quinta-feira, 31 de março de 2016

Dupla vista


"Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti." -( Paulo - II Timóteo, 1: 6 )-



Amados irmãos, bom dia!
É sabido que teremos aflições e tentações em nossa caminhada devido à carga pesado que carregamos, mas, assim como disse nosso Mestre Jesus, não temas pois Eu venci o mundo. Que aprendamos a despertar o dom de Deus que existe em nós.










“O fenômeno designado como dupla vista tem relação com o sonho e o sonambulismo, uma vez que, segundo ensina a Codificação Espírita, isso tudo [...] é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.  Com efeito, a alma às vezes emancipa-se também no estado de vigília, produzindo, neste caso, o fenômeno chamado de dupla vista, que [...] é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentido humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem. No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete uma como exaltação. Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenômeno, pelo fato de a visão persistir, mau grado à oclusão dos olhos. Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que todos temos de ver. Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais. De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma certa segurança nos atos, a que se pode dar o qualitativo de precisão de golpe de vista moral. Um pouco desenvolvida, desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida mostra os acontecimentos que deram ou estão para dar-se.

São muitos os casos de dupla vista encontrados na literatura espírita. A título de exemplo, citamos o seguinte, conforme consta na obra A Morte e o Seu Mistério, de Camille Flammarion:


O professor Boehm, que ensinava matemáticas em Marburg, estando uma noite com amigos, teve de repente a convicção de que devia regressar a sua casa. Mas, como tomasse tranquilamente o seu chá, resistiu a esta impressão, a qual todavia tornou a arrastá-lo com tanta força que se viu obrigado a obedecer. Chegado à sua morada, encontrou aí tudo como o havia deixado; mas sentia-se obrigado a mudar o seu leito de lugar. Por mais absurda que lhe parecesse esta imposição mental, entendeu que a devia cumprir, chamou a criada e com o auxílio dela colocou a cama do outro lado do quarto. Feito isto, ficou satisfeito e voltou para junto de seus amigos a acabar o serão. Despediu-se deles às dez horas, voltou para casa, deitou-se e adormeceu. Foi despertado, durante a noite, por grande fragor e verificou que grossa viga tinha desabado, arrastando uma parte do teto e caindo no lugar que o seu leito havia ocupado. Em suma, pode-se dizer que o [...] sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista são efeitos vários, ou de modalidades diversas, de uma mesma causa. Esses fenômenos, como os sonhos, estão na ordem da natureza. Tal a razão por que hão existido em todos os tempos. A História mostra que foram sempre conhecidos e até explorados desde a mais remota antiguidade e neles se nos depara a explicação de uma imensidade de fatos que os preconceitos fizeram fossem tidos por sobrenaturais.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-




Estudo do Livro dos Espíritos







58. Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela? 

“Pensais então que não há outras fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a eletricidade que, em certos mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Demais, não dissemos que todos os seres são feitos de igual matéria que vós outros e com órgãos de conformação idêntica à dos vossos.” 

As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos hão de ser adequadas ao meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos pudesse haver seres que vivessem dentro d’água. Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível em ser a eletricidade, nalguns mundos, mais abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? Bem pode suceder, portanto, que esses mundos tragam em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias a seus habitantes.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Êxtase


"O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos." -( Tiago, 1: 8 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Ofereçamos ao Senhor um coração firme e terno para que as divinas Mãos gravem nele os augustos Desígnios".
Busquemos em nosso Mestre Jesus a direção para o nosso proceder e que os bons Espíritos nos auxiliem para que assim sejamos.




