"Do ponto de vista material, apenas há seres orgânicos e inorgânicos. Do ponto de vista moral, há evidentemente quatro graus". ( O Livro dos Espíritos )
Amados irmãos, bom dia!
Hoje vamos refletir sobre a criação dos animais, suas características e semelhanças conosco, etc. Como toda bela obra da criação, os animais ai estão para nos acompanhar e ensinar também, na simplicidade e originalidade de seu comportamento.
Os animais
“Kardec pergunta aos Espíritos Superiores se os animais
possuem algum princípio independente da matéria, que lhes sobreviva ao corpo, e
se esse princípio seria semelhante à alma humana. E os Espíritos afirmam: É
também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta
palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do
homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus. Após a
morte, a alma dos animais conserva a sua individualidade, mas não a consciência
do seu eu. A vida inteligente lhe permanece em estado latente. A progressão dos
animais, por outro lado, não se dá, como no homem, por ato de vontade própria,
mas sim pela [...] força das coisas, razão por que não estão sujeitos à
expiação. O Espírito André Luiz nos esclarece que na [...] moradia de
continuidade para a qual se transfere, encontra, pois, o homem as mesmas leis
de gravitação que controlam a Terra, com os dias e as noites marcando a conta
do tempo, embora os rigores das estações estejam suprimidos pelos fatores de
ambiente que asseguram a harmonia da Natureza, estabelecendo clima quase
constante e quase uniforme, como se os equinócios e solstícios entrelaçassem as
próprias forças, retificando automaticamente os excessos de influenciação com
que se dividem.
Plantas e animais domesticados pela inteligência humana,
durante milênios, podem ser aí aclimatados e aprimorados, por determinados
períodos de existência, ao fim dos quais regressam aos seus núcleos de origem
no solo terrestre, para que avancem na romagem evolutiva, compensados com
valiosas aquisições de acrisolamento, pelas quais auxiliam a flora e a fauna
habituais à Terra, com os benefícios das chamadas mutações espontâneas. As
plantas, pela configuração celular mais simples, atendem, no plano extrafísico,
à reprodução limitada, aí deixando descendentes que, mais tarde, volvem também
à leira do homem comum, favorecendo, porém, de maneira espontânea, a solução de
diferentes problemas que lhes dizem respeito, sem exigir maior sacrifício dos habitantes
em sua conservação.
Ressalte-se, finalmente, que os reinos vegetal, animal e
hominal existem em todos os mundos destinados à encarnação dos Espíritos. Nos
mundos superiores, entretanto, tudo é mais perfeito: as plantas, os animais e
os homens. As plantas, porém, são sempre plantas, como os animais sempre animais
e os homens sempre homens. A maioria dos animais obra por instinto, mas muitos
deles denotam acentuada vontade, revelando sua inteligência, embora limitada.
Sobre a relação entre o instinto e a inteligência nos animais, Kardec comenta:
Não se poderia negar que, além de possuírem o instinto, alguns animais praticam
atos combinados, que denunciam vontade de operar em determinado sentido e de
acordo com as circunstâncias. Há, pois, neles, uma espécie de inteligência, mas
cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem
às suas necessidades físicas e de proverem à conservação própria. Nada, porém,
criam, nem melhora alguma realizam. Qualquer que seja a arte com que executem
seus trabalhos, fazem hoje o que faziam outrora e o fazem, nem melhor, nem
pior, segundo formas e proporções constantes e invariáveis. A cria, separada
dos de sua espécie, não deixa por isso de construir o seu ninho de perfeita
conformidade com os seus maiores, sem que tenha recebido nenhum ensino. O
desenvolvimento intelectual de alguns, que se mostram suscetíveis de certa
educação, desenvolvimento, aliás, que não pode ultrapassar acanhados limites, é
devido à ação do homem sobre uma natureza maleável, porquanto não há aí
progresso que lhe seja próprio. Mesmo o progresso que realizam pela ação do
homem é efêmero e puramente individual, visto que, entregue a si mesmo, não
tarda que o animal volte a encerrar-se nos limites que lhe traçou a Natureza.
Os animais, embora não tenham uma linguagem formada de palavras, possuem meios
de se comunicarem. Dizem uns aos outros muito mais coisas do que imaginais
[ensinam os Espíritos Superiores]. Mas, essa mesma linguagem de que dispõem é
restrita às necessidades, como restritas também são as ideias que podem ter.
Efetivamente, [comenta Kardec] os peixes que, como as andorinhas, emigram em
cardumes, obedientes ao guia que os conduz, devem ter meios de se advertirem,
de se entenderem e combinarem. É possível que disponham de uma vista mais
penetrante e esta lhes permita perceber os sinais que mutuamente façam. Pode
ser também que tenham na água um veículo próprio para a transmissão de certas
vibrações. Como quer que seja, o que é incontestável é que lhes não falecem
meios de se entenderem [...]. Deflui desses ensinos que os animais têm
inteligência, conquanto limitada, demonstram vontade própria e se comunicam
entre si.
Possuiriam, assim, livre-arbítrio, para praticar os seus atos? Kardec
fez essa indagação aos Instrutores Espirituais, obtendo desses a seguinte
resposta: Os animais não são simples máquinas, como supondes. Contudo, a
liberdade de ação, de que desfrutam, é limitada pelas suas necessidades e não
se pode comparar à do homem. Sendo muitíssimo inferiores a este, não têm os
mesmos deveres que ele. A liberdade, possuem-na restrita aos atos da vida
material”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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