"... sede pois cheios de misericórdia, como vosso Deus é cheio de misericórdia". -(São Lucas, 6:36 )-
Caros irmãos, bom dia!
Que nosso Irmão Maior, possa nos iluminar, dando o entendimento e a prática de suas palavras, nos levando sempre a ser melhores a cada dia.
Se alguém vos bate na face direita apresentai-lhe também a outra
"Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar o ponto de honra, dão essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir injúria por injúria, insulto por insulto, o que parece a justiça para aquele cujo senso moral não se eleva acima das paixões terrestres; por isso, a lei mosaica dizia olho por olho, dente por dente, lei em harmonia com o tempo em que vivia Moisés. Cristo veio e disse: retribuí o mal com o bem. E disse mais: "Não resistais ao mal que se vos queiram fazer; se alguém vos bater sobre uma face, apresentai-lhe a outra." Ao orgulhoso esta máxima parece uma covardia, porque não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em se vingar, e isso sempre por essa causa que faz com que a sua visão não se transporte além do presente. Entretanto, é preciso tomar esta máxima ao pé da letra? Não mais que aquela que diz para arrancar o olho, se ele for motivo de escândalo; acentuada em todas as suas consequências, seria condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar o campo livre aos maus, lhes dissipando todo o medo; se não se opusesse um freio às suas agressões, logo todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei natural, diz que não é preciso estender benevolentemente o pescoço ao assassino. Por essas palavras, portanto, Jesus não interditou a defesa, mas condenou a vingança. Em dizendo para apresentar uma face quando a outra foi batida, é dizer, sob outra forma, que não preciso retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a rebaixar-lhe o orgulho; que é mais glorioso para si ser ferido do que ferir, suportar pacientemente uma injustiça, do que ele próprio cometer uma; que vale mais ser enganado do que enganador, ser arruinado do que arruinar os outros. Isto é, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não é outra coisa senão uma manifestação do orgulho. Só a fé na vida futura e na justiça de Deus, que não deixa jamais o mal impune, pode dar a força de suportar pacientemente os golpes dirigidos contra os nossos interesses e o nosso amor-próprio; por isso, dizemos incessantemente: Dirigi vossos olhares para a frente; quanto mais vos eleveis pelo pensamento, acima da vida material, menos sereis magoados pelas coisas da Terra.
Que a coragem de amar seja a nossa força.
A graça e a paz sejam conosco!