Êxtase







“O êxtase, por sua vez, é, segundo o ensino espírita, [...] um sonambulismo mais apurado. A alma do extático é mais independente. De fato, no [...] sonho e no sonambulismo, o Espírito anda em giro pelos mundos terrestres. No êxtase, penetra em um mundo desconhecido, o dos Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem que, todavia, lhe seja lícito ultrapassar certos limites, porque, se os transpusessem, totalmente se partiriam os laços que o prendem ao corpo. Cerca-o então resplendente e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o invade: goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade. No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo. Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica. Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço quebraria sem remissão. Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial. Inteiramente entregue a tão sublime contemplação, o extático encara a vida apenas como paragem momentânea. Considera os bens e os males, as alegrias grosseiras e as misérias deste mundo quais incidentes fúteis de uma viagem, cujo termo tem a dita de avistar. Dá-se com os extáticos o que se dá com os sonâmbulos: mais ou menos perfeita podem ter a lucidez e o Espírito mais ou menos apto a conhecer e compreender as coisas, conforme seja mais ou menos elevado. Muitas vezes, porém, há neles mais excitação do que verdadeira lucidez, ou, melhor, muitas vezes a exaltação lhes prejudica a lucidez. Daí o serem, frequentemente, suas revelações um misto de verdades e erros, de coisas grandiosas e coisas absurdas, até ridículas. Dessa exaltação, que é sempre uma causa de fraqueza, quando o indivíduo não sabe reprimi-la, Espíritos inferiores costumam aproveitar-se para dominar o extático, tomando, com tal intuito, aos seus olhos, aparências que mais o aferram às idéias que nutre no estado de vigília. Há nisso um escolho, mas nem todos são assim. Cabe-nos julgar friamente e pesar-lhes as revelações na balança da razão.

Há, ainda, com relação ao êxtase, uma singularidade. É que, se o extático ficasse entregue a si mesmo, poderia ocorrer a sua desencarnação. Por isso [dizem os Espíritos Superiores] é que preciso se torna chamá-lo a voltar, apelando para tudo o que o prende a este mundo, fazendo-lhe sobretudo compreender que a maneira mais certa de não ficar lá, onde vê que seria feliz, consistiria em partir a cadeia que o tem preso ao planeta terreno. De toda forma, como assinala Denis, a [...] felicidade dos extáticos, o júbilo que experimentam, contemplando as magnificências do Além, seriam só por si suficientes para nos demonstrar a extensão dos gozos que nos reservam as esferas espirituais, se as nossas grosseiras concepções nos não impedissem muitíssimas vezes de os compreender e pressentir. À guisa de ilustração, extraímos da Revista Espírita, de Allan Kardec, o seguinte caso de êxtase, que, segundo a tradição, ocorreu com o famoso compositor italiano de música religiosa, Pergolesi, que viveu no século XVIII. O fato é relatado pelo Sr. Ernest Le Nordez:

Sabeis com que piedade aqui celebramos, ainda em nossos dias, a despeito da debilidade da fé, o tocante aniversário da morte do Cristo; a semana em que a Igreja o relembra a seus filhos é bem realmente, para nós, uma semana santa. Assim, reportando-vos à época de fé em que vivia Pergolesi, podeis pensar com que fervor o povo acorria em massa às igrejas, para meditar as cenas enternecedoras do drama sangrento do Calvário. Na sexta-feira santa Pergolesi acompanhou a multidão. Aproximando-se do templo, parecia-lhe que uma calma, há muito desconhecida para ele, se fazia em sua alma e, quando transpôs o portal, sentiu-se como que envolto por uma nuvem ao mesmo tempo espessa e luminosa. Logo nada mais viu; profundo silêncio se fez em seu redor; depois, ante os seus olhos admirados, e em meio à nuvem, na qual até então lhe parecia ter sido levado, viu desenharem-se os traços puros e divinos de uma virgem, inteiramente vestida de branco; ele a viu pousar seus dedos etéreos nas teclas de um órgão, e ouviu como um concerto longínquo de vozes melodiosas, que insensivelmente dele se aproximava. O canto que essas vozes repetiam o enchia de encantamento, mas não lhe era desconhecida; parecia-lhe que esse canto era aquele do qual não tinha podido perceber senão vagos ecos; essas vozes eram bem aquelas que, desde longos meses, lançavam perturbação em sua alma e agora lhe traziam uma felicidade sem limite. Sim, esse canto, essas vozes eram bem o sonho que ele tinha perseguido, o pensamento, a inspiração que inutilmente havia procurado por tanto tempo. Mas, enquanto sua alma, arrebatada no êxtase, bebia a longos sorvos as harmonias simples e celestes desse concerto angélico, sua mão, como que movida por força misteriosa, agitava-se no espaço e parecia traçar, mau grado seu, notas que traduziam os sons que o ouvido escutava. Pouco a pouco as vozes se afastaram, a visão desapareceu, a nuvem se desvaneceu e Pergolesi viu, ao abrir os olhos, escrito por sua mão, no mármore do templo, esse canto de sublime simplicidade, que o devia imortalizar, o Stab Mater, que desde esse dia todo o mundo cristão repete e admira. O artista ergueu-se, saiu do templo, calmo, feliz e não mais inquieto e agitado. Mas nesse dia uma nova aspiração se apoderou dessa alma de artista: ela ouvira o canto dos anjos, o concerto dos céus. As vozes humanas e os concertos terrestres já não lhe podiam bastar. Essa sede ardente, impulso de um grande gênio, acabou por esgotar o sopro de vida que lhe restava, e foi assim que aos trinta e três anos, na exaltação, na febre, ou melhor, no amor sobrenatural de sua arte, Pergolesi encontrou a morte.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-




