" Nascer, morrer, renascer ainda e progredir. Tal é a Lei". - Allan Kardec –
Amados irmãos, bom dia!
Em nosso processo de evolução, vamos hoje compreender como somos preparados para o retorno à vida corporal onde temos as oportunidades de nos melhorarmos. Poderemos entender como nosso Pai nos prepara a cada nova jornada.É também um estudo longo, pois, muito complexo. Que os bons Espíritos nos auxiliem sua compreensão.
União da alma ao corpo
“A união começa na concepção, mas
só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o
Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço
fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança
vê a luz.
[...] Este laço se estreita cada
vez mais, à medida que o corpo se vai desenvolvendo. Desde esse momento, o
Espírito sente uma perturbação que cresce sempre; ao aproximar-se do
nascimento, ocasião em que ela se torna completa, o Espírito perde a consciência
de si e não recobra as ideias senão gradualmente, a partir do momento em que a
criança começa a respirar; a união então é completa e definitiva. É definitiva
a união, no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que está
designado para aquele corpo. Mas, como os laços que ao corpo o prendem são
ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do
Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. Em tal caso, porém, a
criança não vinga. A perturbação que acompanha o Espírito [...] o adverte de
que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação
cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase
idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento
se aproxima, suas ideias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual
deixa de ter consciência na condição de homem, logo que entra na vida. Essa
lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.
Assim, o Espírito [...] jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança
respira, começa o espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à
proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às
manifestações. Mas, ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si
mesmo, perde a lembrança do seu passado, sem perder as faculdades, as
qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado
temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo
a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu
trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo
degrau a subir. O laço fluídico que prende o Espírito ao corpo é o próprio
perispírito, que, como sabemos, é semimaterial [...], isto é, pertence à
matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda
matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância,
sofre uma modificação especial. [...] O fluido perispirítico constitui, pois, o
traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao
corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às
diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e
para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores
produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido
elétrico serve de condutor o fio metálico. Dessa forma, quando [...] o Espírito
tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que
mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai
por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen
se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material
do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une,
molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o
Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira,
nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno
desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
As elucidativas informações sobre
a reencarnação de Segismundo e a de Mancini, relatadas pelo Espírito André
Luiz, respectivamente, nos capítulos treze e catorze do livro Missionários da
Luz, e a partir do capítulo dezesseis de E a Vida Continua..., representam
fontes de conhecimentos sobre o assunto. Resumidamente, André Luiz nos informa
o seguinte:
a) Os processos de reencarnação
estão subordinados à evolução do Espírito reencarnante. Há companheiros de
grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e
iluminação, quase dispensam o nosso concurso. Outros irmãos nossos, contudo,
procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa
que a exercida no caso de Segismundo. [...] A reencarnação de Segismundo
obedece às diretrizes mais comuns. Traduz expressão simbólica da maioria dos
fatos dessa natureza, porquanto o nosso irmão pertence à enorme classe média
dos Espíritos que habitam a Crosta, nem altamente bons, nem conscientemente
maus.
b) O processo de redução,
miniaturização ou restringimento do perispírito, ocorrido no [...] Plano
Espiritual, significa estágio preparatório para nova reencarnação. A tarefa de
redução perispiritual, executada por Espíritos Construtores, tem como base os
processos de magnetização e mentalização. O Espírito submetido a esses
processos desenvolve uma palidez característica no perispírito e significativa
diminuição da lucidez mental. Ao mesmo tempo, o Espírito em vias de reencarnar
é induzido a mentalizar a forma pré-infantil e o retorno ao útero materno, como
também a lembrar-se da organização fetal, imaginando a necessidade de tornar-se
criança. Essa tarefa não é curta, nem simples, requisitando esforço geral dos
colaboradores para a redução necessária.
c) Um colaborador espiritual é
designado para acompanhar a reencarnação do Espírito [...] até que ele atinja
os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista
estará consolidado. Depois desse período, a sua tarefa de amigo e orientador
será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante. [...]
