..."que a vossa mão mão esquerda não saiba o que dá a vossa mão direita". - ( São Mateus. 6:3 ) -
Amados irmãos, bom dia!
Não há fé sem obras e na caridade ela melhor se manifesta; o egoísmo e a inveja são os maiores obstáculos a essa graça. Que o amor do nosso Pai nos liberte deles para que possamos, verdadeiramente, vivenciarmos essa benção.
Os infortúnios ocultos
"Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta, e se veem generosos impulsos para reparar os desastres, mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares que passam despercebidos, as pessoas que jazem sobre um catre sem se lamentarem. São a esses infortúnios discretos e ocultos que a verdadeira generosidade sabe ir descobrir, sem esperar que eles venham pedir assistência".
O óbulo da viúva
"Jesus estando sentado defronte da caixa de esmolas, considerava de que maneira o povo nela atirava o dinheiro, e que várias pessoas ricas tinham colocado muito. - Veio também uma pobre viúva, que nela colocou somente duas pequenas moedas, do valor de um quarto de vintém. - Então Jesus tendo chamado seus discípulos, lhes disse: Eu vos digo em verdade, esta pobre viúva deu mais do que todos aqueles que colocaram na caixa de esmola; - porque todos os outros deram de sua abundância, mas esta deu de sua indigência, tudo mesmo o que tinha e tudo o que lhe restava para viver. ( São Marcos, 12: 41-44; São Lucas, 21: 1-4 )
Muitas pessoas lamentam não poderem fazer tanto bem quanto o gostariam, por falta de recursos suficientes, e, se desejam a fortuna, é, dizem elas, para dela fazerem um bom uso. A intenção é louvável, sem dúvida, e pode ser muito sincera em alguns; mas é bem certo que seja em todos completamente desinteressada? Não há delas que, desejando mesmo fazer o bem aos outros, estariam bem contentes em começar por o fazer a si mesmas, de se darem algumas alegrias a mais, de se proporcionarem um pouco do supérfluo que lhes falta, sob a condição de darem o resto aos pobres? Essa segunda intenção, dissimulada talvez, mas que encontrariam no fundo do seu coração se quisessem nele rebuscar, anula o mérito da intenção, porque a verdadeira caridade pensa nos outros antes de pensar em si. O sublime da caridade, nesse caso, seria procurar, no seu próprio trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos que faltam para realizar suas intenções generosas; aí estaria o sacrifício mais agradável ao Senhor. Infelizmente, a maioria sonha com meios mais fáceis de se enriquecer, de repente e sem trabalho, correndo atrás de quimeras como descobertas de tesouros, uma chance incerta favorável, a recuperação de heranças inesperadas, etc.
Aqueles cuja intenção é pura de toda ideia pessoal, devem se consolar de sua impossibilidade em fazer tanto bem quanto gostariam, pelo pensamento de que o óbulo do pobre, que dá se privando, pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico, que dá sem se privar de nada. A satisfação seria grande, sem dúvida, em poder largamente socorrer a indigência; mas se ela é negada, é preciso se submeter e se limitar a fazer o que se pode. Aliás, não é senão com o ouro que se podem secar as lágrimas, e é preciso ficar inativo por não o possuir? Aquele que quer sinceramente se tornar útil aos seus irmãos para isso encontra mil ocasiões; que as procure e as encontrará; se não for de uma maneira, será de outra, porque não há ninguém, tendo o livre gozo de suas faculdades, que não possa prestar um serviço qualquer, dar uma consolação, abrandar um sofrimento físico ou moral, fazer uma tentativa útil; à falta de dinheiro, cada um não tem seu trabalho, seu tempo, seu repouso, dos quais pode dar uma parte? Aí também está o óbulo do pobre, a moeda da viúva." -( O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 13 )-
Que aprendamos a transbordar em nós mesmos.
A graça e a paz sejam conosco!
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