domingo, 30 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


Clama em alta voz, sem constrangimento; faze soar a tua voz como a corneta. Denuncia a meu povo tuas faltas e à casa de Jacó teus pecados." -( Isaías, 58: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
Não há motivos para que vivamos em erros e enganos. O Senhor está sempre nos chamando à reflexão quanto ao nosso proceder. Não nos quer infelizes e para tanto nos chama à transformação interior.




119. Voltemos ao nosso assunto. Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas causas que temos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu azo às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. Aqui vão dois exemplos, tirados, não das lendas populares, mas da história eclesiástica.
Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre. Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.

Por nós evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:

1ª Poderias explicar-nos esse fenômeno?

“Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber.”

2ª Isso não nos dá a explicação da visibilidade e da tangibilidade do perispírito.

“Achando-se desprendido da matéria, conformemente ao grau de sua elevação, pode o Espírito tornar-se tangível à matéria.”

3ª Será indispensável o sono do corpo, para que o Espírito apareça noutros lugares?

“A alma pode dividir-se, quando se sinta atraída para lugar diferente daquele onde se acha seu corpo. Pode acontecer que o corpo não se ache adormecido, se bem seja isto muito raro; mas, em todo caso, não se encontrará num estado perfeitamente normal; será sempre um estado mais ou menos extático.”


Nota. A alma não se divide, no sentido literal do termo: irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos. 

4ª Que sucederia se, estando o homem a dormir, enquanto seu Espírito se mostra noutra parte, alguém de súbito o despertasse?

“Isso não se verificaria, porque, se alguém tivesse a intenção de o despertar, o Espírito retornaria ao corpo, prevendo a intenção, porquanto o Espírito lê os pensamentos.”

Nota. Explicação inteiramente idêntica nos deram, muitas vezes, Espíritos de pessoas mortas, ou vivas. Santo Afonso explica o fato da dupla presença, mas não a teoria da visibilidade e da tangibilidade.




Estudo do Livro dos Espíritos

956. Alcançam o fim objetivado aqueles que, não podendo conformar-se com a perda de pessoas que lhes eram caras, se matam na esperança de ir juntar-se-lhes?

“Muito diverso do que esperam é o resultado que colhem. Em vez de se reunirem ao que era objeto de suas afeições, dele se afastam por longo tempo, pois não é possível que Deus recompense um ato de covardia e o insulto que lhe fazem com o duvidarem da sua providência. Pagarão esse instante de loucura com aflições maiores do que as que pensaram abreviar e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 29 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Chama em voz alta sem constrangimento; faze soar a tua voz como a corneta. Denuncia a meu povo suas faltas e a casa de Jacó seus pecados." -( Isaías, 58: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
Somos chamados a colaborar para a edificação dos irmãos. Que nosso proceder seja reflexo disso.




118. Antes de irmos adiante, devemos responder imediatamente a uma questão que não deixará de ser formulada: como pode o corpo viver, enquanto está ausente o Espírito?

Poderíamos dizer que o corpo vive a vida orgânica, que independe do Espírito, e a prova é que as plantas vivem e não têm Espírito. Mas, precisamos acrescentar que, durante a vida, nunca o Espírito se acha completamente separado do corpo. Do mesmo modo que alguns médiuns videntes, os Espíritos reconhecem o Espírito de uma pessoa viva, por um rastro luminoso, que termina no corpo, fenômeno que absolutamente não se dá quando este está morto, porque, então, a separação é completa. Por meio dessa comunicação, entre o Espírito e o corpo, é que aquele recebe aviso, qualquer que seja a distância a que se ache do segundo, da necessidade que este possa experimentar da sua presença, caso em que volta ao seu invólucro com a rapidez do relâmpago. Daí resulta que o corpo não pode morrer durante a ausência do Espírito e que não pode acontecer que este, ao regressar, encontre fechada a porta, conforme hão dito alguns romancistas, em histórias compostas para recrear. ( O Livro dos Espíritos, nos 400 e seguintes.)




Estudo dos Livro dos Espíritos





955. Podem ser consideradas suicidas e sofrem as consequências de um suicídio as mulheres que, em certos países, se queimam voluntariamente sobre os corpos dos maridos?

“Obedecem a um preconceito e, muitas vezes, mais à força do que por vontade. Julgam cumprir um dever e esse não é o caráter do suicídio. Encontram desculpa na nulidade moral que as caracteriza, em a sua maioria, e na ignorância em que se acham. Esses usos bárbaros e estúpidos desaparecem com o advento da civilização.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Por causa do mal o justo é arrebatado para entrar na paz; repousam sobre seus leitos aqueles que seguiam o caminho reto." -( Isaías, 57: 2 )-




Amados irmãos, bom dia!
Não são abalados e nem estão sós aqueles que confiam no Senhor e andam em seus caminhos. Ele nos dá essa oportunidade a cada momento, basta que tenhamos a iniciativa de buscá-lo.




117. Eis aqui agora outro fato ainda mais característico e grande curiosidade teríamos de ver como poderiam explicá-lo unicamente por meio da imaginação.
Trata-se de um senhor provinciano, que jamais quisera casar-se, malgrado às instâncias de sua família, que muito insistira notadamente a favor de uma moça residente em cidade próxima e que ele jamais vira. Um dia, estando no seu quarto, teve a enorme surpresa de se ver em presença de uma donzela vestida de branco e com a cabeça ornada por uma coroa de flores. Disse-lhe que era sua noiva, estendeu-lhe a mão, que ele tomou nas suas, vendo-lhe num dos dedos um anel. Ao cabo de alguns instantes, desapareceu tudo. Surpreendido com aquela aparição, depois de se haver certificado de estar perfeitamente acordado, inquiriu se alguém lá estivera durante o dia. Responderam-lhe que na casa pessoa alguma fora vista. Decorrido um ano, cedendo a novas solicitações de uma parenta, resolveu-se a ir ver a moça que lhe propunham. Chegou à cidade onde ela morava, no dia da festa de Corpus-Christi. Voltaram todos da procissão e uma das primeiras pessoas que lhe surgiram ante os olhos, ao entrar ele na casa aonde ia, foi uma moça que lhe não custou reconhecer como a mesma que lhe aparecera. Trajava tal qual a aparição, porquanto esta se verificara também num dia de Corpus-Christi. Ficou atônito e a mocinha, por seu lado, soltou um grito e sentiu-se mal. Voltando a si, disse já ter visto aquele senhor, um ano antes, em dia igual ao em que estavam. Realizou-se o casamento. Isso ocorreu em 1835, época em que ainda se não cogitava de Espíritos, acrescendo que ambos os protagonistas do episódio são extremamente positivistas e possuidores da imaginação menos exaltada que há no mundo.
Dirão talvez que ambos tinham o espírito despertado pela idéia da união proposta e que essa preocupação determinou uma alucinação. Importa, porém, não esquecer que o marido se conservara tão indiferente a isso, que deixou passar um ano sem ir ver a sua pretendida. Mesmo, todavia, que se admita esta hipótese, ainda ficaria pendendo de explicação a aparição dupla, a coincidência do vestuário com o do dia de Corpus-Christi e, por fim, o reconhecimento físico, reciprocamente ocorrido entre pessoas que nunca se viram, circunstâncias que não podem ser produto da imaginação.





Estudo do Livro dos  Espíritos



954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?

“Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Eu os conduzirei ao meu monte santo e os cumularei de alegria na minha casa de oração; seus holocaustos e sacrifícios serão aceitos sobre meu altar, pois, minha casa chamar-se-á Casa de Oração para todos os povos." -( Isaías, 56: 7 )-




Amados irmãos, bom dia!
Alegremo-nos com o convite do Senhor e nos dirijamos a Ele com gratidão e alegria, pois, quer a todos em sua casa.




