“Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o,
fugiram.” -( Mateus, 26:56 )-
Amados irmãos, bom dia!
"O desígnio a cumprir-se não constitui característica exclusiva para a missão
de Jesus.Cada homem tem o mapa da ordem divina em sua existência, a ser
executado com a colaboração do livre arbítrio, no grande plano da vida eterna. Acima de tudo, nesse sentido, toda criatura pensante não ignora que será
compelida a restituir o corpo de carne à terra." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
Interpretação do texto evangélico:
Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor
do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste
aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve (Mt 11:25-26).
"As lições do Evangelho têm caráter atemporal: orientaram o discípulo à
época em que o Cristo esteve no plano físico (“naquele tempo”), orientam no
presente e orientação nos dias futuros. Independentemente do nosso estágio
evolutivo, importa considerar que Jesus continua conosco, sempre solícito,
disposto a nos ensinar como edificar o reino dos céus, em nós mesmos.
As palavras: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra” indicam,
além de louvor, reverência e submissão ao jugo, ou vontade, de Deus (o “Pai”),
Criador Supremo (“Senhor do céu e da terra”).
Os vocábulos “céu” e “terra”
revelam, respectivamente, e sob forma simbólica, os valores imortais que
transmitem felicidade eterna (“céu”) ao Espírito e o campo ou laboratório das
experiências necessárias ao aprendizado humano (“terra”).
Jesus louva o Criador Supremo porque certas verdades são reveladas aos
pequeninos e ocultas aos sábios e instruídos. Na linguagem do Evangelho,
“pequeninos” faz referência aos humildes, às almas pacíficas e boas, que se
encontram abertas aos ensinamentos morais do Cristo. Os “sábios e instruídos”
representam o grupo de intelectuais ciosos do saber que possuem. Por se julgarem
“donos da verdade” são incapazes de perceber que revelam o estado de
ignorância moral em que se encontram, por ora. São os intelectuais de todas as
épocas, que enxergam através de lentes míopes, mas se avaliarem como superiores
aos semelhantes, porque possuem alguma cultura fornecida pelo mundo,
ou em razão da posição social ou econômica que ocupam.
Na verdade, quem se
julga sábio entroniza a própria ignorância, pois a verdadeira sabedoria consiste
em aplicar o conhecimento na construção do bem, por meio de exemplificações
moralmente elevadas. Os “sábios e instruídos” a que Jesus faz alusão, se revelam,
paradoxalmente, incapazes de entender orientações espirituais básicas, uma vez que trazem o espírito saturado de arrogância e de vaidade.
Deus não esconde as coisas aos sábios e aos entendidos; é o orgulho que não os deixa
vê-las. Ao passo que os pequeninos, isto é, os despidos de orgulho e de presunção, iluminados
pela fé pura que lhes concede segura intuição, assimilam facilmente as lições
divinas e fazem delas caminho para a felicidade espiritual.
Os humildes, ao contrário, por se curvarem aos desígnios divinos, não se
julgam superiores. Sendo Espíritos mansos e benevolentes captam a essência
das verdades imortais, por inspiração superior, ainda que na reencarnação se
apresentem desprovidos de maiores conhecimentos intelectuais.
O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não
põe a luz debaixo do alqueire, por isso que a derrama em ondas por toda a parte, de tal
sorte que só cegos não a vêem. A esses não quer Deus abrir à força os olhos, dado que
lhes apraz tê-los fechados. [...]
Para vencer a incredulidade, Deus emprega os meios mais
convenientes, conforme os indivíduos. Não é à incredulidade que compete prescrever-lhe
o que deva fazer, nem lhe cabe dizer: “Se me queres convencer, tens de proceder dessa ou
daquela maneira, em tal ocasião e não em tal outra, porque essa ocasião é a que mais me
convém.” Não se espantem, pois, os incrédulos de que nem Deus, nem os Espíritos, que
são os executores da sua vontade, se lhes submetam às exigências. Inquiram de si mesmos
o que diriam, se o último de seus servidores se lembrasse de lhes prescrever fosse o que
fosse. Deus impõe condições e não aceita as que lhe queiram impor. Escuta, bondoso,
os que a Ele se dirigem humildemente e não os que se julgam mais do que Ele." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
454. Poder-se-ia atribuir a uma espécie de segunda vista a
perspicácia de algumas pessoas que, sem nada apresentarem
de extraordinário, apreciam as coisas com
mais precisão do que outras?
“É sempre a alma a irradiar mais livremente e a
apreciar melhor do que sob o véu da matéria.”
a) — Pode esta faculdade, em alguns casos, dar a
presciência das coisas?
“Pode. Também dá os pressentimentos, pois que muitos
são os graus em que ela existe, sendo possível que num
mesmo indivíduo exista em todos os graus, ou em alguns
somente.”
Que a graça e a paz sejam conosco!