A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que
este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 22-a.
Amados irmãos, bom dia!
A cada novo estudo mais me encanto com a grandeza da obra do Senhor. Assim como há somente um Deus, toda a matéria se origina de uma só e suas variações são "provocadas" a partir da grande sabedoria do nosso Pai. Admitimos a existência da matéria e do espírito, hoje nos ateremos à matéria.
Elementos gerais do universo: matéria e espírito
“Ensina o Espiritismo que há dois elementos gerais do
Universo: matéria e espírito e, [...] acima de tudo Deus, o criador, o pai de
todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que
existe, a trindade universal. Importa considerar que o elemento geral espírito
— escrito com e minúsculo, também chamado princípio inteligente do Universo,
difere de Espírito (palavra escrita com E maiúsculo), que designa a
individualidade humana, dotada de razão. (Veja, a propósito, as questões 23 a
28 e 76 a 81 de O Livro dos Espíritos). 1.
Formação da matéria
A matéria tem origem no fluido cósmico universal, também
conhecido como éter ou matéria cósmica primitiva, conforme vimos no roteiro anterior
deste módulo. Sabemos também que nessa [...] substância original, ao influxo do
próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em
processo de comunhão indescritível, os grandes Devas da teologia hindu ou os
Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse
hálito espiritual os celeiros de energia com que constroem os sistemas da
Imensidade, em serviço de Co-criação em plano maior, de conformidade com os
desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação
Excelsa.
Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos
em colmeias imensas, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas
eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas,
sem perda de movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de
que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes [princípio
inteligente] encontrarão adequado berço ao desenvolvimento. Temos, assim, a luz
e o calor, que teoricamente classificamos entre as irradiações nascidas dos
átomos supridos de energia. São estes que, excitados na íntima estrutura,
despedem as ondas eletromagnéticas.
Todavia, não obstante tatearmos com
relativa segurança as realidades da matéria, definindo a natureza corpuscular
do calor e da luz, e embora saibamos que outras oscilações eletromagnéticas se
associam, insuspeitadas por nós, na vastidão universal, aquém do [espectro]
infravermelho e além do ultravioleta, completamente fora da zona de nossas
percepções, confessamos com humildade que não sabemos ainda, principalmente no
que se refere à elaboração da luz, qual seja a força que provoca a agitação
inteligente dos átomos, compelindo-os a produzir irradiações capazes de lançar
ondas no Universo com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo,
preferindo reconhecer, em toda parte, com a obrigação de estudarmos e
progredirmos sempre, o hálito divino do Criador.
Esse processo de Co-criação em
plano maior resultou na produção de variados tipos de matéria no cosmos. Para
se ter uma ideia da grandiosidade do processo, observamos que as nossas
análises químicas apontam para a existência de [...] cerca de um quarto de
milhão de substâncias da Terra, que podem ser reduzidas, aproximadamente, como
originárias de noventa elementos [naturais da tabela periódica]. Na verdade, a
atual tabela periódica é formada por cerca de 103 elementos químicos, sendo que
os seus noventa primeiros elementos são classificados como de ocorrência
natural no nosso planeta. As substâncias químicas restantes foram produzidas
pela inteligência humana. Emmanuel nos esclarece que [...] a Química necessita
apresentar essa divisão de elementos para a catalogação dos valores educativos,
com vistas às investigações de natureza científica, no mundo; contudo, se na
sua base estão os átomos, na mais vasta expressão de diversidade, mesmo assim
tenderá sempre para a unidade substancial, em remontando com as verdades
espirituais às suas fontes de origem. Aliás, em se tratando das individuações
químicas [acrescenta o benfeitor], já conheceis que o hidrogênio, no quadro dos
conhecimentos terrestres, é o elemento mais simples de todos. Seu átomo é a
forma primordial da matéria planetária, constituindo-se do sistema
absolutamente simplificado, porque composto de um só elétron, de onde partem as
demais individuações no mecanismo evolutivo da matéria, em suas expressões
rudimentares.
Observando a matéria existente no nosso planeta, constatamos que
[...] não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente
distinto como as diversas substâncias que compõem o mundo. Entre os objetos que
a Arte ou a Natureza nos fazem passar diariamente ante o olhar, haverá duas que
revelem perfeita identidade, ou, sequer, paridade de composição? Quanta dessemelhança,
sob os aspectos da solidez, da compressibilidade, do peso e das múltiplas
propriedades dos corpos, entre os gases atmosféricos e um filete de ouro entre
a molécula aquosa da nuvem e a do mineral que forma a carcaça óssea do globo!
Que diversidade entre o tecido químico das variadas plantas que adornam o reino
vegetal e o dos representantes não menos numerosos da animalidade na Terra!
Entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as
substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam,
quer do ponto de vista da constituição íntima, quer pelo prisma de suas ações
recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta;
variedades em que ela se transforma sob a direção das forças inumeráveis que a
governam. Se se observa tão grande diversidade na matéria, é porque, sendo em
número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as
condições em que estas se produziram, também as várias combinações da matéria
não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância que se considere
pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer
revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo
o Universo, senão uma única substância primitiva; o «cosmo», ou «matéria
cósmica» dos uranógrafos”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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