quinta-feira, 23 de abril de 2015

Não vim trazer a paz, mas a divisão I

 
 
"Assim quem dentre vós não renunciar a tudo que tem, não pode ser meu discípulo". - (São Lucas. 14:33 ) -
 
 
Bom dia! Que o nosso Irmão Maior, possa estar conosco, nos induzindo ao entendimento e à prática de seus ensinamentos.
Que Sua Luz seja conosco.



 
 
Não vim trazer a paz, mas a divisão I
 
 
"Foi Jesus, a personificação da doçura e da bondade, ele que não cessou de pregar o amor ao próximo, quem pode dizer: "Eu não vim trazer a paz, mas a espada; eu vim separar o filho do pai, o esposo  da esposa; eu vim lançar o  fogo sobre a Terra e tenho pressa que ele se acenda? Essas palavras não estão em contradição flagrante com  o seu ensinamento? Não há blasfêmia em lhe atribuir a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não , não há nem blasfêmia, nem contradição nessas palavras, porque foi ele mesmo quem as pronunciou e elas testemunham a sua alta sabedoria; somente a forma, um pouco equívoca, não exprime exatamente  o seu pensamento, o que fez com que se desprezasse seu sentido verdadeiro: tomadas ao pé da letra,  tenderiam a transformar a sua missão, toda pacífica, numa missão de perturbações e de discórdias, consequência absurda que o bom senso faz afastar, porque Jesus não poderia se contra dizer.
 
Toda ideia nova encontra forçosamente oposição e não há uma única que tenha estabelecido sem lutas; ora em semelhante caso, a resistência está sempre em razão da importância dos resultados previstos, porque quanto maior, mais fere interesses... A medida da importância e dos resultados de uma ideia nova se encontra, assim, na emoção que causa em seu aparecimento, na violência da oposição que levanta e no grau e persistência da cólera dos seus adversários.
 
Jesus vinha proclamar uma doutrina que solapava pelas bases os abusos nos quais viviam os Fariseus, os Escribas e os Sacerdotes do seu tempo; assim o fizeram morrer, crendo matar a ideia matando o homem; mas a ideia sobreviveu, porque era verdadeira; cresceu porque estava nos desígnios de Deus e saída de um obscuro burgo da Judéia, foi plantar sua bandeira na  própria capital do mundo pagão, ( Roma ),  em frente dos seus inimigos mais obstinados, daqueles que tinham maior interesse em combate-la, porque ela derrubava as crenças seculares que muitos tinham bem mais por interesse do que por convicção.
 
Há a observar-se que o Cristianismo chegou quando o paganismo estava em seu declínio e se debatia contra as luzes da razão. Era praticado ainda quanto à forma, mas a crença tinha desaparecido, só o interesse pessoal o sustentava.
 
Infelizmente os adeptos da nova doutrina não se entenderam sobre a interpretação das palavras do Mestre, a maior parte veladas sob alegoria e a figura. Daí nasceram, desde o início, as seitas numerosas que pretendiam, todas, terem a verdade exclusiva e que dezoito séculos ( e até o momento atual ), não puderam por de acordo. Esquecendo o mais importante dos divinos preceitos, aquele do qual Jesus havia feito a pedra angular de seu edifício e a condição expressa de salvação: a caridade, a fraternidade e o amor ao próximo, essas seitas trocavam anátemas e se arrojaram umas sobres as outras, as mais fortes esmagando  as mais fracas, abafando-as no sangue, na tortura e nas chamas das fogueiras. Os cristãos vencedores do Paganismo, de perseguidos se fizeram perseguidores; foi com o ferro e o fogo que plantaram a cruz do cordeiro sem mácula, nos dois mundos. É um fato constatado que as guerras religiosas foram as mais cruéis e fizeram mais vítimas do que as guerras políticas e que em nenhuma se cometeram mais atos de atrocidades e de barbárie". ( O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 23, baseado em São Lucas, 12:49 a 53 ).   

 
Nota: Os dois parênteses incluídos no texto foi de nossa responsabilidade.
 
 
Esta reflexão, serve como base para  no século XXI, quando muitos de nossos irmãos em Humanidade, utilizam as palavras do Cristo, para se degladiarem em busca das coisas que o mundo material oferece e para imporem a sua verdade. Oremos por eles, rogando ao Pai, que eles ainda tenham tempo de entender que todos nós só deveremos estar preocupados com a prática da caridade; que se resume nas palavras Dele: "Amar o próximo como Eu vos amei".

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