116. Outra senhora, residente na província, estando gravemente enferma, viu certa noite, por volta das dez horas, um senhor idoso, que residia na mesma cidade e com quem ela se encontrava às vezes na sociedade, mas sem que existissem relações estreitas entre ambos. Viu-o perto de sua cama, sentado numa poltrona e a tomar, de quando em quando, uma pitada de rapé. Tinha ares de vigiá-la. Surpreendida com semelhante visita a tais horas, quis perguntar-lhe por que motivo ali estava, mas o senhor lhe fez sinal que não falasse e tratasse de dormir. De todas as vezes que ela intentou dirigir -lhe a palavra, o mesmo gesto a impediu de fazê-lo. A senhora acabou por adormecer. Passados alguns dias, tendo-se restabelecido, recebeu a visita do dito senhor, mas em hora mais própria, sendo que dessa vez era ele realmente quem lá estava. Trazia a mesma roupa, a mesma caixa de rapé e os modos eram os mesmos. Persuadida de que ele a visitara durante sua enfermidade, agradeceu-lhe o incômodo a que se dera. O homem, muito espantado, declarou que havia longo tempo não tinha a satisfação de vê-la. A senhora, conhecedora que era dos fenômenos espíritas, compreendeu o de que se tratava: mas, não querendo entrar em explicações, limitou-se a dizer que provavelmente fora um sonho.
É o mais provável, dirão os incrédulos, os “espíritos fortes”, o que, para eles mesmos, é sinônimo de pessoas de espírito. O certo, entretanto, é que a senhora de quem falamos, do mesmo modo que a outra, não dormia. — Então, é que sonhara acordada, ou, por outra, tivera uma alucinação. — Aí está a palavra mágica, a explicação universal de tudo o que se não compreende. Como, porém, já rebatemos suficientemente essa explicação, prosseguiremos, dirigindo-nos aos que nos podem compreender.




Estudo do Livro dos Espíritos



953. Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte?

“É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, malgrado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?”

a) — Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas, estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.

“É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.”

b) — Quais, nesse caso, as consequências de tal ato?

“Uma expiação proporcionada, como sempre, à gravidade da falta, de acordo com as circunstâncias.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Feliz o homem que assim comporta e o filho do homem que se atem a isso, que observa o sábado sem o profanar e abstém-se de toda má ação." -( Isaías, 56: 2 )-




Amados irmãos, bom dia!
O Senhor apenas quer que deixemos nossas ferrugens morais de lado e procuremos caminhar na luz. Somos feitos para evoluir, portanto, a cada passo que damos para nos distanciarmos do mau proceder, mais perto da plena vida nos encontraremos.




115. A mulher de um dos nossos amigos viu repetidas vezes entrar no seu quarto, durante a noite, houvesse ou não luz, uma vendedora de frutas que ela conhecia de vista, residente nas cercanias, mas com quem jamais falara. Grande terror lhe causou essa aparição, não só porque, na época em que se deu, ela ainda nada conhecia do Espiritismo, como também porque se produzia com muita frequência.
Ora, a vendedora de frutas estava perfeitamente viva e, àquelas horas, provavelmente dormia. Assim, enquanto, na sua casa, seu corpo material repousava, seu Espírito, com o respectivo corpo fluídico, ia à casa da senhora em questão. Por que motivo? É o que se não sabe. Diante de fato de tal natureza, um espírita, iniciado nessa espécie de fenômenos, ter-lho-ia perguntado; disso, porém, nenhuma idéia teve a senhora. De todas as vezes, a aparição se eclipsava, sem que ela soubesse como, e, de todas igualmente, após a desaparição, cuidou de se certificar de que as portas estavam bem fechadas, de modo a não poder ninguém penetrar-lhe no aposento. Esta precaução lhe deu a prova de estar sempre completamente acordada na ocasião e de não haver sido joguete de um sonho.
De outras vezes, viu, da mesma maneira, um homem que lhe era desconhecido e, certo dia, viu seu próprio irmão, que se achava na Califórnia. Este se lhe apresentou com a aparência tão perfeita de uma pessoa real, que, no primeiro momento, acreditou que ele houvesse regressado e quis dirigir-lhe a palavra. Logo, entretanto, o vulto desapareceu, sem lhe dar tempo a isso. Uma carta, que posteriormente lhe chegou, trouxe-lhe a prova de que o irmão, que ela vira, não morrera. Essa senhora era o que se pode chamar um médium vidente natural. Mas, então, como acima dissemos, ainda nunca ouvira falar em médiuns.




Estudo do Livro dos Espíritos




952. Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?

“É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus.”

a) — Será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero?

“É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, por isso que as penas são proporcionadas sempre à consciência que o culpado tem das faltas que comete.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 25 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Eis o que diz o Senhor: Respeitai o direito e praticai a justiça porque minha salvação não tarda a chegar e minha justiça a revelar-se." -( Isaías, 56: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
Um só gesto nosso abre o coração do Senhor, pois, ele nos deu o livre arbítrio e se alegra quando o usamos para fazer as escolhas certas.




114. Estes dois fenômenos são variedades do das manifestações visuais e, por muito maravilhosos que pareçam à primeira vista, facilmente se reconhecerá, pela explicação que deles se pode dar, que não estão fora da ordem dos fenômenos naturais. Assentam ambos no princípio de que tudo o que ficou dito, das propriedades do perispírito após a morte, se aplica ao perispírito dos vivos. Sabemos que durante o sono o Espírito readquire parte da sua liberdade, isto é, isola-se do corpo e é nesse estado que, em muitas ocasiões, se tem ensejo de observá-lo. Mas, o Espírito, quer o homem esteja vivo, quer morto, traz sempre o envoltório semimaterial que, pelas mesmas causas de que já tratamos, pode tornar-se visível e tangível. Há fatos muito positivos, que nenhuma dúvida permitem a tal respeito. Citaremos apenas alguns exemplos, de que temos conhecimento pessoal e cuja exatidão podemos garantir, sendo que a todos é possível registrar outros análogos, consultando suas próprias reminiscências.




Estudo do Livro dos Espíritos




951. Não é, às vezes, meritório o sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes?

“Isso é sublime, conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. Mas, Deus se opõe a todo sacrifício inútil e não o pode ver de bom grado, se tem o orgulho a manchá-lo. Só o desinteresse torna meritório o sacrifício e, não raro, quem o faz guarda oculto um pensamento, que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.”

Todo sacrifício que o homem faça à custa da sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque resulta da prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem terreno a que maior apreço dá o homem, não comete atentado o que a ela renuncia pelo bem de seus semelhantes: cumpre um sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir sobre se sua vida não será mais útil do que sua morte.




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Em lugar do espinheiro crescerá o cipreste, em lugar da urtiga crescerá a murta; isso será para o renome do Senhor, um título para sempre imperecível." -( Isaías, 55: 13 )-




Amados irmãos, bom dia!
Assim seremos quando nos dispusermos a nos reformarmos interiormente. Então nos tornaremos limpos e livres para que o amor do Pai possa transbordar em nós.




113. Provam os fatos que há aparições verdadeiras, que a teoria espírita explica perfeitamente e que só podem ser negadas pelos que nada admitem fora do organismo. Mas, a par das visões reais, haverá, alucinações, no sentido em que esse termo se emprega? É fora de dúvida. Donde se originam? Os Espíritos é que vão esclarecer-nos sobre isso, porquanto a explicação, parece-nos, está toda nas respostas dadas às seguintes perguntas:

a) São sempre reais as visões? Não serão, algumas vezes, efeito da alucinação? Quando, em sonho, ou de modo diverso, se vêem, por exemplo, o diabo, ou outras coisas fantásticas, que não existem, não será isso um produto da imaginação?