Estudo do Livro dos Espíritos






57. Não sendo uma só para todos a constituição física dos mundos, seguir-se-á tenham organizações diferentes os seres que os habitam?

 “Sem dúvida, do mesmo modo que no vosso os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar.”



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 29 de março de 2016

Sonambulismo I


"Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura." -( Paulo aos Hebreus, 13: 14 )-



Amados irmãos, bom dia!
A todos os instantes somos lembrados que devemos "buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça." Em cada gesto temos a oportunidade de vivenciá-lo. Nossa felicidade é possível desde já, pois, os que "confiam no Senhor são como os montes de Sião que não podem ser abalados".










“A literatura espírita é plena de fatos de sonambulismo. Como exemplificação, eis o relato de um deles, nas próprias palavras de Allan Kardec, conforme consta na Revista Espírita:

Residindo em Bercy, na Rua Charenton, 43, o Sr. Marillon havia desaparecido desde o dia 13 de janeiro último. Todas as pesquisas para descobrir o seu paradeiro foram infrutíferas; nenhuma das pessoas na casa das quais estava habituado a ir o tinham visto; nenhum negócio podia motivar sua ausência prolongada. Por outro lado, seu caráter, sua posição e seu estado mental afastavam qualquer idéia de suicídio. Restava a possibilidade de que tivesse sido vítima de um crime ou de um acidente; nesta última hipótese, porém, teria sido facilmente reconhecido e levado para sua casa, ou pelo menos, despachado para o necrotério. Todas as probabilidade apontavam, pois, para um crime, nele se firmando o pensamento, tanto mais quanto o Sr. Marillon havia saído para fazer um pagamento. Mas onde e como o crime havia sido cometido? Ninguém o sabia. Sua filha recorreu, então, a uma sonâmbula, a Sra. Roger que em muitas outras situações semelhantes dera provas de notável lucidez, que nós mesmos constatamos. A Sra. Roger seguiu o Sr. Marillon desde a saída da casa dele, às três horas da tarde, até cerca de sete horas da noite, quando ele se dispunha a voltar. Viu-o descer às margens do Sena para satisfazer a uma urgente necessidade, sendo aí acometido de um ataque de apoplexia. Ela descreveu tê-lo visto cair sobre uma pedra, abrir uma fenda na fronte e depois rolar dentro d’água; não se tratou, pois, nem de suicídio, nem de crime; ainda havia dinheiro e uma chave dentro do bolso de seu paletó. A sonâmbula indicou o local do acidente, acrescentando que o corpo não mais se encontrava no local, em virtude de ter sido arrastado facilmente pela correnteza. Encontraram-no, com efeito, no local assinalado. Tinha a ferida indicada na fronte, a chave e o dinheiro estavam no bolso e a posição de suas roupas indicava claramente que a sonâmbula não se havia enganado quanto ao motivo que o levara à beira do rio. Diante de tantos detalhes, perguntamos onde se poderia ver a transmissão de um pensamento qualquer.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-





Estudo do Livro dos Espíritos








56. É a mesma a constituição física dos diferentes globos? 

