"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada". - O Livro dos Espíritos - questão 114 - Allan Kardec.
Irmãos que o nosso Guia e Mestre, nos conduza para além das fronteiras da carne e que nosso espírito possa absorver todos os ensinamentos necessários ao nosso progresso moral e intelectual, influenciando sempre de forma positiva em nossas vidas.
Divaldo Pereira Franco e Francisco Cândido Xavier
Mediunidade e médium
“Digamos, antes
de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que
qualquer homem pode ser dotado, como
a de ver, de
ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homem, por efeito do seu
livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por
exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o
número dos mudos do que o
dos que falam.
Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa
de punir o que delas abusa. Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade
de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o
limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem
distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a
todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar
no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que
necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria
do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio
e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo
mais vivo, do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe
poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele
bem mais culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua
ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com seus
próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciando com a própria
boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela
perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se
aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem, sem prejuízo das
aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações que o
orgulho e o egoísmo endureceram. A mediunidade não implica necessariamente relações
habituais com os Espíritos superiores. É apenas uma aptidão para servir de
instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral.
Segundo
Emmanuel, a [...] mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne
e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na
terra. [...] Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do
Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da
criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e
da inteligência,
sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela
face do mundo.
Mediunidade [é
ainda Emmanuel quem o diz] é talento do céu, para o serviço de renovação do
mundo. Lâmpada, que nos cabe acender, aproveitando o óleo da humildade, é
indispensável nutrir com ela a sublime luz do amor, a irradiar-se em caridade e
compreensão, para todos os que nos cercam.
Por outro lado,
todo [...] aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é,
por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui,
portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que
dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou
menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a
faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes,
de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos
sensitiva.
O médium,
assim, é [...] o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos,
para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos encarnados.
Por conseguinte, sem médium, não há comunicações tangíveis, mentais, escritas,
físicas, de qualquer natureza que seja.
Note-se,
entretanto, que o [...] bom médium [...] não é aquele que comunica facilmente,
mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente
neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente
sobre a mediunidade.
A missão
mediúnica, se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é uma das mais
belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus
filhos misérrimos.
Assim é que os
[...] grandes Instrutores da Espiritualidade utilizam-se dos médiuns para a
transmissão de mensagens edificantes, enriquecendo o Mundo com novas
revelações, conselhos e exortações que favorecem a definitiva integração a programas
emancipadores. Tudo isso pode o mediunismo conseguir se o pensamento de Nosso
Senhor, repleto de fraternidade e sabedoria, for a bússola de todas as
realizações”. -( FEB )-
Bom dia, graça e paz para todos nós.
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