“Sim, algumas vezes; quando dá muita atenção a certas leituras, ou a histórias de sortilégios, que impressionam, a pessoa, lembrando-se mais tarde dessas coisas, julga ver o que não existe. Mas, também, já temos dito que o Espírito, sob o seu envoltório semimaterial, pode tomar todas as espécies de formas, para se manifestar. Pode, pois, um Espírito zombeteiro aparecer com chifres e garras, se assim lhe aprouver, para divertir-se à custa da credulidade daquele que o vê, do mesmo modo que um Espírito bom pode mostrar-se com asas e com uma figura radiosa.”

b) Poder-se-ão considerar como aparições as figuras e outras imagens que se apresentam a certas pessoas, quando estão meio adormecidas, ou quando apenas fecham os olhos?

“Desde que os sentidos entram em torpor, o Espírito se desprende e pode ver longe, ou perto, aquilo que lhe não seria possível ver com os olhos. Muito frequentemente, tais imagens são visões, mas também podem ser efeito das impressões que a vista de certos objetos deixou no cérebro, que lhes conserva os vestígios, como conserva os dos sons. Desprendido, o Espírito vê nos seu próprio cérebro as impressões que aí se fixaram como numa chapa daguerreotípica. A variedade e o baralhamento das impressões formam os conjuntos estranhos e fugidios, que se apagam quase imediatamente, ainda que se façam os maiores esforços para retê-los. A uma causa idêntica se devem atribuir certas aparições fantásticas, que nada têm de reais e que muitas vezes se produzem durante uma enfermidade.”

É corrente ser a memória o resultado das impressões que o cérebro conserva. Mas, por que singular fenômeno essas impressões, tão variadas, tão múltiplas, não se confundem? Mistério impenetrável, porém, não mais estranhável do que o das ondulações sonoras que se cruzam no ar e que, no entanto, se conservam distintas. Num cérebro são e bem organizado, essas impressões se revelam nítidas e precisas; num estado menos favorável, elas se apagam e confundem; daí a perda da memória, ou a confusão das idéias. Ainda menos extraordinário parecerá isto, se se admitir, como se admite, em frenologia, uma destinação especial a cada parte e, até, a cada fibra do cérebro.
Assim, pois, as imagens que, através dos olhos, vão ter ao cérebro, deixam aí uma impressão, em virtude da qual uma pessoa se lembra de um quadro, como se o tivera diante de si. Nunca, porém, há nisso mais do que uma questão de memória. Ora, em certos estados de emancipação, a alma vê o que está no cérebro, onde torna a encontrar aquelas imagens, sobretudo as que mais o chocaram, segundo a natureza das preocupações, ou as disposições de espírito.
É assim que lá encontra de novo a impressão de cenas religiosas, diabólicas, dramáticas, mundanas, figuras de animais esquisitos, que ela viu noutra época em pinturas, ou mesmo em narrações, porquanto também as narrativas deixam impressões. De sorte que a alma vê realmente; mas, vê apenas uma imagem fotografada no cérebro. No estado normal, essas imagens são fugidias, efêmeras, porque todas as partes cerebrais funcionam livremente, ao passo que, no estado de moléstia, o cérebro sempre está mais ou menos enfraquecido, o equilíbrio entre todos os órgãos deixa de existir, conservando somente alguns a sua atividade, enquanto que outros se acham de certa forma paralisados.
Daí a permanência de determinadas imagens, que as preocupações da vida exterior não mais conseguem apagar, como se dá no estado normal. Essa a verdadeira alucinação e causa primária das idéias fixas.

Conforme se vê, explicamos esta anomalia por meio de uma muito conhecida lei inteiramente fisiológica, a das impressões cerebrais. Porém, preciso nos foi sempre fazer intervir a alma. Ora, se os materialistas ainda não puderam apresentar, deste fenômeno, uma explicação satisfatória, é porque não querem admitir a alma. Por isso mesmo, dirão que a nossa explicação é má, pela razão de erigirmos em princípio o que é contestado. Contestado por quem? Por eles, mas admitido pela imensa maioria dos homens, desde que houve homens na Terra. Ora, a negação de alguns não pode constituir lei.

É boa a nossa explicação? Damo-la pelo que possa valer, em falta de outra, e, se quiserem, a título de simples hipótese, enquanto outra melhor não aparece. Qual ela é, dá a razão de ser de todos os casos de visão? Certamente que não. Contudo, desafiamos todos os fisiologistas a que apresentem uma que abranja todos os casos, porquanto nenhuma dão, quando pronunciam as palavras sacramentais — sobreexcitação e exaltação. Assim sendo, desde que todas as teorias da alucinação se mostram incapazes de explicar os fatos, é que alguma outra coisa há, que não a alucinação propriamente dita. Seria falsa a nossa teoria, se a aplicássemos a todos os casos de visão, pois que alguns a contraditariam. É legítima, se restringida a alguns efeitos. 




Estudo do Livro dos Espíritos




950. Que pensar daquele que se mata, na esperança de chegar mais depressa a uma vida melhor?

“Outra loucura! Que faça o bem e mais certo estará de lá chegar, pois, matando-se, retarda a sua entrada num mundo melhor e terá que pedir lhe seja permitido voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo de uma idéia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a ninguém o santuário dos eleitos.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 23 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Sim, partireis com júbilo e sereis reconduzidos em paz; montanhas e colinas aclamar-vos-ão e todas as arvores do campo vos aplaudirão." -( Isaías, 55, 12 )-




Amados irmãos, bom dia!
Não importa se fizemos escolhas inadequadas e que tenhamos nos perdido em caminhos tenebrosos; somos continuamente convidados à transformação que só o Senhor pode fazer. Busquemos a vida plena em seu caminho.




112. A causa dos sonhos nunca a ciência a explicou. Atribui-os a um efeito da imaginação; mas, não nos diz o que é a imaginação, nem como esta produz as imagens tão claras e tão nítidas que às vezes nos aparecem. Consiste isso em explicar uma coisa, que não é conhecida, por outra que ainda o é menos. A questão permanece de pé.
Dizem ser uma recordação das preocupações da véspera. Porém, mesmo que se admita esta solução, que não o é, ainda restaria saber qual o espelho mágico que conserva assim a impressão das coisas. Como se explicarão, sobretudo, essas visões de coisas reais que a pessoa nunca viu no estado de vigília e nas quais jamais, sequer, pensou? Só o Espiritismo nos podia dar a chave desse estranho fenômeno, que passa despercebido, por causa da sua mesma vulgaridade, como sucede com todas as maravilhas da Natureza, que calcamos aos pés.
Os sábios desdenharam de ocupar-se com a alucinação. Quer seja real, quer não, ela constitui um fenômeno que a Fisiologia tem que se mostrar capaz de explicar, sob pena de confessar a sua insuficiência. Se, um dia, algum sábio se abalançar a dar desse fenômeno, não uma definição, entendamo-nos bem, mas uma explicação fisiológica, veremos se a sua teoria resolve todos os casos. Sobretudo, que ele não omita os fatos, tão comuns, de aparições de pessoas no momento de morrerem; que diga donde vem a coincidência da aparição com a morte da pessoa. Se este fosse um fato insulado, poder-se-ia atribuí-lo ao acaso; é, porém, muito frequente para ser devido ao acaso, que não tem dessas reincidências.
Se, ao menos, aquele que viu a aparição tivesse a imaginação despertada pela idéia de que a pessoa que lhe apareceu havia de morrer, vá. Mas, quase sempre, a que aparece é a em quem menos pensava a que a vê. Logo, a imaginação não entra aí de forma alguma. Ainda menos se podem explicar pela imaginação as circunstâncias, de que nenhuma idéia se tem, em que se deu a morte da pessoa que aparece.
Dirão, porventura, os alucinacionistas que a alma (se é que admitem uma alma) tem momentos de sobreexcitação em que suas faculdades se exaltam. Estamos de acordo; porém, quando é real o que ela vê, não há ilusão. Se, na sua exaltação, a alma vê uma coisa que não está presente, é que ela se transporta; mas, se nossa alma pode transportar-se para junto de uma pessoa ausente, por que não poderia a alma dessa pessoa transportar-se para junto de nós?
Dignem-se eles de levar em conta estes fatos, na sua teoria da alucinação, e não esqueçam que uma teoria a que se podem opor fatos que a contrariam é necessariamente falsa, ou incompleta.
Aguardando a explicação que venham a oferecer, vamos tentar emitir algumas idéias a esse respeito.




Estudo do Livro dos Espíritos




949. Será desculpável o suicídio, quando tenha por fim obstar a que a vergonha caia sobre os filhos, ou sobre a família?

“O que assim procede não faz bem. Mas, como pensa que o faz, Deus lhe leva isso em conta, pois que é uma expiação que ele se impõe a si mesmo. A intenção lhe atenua a falta; entretanto, nem por isso deixa de haver falta.
Demais, eliminai da vossa sociedade os abusos e os preconceitos e deixará de haver desses suicídios.”

Aquele que tira a si mesmo a vida, para fugir à vergonha de uma ação má, prova que dá mais apreço à estima dos homens do que à de Deus, visto que volta para a vida espiritual carregado de suas iniquidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida corpórea. Deus, geralmente, é menos inexorável do que os homens. Perdoa aos que sinceramente se arrependem e atende à reparação. O suicida nada repara.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 22 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Renuncie o malvado a seu comportamento e o pecador a seus projetos; volte ao Senhor que dele terá piedade e a nosso Deus que nos perdoa generosamente." -( Isaías, 55: 7 )-




Amados irmãos, bom dia!
Nossas escolhas são o passaporte para nossa vida. Que saibamos fazê-las embasadas nos ensinamentos do Senhor e se não, que a ele possamos voltar com o coração contrito.




TEORIA DA ALUCINAÇÃO

111. Os que não admitem o mundo incorpóreo e invisível julgam tudo explicar com a palavra alucinação. Toda gente conhece a definição desta palavra. Ela exprime o erro, a ilusão de uma pessoa que julga ter percepções que realmente não tem. Origina-se do latim hallucinari, errar, que vem de ad lucem. Mas, que saibamos, os sábios ainda não apresentaram a razão fisiológica desse fato.
Não tendo a ótica e a fisiologia, ao que parece, mais segredos para eles, como é que ainda não explicaram a natureza e a origem das imagens que se mostram ao Espírito em dadas circunstâncias?
Tudo querem explicar pelas leis da matéria; seja. Forneçam então, com o auxílio dessas leis, uma teoria, boa ou má, da alucinação. Sempre será uma explicação.




Estudo do Livro dos Espíritos



948. É tão reprovável, como o que tem por causa o desespero, o suicídio daquele que procura escapar à vergonha de uma ação má?

“O suicídio não apaga a falta. Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências. Deus, que julga, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de sua justiça.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Pois meus pensamentos não são os vossos e vosso modo de agir não são os meus, diz o Senhor." -( Isaías, 55: 8 )-




Amados irmãos, bom dia!
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, portanto, busquemos proceder como Ele. Assim estaremos buscando nossa verdadeira evolução.




110. Longe estamos de considerar como absoluta e como sendo a última palavra a teoria que apresentamos. Novos estudos sem dúvida a completarão, ou retificarão mais tarde; entretanto, por mais incompleta ou imperfeita que seja ainda hoje, sempre pode auxiliar o estudioso a reconhecer a possibilidade dos fatos, por efeito de causas que nada têm de sobrenaturais. Se é uma hipótese, não se lhe pode contudo negar o mérito da racionalidade e da probabilidade e, como tal, vale tanto, pelo menos, quanto todas as explicações que os negadores formulam, para provar que nos fenômenos espíritas só há ilusão, fantasmagoria e subterfúgios.




Estudo do Livro dos Espíritos




947. Pode ser considerado suicida aquele que, a braços com a maior penúria, se deixa morrer de fome?

“É um suicídio, mas os que lhe foram causa, ou que teriam podido impedi-lo, são mais culpados do que ele, a quem a indulgência espera. Todavia, não penseis que seja totalmente absolvido, se lhe faltaram firmeza e perseverança e se não usou de toda a sua inteligência para sair do atoleiro. Ai dele, sobretudo, se o seu desespero nasce do orgulho. Quero dizer: se for quais homens em quem o orgulho anula os recursos da inteligência, que corariam de dever a existência ao trabalho de suas mãos e que preferem morrer de fome a renunciar ao que chamam sua posição social! Não haverá mil vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em afrontar a crítica de um mundo fútil e egoísta, que só tem boa vontade para com aqueles a quem nada falta e que vos volta as costas assim precisais dele? Sacrificar a vida à consideração desse mundo é estultícia, porquanto ele a isso nenhum apreço dá.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece com a palavra que  minha boca profere: não volta sem produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão." -( Isaías, 55: 10 - 11 )-




Amados irmãos, bom dia!
Regozijemo-nos com os cuidados a nós dispensados pelo nosso Pai Celestial.




109. O perispírito, como se vê, é o princípio de todas as manifestações. O conhecimento dele foi a chave da explicação de uma imensidade de fenômenos e permitiu que a ciência espírita desse largo passo, fazendo-a enveredar por nova senda, tirando-lhe todo o cunho de maravilhosa. Dos próprios Espíritos, porquanto notai bem que foram eles que nos ensinaram o caminho, tivemos a explicação da ação do Espírito sobre a matéria, do movimento dos corpos inertes, dos ruídos e das aparições. Aí encontraremos ainda a de muitos outros fenômenos que examinaremos antes de passarmos ao estudo das comunicações propriamente ditas.
Tanto melhor as compreenderemos, quanto mais conhecedores nos acharmos das causas primárias. Quem haja compreendido bem aquele princípio, facilmente, por si mesmo, o aplicará aos diversos fatos que se lhe possam oferecer à observação.




Estudo do Livro dos Espíritos




946. E do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções deste mundo?

“Pobres Espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde, cruelmente, a vacuidade dessas palavras.”

a) — Os que hajam conduzido o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as consequências de tal proceder?

“Oh! esses, ai deles! Responderão como por um assassínio.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Prestai-me atenção e vinde a mim, escutai e vossa alma viverá: quero concluir convosco uma eterna aliança, outorgando-vos os favores prometidos a Davi." -( Isaías, 55: 3 )-




Amados irmãos, bom dia!
Nosso Criador continuamente nos convida a receber suas bençãos e para tal nos convida apenas a buscá-lo. O que estamos esperando?




