"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada". - O Livro dos Espíritos - questão 114 - Allan Kardec.
Irmãos, que a Luz Divina se faça em nós!
Reflitamos hoje sobre este assunto que é tão presente em nossas vidas, para que saibamos distinguir sobre os nossos pensamentos e aqueles que os Espíritos tentam incutir em nós. Somente assim teremos a consciência entre o que é bom e ruim, para que não nos retirem do caminho do bem.
Comunicabilidade dos Espíritos
Influência dos Espíritos em
nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida?
“Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: Influem os
Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais.
Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.
A resposta dada
pelos Espíritos não nos deve causar estranheza, pois, se analisarmos o assunto
fazendo uma comparação com o que sucede em nossas relações sociais, chegaremos
à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos
rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influência por meio das ideias
que exteriorizam e dos exemplos que nos dão, do mesmo modo que as influenciamos
com as nossas ideias e com a nossa conduta. O mesmo ocorre, naturalmente, com
os habitantes do mundo espiritual, pois são eles os seres humanos desencarnados
que, pelo simples fato de terem deixado o invólucro carnal, não mudaram as
características de sua personalidade ou a sua maneira de pensar. Assim, somos
alvo não só da atenção de Benfeitores e Amigos Espirituais — incluindo entre
eles os parentes e amigos desta e de outras reencarnações, os quais, vencendo o
túmulo, desejam prosseguir auxiliando-nos — como também daqueles outros a quem
prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ou em anteriores
existências, e que nos procuram para cobrar a dívida que com eles contraímos. Portanto,
a resposta dos Espíritos a Kardec nos dá uma noção exata do intercâmbio
existente entre os Espíritos desencarnados e encarnados, intercâmbio esse real
e constante. O Espiritismo torna compreensível o processo pelo qual se dá a
influência dos Espíritos no mundo corporal. Essa influência tem origem na possibilidade
de transmissão do pensamento. Para que entendamos como o pensamento se transmite,
[...] precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço,
todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo,
dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo
do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são
circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de
encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece
entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite
o som.
Ensina ainda a
Doutrina Espírita que por meio [...] do perispírito é que os Espíritos atuam
sobre a matéria inerte [...]. Sua natureza etérea [do perispírito] não é que a
isso obstaria, pois se sabe que os mais poderosos motores se nos deparam nos
fluidos mais rarefeitos e nos mais imponderáveis. Não há, pois, motivo de
espanto quando, com essa alavanca [o perispírito], os Espíritos produzem certos
efeitos físicos [...].
Atuando sobre a
matéria, podem os Espíritos manifestar-se de muitas maneiras diferentes: por
efeitos físicos, quais os ruídos e a movimentação de objetos; pela transmissão
do pensamento, pela visão, pela audição, pela palavra, pelo tato, pela escrita,
pelo desenho, pela música, etc. Numa palavra, por todos os meios que sirvam a
pô-los em comunicação com os homens.
Deflui desses
ensinamentos que os Espíritos exercem influência nos acontecimentos da vida,
por meio da transmissão de pensamento e por sua ação direta no mundo material,
tudo, no entanto, dentro das leis da Natureza.
Se a influência
dos Espíritos em nossos pensamentos é de tal intensidade que, ordinariamente,
são eles que nos dirigem, é preciso saber identificar a natureza dessa
influência, a fim de que não atendamos aos alvitres dos Espíritos imperfeitos.
Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de
um Espírito mau? — indaga Kardec aos Espíritos Superiores.
A resposta dos
Benfeitores da Humanidade é um apelo ao nosso bom senso. Dizem eles: Estudai o
caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir.
Os Espíritos
imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos
homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência
do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa
missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências
más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm
a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem
eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em
torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Mas,
outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que
restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos. É assim
que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a
liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem
sobre nós.
Assim, compete
exclusivamente a nós neutralizar a influência dos Espíritos imperfeitos. Os
Espíritos Superiores são bastante claros ao nos indicarem o meio para isso:
Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a
influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter
sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam
maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as
paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que
esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical,
vos ensinou a dizer: Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do
mal.
O Espiritismo
trouxe ensinamentos preciosos sobre a importância da nossa atitude mental no
sentido do bem, para que não nos desviemos do caminho que nos compete seguir
rumo à perfeição, que é a nossa meta. Desse modo, é preciso aprender a
disciplinar os nossos pensamentos, a fim de atrairmos os bons Espíritos, que
nos auxiliarão a percorrer esse caminho, tornando-o menos árido, e pleno de
realizações espirituais”. -( FEB )-
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