segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O fenômeno da intercomunicação mediúnica


"E eles lhes contaram o que lhes acontecera  no caminho e como deles foi conhecido ao partir do pão." -( Lucas, 24: 35 )-



Amados irmãos, bom dia!
No livro de Chico Xavier, O Pão Nosso, temos a seguinte mensagem sobre o versículo acima: Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel. Vimos que essa tem sido a realidade de muitos até hoje. Ao iniciarmos nosso estudo dessa semana sobre os fenômenos da comunicação mediúnica, corremos o sério risco de nos incluirmos no comportamento acima, uma vez que, precisamos nos libertar dos nossos interesses materiais para que compreendamos tais fatos. Que os bons Espíritos nos auxiliem a esse entendimento.








O fenômeno mediúnico através dos tempos


Principais características da manifestação do fenômeno mediúnico ao longo do tempo

“Consoante os esclarecimentos do Espírito André Luiz, articulando, [...] ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático [perispirítico], a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares. Evidenciam-se essas irradiações, de maneira condensada, até um ponto determinado de saturação, contendo as essências e imagens que lhe configuram os desejos no mundo íntimo, em processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante, atuando sobre todos os que com ela se afinem e recolhendo naturalmente a atuação de todos os que se lhe revelem simpáticos.

Desse modo, pode-se dizer que a aura é [...] a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa. Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais. É por essa couraça, [...] espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico. Essa obra de permuta, no entanto, foi iniciada no mundo sem qualquer direção consciente, porque, pela natural apresentação da própria aura, os homens melhores atraíram para si os Espíritos humanos melhorados, cujo coração generoso se voltava, compadecido, para a esfera terrena, auxiliando os companheiros da retaguarda, e os homens rebeldes à Lei Divina aliciaram a companhia de entidades da mesma classe, transformando-se em pontos de contato entre o bem e o mal ou entre a Luz e a Sombra que se digladiam na própria Terra.

Pelas ondas de pensamento a se enovelarem umas sobre as outras, segundo a combinação de frequência e trajeto, natureza e objetivo, encontraram-se as mentes semelhantes entre si, formando núcleos de progresso em que homens nobres assimilaram as correntes mentais dos Espíritos Superiores, para gerar trabalho edificante e educativo, ou originando processos vários de simbiose em que almas estacionárias se enquistaram mutuamente, desafiando debalde os imperativos da evolução e estabelecendo obsessões lamentáveis, a se elastecerem sempre novas, nas teias do crime ou na etiologia complexa das enfermidades mentais. A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de intercâmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distância, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do sentimento e da idéia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental, assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia e na televisão.

Essas considerações, em torno da aura e da intuição, trazem uma explicação científica para a revelação histórica de que as [...] crenças na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos [encarnados] e os mortos [desencarnados] eram gerais entre os povos da antigüidade. Tais crenças, portanto, tiveram origem no exercício natural e empírico da mediunidade (mediunismo primitivo) – no qual a intuição, como foi visto, constituiu o sistema inicial de intercâmbio. As primeiras manifestações mediúnicas apresentam-se sob a forma do animismo tribal, com a personalização das forças da natureza. É o que se denomina fetichismo. Os fetiches básicos do homem primitivo eram a Terra-Mãe e o Céu-Pai.  O fenômeno mediúnico é, desse modo, conhecido [...] desde as primeiras idades do mundo [...]. Desse fato originou-se a crença na pluralidade dos deuses, uma vez que [...] chamando deus a tudo o que era sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos.

Com o desenvolvimento mental do ser humano, fundem-se a experiência e a imaginação, dando nascimento à mitologia popular, com as suas divindades repletas de magia (os deuses do Olimpo grego, por exemplo). Em seguida, e ainda nessa fase primitiva das manifestações mediúnicas, aparece a primeira expressão religiosa antropomórfica da humanidade: o culto dos ancestrais (manes, deuses-lares, deuses locais). Na verdade, os povos antigos transformaram os Espíritos em [...] divindades especiais. As Musas [deusas mitológicas] não eram senão a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das artes, como os deuses Lares e Penates simbolizavam os Espíritos protetores da família.


Rompendo a fase do mediunismo primitivo, seguem-se os períodos do mediunismo oracular e do mediunismo bíblico.  Os oráculos predominam no início do processo civilizatório. Deles partem orientações diversas que abrangem as relações sociais, políticas e religiosas dos grandes povos da antiguidade. No mediunismo bíblico, entretanto, o fenômeno mediúnico adquire nova dimensão, afastando-se do politeísmo até então reinante, para representar a manifestação do Deus Universal e Supremo. O fenômeno mediúnico continua a sua trajetória evolutiva e só atinge a culminância com a Doutrina Espírita, que define a mediunidade como condição natural do ser humano e a enfoca sob os aspectos racional e científico.” -( FEB )- 



Que a graça e a paz sejam conosco!

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