108. Às considerações precedentes acrescentaremos o exame de alguns efeitos de ótica, que deram lugar ao singular sistema dos Espíritos glóbulos.
Nem sempre é absoluta a limpidez do ar e ocasiões há em que são perfeitamente visíveis as correntes das moléculas aeriformes e a agitação em que as põe o calor. Algumas pessoas tomaram isto por aglomerações de Espíritos a se agitarem no espaço. Basta se cite esta opinião, para que ela fique desde logo refutada. Há, porém, outra espécie de ilusão não menos estranha, contra a qual bom é também se esteja precavido. O humor aquoso do olho apresenta pontos quase imperceptíveis, que hão perdido alguma coisa da sua natural transparência. Esses pontos são como corpos opacos em suspensão no líquido, cujos movimentos eles acompanham. Produzem no ar ambiente e a distância, por efeito do aumento e da refração, a aparência de pequenos discos, cujos diâmetros variam de um a dez milímetros e que parecem nadar na atmosfera. Pessoas conhecemos que tomaram esses discos por Espíritos que as seguiam e acompanhavam a toda parte. Essas pessoas, no seu entusiasmo, tomavam como figuras os matizes da irisação, o que é quase tão racional como ver uma figura na Lua. Uma simples observação, fornecida por essas pessoas mesmo, as reconduzirá ao terreno da realidade.
Os aludidos discos ou medalhões, dizem elas, não só as acompanham, como lhes seguem todos os movimentos, vão para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo, ou param, conforme o movimento que elas fazem com a cabeça. Isto nada tem de surpreendente. Uma vez que a sede da aparência é no globo ocular, tem ela que acompanhar todos os movimentos do olho. Se fossem Espíritos, forçoso seria convir em estarem eles adstritos a um papel por demais mecânico para seres inteligentes e livres, papel bem fastidioso, mesmo para Espíritos inferiores e, pois, com mais forte razão, incompatível com a idéia que fazemos dos Espíritos superiores.
Verdade é que alguns tomam por maus Espíritos os pontos escuros ou moscas amauróticas. Esses discos, do mesmo modo que as manchas negras, têm um movimento ondulatório, cuja amplitude não vai além da de um certo ângulo, concorrendo para a ilusão a circunstância de não acompanharem bruscamente os movimentos da linha visual. Bem simples é a razão desse fato. Os pontos opacos do humor aquoso, causa primária do fenômeno, se acham, conforme dissemos, como que em suspensão e tendem sempre a descer. Quando sobem, é que são solicitados pelo movimento dos olhos, de baixo para cima; chegados, porém, a certa altura, se o olho se torna fixo, nota-se que os discos descem por si mesmos e depois se imobilizam. Extrema é a mobilidade deles, porquanto basta um movimento imperceptível do olho para fazê-los mudar de direção e percorrer rapidamente toda a amplitude do arco, no espaço em que se produz a imagem. Enquanto não se provar que uma imagem tem movimento próprio, espontâneo e inteligente, ninguém poderá enxergar no fato de que tratamos mais do que um simples fenômeno ótico ou fisiológico.
O mesmo se dá com as centelhas que se produzem algumas vezes em feixes mais ou menos compactos, pela contração do músculo do olho, e são devidas, provavelmente, à eletricidade fosforescente da íris, pois que são geralmente adstritas à circunferência do disco desse órgão.
Tais ilusões não podem provir senão de uma observação incompleta. Quem quer que tenha estudado a natureza dos Espíritos, por todos os meios que a ciência prática faculta, compreenderá tudo o que elas têm de pueril. Do mesmo modo que combatemos as aventurosas teorias com que se atacam as manifestações, quando essas teorias assentam na ignorância dos fatos, também devemos procurar destruir as idéias falsas, que indicam mais entusiasmo do que reflexão e que, por isso mesmo, mais dano do que bem causam, com relação aos incrédulos, já de si tão dispostos a buscar o lado ridículo.




Estudo do Livro dos Espíritos



945. Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?

“Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 18 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Por que despender vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o produto do vosso trabalho naquilo que não sacia? Se me ouvis, comereis excelentes manjares, uma suculenta comida fará vossas delícias." -( Isaías, 55: 2 )-




Amados irmãos, bom dia!
Sabemos que tudo nos é lícito, mas que nem tudo nos convém, portanto, que nossas escolhas sejam para nossa edificação na caridade e no amor.




107. Não são raras, nem constituem novidades as aparições no estado de vigília. Elas se produziram em todos os tempos. A história as registra em grande número. Não precisamos, porém, remontar ao passado, tão frequentes são nos dias de hoje e muitas pessoas há que as têm visto e que as tomaram, no primeiro momento, pelo que se convencionou chamar alucinações. São frequentes, sobretudo, nos casos de morte de pessoas ausentes, que vêm visitar seus parentes ou amigos. Muitas vezes, as aparições não trazem um fim muito determinado, mas pode dizer-se que, em geral, os Espíritos que assim aparecem são atraídos pela simpatia.
Interrogue cada um as suas recordações e poucos serão os que não conheçam alguns fatos desse gênero, cuja autenticidade não se poderia pôr em dúvida.




Estudo do Livro dos Espíritos




944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?

“Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.”

a) — Não é sempre voluntário o suicídio?

“O louco que se mata não sabe o que faz.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Todos vós que estais sedentos, vinde à nascente das águas, vinde comer, vós que não tendes alimento. Vinde comprar sem ter dinheiro, vinho e leite sem pagar!" -( Isaías, 55: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
O Senhor dá a todos o cumprimento de suas promessas. Ele não as vende, ele as dá por amor, gratuitamente. Assim também sejamos, doemos o que pudermos aos irmãos para que todos sejamos felizes.





106. Outra propriedade do perispírito inerente à sua natureza etérea é a penetrabilidade. Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo: ele as atravessa todas, como a luz atravessa os corpos transparentes. Daí vem não haver tapagem capaz de obstar à entrada dos Espíritos. Eles visitam o prisioneiro no seu calabouço, com a mesma facilidade com que visitam uma pessoa que esteja em pleno campo.




Estudo do Livro dos Espíritos



DESGOSTO DA VIDA. SUICÍDIO

943. Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?

“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”





Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 16 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar, buscai-o já que está perto." -( Isaías, 55: 6 )-




Amados irmãos, bom dia!
Todos os profetas anunciaram o amor do Senhor; busquemos estar na sua presença, pois, é um convite dele.




105. Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação, quer por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas. Aparece-nos então sob uma forma vaporosa.
A condensação (preciso é que não se tome esta palavra na sua significação literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título de comparação), a condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito adquira as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
Podemos apreender esse efeito, atentando no vapor, que passa do de invisibilidade ao estado brumoso, depois ao estado líquido, em seguida ao sólido e vice-versa.
Esses diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e não de uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado próprio a torná-lo visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade, porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua combinação com o fluido peculiar ao médium. Ora, esta combinação nem sempre é possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos Espíritos. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; não basta tão pouco que uma pessoa queira vê-lo; é necessário que os dois fluidos possam combinar-se, que entre eles haja uma espécie de afinidade e também, porventura, que a emissão do fluido da pessoa seja suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e, provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que desconhecemos. É necessário, en- fim, que o Espírito tenha a permissão de se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar.




Estudo do Livro dos Espíritos




942. Pessoas não haverá que achem um tanto banais esses conselhos para ser-se feliz na Terra; que neles vejam o que chamam lugares comuns, sediças verdades; e que digam, que, afinal, o segredo para ser-se feliz consiste em saber cada um suportar a sua desgraça?

“Há as que isso dizem e em grande número. Mas, muitas se parecem com certos doentes a quem o médico prescreve a dieta; desejariam curar-se sem remédios e continuando a apanhar indigestões.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 15 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará e jamais meu pacto de paz vacilará, diz o Senhor que se compadeceu de ti." -( Isaías, 54: 10 )-




Amados irmãos, bom dia!
O amor que recebemos do nosso Pai não tem limites. Que jamais duvidemos, pois, ele sempre cumpre suas promessas e sabe exatamente o que nos é necessário.




104. O Espírito, que quer ou pode fazer-se visível, reveste às vezes uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de um corpo sólido, ao ponto de causar completa ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que têm diante de si um ser corpóreo. Em alguns casos, finalmente, e sob o império de certas circunstâncias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez do relâmpago.
Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo sentido tátil. Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la, quando ela própria segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida mais é lícita.
Os fatos de aparições tangíveis são os mais raros; porém, os que se têm dado nestes últimos tempos, pela influência de alguns médiuns de grande poder e absolutamente autenticados por testemunhos irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de pessoas que, depois de mortas, se mostraram com todas as aparências da realidade.
Todavia, conforme já dissemos, por mais extraordinários que sejam, tais fenômenos perdem inteiramente todo caráter de maravilhosos, quando conhecida a maneira por que se produzem e quando se compreende que, longe de constituírem uma derrogação das leis da Natureza, são apenas efeito de uma aplicação dessas leis.




Estudo do Livro dos Espíritos



TEMOR DA MORTE

941. Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Donde lhes vêm esse temor, tendo elas diante de si o futuro?

