quarta-feira, 9 de março de 2016

O processo obsessivo II


"E, com muitas parábolas semelhantes, lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender." -( Marcos, 4: 33 )-



Amados irmãos, bom dia!
Outrora nosso Mestre Jesus utilizava de parábolas e hoje seus ensinamentos nos são apresentados através da Doutrina Espírita, de forma clara e direta. Peçamos a Ele e aos bons Espíritos que nos auxiliem na compreensão destes e, sobretudo, em sua prática.








O processo obsessivo


“O processo obsessivo se caracteriza pela ação do obsessor sobre o obsidiado, que aproveita a menor oportunidade para atingir a pessoa visada. A interferência se dá por processo análogo ao que acontece no rádio, quando uma emissora clandestina passa a utilizar determinada frequência operada por outra, prejudicando-lhe a transmissão. Essa interferência estará tanto mais assegurada quanto mais forte, potente e constante ela se apresentar, até abafar quase por completo os sons emitidos pela emissora burlada. O perseguidor age persistentemente para que se efetue a ligação, a sintonia mental, enviando os seus pensamentos, numa repetição constante, hipnótica, à mente da vítima, que, incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas idéias intrusas.

Allan Kardec esclarece que no processo obsessivo há, também, uma ação fluídica por parte do obsessor que [...] atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade. Esta ligação fluídica entre obsessor e obsidiado permite que [...] os pensamentos e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade. [...] Fá-lo pensar, falar, agir em seu lugar, impele-o, a seu mau grado, a atos extravagantes ou ridículos; magnetiza-o, em suma, lança-o num estado de catalepsia moral e o indivíduo se torna um instrumento da sua vontade. Tal a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação que se produzem em graus muito diversos de integridade.  

Apresentamos, a seguir, como ilustração de processo obsessivo, o relato do Espírito André Luiz constante do livro Ação e Reação.

Luís, cujo Espírito se afinava com os antigos sentimentos paternos, apegando-se aos lucros materiais exagerados – informou-nos a interlocutora –, sofria tremenda obsessão no próprio lar. Sob teimosa vigilância dos tios desencarnados, que lhe acalentavam a mesquinhez, detinha larga fortuna, sem aplicá-la em coisa alguma. Enamorara-se do ouro com extremada volúpia. Submetia a esposa e dois filhinhos às mais duras necessidades, receoso de perder os haveres que tudo fazia por defender e multiplicar. Clarindo e Leonel, não satisfeitos com lhe seviciarem a mente, conduziam para a fazenda usurários e tiranos rurais desencarnados, cujos pensamentos ainda se enrodilhavam na riqueza terrestre, para lhe agravarem a sovinice. Luís, desse modo, respirava num mundo de imagens estranhas, em que o dinheiro se erigia em tema constante. Perdera, por isso, o contato com a dignidade social. Tornara-se inimigo da educação e acreditava tão-somente no poder do cofre recheado para solucionar as dificuldades da vida. Adquirira o doentio temor de todas as situações em que pudessem surgir despesas inesperadas. Possuía grandes somas em estabelecimentos bancários que a própria companheira desconhecia, tanto quanto mantinha em custódia no lar enormes bens. Fugia deliberadamente à convivência afetiva, relaxara a própria apresentação individual e encravara-se em deplorável misantropia, obcecado pelo pesadelo do ouro que lhe consumia a existência. Em seguida, a distinta senhora, buscando orientar as nossas futuras atividades, participou-nos que o afogamento dos cunhados se verificara em seus tempos de recém-casada, quando o filhinho mal ensaiava os primeiros passos, e que, após seis anos sobre a dolorosa ocorrência, encontrara, ela também, a desencarnação no lago terrível. Antônio Olímpio lhe sobrevivera, na esfera carnal, quase três lustros e, por vinte anos, precisamente, padecia nas trevas. Luís, dessa forma, alcançava a madureza plena, tendo atravessado os quarenta anos de experiência física. Ante a palavra do Assistente, que indagou quanto aos seus tentames de socorro ao marido desencarnado, Alzira declarou que isso lhe fora realmente impossível, porque as vítimas se haviam transformado em carcereiros ferozes do infeliz delinquente, e como, até então, não conseguira escudar-se em qualquer equipe de trabalho assistencial, não lhe permitiam os verdugos qualquer aproximação. Ainda assim, em ocasiões fortuitas, dispensava ao filho, à nora e aos dois netos algum amparo, o que se lhe fazia extremamente difícil, de vez que os obsessores velavam, irredutíveis, guerreando-lhe as influências.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-





Estudo do Livro dos Espíritos






36. O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal? 

“Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.”








Conversa com Jesus*

Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a penúria sem nome,
Porque sabemos que socorrerás
Os famintos de pão e sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.
Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de angústia e de cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.
Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de férrea cruz,
De vez que nós sabemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.
Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a dor.
 É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença...
Inda que a provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração.


* XAVIER, Francisco Cândido. Antologia da espiritualidade. Pelo Espírito Maria Dolores. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002, item 36, p. 109-110



Que a graça e a paz sejam conosco!

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