sábado, 6 de agosto de 2016

A missão de Paulo


"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos do refrigério, pela presença do Senhor." -( Atos, 3: 19 )-



Amados irmãos, bom dia!
É chegado o tempo em que devemos nos interrogar quanto ao nosso comportamento frente aos ensinamentos obtidos. Muitos se julgam infelizes por não conseguirem  viver os tempos de refrigério prometidos pela presença do Senhor, mas, não observam o desleixo na prática dos mesmos. Somente a prática da verdadeira fé e a reforma íntima poderão nos levar a desfrutar as alegrias do coração onde habita o Senhor.








“Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos. Tão logo se verificou o egresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do Judaísmo, e quase todos os núcleos organizados, da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo. É então que Jesus resolve chamar o Espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério. Essa deliberação foi um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo. As ações e as epístolas de Paulo tornam-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. De cidade em cidade, de igreja em igreja, o convertido de Damasco, com o seu enorme prestígio, fala do Mestre, inflamando os corações. A princípio, estabelece entre ele e os demais apóstolos uma penosa situação de incompreensibilidade, mas sua influência providencial teve por fim evitar uma aristocracia injustificável dentro da comunidade cristã, nos seus tempos inesquecíveis de simplicidade e pureza. Concluindo o seu período em Damasco, em que recebeu o auxílio de Ananias e conheceu a mensagem de Jesus, Saulo parte para o deserto, vivendo no oásis de Palmira como humilde tecelão de tendas. Nessa localidade, prossegue no seu aprendizado, tendo oportunidade de vir a conhecer o idoso Esequias, irmão de Gamaliel, cristão valoroso, assim como o casal Prisca (Priscila) e Áquila, judeus também convertidos ao Cristianismo. (Veja, a propósito, maiores informações sobre esse período da vida de Saulo, no livro de Emmanuel, Paulo e Estêvão, segunda parte, capítulos 1 e 2). Retornando a Jerusalém, após estágio no deserto, os cristãos fugiam dele, temerosos. Por influência de Barnabé, Saulo foi conduzido aos apóstolos que, após ouvirem o relato dos acontecimentos na estrada de Damasco, passaram a aceitá-lo como discípulo. Sendo, porém, ameaçado de morte por alguns judeus, os apóstolos levaram-no a Cesareia e, depois, a Tarso (Atos dos Apóstolos, 9: 2-30).

Os cristãos que se dispersaram após a morte de Estêvão, em consequência da perseguição de Saulo, espalharam-se pela Fenícia, Chipre e Antioquia, pregando, nessas localidades, os ensinamentos de Jesus. A notícia desta pregação, porém, se espalhou, chegando aos ouvidos de Barnabé, que se encontrava em Jerusalém. Entusiasmado, este apóstolo partiu para Tarso em busca de Paulo e, durante um ano, pregaram juntos o Evangelho na igreja recém-criada de Antioquia, para judeus e gentios. Foi em Antioquia, que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados de “cristãos” (Atos dos Apóstolos, 11: 25-26) A palavra cristão significa “[...] partidários ou sectários do Cristo (gr. Khristós, forma popular de Chrestós). Ao criarem esta alcunha, os gentios de Antioquia tomaram o título de ‘Cristo’ (Ungido, Messias) por um nome próprio”. A missão de Paulo não foi fácil. Sofreu toda sorte de atribulações. No entanto, a partir da sua conversão na estrada de Damasco, por volta do ano 36 da nossa Era, [...] ele vai consagrar toda a sua vida ao serviço de Cristo que o “conquistou” (Filipenses, 3:12). Depois de uma temporada na Arábia e do regresso a Damasco (Gálatas, 1:17), onde ele já prega (Atos dos Apóstolos, 9:20), sobe a Jerusalém pelo ano 39 (Gálatas, 1:18; Atos dos Apóstolos, 9: 30), de onde é reconduzido a Antioquia por Barnabé, com o qual ensina (Atos dos Apóstolos, 9:26-27 e 11: 25-26).


A missão de Paulo pode ser resumida em três palavras: fé, esperança e caridade. “Agora, portanto, permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade” (I Coríntios, 13:13). A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as realidades que não se veem. E para demonstrá-lo, discorreu longamente sobre todas as coisas maravilhosas que os hebreus haviam aceitado, no passado, pelo puro e singular testemunho da fé. Ancorava-se a fé na retidão do homem, pois o justo vive pela sua fé, sustentando-se nela, confiante nela. Não, contudo uma fé passiva, de braços cruzados, nem uma fé apoiada simplesmente nos velhos preceitos da lei de Moisés. A fé precisava ser ativa, construtiva, fraterna, atuante, fortalecida na esperança, dinamizada na caridade. A esperança, em Paulo, está intimamente ligada à fé “[...] que, por sua vez, vem do testemunho daqueles que viram e falaram com um ser oficialmente morto.” A ressurreição do Cristo é o seu argumento decisivo em relação à esperança. Na estrada de Damasco, ele viu o Cristo vivo e recoberto de luz, depois de estar oficialmente morto há vários anos. Dessa forma, para Paulo, a descoberta mais retumbante foi que o ser não morre para sempre; que existe a grandeza da imortalidade, a existência de outro corpo leve e luminoso que permite a sobrevivência do Espírito; de que há um reino de glórias e alegrias à espera de cada um de nós; de que é preciso aceitar a leve tribulação do momento que passa, como Ele afirmava, em troca de um enorme caudal de glória eterna. A fé e esperança, porém, embora pessoais, e, muitas vezes, incomunicáveis, intransferíveis por simples tradição, não seriam conquistas inativas, estáticas e infrutíferas. Na dinâmica do amor, convertido em caridade, elas poderiam expandir-se, acendendo em outros corações o fogo sagrado. Da esperança primeiro, para, só mais tarde, chegar à terceira irmã: a fé, como um retorno sobre si mesma. [...] A fé e o amor devem contemplar o futuro com o olhar da confiança e, portanto, da esperança. A fé, unida à esperança, pode ser apenas egoísmo. A esperança e o amor podem não ser suficientes para construir a fé e, nesse caso, a felicidade seria apenas uma hipótese. É preciso as três, como acentuou Paulo, e todos aspirassem às três, mas a maior delas é o amor... Fica claro, assim, porque um dos mais belos textos de sua autoria é o capítulo 13, da primeira epístola aos coríntios, que versa sobre a caridade e o amor. Assim como o capítulo 11, epístola aos hebreus, que trata da fé. Não nos esqueçamos, contudo, de que, balanceado as duas, em sua mente privilegiada, ele conclui que o amor ainda é mais importante do que a própria fé, especialmente a dinâmica do amor que se expressa na caridade, no serviço ao próximo, a tônica do pensamento de Jesus. A fé foi, sem dúvida, o instrumento que garantiu a Paulo a força moral para vencer as vicissitudes da vida. Todavia, soube compreender que somente o amor faz o homem elevar-se aos píncaros da felicidade verdadeira. [...] Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença em particular. Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos






186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito? 

“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.” 

a) — Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e a de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada; não? 

“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

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