“Não; de modo algum se assemelham.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Sonambulismo


"Aparta-te do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a." -( I Pedro, 3: 11 )-



Amados irmãos, bom dia!
Desejamos a paz e uma vida com real sentido, mas, devemos observar que, para conquistar essa paz, além de buscá-la na prática do bem, devemos nos afastar do mal e de toda possibilidade de contato com esse. Sigamos apenas os passos do nosso Mestre Jesus, pois, só Ele é o caminho.








Sonambulismo


“De acordo com o Espiritismo, o sonambulismo natural é [...] um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, o Espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas.

Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente e independem de qualquer causa exterior conhecida. Mas, em certas pessoas dotadas de especial organização, podem ser provocados artificialmente, pela ação do agente magnético. O estado que se designa pelo nome de sonambulismo magnético apenas difere do sonambulismo natural em que um é provocado, enquanto o outro é espontâneo. O sonambulismo natural constitui fato notório, que ninguém mais se lembra de pôr em dúvida, não obstante o aspecto maravilhoso dos fenômenos a que dá lugar. Por que seria então mais extraordinário ou irracional o sonambulismo magnético? Apenas por produzir-se artificialmente, como tantas outras coisas? [...].

Em verdade, para [...] o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto. Ora, um dos fenômenos que a caracterizam é o da clarividência independente dos órgãos ordinários da vista. Fundam-se os que contestam este fato em que o sonâmbulo nem sempre vê, e à vontade do experimentador, como com os olhos. Será de admirar que difiram os efeitos, quando diferentes são os meios? Será racional que se pretenda obter os mesmos efeitos, quando há e quando não há o instrumento? A alma tem suas propriedades, como os olhos têm as suas. Cumpre julgá-las em si mesmas e não por analogia. De uma causa única se originam a clarividência do sonâmbulo magnético e a do sonâmbulo natural. É um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que existe em nós e cujos limites não são outros senão os assinados à própria alma. O sonâmbulo vê em todos os lugares aonde sua alma possa transportar-se, qualquer que seja a longitude. No caso de visão a distância, o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está. Por isso é que seu corpo fica como que aniquilado e privado de sensação, até que a alma volte a habitá-lo novamente. Essa separação parcial da alma e do corpo constitui um estado anormal, suscetível de duração mais ou menos longa, porém não indefinida. Daí a fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, mormente quando aquela se entrega a um trabalho ativo. Note-se, contudo, que o [...] poder da lucidez sonambúlica não é ilimitado. O Espírito, mesmo quando completamente livre, tem restringidos seus conhecimentos e faculdades, conforme ao grau de perfeição que haja alcançado. Ainda mais restringidos os tem quando ligado à matéria, a cuja influência está sujeito. É o que motiva não ser universal, nem infalível, a clarividência sonambúlica. E tanto menos se pode contar com a sua infalibilidade, quanto mais desviada seja do fim visado pela natureza e transformada em objeto de curiosidade e de experimentação. No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados, ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não precisa, portanto, que se lhe exprimam os pensamentos por meio da palavra articulada. Ele os sente e adivinha. É o que o torna eminentemente impressionável e sujeito às influências da atmosfera moral que o envolva.