“Falece-lhes fundamento para semelhante temor. Mas, que queres! se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na Natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem atéias, ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há. Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir."

“Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança fá-lo contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.” (730)

O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças. O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Por um momento eu te havia abandonado, mas com profunda afeição eu te recebo de volta." -( Isaías, 54: 7 )-




Amados irmãos, bom dia!
Quando não compreendemos certas situações, sempre pensamos que o Senhor nos abandonou e que não se importa conosco. Na verdade, nesses momentos ele está cuidando de nós contra nossos próprios desejos que nem sempre nos são necessários e até mesmo prejudiciais.




103. Dissemos que as aparições têm algo de vaporoso. Em certos casos, poder-se-ia compará-las à imagem que se reflete num espelho sem aço e que, não obstante a sua nitidez, não impede se vejam os objetos que lhe estão por detrás. Geralmente, é assim que os médiuns videntes as percebem. Eles as vêem ir e vir, entrar num aposento, sair dele, andar por entre os vivos com ares, pelo menos se se trata de Espíritos comuns, de participarem ativamente de tudo o que os homens fazem ao derredor deles, de se interessarem por tudo isso, de ouvirem o que dizem os humanos. Com frequência são vistos a se aproximar de uma pessoa, a lhe insuflar idéias, a influenciá-la, a consolá-la, se pertencem à categoria dos bons, a escarnecê-la, se são malignos, a se mostrar tristes ou satisfeitos com os resultados que logram. Numa palavra: constituem como que o forro do mundo corpóreo.
Tal é esse mundo oculto que nos cerca, dentro do qual vivemos sem o percebermos, como vivemos, também sem darmos por isso, em meio das miríades de seres do mundo microscópico. O microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de cuja existência não suspeitávamos; o Espiritismo, com o auxílio dos médiuns videntes, nos revelou o mundo dos Espíritos, que, por seu lado, também constitui uma das forças ativas da Natureza. Com o concurso dos médiuns videntes, possível nos foi estudar o mundo invisível, conhecer-lhe os costumes, como um povo de cegos poderia estudar o mundo visível com o auxílio de alguns homens que gozassem da faculdade de ver. (Veja-se adiante, no capítulo referente aos médiuns, o parágrafo que trata dos médiuns videntes.)




Estudo do Livro dos Espíritos



TEMOR DA MORTE 

941. Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Donde lhes vêm esse temor, tendo elas diante de si o futuro?

“Falece-lhes fundamento para semelhante temor. Mas, que queres! se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na Natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem atéias, ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há. Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir.
“Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança fá-lo contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.”

O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças. O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de o conhecer até ao enlêvo. O Justo, meu Servo, justificará a muitos homens e tomará sobre si as suas iniquidades." -( Isaías, 53:11 )-




Amados irmãos, bom dia!
É desejo do Senhor que nos conheçamos e que procuremos nos transformar deixando assim o que não nos convém. É uma nova esperança a cada novo dia.




102. As aparições propriamente ditas se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo da plena e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral, sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa. A princípio é, quase sempre, uma claridade esbranquiçada, cujos contornos pouco a pouco se vão desenhando. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar possível fazer-se da aparição uma descrição completa. Os ademanes, o aspecto, são semelhantes aos que tinha o Espírito quando vivo.
Podendo tomar todas as aparências, o Espírito se apresenta sob a que melhor o faça reconhecível, se tal é o seu desejo. Assim, embora como Espírito nenhum defeito corpóreo tenha, ele se mostrará estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for necessário à prova da sua identidade. Esopo, por exemplo, como Espírito, não é disforme; porém, se o evocarem como Esopo, ainda que muitas existências tenha tido depois da em que assim se chamou, ele aparecerá feio e corcunda, com os seus trajes tradicionais.
Coisa interessante é que, salvo em circunstâncias especiais, as partes menos acentuadas são os membros inferiores, enquanto que a cabeça, o tronco, os braços e as mãos são sempre claramente desenhados. Daí vem que quase nunca são vistos a andar, mas a deslizar como sombras. Quanto às vestes, compõem-se ordinariamente de um amontoado de pano, terminando em longo pregueado flutuante. Com uma cabeleira ondulante e graciosa se apresentam os Espíritos que nada conservam das coisas terrenas. Os Espíritos vulgares, porém, os que aqui conhecemos aparecem com os trajos que usavam no último período de sua existência.
Frequentemente, mostram atributos característicos da elevação que alcançaram, como uma auréola, ou asas, os que possam ser tidos por anjos, ao passo que outros trazem os sinais indicativos de suas ocupações terrenas. Assim, um guerreiro aparecerá com a sua armadura, um sábio com livros, um assassino com um punhal, etc. Os Espíritos superiores têm uma figura bela, nobre e serena; os mais inferiores denotam alguma coisa de feroz e bestial, não sendo raro revelarem ainda os vestígios dos crimes que praticaram, ou dos suplícios que padeceram. A questão do traje e dos objetos acessórios com que os Espíritos aparecem é talvez a que mais espanto causa. Voltaremos a essa questão em capítulo especial, porque ela se liga a outros fatos muito importantes.




Estudo do Livro dos Espíritos




940. Não constitui igualmente fonte de dissabores, tanto mais amargos quanto envenenam toda a existência, a falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos?

“Amaríssimos, com efeito. Essa, porém, é uma das infelicidades de que sois, as mais das vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é das vossas leis. Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos prejuízos.”

a) — Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?

“Há e para ela é uma dura expiação. Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também desaparecerão.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Quem poderia acreditar nisso que ouvimos? A quem foi revelado os braços do Senhor? -( Isaías, 53: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
A nós foram revelados os ensinamentos do Senhor para que pudéssemos nos redimir do nosso egoísmo e ignorância.




ENSAIO TEÓRICO SOBRE AS APARIÇÕES

101. As manifestações aparentes mais comuns se dão durante o sono, por meio dos sonhos: são as visões. Os limites deste estudo não comportam o exame de todas as particularidades que os sonhos podem apresentar. Resumiremos tudo, dizendo que eles podem ser: uma visão atual das coisas presentes, ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. Também muitas vezes são quadros alegóricos que os Espíritos nos põem sob as vistas, para dar-nos úteis avisos e salutares conselhos, se se trata de Espíritos bons; para induzir-nos em erro e nos lisonjear as paixões, se são Espíritos imperfeitos os que no-lo apresentam. A teoria que se segue aplica-se aos sonhos, como a todos os outros casos de aparições. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, nos 400 e seguintes.)
Temos para nós que faríamos uma injúria aos nossos leitores, se nos propuséssemos a demonstrar o que há de absurdo e ridículo no que vulgarmente se chama a interpretação dos sonhos.




Estudo do Livro dos Espíritos




UNIÕES ANTIPÁTICAS

939. Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?

“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.

“Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 11 de setembro de 2018

O livro dos médiuns


"Eis que meu Servo prosperará, crescerá, elevar-se-á, será exaltado." -( Isaías, 52: 13 )-




Amados irmãos, bom dia!
Nosso Pai Celestial nos criou para sermos como ele é. Para tanto, devemos nos abandonar aos seus cuidados e vivermos os seus ensinamentos.




100. De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes, sem contestação possível, são aquelas por meio das quais os Espíritos se tornam visíveis. Pela explicação deste fenômeno se verá que ele não é mais sobrenatural do que os outros. Vamos apresentar primeiramente as respostas que os Espíritos deram acerca do assunto:

1ª Podem os Espíritos tornar-se visíveis?

“Podem, sobretudo, durante o sono. Entretanto algumas pessoas os vêem quando acordadas, porém, isso é mais raro.”

Nota. Enquanto o corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua liberdade. Aqui nos ocupamos especialmente com as aparições no estado de vigília1.

2ª Pertencem mais a uma categoria do que a outra os Espíritos que se manifestam fazendo-se visíveis?

