sábado, 19 de dezembro de 2015

Poema: Mas rogo-te, Senhor


"E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus, porque a fé não é de todos." -( Paulo - II Tessalonicenses, 3: 2 )-



Amados irmãos, bom dia!
Como convidados do Senhor, que nos preparemos adequadamente para a Sua presença em nosso dia a dia. Que possamos viver a fé raciocinada e que a manifestemos através de gestos concretos para a edificação de todos a partir da nossa reforma íntima.








Mas rogo-te, Senhor

Senhor, eu te agradeço
Não somente as horas boas da felicidade,
Em que o meu coração tranquilo e crente dá-se ao louvor que te bendiz...
Agradeço igualmente os dias longos, em que varo o caminho, a pedra e vento,
Nos quais me ensinas sem barulho,
Através das lições do sofrimento,
Como ser mais feliz.
Agradeço a alegria
Que me dispensas pelas afeições,
A bênção de ternura,
Em cuja luz balsâmica me pões
Sob chuvas de flor;
E agradeço a amargura.
Que a incompreensão me traga,
O estilete da crítica ferina,
Que tanta vez me oprime o peito em chaga
Para que eu saiba amar sem reclamar amor.

Agradeço o sorriso da esperança
Com que me fazes crer na verdade do sonho,
A segura certeza com que aguardo
O futuro risonho
Pela fé natural;
E agradeço-te a lágrima dorida,
Com que me alimpas a visão,
A fim de que eu prossiga, trilha afora,
Sem caminhar, em vão,
Sob a névoa do mal.
Agradeço por tudo o que me deste,
A ventura, a afeição, a dor, a prova,
O dom de discernir e o dom de compreender,
O fel da humilhação que me renova
Para que eu permaneça em ti no meu próprio dever...
Mas rogo-te, Senhor,
Quando me veja
Sob a perseguição e o sarcasmo das trevas,
No exercício do bem,
Não me deixes perder a paz a que me elevas,
Nem me deixes ferir ou condenar ninguém.



XAVIER, Francisco Cândido. Antologia da espiritualidade. Mensagem do Espírito Maria Dolores. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Item 17, p. 61-63.



Que a graça e a paz sejam conosco!

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