Como se sabe, em [...] cada uma de suas existências corporais, o Espírito adquire um acréscimo de conhecimentos e de experiência. Esquece-os parcialmente, quando encarnado em matéria por demais grosseira, porém deles se recorda como Espírito. Assim é que certos sonâmbulos revelam conhecimentos acima do grau da instrução que possuem e mesmo superiores às suas aparentes capacidades intelectuais. Portanto, da inferioridade intelectual e científica do sonâmbulo, quando desperto, nada se pode inferir com relação aos conhecimentos que porventura revele no estado de lucidez. Conforme as circunstâncias e o fim que se tenha em vista, ele os pode haurir da sua própria experiência, da sua clarividência relativa às coisas presentes, ou dos conselhos que receba de outros Espíritos. Mas, podendo o seu próprio Espírito ser mais ou menos adiantado, possível lhe é dizer coisas mais ou menos certas. Pelos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma e nos faz assistir ao sublime espetáculo da sua emancipação.” -( FEB - ESDE - Tomo único )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







PLURALIDADE DOS MUNDOS 


55. São habitados todos os globos que se movem no espaço? 

“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.” 

Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.



Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 27 de março de 2016

Palestra sobre a ressurreição de Lázaro


"Mas quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará."   -( Paulo, II Coríntios, 3: 16 )-




Amados irmãos, bom dia!
Hoje disponibilizamos uma palestra que em muito irá nos ajudar a compreender os ensinamentos que estudamos nessa semana. Busquemos compreender sua essência a fim de que o véu possa se retirar e tenhamos consciência das verdades que nos são reveladas.










Estudo do Livro dos Espíritos







54. Pelo fato de não proceder de um só indivíduo a espécie humana, devem os homens deixar de considerar-se irmãos? 

“Todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo fim. Estais sempre inclinados a tomar as palavras na sua significação literal.”



Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 26 de março de 2016

Prece do Espírito André Luiz


"Apliquemo-nos, e os nossos aprendam a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos." -( Paulo a Tito, 3: 14 )-



Amados irmãos, bom dia!
"A natureza costuma apresentar lindas arvores que se cobrem de flores e jamais frutificam; o céu, por vezes, mostra nuvens que prometem chuva e se desfaz sem qualquer benefício à terra sedenta," portanto, busquemos colocar em prática todo o ensinamento a que nos aplicamos.







Prece do Espírito André Luiz*

Senhor Jesus,

Dá-nos o poder de operar a própria conversão,
Para que o teu Reino de Amor seja irradiado
Do centro de nós mesmos!...
Contigo em nós,
Converteremos a treva em claridade,
A dor em alegria,
O ódio em amor,
A descrença em fé viva,
A dúvida em certeza,
A maldade em bondade,
A ignorância em compreensão e sabedoria,
A dureza em ternura,
A fraqueza em força,
O egoísmo em cântico fraterno,
O orgulho em humildade,
O torvo mal em infinito bem!

Sabemos, Senhor,
Que de nós mesmos
Somente possuímos a inferioridade
De que nos devemos desvencilhar...
Mas, unidos a Ti,
Somos galhos frutíferos na árvore dos séculos
Que as tempestades da experiência jamais deceparão!...
Assim, pois, Mestre Amoroso,
Digna-te amparar-nos
A fim de que nos elevemos ao encontro de tuas mãos sábias e compassivas,
Que nos erguerão da inutilidade para o serviço da Cooperação Divina,
Agora e para sempre.
Assim seja!...



* XAVIER, Francisco Cândido. Voltei. Pelo Espírito Irmão Jacob. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 20 (Retorno à tarefa), p. 195-196.




Estudo do Livro dos Espíritos








53. O homem surgiu em muitos pontos do globo? 

“Sim e em épocas várias, o que também constitui uma das causas da diversidade das raças. Depois, dispersando-se os homens por climas diversos e aliando-se os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.” 

a) — Estas diferenças constituem espécies distintas? 