“Não; podem pertencer a todas as classes, assim às mais elevadas, como as mais inferiores.”

3ª A todos os Espíritos é dado manifestarem-se visivelmente?

“Todos o podem; mas, nem sempre têm permissão para fazê-lo, ou o querem.”

4ª Que fim objetivam os Espíritos que se manifestam visivelmente?

“Isso depende; de acordo com as suas naturezas, o fim pode ser bom, ou mau.”

5ª Como lhes pode ser permitido manifestar-se, quando para mau fim?

“Nesse caso é para experimentar os a quem eles aparecem. Pode ser má a intenção do Espírito e bom o resultado.”

6ª Qual pode ser o fim que tem em vista o Espírito que se torna visível com má intenção?

“Amedrontar e muitas vezes vingar-se.”

a)Que visam os que vêm com boa intenção? 

“Consolar as pessoas que deles guardam saudades, provar-lhes que existem e estão perto delas; dar conselhos e, algumas vezes, pedir para si mesmos assistência.”

1 - Ver, para maiores particularidades sobre o estado do Espírito durante o sono, O Livro dos Espíritos , cap. “Da emancipação da alma”, nº 409.

7ª Que inconveniente haveria em ser permanente e geral entre os homens a possibilidade de verem os Espíritos? Não seria esse um meio de tirar a dúvida aos mais incrédulos?

“Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o vê-los a todos os instantes o perturbaria, embaraçar-lhe-ia os atos e tirar-lhe-ia a iniciativa na maioria dos casos, ao passo que, julgando-se só, ele age mais livremente. Quanto aos incrédulos, de muitos meios dispõem para se convencerem, se desses meios quiserem aproveitar-se e não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes muito bem existirem pessoas que hão visto e que nem por isso crêem, pois dizem que são ilusões. Com esses não te preocupes; deles se encarrega Deus.”


Nota. Tantos inconvenientes haveria em vermos constantemente os Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca e as miríades de animais microscópicos que sobre nós e em torno de nós pululam. Donde devemos concluir que o que Deus faz é bem-feito e que Ele sabe melhor do que nós o que nos convém.

8ª Uma vez que há inconveniente em vermos os Espíritos, por que, em certos casos, é isso permitido?

“Para dar ao homem uma prova de que nem tudo morre com o corpo, que a alma conserva a sua individualidade após a morte. A visão passageira basta para essa prova e para atestar a presença de amigos ao vosso lado e não oferece os inconvenientes da visão constante.”

9ª Nos mundos mais adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais frequência do que entre nós?

“Quanto mais o homem se aproxima da natureza espiritual, tanto mais facilmente se põe em comunicação com os Espíritos. A grosseria do vosso envoltório é que dificulta e torna rara a percepção dos seres etéreos.”

10ª Será racional assustarmo-nos com a aparição de um Espírito?

“Quem refletir deverá compreender que um Espírito, qualquer que seja, é menos perigoso do que um vivo. Demais, podendo os Espíritos, como podem, ir a toda parte, não se faz preciso que uma pessoa os veja para saber que alguns estão a seu lado. O Espírito que queira causar dano pode fazê-lo, e até com mais segurança, sem se dar a ver. Ele não é perigoso pelo fato de ser Espírito, mas, sim, pela influência que pode exercer sobre o homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.”

Nota. As pessoas que, quando se acham na solidão ou na obscuridade, se enchem de medo raramente se apercebem da causa de seus pavores. Não seriam capazes de dizer de que é que têm medo. Muito mais deveriam temer o encontro com homens do que com Espíritos, porquanto um malfeitor é bem mais perigoso quando vivo, do que depois de morto. Uma senhora do nosso conhecimento teve uma noite, em seu quarto, uma aparição tão bem caracterizada, que ela julgou estar em sua presença uma pessoa e a sua primeira sensação foi de terror. Certificada de que não havia pessoa alguma, disse: “Parece que é apenas um Espírito; posso dormir tranquila.”

11ª Poderá aquele a quem um Espírito apareça travar com ele conversação?

“Perfeitamente e é mesmo o que se deve fazer em tal caso, perguntando ao Espírito quem ele é, o que deseja e em que se lhe pode ser útil. Se se tratar de um Espírito infeliz e sofredor, a comiseração que se lhe testemunhar o aliviará. Se for um Espírito bondoso, pode acontecer que traga a intenção de dar bons conselhos.”

a) Como pode o Espírito, nesse caso, responder?

“Algumas vezes o faz por meio de sons articulados, como o faria uma pessoa viva. Na maioria dos casos, porém, pela transmissão dos pensamentos.”

12ª Os Espíritos que aparecem com asas têm-nas realmente, ou essas asas são apenas uma aparência simbólica?

“Os Espíritos não têm asas, nem de tal coisa precisam, visto que podem ir a toda parte como Espíritos. Aparecem da maneira por que precisam impressionar a pessoa a quem se mostram. Assim é que uns aparecerão em trajes comuns, outros envoltos em amplas roupagens, alguns com asas, como atributo da categoria espiritual a que pertencem.”

13ª As pessoas que vemos em sonho são sempre as que parecem ser pelo seu aspecto?

“Quase sempre são mesmo as que os vossos Espíritos buscam, ou que vêm ao encontro deles.”

14ª Não poderiam os Espíritos zombeteiros tomar as aparências das pessoas que nos são caras, para nos induzirem em erro?

“Somente para se divertirem à vossa custa tomam eles aparências fantásticas. Há coisas, porém, com que não lhes é lícito brincar.”

15ª Compreende-se que, sendo uma espécie de evocação, o pensamento faça com que se apresente o Espírito em quem se pensa. Como é, entretanto, que muitas vezes as pessoas em quem mais pensamos, que ardentemente desejamos tornar a ver, jamais se nos apresentam em sonho, ao passo que vemos outras que nos são indiferentes e nas quais nunca pensamos?

“Os Espíritos nem sempre podem manifestar-se visivelmente, mesmo em sonho e malgrado ao desejo que tenhais de vê-los. Pode dar-se que obstem a isso causas independentes da vontade deles. Frequentemente, é também uma prova, de que não consegue triunfar o mais ardente desejo. Quanto às pessoas que vos são indiferentes, se é certo que nelas não pensais, bem pode acontecer que elas em vós pensem. Aliás, não podeis formar idéia das relações no mundo dos Espíritos. Lá tendes uma multidão de conhecimentos íntimos, antigos ou recentes, de que não suspeitais quando despertos.”

Nota . Quando nenhum meio tenhamos de verificar a realidade das visões ou aparições, podemos sem dúvida lançá-las à conta da alucinação. Quando, porém, os sucessos as confirmam, ninguém tem o direito de atribuí-las à imaginação. Tais, por exemplo, as aparições, que temos em sonho ou em estado de vigília, de pessoas em quem absolutamente não pensávamos e que, produzindo-as no momento em que morrem, vêm, por meio de sinais diversos, revelar as circunstâncias totalmente ignoradas em que faleceram. Têm-se visto cavalos empinarem e recusarem caminhar para a frente, por motivo de aparições que assustam os cavaleiros que os montam. Embora se admita que a imaginação desempenhe aí algum papel, quando o fato se passa com os homens, ninguém, certamente, negará que ela nada tem que ver com o caso, quando este se dá com os animais. Acresce que, se fosse exato que as imagens que vemos em sonho são sempre efei-to das nossas preocupações quando acordados, não haveria como explicar que nunca sonhemos, conforme se verifica frequentemente, com aquilo em que mais pensamos. 

16ª Por que razão certas visões ocorrem com mais frequência quando se está doente?

“Elas ocorrem do mesmo modo quando estais de perfeita saúde. Simplesmente, no estado de doença, os laços materiais se afrouxam; a fraqueza do corpo permite maior liberdade ao Espírito, que, então, se põe mais facilmente em comunicação com os outros Espíritos.”

