"Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim." -( Salmos, 30: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Somente ao Senhor seja toda a honra, toda e glória e benção. Nenhum mortal, ainda que o orgulho dome, nenhum é digno de dizer seu nome." -( São Francisco de Assis )-
Padre. — As evocações, entretanto, não são feitas segundo uma fórmula religiosa?
A. K. — Realmente, o sentimento religioso domina nas evocações e em nossas reuniões, mas não temos fórmula sacramental: para os Espíritos o pensamento é tudo e a forma é nada. Nós os chamamos em nome de Deus, porque cremos em Deus e sabemos que nada se faz neste mundo sem sua permissão, e, portanto, que eles não virão sem que Deus o permita; procedemos em nossos trabalhos com calma e recolhimento, porque essa é uma condição necessária para as observações, e, em segundo lugar, porque sabemos o respeito que se deve àqueles que não vivem mais sobre a Terra, qualquer que seja sua condição, feliz ou infeliz, no mundo espiritual; fazemos um apelo aos bons Espíritos, porque, conhecendo que há bons e maus, desejamos que estes últimos não venham tomar parte fraudulentamente nas comunicações que recebemos. Que prova tudo isto? Que não somos ateus, o que não quer dizer que sejamos professos de religião reformada.
Padre. — Pois bem! Que dizem os Espíritos superiores a respeito da religião? Os bons nos devem aconselhar e guiar. Suponhamos que eu não tenha religião alguma e queira escolher uma; se eu lhes pedir para aconselharem-me se devo ser católico, protestante, anglicano, quáquer, judeu, maometano ou mórmon, qual será a resposta deles?
A. K. — Há dois pontos a considerar nas religiões: os princípios gerais, comuns a todas, e os princípios particulares de cada uma delas. Os primeiros são os de que falamos há pouco; estes são proclamados por todos os Espíritos, qualquer que seja a sua classe. Quanto aos segundos, os Espíritos vulgares, sem ser maus, podem ter preferências, opiniões; podem preconizar esta ou aquela forma, animar certas práticas, seja por convicção pessoal, seja porque conservaram as ideias da vida terrena, seja por prudência, para não assustar as consciências timoratas.
Acreditais, por exemplo, que um Espírito esclarecido, fosse mesmo Fénelon, dirigindo-se a um muçulmano, irá inabilmente dizer-lhe que Maomé é um impostor, e que ele será condenado se não se fizer cristão? Não o fará, porque seria repelido. Em geral, os Espíritos superiores, se a isso não são solicitados por alguma consideração especial, não se preocupam com essas questões de minúcia, eles se limitam a dizer: Deus é bom e justo; não quer senão o bem; a melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que é conforme à bondade e Justiça de Deus; que dá de Deus a maior e a mais sublime ideia e não o rebaixa emprestando-lhe as fraquezas e as paixões da humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a amarem-se todos como irmãos; que condena todo mal feito ao próximo; que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja; que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da natureza, porque Deus não se pode contradizer; aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, caridade e moralidade; aquela que procura melhor combater o egoísmo e lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, finalmente, em nome da qual se comete menos mal, porque uma boa religião não pode servir de pretexto a nenhum mal; ela não lhe deve deixar porta alguma aberta, nem diretamente, nem por interpretação. Vede, julgai e escolhei.
Estudo do Livro dos Espíritos
606. Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?
“Do elemento inteligente universal.”
a) — Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais?
“Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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