"E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho e como deles foi conhecido ao partir do pão." -( Lucas, 24: 35 )-
Amados irmãos, bom dia!
No livro de Chico Xavier, O Pão Nosso, temos a seguinte mensagem sobre o versículo acima: Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel. Vimos que essa tem sido a realidade de muitos até hoje. Ao iniciarmos nosso estudo dessa semana sobre os fenômenos da comunicação mediúnica, corremos o sério risco de nos incluirmos no comportamento acima, uma vez que, precisamos nos libertar dos nossos interesses materiais para que compreendamos tais fatos. Que os bons Espíritos nos auxiliem a esse entendimento.
O fenômeno mediúnico através dos tempos
Principais características da manifestação do fenômeno
mediúnico ao longo do tempo
“Consoante os esclarecimentos do Espírito André Luiz,
articulando, [...] ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais
das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático [perispirítico],
a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de
forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são
peculiares. Evidenciam-se essas irradiações, de maneira condensada, até um
ponto determinado de saturação, contendo as essências e imagens que lhe
configuram os desejos no mundo íntimo, em processo espontâneo de
auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante,
atuando sobre todos os que com ela se afinem e recolhendo naturalmente a
atuação de todos os que se lhe revelem simpáticos.
Desse modo, pode-se dizer que a aura é [...] a nossa
plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do
Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos
rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas Inteligências
Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e
hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição
inferior à nossa. Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo
de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem necessidade das
palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais. É por essa couraça, [...]
espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho
ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se
a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os
homens liberados do corpo físico. Essa obra de permuta, no entanto, foi
iniciada no mundo sem qualquer direção consciente, porque, pela natural
apresentação da própria aura, os homens melhores atraíram para si os Espíritos
humanos melhorados, cujo coração generoso se voltava, compadecido, para a
esfera terrena, auxiliando os companheiros da retaguarda, e os homens rebeldes
à Lei Divina aliciaram a companhia de entidades da mesma classe, transformando-se
em pontos de contato entre o bem e o mal ou entre a Luz e a Sombra que se
digladiam na própria Terra.
Pelas ondas de pensamento a se enovelarem umas sobre as outras,
segundo a combinação de frequência e trajeto, natureza e objetivo,
encontraram-se as mentes semelhantes entre si, formando núcleos de progresso em
que homens nobres assimilaram as correntes mentais dos Espíritos Superiores,
para gerar trabalho edificante e educativo, ou originando processos vários de
simbiose em que almas estacionárias se enquistaram mutuamente, desafiando
debalde os imperativos da evolução e estabelecendo obsessões lamentáveis, a se
elastecerem sempre novas, nas teias do crime ou na etiologia complexa das
enfermidades mentais. A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de
intercâmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distância, para
transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do
sentimento e da idéia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental,
assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a
voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia
e na televisão.
Essas considerações, em torno da aura e da intuição, trazem
uma explicação científica para a revelação histórica de que as [...] crenças na
imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos [encarnados] e os mortos
[desencarnados] eram gerais entre os povos da antigüidade. Tais crenças,
portanto, tiveram origem no exercício natural e empírico da mediunidade
(mediunismo primitivo) – no qual a intuição, como foi visto, constituiu o
sistema inicial de intercâmbio. As primeiras manifestações mediúnicas
apresentam-se sob a forma do animismo tribal, com a personalização das forças
da natureza. É o que se denomina fetichismo. Os fetiches básicos do homem
primitivo eram a Terra-Mãe e o Céu-Pai. O fenômeno mediúnico é, desse modo, conhecido
[...] desde as primeiras idades do mundo [...]. Desse fato originou-se a crença
na pluralidade dos deuses, uma vez que [...] chamando deus a tudo o que era
sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos.
Com o desenvolvimento mental do ser humano, fundem-se a
experiência e a imaginação, dando nascimento à mitologia popular, com as suas
divindades repletas de magia (os deuses do Olimpo grego, por exemplo). Em
seguida, e ainda nessa fase primitiva das manifestações mediúnicas, aparece a
primeira expressão religiosa antropomórfica da humanidade: o culto dos
ancestrais (manes, deuses-lares, deuses locais). Na verdade, os povos antigos
transformaram os Espíritos em [...] divindades especiais. As Musas [deusas
mitológicas] não eram senão a personificação alegórica dos Espíritos protetores
das ciências e das artes, como os deuses Lares e Penates simbolizavam os
Espíritos protetores da família.
Rompendo a fase do mediunismo primitivo, seguem-se os
períodos do mediunismo oracular e do mediunismo bíblico. Os oráculos predominam no início do processo
civilizatório. Deles partem orientações diversas que abrangem as relações
sociais, políticas e religiosas dos grandes povos da antiguidade. No mediunismo
bíblico, entretanto, o fenômeno mediúnico adquire nova dimensão, afastando-se
do politeísmo até então reinante, para representar a manifestação do Deus
Universal e Supremo. O fenômeno mediúnico continua a sua trajetória evolutiva e
só atinge a culminância com a Doutrina Espírita, que define a mediunidade como
condição natural do ser humano e a enfoca sob os aspectos racional e
científico.” -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário