"Até quando te esquecerás de mim, Senhor? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?" -( Salmos, 13: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Tão-só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos. Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós." -( Mãos Unidas - Chico Xavier / Emmanuel )-
Não basta que os incrédulos vejam para que se convençam
V. — O que os incrédulos desejam ver, pedem e, na maioria das vezes, não se lhes fornece, são os fatos positivos. Se todos testemunhassem esses fatos, a dúvida não mais seria permitida. Como é que tanta gente, apesar de sua vontade, nada tem conseguido ver? Apresentam-lhes como motivo, dizem eles, a sua falta de fé; ao que respondem, e com razão: que não podem ter fé antecipada e que se lhes deve dar os meios para poderem crer.
A. K. -É simples a razão. Eles querem que os fatos obedeçam à sua ordem e a Espíritos não se pode dar ordens; é preciso esperar pela boa vontade deles. Não basta dizer: Mostrai-me tal fato e eu crerei; é necessário ter-se a vontade de perseverar, deixar que os fatos se produzam espontaneamente, sem pretender forçá-los ou dirigi-los; aquele que mais desejais será, talvez, precisamente o que não obtereis; virão, porém, outros, e o que quereis se apresentará, quando menos o esperardes. Aos olhos do observador atento e assíduo surgem eles inumeráveis, corroborando-se uns aos outros, mas quem acreditar que basta tocar a manivela, para fazer que a máquina ande, engana-se redondamente.
Que faz o naturalista quando quer estudar os hábitos de um animal? Mandá-lo-á fazer tal ou qual coisa, para com vagar observá-lo à sua vontade? Não; porque bem sabe que o animal não lhe obedecerá, mas espreita as manifestações espontâneas do instinto do animal; espera-as e colhe-as na passagem. O simples bom senso mostra que, com mais forte razão, deve proceder-se do mesmo modo com os Espíritos, que são inteligências muito mais independentes que as dos animais.
É erro crer que se exija fé antecipada de quem quer estudar; o que se exige é boa-fé, aliás, coisa diversa; ora, há céticos que negam até a evidência e aos quais os próprios prodígios não convenceriam. Quantos deles, depois de haverem visto, não persistem ainda em explicar os fatos a seu modo, dizendo que o que viram nada prova? Essas pessoas só servem para trazer perturbação ao seio das reuniões, sem que elas mesmas lucrem coisa alguma; por isso, deixamo-las à margem, por não querermos com elas perder nosso tempo. Muitos até ficariam incomodados, se se vissem forçados a crer, por terem de ferir seu amor-próprio com a confissão de se haverem enganado. Que se pode responder a quem não vê por toda parte senão ilusão e charlatanismo? Nada; é melhor deixá-los tranquilos e dizerem, tanto quanto quiserem, que nada viram, e, mesmo, que nada se pôde ou se quis mostrar-lhes. Ao lado desses céticos endurecidos estão os que querem ver a seu modo, que, tendo formado uma opinião, pretendem por ela explicar tudo; estes não compreendem que os fenômenos se possam dar contrariamente ao seu desejo; não sabem ou não querem colocar-se nas condições precisas para obtê-los. Quem de boa-fé deseja observar, deve, não digo crer sob palavra, mas abandonar toda ideia preconcebida e não querer comparar coisas incompatíveis; cumpre-lhe aguardar, seguir, observar com paciência infatigável; esta condição é também favorável aos que se tornam adeptos, pois que ela prova não haverem formado levianamente a sua convicção. Disponde vós de tal paciência? Não, e direis: por falta de tempo. Então não vos ocupeis, não faleis mais nisso, pois ninguém a tal vos obriga.
Estudo do Livro dos Espíritos
589. Algumas plantas, como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, executam movimentos que denotam grande sensibilidade e, em certos casos, uma espécie de vontade, conforme se observa na segunda, cujos lóbulos apanham a mosca que sobre ela pousa para sugá-la, parecendo que urde uma armadilha com o fim de capturar e matar aquele inseto. São dotadas essas plantas da faculdade de pensar? Têm vontade e formam uma classe intermediária entre a Natureza vegetal e a Natureza animal? Constituem a transição de uma para outra?
“Tudo em a Natureza é transição, por isso mesmo que uma coisa não se assemelha a outra e, no entanto, todas se prendem umas às outras. As plantas não pensam; por conseguinte carecem de vontade. Nem a ostra que se abre, nem os zoófitos pensam: têm apenas um instinto cego e natural.”
O organismo humano nos proporciona exemplo de movimentos análogos, sem participação da vontade, nas funções digestivas e circulatórias. O piloro se contrai, ao contacto de certos corpos, para lhes negar passagem. O mesmo provavelmente se dá na sensitiva, cujos movimentos de nenhum modo implicam a necessidade de percepção e, ainda menos, da vontade.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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