quinta-feira, 31 de março de 2016

Dupla vista


"Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti." -( Paulo - II Timóteo, 1: 6 )-



Amados irmãos, bom dia!
É sabido que teremos aflições e tentações em nossa caminhada devido à carga pesado que carregamos, mas, assim como disse nosso Mestre Jesus, não temas pois Eu venci o mundo. Que aprendamos a despertar o dom de Deus que existe em nós.










“O fenômeno designado como dupla vista tem relação com o sonho e o sonambulismo, uma vez que, segundo ensina a Codificação Espírita, isso tudo [...] é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.  Com efeito, a alma às vezes emancipa-se também no estado de vigília, produzindo, neste caso, o fenômeno chamado de dupla vista, que [...] é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentido humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem. No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete uma como exaltação. Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenômeno, pelo fato de a visão persistir, mau grado à oclusão dos olhos. Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que todos temos de ver. Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais. De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma certa segurança nos atos, a que se pode dar o qualitativo de precisão de golpe de vista moral. Um pouco desenvolvida, desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida mostra os acontecimentos que deram ou estão para dar-se.

São muitos os casos de dupla vista encontrados na literatura espírita. A título de exemplo, citamos o seguinte, conforme consta na obra A Morte e o Seu Mistério, de Camille Flammarion:


O professor Boehm, que ensinava matemáticas em Marburg, estando uma noite com amigos, teve de repente a convicção de que devia regressar a sua casa. Mas, como tomasse tranquilamente o seu chá, resistiu a esta impressão, a qual todavia tornou a arrastá-lo com tanta força que se viu obrigado a obedecer. Chegado à sua morada, encontrou aí tudo como o havia deixado; mas sentia-se obrigado a mudar o seu leito de lugar. Por mais absurda que lhe parecesse esta imposição mental, entendeu que a devia cumprir, chamou a criada e com o auxílio dela colocou a cama do outro lado do quarto. Feito isto, ficou satisfeito e voltou para junto de seus amigos a acabar o serão. Despediu-se deles às dez horas, voltou para casa, deitou-se e adormeceu. Foi despertado, durante a noite, por grande fragor e verificou que grossa viga tinha desabado, arrastando uma parte do teto e caindo no lugar que o seu leito havia ocupado. Em suma, pode-se dizer que o [...] sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista são efeitos vários, ou de modalidades diversas, de uma mesma causa. Esses fenômenos, como os sonhos, estão na ordem da natureza. Tal a razão por que hão existido em todos os tempos. A História mostra que foram sempre conhecidos e até explorados desde a mais remota antiguidade e neles se nos depara a explicação de uma imensidade de fatos que os preconceitos fizeram fossem tidos por sobrenaturais.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-




Estudo do Livro dos Espíritos







58. Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela? 

“Pensais então que não há outras fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a eletricidade que, em certos mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Demais, não dissemos que todos os seres são feitos de igual matéria que vós outros e com órgãos de conformação idêntica à dos vossos.” 

As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos hão de ser adequadas ao meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos pudesse haver seres que vivessem dentro d’água. Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível em ser a eletricidade, nalguns mundos, mais abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? Bem pode suceder, portanto, que esses mundos tragam em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias a seus habitantes.

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