"Não useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade." -( Paulo aos Gálatas, 5: 13 )-
Amados irmãos, bom dia!
A liberdade é a maior prova da esperança que nosso Pai Celestial tem em nós. Ele espera que a usemos para o bem e à elevação de todos. Quão raros são os que a sabem usar assim. Sejamos vigilantes quanto a essa questão, pois, as escolhas que fazemos hoje serão nossa colheita no porvir.
“Estêvão era um judeu
helenista, nascido na cidade de Corinto, província de Acaia, dominada pelos
romanos. A cidade, reedificada por Júlio César, era a mais bela joia da velha Acaia,
servindo de capital à formosa província. Não se podia encontrar, na sua
intimidade, o espírito helênico em sua pureza antiga, mesmo porque, depois de
um século de lamentável abandono [...], restaurando-a, o grande imperador
transformara Corinto em colônia importante de romanos, para onde ocorrera
grande número de libertos ansiosos de trabalho remunerador, ou proprietários de
promissoras fortunas. A estes, associara-se vasta corrente de israelitas e
considerável percentagem de filhos de outras raças que ali se aglomeravam,
transformando a cidade em núcleo de convergência de todos os aventureiros do
Oriente e do Ocidente.
Descendente da tribo de
Issacar, Estêvão se revelou, desde jovem, destacado estudioso das escrituras,
apreciando, em especial, os ensinamentos de Isaías que anunciavam a promessa da
vinda do Messias. A sua vida foi marcada por grandes sacrifícios e renúncias,
sobretudo quando se converteu ao Cristianismo. A partir deste momento, Jeziel
rompe definitivamente com as tradições do Judaísmo, adotando o pseudônimo de
Estêvão, o primeiro mártir do movimento cristão. Possuidor de personalidade
envolvente, Estêvão “cheio de graça e de força, operava grandes prodígios e
sinais entre o povo” (Atos dos Apóstolos, 6:8).
No ano de 34 d. C., os habitantes
de Corinto sofreram dolorosa perseguição do Procônsul romano, Licínio Minúcio,
que, [...] cercado de grande número de agentes políticos e militares e
estabelecendo o terror entre todas as classes, com seus processos infamantes.
[...] Numerosas famílias de origem judaíca foram escolhidas como vítimas preferenciais
da nefanda extorsão. A família de Estêvão se resumia ao pai Jochedeb e a irmã
Abigail — que futuramente seria noiva de Paulo de Tarso —, uma vez que a sua
mãe era falecida. Essa família foi diretamente atingida pela perseguição do
preposto de César, quando o idoso Jochedeb foi covardemente assassinado,
Estêvão foi feito prisioneiro e atirado ao trabalho forçado nas galeras (galés)
romanas. Abigail fugiu para Jerusalém sob a proteção de uma família judia,
Zacarias e Ruth, também vítima de perseguição, que teve os filhos mortos. Esse
casal adotou a jovem irmã de Jeziel como uma filha querida. Estêvão, ou Jeziel,
enfrentou com coragem e grande fortaleza moral as provações que a vida lhe
reservara. Nas galés romanas o valoroso seguidor do Cristo foi submetido às
mais ásperas privações, mas, estoicamente, tudo suportou, jamais perdendo a fé
em Deus. Voltando de Cefalônia, a galera recebeu um passageiro ilustre. Era o
jovem romano Sérgio Paulo, que se dirigia para a cidade de Citium, em comissão
de natureza política. [...] Dada a importância do seu nome e o caráter oficial
da missão a ele cometida, o comandante Sérvio Carbo lhe reservou as melhores
acomodações. Sérgio Paulo, entretanto [...] adoeceu com febre alta,
abrindo-se-lhe o corpo em chagas purulentas. [...] O médico de bordo não
conseguiu explicar a enfermidade e os amigos do enfermo começaram a retrair-se
com indisfarçável escrúpulo. Ao fim de três dias, o jovem romano achava-se
quase abondonado. O comandante, preocupado por sua vez, com a própria situação
e receoso por si mesmo, chamou Lisipo [feitor da galera], pedindo-lhe que