Tomará todas as providências indispensáveis à harmoniosa organização fetal,
seja auxiliando o reencarnante, seja defendendo o templo maternal contra o
assédio de forças menos dignas [...].
d) Em relação à herança genética,
o [...] organismo dos nascituros, em sua expressão mais densa, provém do corpo
dos pais, que lhes entretêm a vida e lhes criam os caracteres com o próprio
sangue; todavia, em semelhante imperativo das leis divinas para o serviço de
reprodução das formas, não devemos ver a subversão dos princípios de liberdade
espiritual, imanente na ordem da Criação Infinita. Por isso mesmo, a criatura terrena
herda tendências e não qualidades. As primeiras cercam o homem que renasce,
desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no
ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se; as segundas resultam
do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de
si mesma nos círculos benditos da experiência.
Em relação à influência genética
no corpo de Segismundo, encontramos os seguintes esclarecimentos do benfeitor
Alexandre a André Luiz: A forma física futura de nosso amigo Segismundo
dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione, porém, a esse fator
primordial, a influência dos moldes mentais de Raquel [genitora de Segismundo],
a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores, que
agirão como funcionários da natureza divina, invisíveis ao olhar terrestre, o
auxílio afetuoso das entidades amigas que visitarão constantemente o
reencarnante, nos meses de formação do novo corpo, e poderá fazer uma ideia do
que vem a ser o templo físico que ele possuirá [...]
.O processo da concepção ou
fecundação Nos [...] milhares de renascimentos, na Terra, os princípios
embriogênicos funcionam, automáticos, cada dia. A lei de causa e efeito
executa-se sem necessidade de fiscalização da nossa parte. Na reencarnação,
basta o magnetismo dos pais, aliado ao forte desejo daquele que regressa ao
campo das formas físicas. [...] De modo geral, a maioria das almas que
reencarnam satisfazem à fome inquietante de recomeço. [...] Milhões de destinos
se reestruturam dessa forma, qual se refaz uma grande floresta. A sementeira
cresce, estimulada pelo magnetismo do solo; a existência corpórea germina de
novo, incentivada pelo magnetismo da carne... Nesse sentido, o útero funciona
como [...] um vaso anímico de elevado poder magnético ou um molde vivo
destinado à fundição e refundição das formas, ao sopro criador da Bondade
Divina, que, em toda parte, nos oferece recursos ao desenvolvimento para a
Sabedoria e para o Amor. Esse vaso atrai a alma sequiosa de renascimento e que
lhe é afim, reproduzindo-lhe o corpo denso, no tempo e no espaço, como a terra
engole a semente para doar-lhe nova germinação, consoante os princípios que
encerra. Maternidade é sagrado serviço espiritual em que a alma se demora
séculos, na maioria das vezes aperfeiçoando qualidades do sentimento. É
oportuno considerar que, em atendimento a certas imposições do planejamento
reencarnatório, o processo de fecundação pode ser conduzido por orientadores
espirituais altamente qualificados.
Na reencarnação de Segismundo
temos a informação de que o benfeitor Alexandre, [...] em vista de ser o
missionário mais elevado do grupo em operação de auxílio, dirigia os serviços
graves da ligação primordial [concepção]. Segundo depreendi – esclarece André
Luiz –, ele podia ver as disposições cromossômicas de todos os princípios
masculinos em movimento, depois de haver observado, atentamente, o futuro óvulo
materno, presidindo ao trabalho prévio de determinação do sexo do corpo a
organizar-se. Após acompanhar, profundamente absorto no serviço, a marcha dos
minúsculos competidores que constituíam a substância fecundante, identificou o
mais apto, fixando nele o seu potencial magnético, dando-me a ideia de que o
ajudava a desembaraçar-se dos companheiros para que fosse o primeiro a penetrar
a pequenina bolsa maternal. O elemento focalizado por ele ganhou nova energia
sobre os demais e avançou rapidamente na direção do alvo. A célula feminina
que, em face do microscópico projetil espermático, se assemelhava a um pequeno
mundo arredondado de açúcar, amido e proteínas, aguardando o raio vitalizante,
sofreu a dilaceração da cutícula, à maneira de pequenina embarcação torpedeada,
e enrijeceu-se, de modo singular, cerrando os poros tenuíssimos [...], e
impedindo a intromissão de qualquer outro dos competidores, que haviam perdido
a primeira posição na grande prova. Sempre sob o influxo luminoso-magnético de
Alexandre, o elemento vitorioso prosseguiu a marcha, depois de atravessar a
periferia do óvulo, gastando pouco mais de quatro minutos para alcançar o seu
núcleo. Ambas as forças, masculina e feminina, formavam agora uma só,
convertendo-se ao meu olhar em tenuíssimo foco de luz. O meu orientador,
absolutamente entregue ao seu trabalho, tocou a pequenina forma com a destra,
mantendo-se no serviço de divisão da cromatina*, [...] conservando a atitude do
cirurgião seguro de si, na técnica operatória. Em seguida, Alexandre ajustou a
forma reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo
perispirítico de Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de
vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se. A gravidez ou
gestação Durante a vida intra-uterina, tanto o embrião quanto o feto têm uma
vida semelhante à [...] da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O
homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam
com a vida espiritual. O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a
organização básica do aparelho físico, enquanto a forma reduzida [do Espírito
reencarnante] [...], atuará como ímã entre limalhas de ferro, dando forma
consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.