“Certamente que não; todos são da mesma família. Porventura as múltiplas variedades de um mesmo fruto são motivo para que elas deixem de formar uma só espécie?”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Morte aparente


"Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros." - ( Paulo aos Romanos, 14: 19 ) -



Amados irmãos, bom dia!
Auxiliemos e edifiquemos, é a isso que somos chamados a cada novo dia. Coloquemos em prática os ensinamentos que nos tornam irmãos e filhos da Luz. Assim, estaremos contribuindo para a construção do mundo de paz e amor a que fomos criados.








“São vários os episódios envolvendo os fenômenos estudados. Trazemos, ainda, para reflexão, o ocorrido com a médium Yvonne A. Pereira e por ela relatado no seu livro Recordações da Mediunidade.  


Morte aparente


Tendo vindo ao mundo na noite de Natal, 24 de dezembro, a 23 de janeiro, durante um súbito acesso de tosse, em que sobreveio sufocação, fiquei como morta. Tudo indica que, em existência pretérita, eu morrera afogada por suicídio, e aquela sufocação, no primeiro mês do meu nascimento, nada mais seria que um dos muitos complexos que acompanham o Espírito do suicida, mesmo quando reencarnado, reminiscências mentais e vibratórias que o traumatizam por períodos longos, comumente. Durante seis horas consecutivas permaneci com rigidez cadavérica, o corpo arroxeado, a fisionomia abatida e macilenta do cadáver, os olhos aprofundados, o nariz afilado, a boca cerrada e o queixo endurecido, enregelada, sem respiração e sem pulso. O único médico da localidade – pequena cidade do Sul do Estado do Rio de Janeiro, hoje denominada Rio das Flores, mas então chamada Santa Teresa de Valença –, o único médico e o farmacêutico, examinando-me, constataram a morte súbita por sufocação, à falta de outra ‘‘causa mortis’’ mais lógica. A certidão de óbito foi, portanto, legalmente passada.[...] Eu era recém-chegada na família e, por isso, ao que parece, “minha morte” não abalava o sentimento de ninguém, pois, havendo ao todo vinte e oito pessoas na residência rural de minha avó materna, onde nasci, porquanto a família se havia reunido para as comemorações do Natal e do Ano-Novo, ninguém demonstrava pesar pelo acontecimento, muito ao contrário do que se passara na residência do fariseu Jairo, há quase dois mil anos... Vestiram-me então de branco e azul, como o “Menino Jesus”, com rendinhas prateadas na túnica de cetim, faixas e estrelinhas, e me engrinaldaram a fronte com uma coroa de rosinhas brancas. [...] A eça mortuária, uma mesinha com toalhas rendadas, com as velas e o crucifixo tradicional, encontrava-se à minha espera, solenemente preparada na sala de visitas. Nem minha mãe chorava. Mas esta não chorava porque não acreditava na minha morte. Opunha terminantemente que me expusessem na sala e encomendassem o caixão mortuário. A fim de não excitá-la, deixaram-me no berço mesmo, [...] mas encomendaram o caixãozinho, todo branco, bordado de estrelinhas e franjas douradas... Minha mãe, então, quando havia já seis horas que eu me encontrava naquele estado insólito, conservando-se ainda católica romana, por aquele tempo, e vendo que se aproximava a hora do enterro, retirou-se para um aposento solitário da casa, fechou-se nele, acompanhou-se de um quadro com estampa representando Maria, Mãe de Jesus, e, com uma vela acesa, prostrou-se de joelhos ali, sozinha, e fez a invocação seguinte, concentrando-se em preces durante uma hora: -” Maria Santíssima, Santa Mãe de Jesus e nossa Mãe, vós, que também fostes mãe e passastes pelas aflições de ver padecer e morrer o vosso Filho sob os pecados dos homens, ouvi o apelo da minha angústia e atendei-o, Senhora, pelo amor do vosso Filho: Se minha filha estiver realmente morta, podereis levá-la de retorno a Deus, porque eu me resignarei à inevitável lei da morte. Mas se, como creio, ela estiver viva, apenas sofrendo um distúrbio cuja causa ignoramos, rogo a vossa intervenção junto a Deus Pai para que ela torne a si, a fim de que não seja sepultada viva. E como prova do meu reconhecimento por essa caridade que me fareis eu vo-la entregarei para sempre. Renunciarei aos meus direitos sobre ela a partir deste momento! Ela é vossa! Eu vo-la entrego! E seja qual for o destino que a esperar, uma vez retorne à vida, estarei serena e confiante, porque será previsto pela vossa proteção.” [...] Entrementes, ao se retirar do aposento, onde se dera a comunhão com o Alto, minha mãe abeirou-se do meu insignificante fardo carnal [...] e tocou-o carinhosamente com as mãos, repetidas vezes, como se transmitisse energias novas através de um passe. Então, um grito estridente, como de susto, de angústia, acompanhado de choro inconsolável de criança, surpreendeu as pessoas presentes. Minha mãe, provável veículo dos favores caritativos de Maria de Nazaré, levantou-me do berço e despiu-me a mortalha, verificando que a grinalda de rosinhas me ferira a cabeça.


Os casos acima relatados são perfeitamente explicáveis à luz dos ensinamentos sintetizados no item 1 destes, o que nos leva a identificar, nos fenômenos de letargia e catalepsia, por mais estranhos que pareçam, apenas fatos naturais resultantes do processo de emancipação da alma.” -( FEB - ESDE - Tomo único )- 




Estudo do Livro dos Espíritos








DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS 


52. Donde provêm as diferenças físicas e morais que distinguem as raças humanas na Terra? 

“Do clima, da vida e dos costumes. Dá-se aí o que se dá com dois filhos de uma mesma mãe que, educados longe um do outro e de modos diferentes, em nada se assemelharão, quanto ao moral.”




Que a graça e a paz sejam conosco!


quinta-feira, 24 de março de 2016

Alguns casos de letargia II


"E olhai para vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia." - Jesus - ( Lucas, 21: 34 )



Amados irmãos, bom dia!
Devemos vigiar para que estejamos prontos a servir a todos em todos os instantes. Nem sempre observamos esse modo de comportar e, assim, perdemos uma série de oportunidades de praticarmos a nossa fé, que é o caminho real da nossa evolução e reforma interior.




O filho da viúva de Naim








“No dia seguinte, dirigiu-se Jesus para uma cidade chamada Naim; acompanhavam-no seus discípulos e grande multidão de povo. – Quando estava perto da porta da cidade, aconteceu que levavam a sepultar um morto, que era filho único de sua mãe e essa mulher era viúva; estava com ela grande número de pessoas da cidade. – Tendo-a visto, o Senhor se tomou de compaixão para com ela e lhe disse: Não chores. – Depois, aproximando-se, tocou o esquife e os que o conduziam pararam. Então, disse ele: Mancebo, levanta-te, eu o ordeno. – Imediatamente, o moço se sentou e começou a falar. E Jesus o restituiu à sua mãe. Todos os que estavam presentes ficaram tomados de espanto e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo. – O rumor desse milagre que ele fizera se espalhou por toda a Judéia e por todas as regiões circunvizinhas.” ( Lucas, 7:11-17). -( FEB - ESDE - Tomo único )-




Estudo do Livro dos Espíritos






51. Poderemos saber em que época viveu Adão? 

“Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo.” 

O homem, cuja tradição se conservou sob o nome de Adão, foi dos que sobreviveram, em certa região, a alguns dos grandes cataclismos que revolveram em diversas épocas a superfície do globo, e se constituiu tronco de uma das raças que atualmente o povoam. As leis da Natureza se opõem a que os progressos da Humanidade, comprovados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como houvera sucedido se o homem  não existisse na Terra senão a partir da época indicada para a existência de Adão. Muitos, com mais razão, consideram Adão um mito ou uma alegoria que personifica as primeiras idades do mundo.



Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Alguns casos de letargia I


"Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram." - Paulo - ( Hebreus, 10: 6 )



Amados irmãos, bom dia!
O desejo do Senhor para conosco é que coloquemos em prática os seus ensinamentos de amor ao próximo. Nossa iniciativa é o que O agrada, portanto, busquemos tornar real o que almejamos no coração.








A filha de Jairo


“Tendo Jesus passado novamente, de barca, para a outra margem, logo que desembarcou, grande multidão se lhe apinhou ao derredor. Então, o chefe de sinagoga, chamado Jairo, veio ao seu encontro e, aproximando-se dele, se lhe lançou aos pés, a suplicar com grande instância, dizendo: Tenho uma filha que está no momento extremo; vem impor-lhe as mãos para a curar e lhe salvar a vida. Jesus foi com ele, acompanhado de grande multidão, que o comprimia. Quando Jairo ainda falava, vieram pessoas que lhe eram subordinadas e lhe disseram: Tua filha está morta; por que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais longe? – Jesus, porém, ouvindo isso, disse ao chefe da sinagoga: Não te aflijas, crê apenas. – E a ninguém permitiu que o acompanhasse, senão a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu ele uma aglomeração confusa de pessoas que choravam e soltavam grandes gritos. – Entrando, disse-lhes ele; Por que fazeis tanto alarido e por que chorais? Esta menina não está morta, está apenas adormecida. – Zombavam dele. Tendo feito que toda a gente saísse, chamou o pai e mãe da menina e os que tinham vindo em sua companhia e entrou no lugar onde a menina se achava deitada. – Tomou-lhe a mão e disse: Talitha cumi, isto é: Minha filha, levanta-te, eu to ordeno. – No mesmo instante a menina se levantou e se pôs a andar, pois contava doze anos, e ficaram todos maravilhados e espantados.” (Marcos, 5:21-43). -( FEB - ESDE - Tomo único )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







POVOAMENTO DA TERRA. ADÃO 


50. A espécie humana começou por um único homem? 

“Não; aquele a quem chamais Adão não foi o primeiro, nem o único a povoar a Terra.”



Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 22 de março de 2016

Alguns casos de letargia


"Porfiai por entrar ela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão." - Jesus - ( Lucas, 13: 24 )



Amados irmãos, bom dia!
Procuremos aceitar a porta estreita, pois, somente assim encontraremos o verdadeiro sentido da vida. Perdemos muito tempo nas portas largas. Que os bons Espíritos nos auxiliem a seguir os passos do nosso Mestre Jesus que não se acovardou em assim caminhar.




Os mais famosos fenômenos desse gênero são, sem dúvida, os narrados no Evangelho. Rememoremos os três, que poderíamos considerar clássicos: os de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim.








Lázaro


“Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e Marta, sua irmã. Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos. Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro, dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao perceber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e, sim, para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.

Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã e a Lázaro. Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá? Respondeu-lhe Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Isto lhe dizia, e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele. Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele. Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias. Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios [1 estádio = 25m] perto de Jerusalém. Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar, a respeito de seu irmão. Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui não teria morrido meu irmão. Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente. Crês isto? Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: o Mestre chegou e te chama. Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele, pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele. Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar. Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. Então disseram os judeus: Vede quanto o amava! Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse? Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta, a cuja entrada tinham posto uma pedra. Então ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmão do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que se creres verá a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora. Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras, e o rosto envolto num lenço. Então lhes ordenou Jesus: Desatai-o, e deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele. Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara.” (João, 11:1-46) -( FEB - ESDE - Tomo único )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







49. Se o gérmen da espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos do globo, por que não se formam espontaneamente homens, como na origem dos tempos? 

“O princípio das coisas está nos segredos de Deus. Entretanto, pode dizer-se que os homens, uma vez espalhados pela Terra, absorveram em si mesmos os elementos necessários à sua própria formação, para os transmitir segundo as leis da reprodução. O mesmo se deu com as diferentes espécies de seres vivos.”



Que a graça e a paz sejam conosco!