terça-feira, 2 de agosto de 2016

Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo


"E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." -( Atos, 2: 21 )-



Amados irmãos, bom dia!
Isso foi a promessa que nos fez nosso Mestre Jesus, portanto, se ao invocarmos o seu Santo Nome crermos que Ele nos atendeu, cabe também compreender que o seu auxílio nem sempre é o que desejamos como solução. Ele sabe o que é o melhor para nós e se não nos dá, segundo nosso desejo, é devido ao fato de que está nos livrando de algo que estamos pedindo sem saber as consequências. Descansai das preocupações e esperai no Senhor. Mesmo que ainda não compreendamos, Ele está agindo e o que sucederá sempre é o melhor para nós.







“Após a crucificação de Jesus numerosos judeus se converteram ao Cristianismo. Os sacerdotes e membros do Sinédrio, entretanto, temiam que a propagação dos preceitos cristãos provocasse desestabilização no Judaísmo. Sendo assim, iniciou-se um movimento de perseguição aos cristãos, a princípio realizado portas adentro das sinagogas, posteriormente em público, nas ruas e no interior das residências, durante as festividades corriqueiramente, ou nas atividades diárias. Vieram então alguns da sinagoga chamada dos Libertos, dos Cirineus e Alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e puseram-se a discutir com Estêvão. Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito que o levavam a falar. Pelo que subornaram homens que atestassem: “Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus”. Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso, arrebataram-no e levaram-no à presença do Sinédrio. Lá apresentaram falsas testemunhas que depuseram: “Esse homem não cessa de falar contra o Lugar Santo e contra a Lei. Ouvimo-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este lugar e modificaria as tradições que Moisés nos legou”. Ora, todos os membros do Sinédrio estavam com os olhos fixos nele, e viram-lhe o rosto semelhante ao de um anjo. Essa farsa montada contra Estêvão, foi apoiada por Saulo de Tarso. O apóstolo dos gentios aparece no cenário da história cristã como o principal elemento do julgamento, condenação e morte, por apedrejamento, de Estêvão, considerado o primeiro mártir do Cristianismo. Esses fatos aconteceram no ano 35 de nossa Era. O jovem Saulo apresentava toda a vivacidade de um homem solteiro, bordejando os seus trinta anos. Na fisionomia cheia de virilidade e máscula beleza, os traços israelitas fixavam-se particularmente nos olhos profundos e percucientes, próprios dos temperamentos apaixonados e indomáveis, ricos de agudeza e resolução. Trajando a túnica do patriciato, falava de preferência o grego, a que se afeiçoara na cidade natal, ao convívio dos mestres bem-amados, trabalhados pelas escolas de Atenas e Alexandria. Chegando a Jerusalém, vindo de Damasco, Saulo se encontra com o amigo Sadoque que lhe fornece informações a respeito de Estêvão e o efeito que este provocava nas pessoas. Cheio de zelo religioso, interpreta equivocadamente as preleções de Estêvão, considerando-o blasfemador. Influenciando o espírito de Saulo, acrescenta: — Não me conformo em ver os nossos princípios aviltados e proponho-me a cooperar contigo [...], para estabelecermos a imprescindível repressão a tais atividades. Com as tuas prerrogativas de futuro rabino, em destaque no Templo, poderás encabeçar uma ação decisiva contra esses mistificadores e falsos taumaturgos.

Tempos depois, num sábado, Saulo e Sadoque se dirigem até a humilde igreja de Jerusalém para ouvirem a pregação de Estêvão. Os apóstolos “Tiago [Maior], Pedro e João surpreenderam-se com a presença do jovem doutor da Lei, que se popularizara na cidade pela sua oratória veemente e pelo acurado conhecimento das Escrituras”. A despeito de ter ficado impressionado com a pregação de Estêvão, Saulo interpela o expositor, por meio de ríspida conversa, na tentativa de desacreditá-lo perante a assembleia. Estêvão, porém, manteve-se sereno, respondendo com gentileza e firmeza os apartes do doutor da Lei. Desse momento em diante destacam-se, nas sinagogas, os debates religiosos entre Saulo, o orgulhoso fariseu, e Estêvão, o humilde e iluminado cristão. Gamaliel, o generoso e brilhante rabino, orientador de Saulo, sempre presente aos debates, contribuía com palavras ponderadas, buscando acalmar os ânimos. Incorformado com as serenas proposições de Estêvão, Saulo perturbou-se, e, deixando levar-se pelo orgulho, denunciou Estêvão ao Sinédrio, onde montou um ardiloso esquema de condenação com apoio de amigos. Durante o julgamento, a defesa de Estêvão no Sinédrio foi brilhante, revelando a grandeza do seu Espírito. Teve oportunidade também de demonstrar o domínio que possuía das Escrituras, discursando com serenidade e segurança (Atos dos Apóstolos, 7:11-54). Foi, entretanto, implacavelmente julgado e condenado à morte por apedrejamento, homicídio aprovado por Saulo (Atos dos Apóstolos, 7:55-60). Mesmo sendo acusado de blasfemador, caluniador e feiticeiro Estêvão manteve-se firme até o final, quando entregou sua alma a Deus. Nessa hora suprema, recordava os mínimos laços de fé que o prendiam a uma vida mais alta. Lembrou de todas as orações prediletas da infância. Fazia o possível por fixar na retina o quadro da morte do pai supliciado e incompreendido. Intimamente, repetia o Salmo 23 de Davi, qual fazia junto da irmã, nas situações que pareciam insuperáveis. “O Senhor é meu pastor. Nada me faltará...” As expressões dos Escritos Sagrados, como as promessas do Cristo no Evangelho, estavam-lhe no âmago do coração. O corpo quebrantava-se no tormento, mas o Espírito estava tranquilo e esperançoso. Antes de emitir o último suspiro, Estêvão perdoa Saulo e os demais perseguidores, adentrando vitorioso no mundo espiritual. Para o futuro Apóstolo dos Gentios, entretanto, iniciava-se a sua via crucis, marcada por uma dor extrema: acabara de perseguir, condenar e aprovar a matança do irmão de Abigail, o seu amor adorado. Compreendeu, assim, que os seus sonhos conjugais e familiares estavam definitivamente comprometidos.” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos






182. É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos? 

“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria.” 

À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos. Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação. A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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