"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada". - O Livro dos Espíritos - questão 114 - Allan Kardec.
Queridos irmãos, bom dia!
Jesus nosso irmão maior, nos conduza sempre no amor ao próximo, na dignidade humana e no respeito aos outros e a nós mesmos. Que possamos sempre ser exemplo de paz e luz na vida daqueles que atravessam nossa caminhada.
Fundamentos da
reencarnação
A ideia da reencarnação não é recente nem foi inventada pelo Espiritismo. Trata-se, na verdade, de uma crença muito antiga, cuja origem se perde no tempo. A ideia da transmigração das almas formava, pois, uma crença vulgar, aceita pelos homens mais eminentes. De que modo a adquiriram? Por uma revelação, ou por intuição? Ignoramo-lo. Seja, porém, como for, o que não padece dúvida é que uma ideia não atravessa séculos e séculos, nem consegue impor-se a inteligências de escol, se não contiver algo de sério. Assim, a ancianidade desta doutrina, em vez de ser uma objeção, seria prova a seu favor. [...] Portanto, ensinando o dogma da pluralidade das existências corporais, os Espíritos renovam uma doutrina que teve origem nas primeiras idades do mundo e que se conservou no íntimo de muitas pessoas, até aos nossos dias. Simplesmente, eles a apresentam de um ponto de vista mais racional, mais acorde com as leis progressivas da Natureza e mais de conformidade com a sabedoria do Criador, despindo-a de todos os acessórios da superstição.
Em resposta
dada pelos Espíritos Superiores a Kardec, encontramos, na questão 171 de O
Livro dos Espíritos, a afirmação de que a ideia da reencarnação está fundamentada
na justiça de Deus e na revelação, visto que todos [...] os Espíritos tendem
para a
perfeição e
Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da
vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências,
«o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.» Não obraria Deus com
equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que
talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e
alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do
homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a
balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria
imparcialidade no tratamento que a todas dispensa. A doutrina da reencarnação,
isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências
sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus
para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar
o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos
os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a
ensinam.
Deus, em sua
justiça, não pode ter criado almas desigualmente perfeitas. Com a pluralidade
das existências, a desigualdade que notamos nada mais apresenta em oposição à
mais rigorosa equidade: é que apenas vemos o presente e não o passado. A este
raciocínio serve de base algum sistema, alguma suposição gratuita? Não.
Partimos de um fato patente, incontestável: a desigualdade das aptidões e do
desenvolvimento intelectual e moral e verificamos que nenhuma das teorias
correntes o explica, ao passo que uma outra teoria lhe dá explicação simples,
natural e lógica. Será racional preferir-se as que não explicam àquela que
explica?
O princípio da
reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a
reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado
social e o dos tempos de barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo que
os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas, quanto as que
viviam há mil anos; acrescentemos que nenhuma conexão haveria entre elas,
nenhuma relação necessária; seriam de todo estranhas umas às outras. Por que,
então, as de hoje haviam de ser melhor dotadas por Deus, do que as que
precederam? Por que têm aquelas melhor compreensão? Por que possuem instintos
mais apurados, costumes mais brandos? Por que têm a intuição de certas coisas,
sem as haverem aprendido? Duvidamos de que alguém saia desses dilemas, a menos
admita que Deus cria almas de diversas qualidades, de acordo com os tempos e lugares,
proposição inconciliável com a ideia de uma justiça soberana.
A pluralidade
das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho [...] é uma
das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois que lhe demonstra a
realidade e a necessidade para o progresso. Com esta lei, o homem explica todas
as aparentes anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as
mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências
breves; a desigualdade de aptidões intelectuais e morais, pela ancianidade do
Espírito que mais ou menos aprendeu e progrediu, e traz, nascendo, o que
adquiriu em suas existências anteriores.
João, 3:1-12 –
diálogo entre Jesus e Nicodemos
Com a doutrina
da criação da alma no instante do nascimento, vem-se a cair no sistema das
criações privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os liga,
os laços de família são puramente carnais; não são de nenhum modo solidários com
um passado em que não existiam; com a doutrina do nada após a morte, todas as relações
cessam com a vida; os seres humanos não são solidários no futuro. Pela
reencarnação, são solidários no passado e no futuro e, como as suas relações se
perpetuam, tanto no mundo espiritual como no corporal, a fraternidade tem por
base as próprias leis da Natureza; o bem tem um objetivo e o mal, consequências
inevitáveis.
Com a
reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo
Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou
subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. [...] Se, pois, a reencarnação funda
numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na
mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da
liberdade.
Reconheçamos,
portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das existências explica o
que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora e conforme à
mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que
Deus, por misericórdia, lhe concedeu".- ( FEB) -
Jesus em sua bondade nos conduza!
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