"Assim, eles não serão mais dois, mas uma só carne". -( São Mateus, 19: 6a )-
Amados irmãos, bom dia!
Hoje, com grande alegria, vamos meditar sobre como é possível, mesmo vivendo num planeta de expiação e provas, alcançarmos a felicidade, uma vez que para isso nos criou o Senhor. Pedi a um grande amigo, a quem admiro pela postura íntegra em que desempenha seu papel na sociedade e que, a meu ver vive um casamento fundamentado nos mais nobres princípios, fato esse que possibilita seja um exemplo de casal, que nos ajudasse a compreender as razões pelas quais isso era possível. Eis então a resposta:
O casamento e
alguns de seus fundamentos
Este texto, que traz algumas
reflexões sobre o casamento, tem uma origem interessante. Um dos editores do Palavra
Fraterna, e meu grande amigo, que o solicitou, pediu-me que eu redigisse
algo tendo como base o meu próprio casamento que, em sua perspectiva (e
concordo com ele) funda-se em um relacionamento saudável, harmônico e,
consequentemente, feliz. Para a surpresa de ambos, o pedido aconteceu no exato
dia em que eu e a minha esposa comemorávamos dez anos da ocasião em que nos
conhecemos. Ainda estupefato pela incrível coincidência, atendo aqui ao convite
com muita alegria.
O casamento tal como o conhecemos
na sociedade ocidental contemporânea aparenta, à primeira vista, ser uma
instituição fadada ao fracasso. Um breve exercício de observação direcionado ao nosso entorno e aos nossos
próprios círculos familiares, parece atestar a veracidade desta impressão. Não
seria arriscado afirmar que, em verdade, a minoria dos relacionamentos
alicerçados no casamento é, de fato, pautada pela harmonia. Explicar o fenômeno
não seria, pois, tarefa singela. Passaria por considerações culturais,
sociológicas e até mesmo históricas, pois, afinal, os seres humanos se
relacionam de maneiras muito diferentes em lugares e épocas distintos. A
maioria dos leitores se surpreenderia ao travar contato com as variações já
experimentadas no passado ou mesmo com aquelas ainda vigentes em sociedades
mais “exóticas” ao nosso olhar. O que se pode afirmar com alguma segurança é
que o casamento ao qual estamos habituados atende, por via de regra, a
propósitos externos ao relacionamento do casal. Talvez aí resida o cerne da
falência de muitos enlaces. Pessoas se casam por muitas razões. Algumas
concretizam uma fantasia introjetada e alimentada desde mais tenra infância. O
vestido branco da noiva, o caminhar até o altar da igreja, a troca de alianças,
a chancela do sacerdote, a festa grandiosa e a lua de mel são geralmente
entendidos como o momento apoteótico, como a maior realização que se pode concretizar
em toda uma vida. Além disso, há ainda aqueles que se casam almejando
benefícios financeiros e status social; há quem sucumba às pressões familiares
e sociais e há, sobretudo, quem acredite que o casamento seja a única fórmula
da felicidade. Surpreendi-me profundamente certa vez ao descobrir que algumas
noivas agendam seus casamentos nas igrejas mais vistosas e “badaladas” (que
naturalmente requerem muita antecedência), sem ao menos ter um noivo com quem
se casar. Para essas, o casamento formal importa mais do que o real. A
cerimônia é, dessa maneira, vista como mais importante do que o próprio futuro
marido que, nestes casos, torna-se um mero acessório.
A minha experiência e o meu
entendimento são, em grande medida, algo como o inverso do exposto há pouco. A
meu ver, o casamento deve ser o desdobramento natural de um relacionamento que
já tenha dado certo. Quando me casei com minha esposa, já tinha certeza que
éramos um casal feliz e que seríamos ainda mais felizes. Visto dessa forma, o
casamento deixa de ser o ponto de partida de um relacionamento e passa a ser a
sua consolidação. Não quero dizer com isso que não haja desafios a serem
superados com o casamento, longe disso. A decisão imprime uma mudança radical
nas vidas dos envolvidos. Disso surgem, naturalmente, eventuais atritos e
divergências, os quais podem ser superados mais facilmente quando o casal já
possui um relacionamento sólido. A solidez a que me refiro sustenta-se,
fundamentalmente, na prática diária de alguns princípios. Em meu entendimento,
os princípios essenciais seriam os seguintes. Em primeiro lugar, elenco a afinidade.
Sem afinidades básicas, isto é, sem alguns gostos e hábitos em comum, um casal
não encontra um espaço propício à convivência e à fruição. O segundo seria a admiração
recíproca, elemento básico do amor defendido pelo filósofo ateniense Sócrates
desde a Antiguidade. Pessoas que não se admiram não se amam. O oposto da
admiração é o desprezo. Portanto, aqueles que se desprezam se odeiam, vale
lembrar. Outro elemento fundamental é, a meu ver, a tolerância. Ser
tolerante, como nos ensinou Jean Jacques Rousseau, é algo mais do que
tolerar o diferente, mas estimá-lo a despeito da diferença. Este é, a
propósito, um elemento fundamental para a generalidade dos relacionamentos humanos,
visto que somos todos fatalmente diferentes. Eu, particularmente, sou muito
diferente da minha esposa em incontáveis aspectos. Todavia, os possíveis
desentendimentos decorrentes dessa realidade incontornável aponta para o
próximo princípio. Refiro-me ao perdão, ou, para ser mais preciso, à
capacidade de pedir perdão, pois, usualmente, os desentendimentos surgem de uma
das partes. Quando pedimos perdão por causa de uma malfeitoria, cortamos o mal
do desentendimento pela raiz. Cumpre destacar, igualmente, o exercício da lealdade,
que inclui a fidelidade, mas não se restringe a ela. É preciso que esposo e
esposa sejam leais a tudo o que seja acordado, tais como objetivos, práticas
diárias e divisão de tarefas. Outros princípios essenciais são a empatia,
que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, e a gentileza, que
torna as nossas vidas mais doces. Por fim, gostaria de deixar claro para o
leitor (caso este ainda não tenha notado), que os princípios que acabei de
elencar são análogos à concepção de amizade, palavra cuja etimologia remete
no princípio fundamental de todos os relacionamentos humanos (sejam românticos
ou não), que é o amor. Esposo e esposa precisam necessariamente ser
amigos, muito amigos. É claro, que todo bolo tem a sua cereja, não é mesmo? No
caso das relações românticas, a referida cereja é nada menos do que a química
que precisa haver entre o casal enamorado. Esse último é, no entanto, um
elemento a ser discutido privadamente entre os “pombinhos”, claro!
Saudações do autor anônimo!
Que tenhamos a coragem de construir nossa felicidade, alicerçadas no amor do Pai.
A graça e a paz sejam conosco!
Saudações do autor anônimo!
Que tenhamos a coragem de construir nossa felicidade, alicerçadas no amor do Pai.
A graça e a paz sejam conosco!
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