17ª As aparições espontâneas parecem mais frequentes em certos países. Será que alguns povos estão mais bem-dotados do que outros para receberem esta espécie de manifestações?

“Dar-se-á tenhais um registro histórico de cada aparição? As aparições, como os ruídos e todas as manifestações, produzem-se igualmente em todos os pontos da Terra; apresentam, porém, caracteres distintos, de conformidade com o povo em cujo seio se verificam. Nuns, por exemplo, onde o uso da escrita está pouco espalhado, não há médiuns escreventes; noutros, abundam os médiuns desta natureza; entre outros, observam-se mais os ruídos e os movimentos do que as manifestações inteligentes, por serem estas menos apreciadas e procuradas.”

18ª Por que é que as aparições se dão de preferência à noite? Não indica isso que elas são efeito do silêncio e da obscuridade sobre a imaginação?

“Pela mesma razão por que vedes, durante a noite, as estrelas e não as divisais em pleno dia. A grande claridade pode apagar uma aparição ligeira; mas, errôneo é supor-se que a noite tenha qualquer coisa com isso. Inquiri os que têm tido visões e verificareis que são em maior número os que as tiveram de dia.”

Nota. Muito mais frequentes e gerais do que se julga são as aparições; porém, muitas pessoas deixam de torná-las conhecidas, por medo do ridículo, e outras as atribuem à ilusão. Se parecem mais numerosas entre alguns povos, é isso devido a que aí se conservam com mais cuidado as tradições verdadeiras, ou falsas, quase sempre ampliadas pelo poder de sedução do maravilhoso a que mais ou menos se preste o aspecto das localidades. A credulidade então faz que se vejam efeitos sobrenaturais nos mais vulgares fenômenos: o silêncio da solidão, o escarpamento das quebradas, o mugido da floresta, as rajadas da tempestade, o eco das montanhas, a forma fantástica das nuvens, as sombras, as miragens, tudo enfim se presta à ilusão, para imaginações simples e ingênuas, que de boa-fé narram o que viram, ou julgaram ver. Porém, ao lado da ficção, há a realidade. O estudo sério do Espiritismo leva precisamente o homem a se desembaraçar de todas as superstições ridículas.

19ª A visão dos Espíritos se produz no estado normal, ou só estando o vidente num estado extático?

“Pode produzir-se achando-se este em condições perfeitamente normais. Entretanto, as pessoas que os vêem se encontram muito amiúde num estado próximo do de êxtase, estado que lhes faculta uma espécie de dupla vista.” ( O Livro dos Espíritos, nº 447. )

20ª Os que vêem os Espíritos vêem-nos com os olhos? 

“Assim o julgam; mas, na realidade, é a alma quem vê e o que o prova é que os podem ver com os olhos fechados.”

21ª Como pode o Espírito fazer-se visível?

“O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, ao sabor do Espírito.”

22ª Pode o Espírito propriamente dito fazer-se visível, ou só o pode com o auxílio do perispírito?

“No estado material em que vos achais, só com o auxílio de seus invólucros semimateriais podem os Espíritos manifestar-se. Esse invólucro é o intermediário por meio do qual eles atuam sobre os vossos sentidos. Sob esse envoltório é que aparecem, às vezes, com uma forma humana, ou com outra qualquer, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, assim em plena luz, como na obscuridade.”

23ª Poder-se-á dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível?

“Condensação não é o termo. Essa palavra apenas pode ser usada para estabelecer uma comparação, que vos faculte compreender o fenômeno, porquanto não há realmente condensação. Pela combinação dos fluidos, o perispírito toma uma disposição especial, sem analogia para vós outros, disposição que o torna perceptível.”

24ª Os Espíritos que aparecem são sempre inapreensíveis e imperceptíveis ao tato?

“Em seu estado normal, são inapreensíveis, como num sonho. Entretanto, podem tornar-se capazes de produzir impressão ao tato, de deixar vestígios de sua presença e até, em certos casos, de tornar-se momentaneamente tangíveis, o que prova haver matéria entre vós e eles.”

25ª Toda gente tem aptidão para ver os Espíritos?

“Durante o sono, todos têm; em estado de vigília, não. Durante o sono, a alma vê sem intermediário; no estado de vigília, acha-se sempre mais ou menos influenciada pelos órgãos. Daí vem não serem totalmente idênticas as condições nos dois casos.”

26ª De que depende, para o homem, a faculdade de ver os Espíritos, em estado de vigília?

“Depende da organização física. Reside na maior ou menor facilidade que tem o fluido do vidente para se combinar com o do Espírito. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se, é preciso também que encontre a necessária aptidão na pessoa a quem deseje fazer-se visível.”

a) Pode essa faculdade desenvolver-se pelo exercício?

“Pode, como todas as outras faculdades; mas, pertence ao número daquelas com relação às quais é melhor que se espere o desenvolvimento natural, do que provocá-lo, para não sobreexcitar a imaginação. A de ver os Espíritos, em geral e permanentemente, constitui uma faculdade excepcional e não está nas condições normais do homem.”

27ª Pode-se provocar a aparição dos Espíritos?

“Isso algumas vezes é possível, porém, muito raramente. A aparição é quase sempre espontânea. Para que alguém veja os Espíritos, precisa ser dotado de uma faculdade especial.”

28ª Podem os Espíritos tornar-se visíveis sob outra aparência que não a da forma humana?

“A humana é a forma normal. O Espírito pode variar-lhe a aparência, mas sempre com o tipo humano.”

a) Não podem manifestar-se sob a forma de chama?

“Podem produzir chamas, clarões, como todos os outros efeitos, para atestar sua presença; mas, não são os próprios Espíritos que assim aparecem. A chama não passa muitas vezes de uma miragem, ou de uma emanação do perispírito. Em todo caso, nunca é mais do que uma parcela deste. O perispírito não se mostra integralmente nas visões.”

29ª Que se deve pensar da crença que atribui os fogos-fátuos à presença de almas ou Espíritos?

“Superstição produzida pela ignorância. Bem conhecida é a causa física dos fogos-fátuos.”

a) A chama azul que, segundo dizem, apareceu sobre a cabeça de Sérvius Túlius, quando menino, é uma fábula, ou foi real?

“Era real e produzida por um Espírito familiar, que desse modo dava um aviso à mãe do menino. Médium vidente, essa mãe percebeu uma irradiação do Espírito protetor de seu filho. Assim como os médiuns escreventes não escrevem todos a mesma coisa, também, nos médiuns videntes, não é em todos do mesmo grau a vidência. Ao passo que aquela mãe viu apenas uma chama, outro médium teria podido ver o próprio corpo do Espírito.”

30ª Poderiam os Espíritos apresentar-se sob a forma de animais?

“Isso pode dar-se; mas somente Espíritos muito inferiores tomam essas aparências. Em caso algum, porém, será mais do que uma aparência momentânea. Fora absurdo acreditar-se que um qualquer animal verdadeiro pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais do que isto.”

Nota . Somente a superstição pode fazer crer que certos animais são animados por Espíritos. É preciso uma imaginação muito complacente, ou muito impressionada para ver qualquer coisa de sobrenatural nas circunstâncias um pouco extravagantes em que eles algumas vezes se apresentam. O medo faz que amiúde se veja o que não existe. Mas, não só no medo tem sua origem essa idéia. Conhecemos uma senhora, muito inteligente aliás, que consagrava desmedida afeição a um gato preto, porque acreditava ser ele de natureza sobreanimal. Entretanto, essa senhora jamais ouvira falar do Espiritismo. Se o houvesse conhecido, ele lhe teria feito compreender o ridículo da causa de sua predileção pelo animal, provando-lhe a impossibilidade de tal metamorfose.




Estudo do Livro dos Espíritos 




938. As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?

“Fora um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.”

a) — Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?

“Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido.
Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.”

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.




Que a graça e a paz sejam conosco!