"Depõe no Senhor os teus cuidados porque ele será o teu sustentáculo, não permitirá jamais que vacile o justo". -( Salmos, 54: 23 )-
Amados irmãos, bom dia!
Muitas vezes nos perguntamos a razão pela qual crianças desencarnam. O que pode parecer uma injustiça ou uma causa que nos é até controversa, tem sua explicação na justiça perfeita do Senhor. Hoje vamos estudar e compreender esse tema à luz da sabedoria celeste. Sendo o Senhor justo e perfeito não poderia nos deixar sem compreender esse tema.
Causas espirituais da morte na infância
“É comum, no nosso planeta, a morte na infância, mesmo no que
se refere às comunidades que desfrutam de melhor qualidade de vida. A curta
duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o
complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que
devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação
para os pais. O esclarecimento e o consolo oferecidos pelo Espiritismo tornam
mais leve a tristeza que representa, em especial, a morte na infância. Se [...]
há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais,
pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo
como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que
são o amparo da família. Analisando esta questão de perto, Allan Kardec assim
se expressa: Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da
vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia
pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a
negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a
hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte
irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra.
Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem,
neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma
recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o
bem, nem o mal? Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem
uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se
admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito
precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser
anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro
lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez,
se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente
vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em
que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus. O Espírito Sanson,
ex-membro da Sociedade Espírita de Paris, em mensagem datada de 1863,
esclarece, pondera e aconselha: Quando a morte ceifa nas vossas famílias,
arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer:
Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e
conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que
são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma
mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria. Humanos, é
nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para
compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia
previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis
de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se
aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim
inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se
perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre
a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se
tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último
plano. Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses
vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações
de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Frequentemente,
a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e
que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe
acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos
anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra. É
uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de
esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera
podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz
de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao
vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada
de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe
preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais
vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos
bem-aventurados? Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus
retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes
que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele
que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém,
sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo.
Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito
perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a
lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas
dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma
revolta contra a vontade de Deus. Vós, que compreendeis a vida espiritual,
escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se
pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que
secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que
o soberano Senhor prometeu.
Por outro lado, reflitamos com Kardec: se [...] uma única
existência tivesse o homem e se, extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse
decidida para a eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da
que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que
direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê
submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à
justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. O futuro a
todos toca sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só
de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que o homem tenha o merecimento de
seus atos, como tem deles a responsabilidade”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
Que a graça e a paz sejam conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário