pois que nenhum outro evangelista dele trata. Fato tão extraordinário era para deixar espantados, no mais alto grau, os convivas e, sobretudo, o dono da casa, os quais, todavia, parece que não o perceberam. Considerado em si mesmo, pouca importância tem o fato, em comparação com os que, verdadeiramente, atestam as qualidades espirituais de Jesus." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






417. Podem Espíritos encarnados reunir-se em certo número e formar assembléias? 

“Sem dúvida alguma. Os laços, antigos ou recentes, da amizade costumam reunir desse modo diversos Espíritos, que se sentem felizes de estar juntos.” 

Pelo termo antigo se devem entender os laços de amizade contraída em existências anteriores. Ao despertar, guardamos intuição das idéias que haurimos nesses colóquios, mas ficamos na ignorância da fonte donde promanaram.




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 23 de março de 2017

O Evangelho traz consigo o fermento da renovação


“Antes  crescei  na  graça  e  no  conhecimento  de  Nosso  Senhor e Salvador, Jesus Cristo.”  - Pedro - ( II Pedro, 3:18 )




Amados irmãos, bom dia!
"Aprenda cada um a sua parte, na esfera de nossos deveres com Jesus. Atenda ao programa de edificação que lhe compete, ainda que se encontre sozinho  ou perseguido pela incompreensão dos homens e, então, estará crescendo na graça e no discernimento para a vida imortal." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






"Há um outro ponto que merece destaque: é comum encontrarmos referências à pesca, ao mar e a barcos em alguns textos evangélicos. Representam simbolismos, assim interpretados pelo Espírito Emmanuel: Figuradamente, o Espírito humano é um “pescador” dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o “barco”. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses.

Da nossa parte, vemos que o tempo passa e continuamos em nossos “barcos”, operando “no mar da vida” com maior ou menor sucesso, segundo a posição a que nos ajustamos no contexto evolutivo. No entanto, é bom não esquecer que a qualquer momento Jesus pode requisitar o nosso barco, tal como faz ao de Simão, e nos conduzir ao mar alto para, ali, realizarmos a pescaria de valores eternos. 

Nos “barcos” que nos situamos estão depositados os recursos que dispomos para a realização da nossa transformação espiritual. O cristão sincero, o espírita dedicado, se esforça para, todos os dias, lançar as “redes” de interesses renovados no bem no imenso mar da existência. Dessa forma, é necessário enriquecê-los, entre outros, com os valores da inteligência, da família, das amizades, das relações sociais, dos recursos profissionais. E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador. Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca que haviam feito (Lc 5:8-9). 

Se Pedro não tivesse atendido à orientação do Mestre, possivelmente não teria acontecido a pesca que passou à posteridade como maravilhosa. Da mesma forma, sabendo aproveitar as inúmeras oportunidades que nos são cotidianamente concedidas pelo Alto, evitamos o curso de acontecimentos nefastos que poderiam nos assaltar a existência. Neste sentido, conforme o trabalho que devemos realizar, ora buscamos as águas rasas e calmas da praia ora as mais profundas e agitadas do mar alto. Destaca o texto, o gesto de gratidão de Pedro. Reconhecido pelas bênçãos recebidas, prostra-se aos pés de Jesus, humilde, reconhecendo-se como criatura pecadora. São outras facetas da personalidade do apóstolo que se revelam naturalmente: gratidão e humildade. Não foi por acaso que ele se transformou na pedra angular da Doutrina Cristã. Assim, é oportuno destacar, o conselho que Jesus transmitiu a Zebedeu, pai de Tiago e João: “Em verdade” replicou o Mestre, “a mensagem da Boa-Nova é excelente para todos; contudo, nem todos os homens são ainda bons e justos para com ela”. 

É por isso que o Evangelho traz consigo o fermento da renovação e é ainda por isso que deixarei o júbilo e a energia como as melhores armas aos meus discípulos. Exterminando o mal e cultivando o bem, a Terra será para nós um glorioso campo de batalha. Se um companheiro cair na luta, foi o mal que tombou, nunca o irmão que, para nós outros, estará sempre de pé. É importante desenvolvermos a capacidade de discernimento, tal como aconteceu ao apóstolo Pedro, não se deixando sucumbir pelos insucessos que ocorrem na nossa existência. Imaginamos como foi grande o desapontamento quando, após uma noite de intenso labor, nada pescou que pudesse garantir a subsistência própria e a dos familiares e amigos. Supomos também o quanto a sua alma se encheu de júbilo, após seguir as instruções de Jesus, e obter tão rica pescaria. Quantas vezes, procuramos a paz, experimentando a tortura do sedento que anseia pela gloria. Em momentos assim, o passo mais expressivo será sempre a nossa incondicional rendição a Deus, cuja sabedoria nos guiará no rumo da tranquilidade operosa e tonificante. Imperioso pensar nisso, porque frequentemente surgem no cotidiano crises inesperadas que se nos envolvem na vida mental, à feição de problemas classificados por insolúveis no quadro das providências divinas. [...] Todos nós, os Espíritos em evolução no Planeta, somos ainda humanos e, nessa condição, nem sempre conseguimos em nós mesmos a energia suficiente para a superação de nossas deficiências... [...] Nenhum de nós está órfão de amparo e socorro, luz e bênção, porque ainda mesmo fracassem todas as nossas forças, na direção do bem para o desempenho de nossas obrigações, muito acima de nós e muito acima de nossos recursos limitados e frágeis, temos Deus." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






416. Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto? 

“O que se dá é o seguinte: Adormecendo o homem, seu Espírito desperta e, muitas vezes, nada disposto se mostra a fazer o que o homem resolvera, porque a vida deste pouco interessa ao seu Espírito, uma vez desprendido da matéria. Isto com relação a homens já bastante elevados espiritualmente. Os outros passam de modo muito diverso a fase espiritual de sua existência terrena. Entregam-se às paixões que os escravizaram, ou se mantêm inativos. Pode, pois, suceder, tais sejam os motivos que a isso o induzem, que o Espírito vá visitar aqueles com quem deseja encontrar-se. Mas, não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!