indicasse um escravo dos mais educados e maneirosos, capaz de incumbir-se de
toda assistência ao passageiro ilustre. O feitor designou Jeziel, incontinenti,
e, na mesma tarde, o moço hebreu penetrou o camarote do enfermo, com o mesmo
espírito de serenidade que costumava testemunhar nas situações díspares e
arriscadas. Estêvão cuidou do romano com extremada dedicação, conquistando-lhe
a simpatia. Entre ambos estabeleceu-se laços de amizade sincera, de sorte que
usando do prestígio político que possuia, Sérgio Paulo obteve a libertação do
seu dedicado enfermeiro, fazendo-o aportar em Jerusalém. Estêvão chegou em
Jerusalém extremamente enfermo, pois contraíra a estranha doença que atingira o
seu libertador. Um desconhecido, denominado Irineu de Crotona, encaminhou a
Efraim, um cristão, conhecido como seguidor do “Caminho” (designação primitiva
do Cristianismo) que, por sua vez, o conduziu à “Casa do Caminho”, moradia do
apóstolo Pedro, transformada em local de atendimento a todos os necessitados.
Na Casa do Caminho, Estêvão recebeu o amparo que necessitava, encontrando no
apóstolo Pedro um verdadeiro amigo, que lhe prestou esclarecimentos a respeito
de Jesus e da sua iluminada mensagem de amor. O valoroso Simão Pedro, após
tomar conhecimento do drama vivido por Jeziel, desde a perseguição ocorrida em
Corinto até a liberdade alcançada por intercessão de Sérgio Paulo, recomenda-lhe
manter-se em anonimato, afirmando: [...] Jerusalém regurgita de romanos e não
seria justo comprometer o generoso amigo que te restituiu à liberdade. [...] —
Serás meu filho, doravante — exclamou Simão num transporte de júbilo. [...] —
Para que não te esqueças da Acaia, onde o Senhor se dignou de buscar-te para o
seu ministério divino, eu te batizarei no credo novo com o nome grego de
Estêvão. A partir desse momento, Estêvão absorveu-se no estudo dos ensinos do
Cristo, participando da difusão da mensagem da Boa Nova na modesta moradia da
Casa do Caminho, cujos serviços de alimentação, enfermagem e de semeadura da
palavra divina cresciam celeremente. Com a ampliação dos serviços prestados à
comunidade, surgiu, então, a necessidade de dividir as tarefas, evitando que um
servidor ficasse mais sobrecarregado que outro. Na primeira reunião da Igreja
humilde, Simão Pedro pediu, então, nomeassem sete auxiliares para o serviço de
enfermarias e dos refeitórios, resolução que foi aprovada com geral
aprazimento. Entre os sete irmãos escolhidos, Estêvão foi designado com a
simpatia de todos. Começou para o jovem de Corinto uma vida nova. Aquelas
mesmas virtudes espirituais que iluminavam a sua personalidade e que tanto
haviam contribuído para a cura do patrício, que o restituíra à liberdade,
difundiam entre os doentes e indigentes de Jerusalém os mais santos consolos.
[...] Simão Pedro não cabia em si de contente, em face das vitórias do filho
espiritual. Os necessitados tinham a impressão de haver recebido um novo arauto
de Deus para o alívio de suas dores. Em pouco tempo, Estêvão tornou-se famoso
em Jerusalém, pelos seus feitos quase miraculosos. Considerado o escolhido do
Cristo, sua ação resoluta e sincera arregimentara, em poucos meses, as mais
vastas conquistas para o Evangelho do amor e do perdão.” -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos
semelhantes aos nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito
precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme
o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso
o que assinala a diferença entre os mundos que temos de
percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso
Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas
moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na
Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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