*Cromatina: substância
constituinte do cromossomo de todas as células evolutivamente superiores
(células eucariotas), composta de DNA, RNA e proteínas. A cromatina sexual ou
corpúsculo de Barr é uma estrutura formada de cromossomo X, condensado e
inativo, encontrada apenas nas células das mulheres e demais mamíferos do sexo
feminino.
Retornemos ao exemplo da
reencarnação de Segismundo. Nesse caso, André Luiz reconhece que, após a
fecundação ocorrida sob a direção de Alexandre, [...] o serviço de segmentação
celular e ajustamento dos corpúsculos divididos ao molde do corpo
perispirítico, em redução, era francamente mecânico, obedecendo a disposições
naturais do campo orgânico, mas toda a entidade microscópica do desenvolvimento
da estrutura celular recebia o toque magnético das generosas entidades em
serviço, dando-me a ideia de que toda a célula-filha era convenientemente
preparada para sustentar a tarefa da iniciação do aparelho futuro. A mulher
grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é
igualmente constrangida a suportar-lhe o contato espiritual, que sempre
constitui um sacrifício quando se trata de alguém com escuros débitos de
consciência.
A organização feminina, durante a
gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do ser que se acolhe
ao santuário íntimo, envolvem-na totalmente, determinando significativas
alterações em seu cosmo biológico. Se o filho é senhor de larga evolução e dono
de elogiáveis qualidades morais, consegue auxiliar o campo materno,
prodigalizando-lhe sublimadas emoções e convertendo a maternidade,
habitualmente dolorosa, em estação de esperanças e alegrias intraduzíveis [...].
A corrente de troca entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de
natureza material; estende-se ao intercâmbio constante das sensações diversas.
[...] As mentes de um e de outro como que se justapõem, mantendo-se em
permanente comunhão, até que a Natureza complete o serviço que lhe cabe no
tempo. De semelhante associação, procedem os chamados «sinais de nascença».
Certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo, o princípio fetal,
marcando-o para a existência inteira. É que o trabalho da maternidade
assemelha-se a delicado processo de modelagem, requisitando, por isso mesmo,
muita cautela e harmonia para que a tarefa seja perfeita. É comum a verificação
de exagerada sensibilidade na mulher que engravida. A transformação do sistema
nervoso, nessas circunstâncias, é indiscutível. [...] A explicação é muito
clara. A gestante é uma criatura hipnotizada a longo prazo. Tem o campo
psíquico invadido pelas impressões e vibrações do Espírito que lhe ocupa as
possibilidades para o serviço de reincorporação no mundo. Quando o futuro filho
não se encontra suficientemente equilibrado diante da Lei, e isso acontece
quase sempre, a mente maternal é suscetível de registrar os mais estranhos
desequilíbrios, porque, à maneira de um médium, estará transmitindo opiniões e
sensações da entidade que a empolga”. -( FEB )-
A graça e a paz sejam conosco!
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