domingo, 20 de novembro de 2016

Circunstâncias e fatos: sentido geral e específico


“Porque a vós foi concedido, em relação ao Cristo, não  somente crer nele, como também padecer por ele.” - Paulo - ( Filipenses, 1:29 )




Amados irmãos, bom dia!
"Cooperar pessoalmente com os administradores humanos, em sentido  direto, sempre constitui objeto da ambição dos servidores dessa ou  daquela organização terrestre. Contudo, enquanto perseveram as alegrias de Belém e as glórias de Cafarnaum, o trabalho da fé se desdobra maravilhoso, mas, em sobrevindo a divisão  das angústias da cruz, muitos aprendizes fogem receando o sofrimento e revelando­  se indignos da escolha. Os que assim procedem, categorizam­se à conta de loucos, porquanto, subtrair­se à colaboração com o  Cristo, é menosprezar  um direito  sagrado." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






"A apreciação das duas passagens evangélicas que se seguem mostra a força do aprendizado oferecido pelas circunstâncias da vida. 

» E, Jesus chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão? E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete e uns poucos peixinhos. Então mandou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e os peixes e dando graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos, à multidão. E todos comeram e se saciaram, e levantaram, do que sobejou, sete cestos cheios de pedaços (Mt 15:32-37). 

Na apreciação desta passagem, relacionada à multiplicação dos pães, notamos que o fator “circunstância” sobressai na narrativa de Mateus. Pelo fato de haver fome, Jesus pôde gravar preciosos ensinamentos para os discípulos, e para todos nós. Assim, enquanto o Senhor identificava necessidades (multidão com fome), procurando recursos para solucioná-las e aplicando medidas concretas, os discípulos apenas enxergavam barreiras e problemas, interrogando: “Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão?” 


» E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede (Lc 5:3-6). 

A leitura desse fato põe em evidência, sem muito esforço, temas gerais que estão embutidos no ensinamento de Jesus, tais como: fé, obediência, trabalho, conhecimento. No sentido específico, ou particular, encontramos subsídios para valiosos aprendizados. Vejamos: 

“E, respondendo Simão disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob tua palavra, lançarei a rede”. Esclarecidos pela orientação da Doutrina Espírita, percebemos que o trabalho “de toda a noite” reflete o esforço evolutivo desenvolvido ao longo das reencarnações. Indica que, sem o entendimento evangélico, as nossas aquisições espirituais são infrutíferas, mas, tendo fé na palavra de Jesus, sempre encontramos os elementos necessários para iniciar a nossa ascensão espiritual. O trabalho a que se refere Simão não havia oferecido os frutos que se esperavam porque fora realizado “à noite”, isto é, em meio às trevas da ignorância e da incompreensão, muitas delas ainda vinculadas ao nosso Espírito. A noite caracteriza-se por ausência de luz. É um símbolo da escuridão que ainda prepondera no nosso Espírito, indicativo dos diferentes tipos de imperfeições que albergamos. Esta situação, entretanto, pode ser alterada se decidirmos agir sob o peso da “palavra de Jesus”. 

A nossa transformação moral-intelectual demonstra que não é suficiente estarmos sintonizados com a Luz. É imperioso reconhecer a nossa pequenez e adotar atitudes renovadoras resolutas, seguindo o exemplo do apóstolo Pedro. Este devotado servidor se propôs a lançar “a rede” numa demonstração de humildade e de consciente confiança no Senhor. Ao compararmos as duas condições distintas de trabalho, antes e após o conhecimento da mensagem do Cristo, o estudo nos assinala uma das mais belas expressões de fé raciocinada, fundamentada na lógica dos enunciados de Jesus, e que inspiraram o apóstolo a se expressar: “mas sob a tua palavra lançarei a rede”. -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






293. Conservarão ressentimento um do outro, no mundo dos Espíritos, dois seres que foram inimigos na Terra? 

“Não; compreenderão que era estúpido o ódio que se votavam mutuamente e pueril o motivo que o inspirava. Apenas os Espíritos imperfeitos conservam uma espécie de animosidade, enquanto se não purificam. Se foi unicamente um interesse material o que os inimizou, nisso não pensarão mais, por pouco desmaterializados que estejam. Não havendo entre eles antipatia e tendo deixado de existir a  causa de suas desavenças, aproximam-se uns dos outros com prazer.” 

Sucede como entre dois colegiais que, chegando à idade da ponderação, reconhecem a puerilidade de suas dissensões infantis e deixam de se malquerer.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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